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Itamaraty pressionou senador boliviano a não ir ao Congresso, diz advogado
RUBENS VALENTE – DE BRASÍLIA
O advogado do senador boliviano Roger Pinto Molina, Fernando Tibúrcio, revelou hoje à tarde que o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, pressionou-o a não permitir a ida do parlamentar ao Congresso Nacional, onde prestaria um depoimento público.
Molina falaria na terça-feira da semana passada na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, a convite do Congresso, mas na última hora adiou o depoimento. Seria a primeira vez que Molina falaria publicamente no Brasil sobre a operação que o retirou, em agosto, da Embaixada do Brasil em La Paz por iniciativa do diplomata Eduardo Saboia, depois que o governo Evo Morales se recusou a emitir, ao longo de 15 meses, um salvo-conduto para que o senador, opositor a Evo, chegasse ao Brasil.
Hoje, durante audiência na 4ª Vara Federal de Brasília, Fernando Tibúrcio afirmou que Santos, o “número dois” na hierarquia do Itamaraty, telefonou para seu celular horas antes do depoimento se dizendo portador de “instruções” do ministério.
“Ele me disse isso: ‘Eu tenho instruções para dizer ao senhor que, se o senador prestar depoimento no Congresso, ele vai ser expulso amanhã’. Eu respondi que ele transmitisse a quem lhe deu as instruções de que não aceitamos ameaças”, afirmou Tibúrcio, em entrevista à imprensa após a audiência.
“Ele me ameaçou explicitamente”, disse Tibúrcio. “Eu disse que ele repensasse os limites do Estado. Durante todo esse tempo temos recebido comunicações que eu diria heterodoxas.”
Em nota no início da noite, a assessoria do Itamaraty confirmou que Santos telefonou para Tibúrcio. Segundo a assessoria, “o secretário-geral apenas recordou ao senador os termos da Convenção de Caracas sobre relações diplomáticas”.
A convenção referida na nota trata da figura do asilado diplomático, mas Molina, segundo seu advogado, está no Brasil na condição de candidato a refugiado, um pedido que está sendo avaliado pelo Conare, ligado ao Ministério da Justiça. O advogado de Molina disse que, nessa condição, Molina tem direito à liberdade de expressão e não pode ser obrigado ao silêncio.
A procuradora da República presente à audiência, Luciana Loureiro, disse que o telefonema será investigado.
“Nós vamos iniciar um procedimento de apuração para se constatar qualquer possível interferência no processo de asilo, de refúgio. E apurar também se há qualquer tentativa de interferência no processo de sindicância”, disse a procuradora.
A audiência na Justiça Federal foi parte de uma ação de justificação movida pelo diplomata Eduardo Paes Saboia, pela qual pretende coletar evidências a seu favor que possam ser usadas. Ontem, a seu pedido, o senador Molina prestou depoimento ao juiz.
A revelação de Fernando Tibúrcio sobre o telefonema de Santos ocorreu quando advogados da AGU (Advocacia Geral da União) pediram ao juiz para fazer perguntas diretas a Molina. Eles quiseram saber se Molina correu riscos na viagem até o Brasil, o que revela a possível estratégia jurídica da AGU de tentar culpabilizar Saboia por eventual exposição de Molina ao risco. No seu depoimento, contudo, Molina enfatizou que sofria risco na embaixada brasileira, tanto com a degeneração de sua condição psicológica quanto por ameaças de fora da embaixada contra ele e sua família, e que a decisão de retirá-lo da embaixada levou em conta a garantia de sua sobrevivência.
Fonte: Folha de São Paulo
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CNU: governo atualiza listas finais do “Enem dos Concursos”. Confira

Luh Fiuza/Metrópoles
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou, nesta terça-feira (4/3), que as listas finais dos aprovados no Concurso Nacional Público Unificado (CNU) estão disponíveis após nova verificação.
Para acessar as novas classificações, basta acessar e fazer login com a conta Gov.br. A homologação do CNU segue prevista para esta sexta-feira (7/3).
Divulgação dos resultados finais
• As informações serão divulgadas na “Área do Candidato“, no site oficial do CNU.
• O candidato poderá consultar os resultados finais individuais para cada um dos cargos em que se inscreveu.
• Estarão disponíveis as notas nas provas objetiva e discursiva e na avaliação de títulos, além do resultado de bancas (para candidatos com deficiência, negros e indígenas).
• O candidato terá acesso à nota final ponderada em cada cargo e à classificação em cada cargo: ampla concorrência e nas cotas.
• Na sequência, vai aparecer a sua situação no cargo: aprovado em vagas imediatas; aprovado em lista de espera/cadastro reserva; convocado para curso de formação (para 9 cargos dos Blocos 1 a 7); e eliminado (segundo os respectivos itens do edital).
No entanto, após a liberação das listas, algumas inconsistências na colocação final do Concurso Unificado foram levantadas, e uma verificação precisou ser feita junto com a banca organizadora do certame, a Fundação Cesgranrio.
Segundo o MGI, a verificação ocorreu durante o fim de semana e indicou que, “ao processar a lista final de resultados, o sistema considerou desistências para os cursos de formação sem as novas convocações para as mesmas vagas”.
“Esse procedimento fez com que diferentes listas de convocação para matrícula tenham sido divulgadas de forma incompleta”, diz trecho do comunicado. O MGI ressaltou que a situação foi resolvida e os novos resultados estão disponíveis.
A nota prossegue: “O MGI reafirma que nenhum resultado será homologado sem a garantia de total observância do que consta nos editais que regem o CNU. A homologação continua programada para 7 de fevereiro, próxima sexta-feira”.
Por: Metrópoles
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Ex-deputado Daniel Silveira pede ‘saidinha’ de Páscoa a Alexandre de Moraes
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar

Ex-deputado Daniel Silveira pediu para deixar a prisão na Páscoa. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a “saidinha”.
A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena – um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.
“Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização”, diz o pedido.
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.
O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.
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Projeto de lei torna crime a perturbação da paz com pena de até 2 anos de prisão
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população

Deputado Kim Kataguiri alega que projeto torna mais claro identificar perturbação da paz. Foto: Pablo Valadare/Agência Câmara
Da Agência Câmara
O Projeto de Lei 4315/24 transforma em crime a perturbação da paz, que hoje é uma contravenção penal. A proposta define o crime da seguinte forma: organizar, promover ou executar evento não autorizado pelo poder público, em via pública ou em prédio particular, que cause transtorno à vizinhança pelo uso de som elevado ou aglomeração que impeça ou dificulte o trânsito de pessoas ou veículos.
A pena prevista é detenção de 6 meses a 2 anos, podendo aumentar em 1/3 até a metade se:
– o evento for realizado à noite;
– o evento for realizado em sábado, domingo ou feriado;
– houver a presença de crianças ou adolescentes no evento;
– o evento for organizado por associação criminosa ou milícia privada;
– o evento atrapalhar as atividades de escola ou hospital e outras consideradas essenciais.
Conforme a proposta, incorre nas mesmas penas:
– o artista de qualquer espécie que se apresenta no evento;
– a pessoa que cede, a título gratuito ou oneroso, equipamento sonoro para a realização do evento;
– a pessoa que participa, de qualquer modo, desse tipo de evento.
Contravenção penal
Atualmente, a Lei das Contravenções Penais pune com 15 dias a três meses de prisão e multa quem perturbar o trabalho ou o sossego alheios:
– com gritaria ou algazarra;
– exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com a lei;
– abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
– provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.
Atualização necessária
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população.
“Ao estabelecer penalidades claras e proporcionais, o projeto visa a reprimir a realização de eventos irregulares, promovendo um ambiente urbano mais seguro e harmonioso”, argumenta. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.
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