Acre
Informação, prevenção e acolhimento são o caminho para combater o avanço do HIV e AIDS no estado
Preconceito, receio e estigmas são reações frequentes quando o tema é o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), precursor da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids.
Neste mês é realizada a campanha Dezembro Vermelho, dedicada à prevenção da infecção e o combate à HIV e Aids, campanha importante para colocar a população acreana a par das formas de evitar contrair a doença.
“Qualquer pessoa, independente da sua classe social, cor, gênero ou orientação sexual, está sujeito a ser infectado, caso não se cuide”, explica o coordenador do Núcleo Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Jozadaque Beserra.
E assim, com informação adequada, é possível prevenir e combater a infecção, e sobretudo, tratar bem as pessoas que já testaram positivo para o vírus.
Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), tem feito o seu papel. Desde 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids, o Núcleo Estadual de ISTs, reforça a aplicação de testes rápidos nos exames de rotina em todos os municípios.
“As ações são feitas o ano todo, mas é enfatizada na campanha Dezembro Vermelho, que conscientiza sobre a infecção”, reforçou Jozadaque.
Atenção Humanizada
Para contribuir com o atendimento, a rede pública oferta o Serviço de Assistência Especializada (SAE), na Fundação Hospital do Acre (Fundhacre), em Rio Branco, com ações de prevenção e acolhimento à população.
“No SAE o paciente tem uma equipe especializada multidisciplinar, com consultas, exames, medicamentos, preservativos e toda uma linha de cuidado para que o mesmo se sinta acolhido e engajado”, explicou a médica infectologista, Cirley Maria de Oliveira Lobato.
O serviço social do SAE, por exemplo, é primordial quando se trata de pacientes com ISTs. O atendimento no setor ocorre em livre demanda, sem precisar de agendamento prévio.
“A intenção é fazer com que o paciente receba atendimento de qualidade, tanto no nosso sistema como em outro da rede, conforme seja necessário”, informou a assistente social Charlene Brilhante.
Dados e Cuidados
No Acre, o registro de HIV em adultos foi de 1667 casos entre 2018 e 2023, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). No mesmo período, foram contabilizados 99 óbitos devido complicações da Aids, e 133 gestantes foram diagnosticadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana.
Entre os casos que mais exigem atenção, estão os de crianças em risco de contato com o vírus durante a gestação, e no pós parto de mães com HIV ou Aids. De acordo com o Sinan, cinco crianças testaram positivamente para a infecção, nos anos de 2018, 2021 e 2023.
Em casos de risco, ao nascer, preferencialmente de parto cesárea, a maternidade encaminha o bebê para acompanhamento no SAE a fim de que “tenha a menor chance de contaminação”, explicou a assistente social Charlene Brilhante, informando ainda que “a mãe não poderá amamentar para diminuir os riscos”.
Dessa forma, o sistema público, com apoio do governo federal, garante a distribuição de fórmula infantil, gratuitamente, até o 6º mês de vida do recém-nascido.
“A mãe recebe fórmula suficiente para dar tempo de chegar ao dia da consulta com a pediatra, e aqui é entregue uma caixa com seis latas de 800g, na assistência social”, acrescentou Charlene.
Aids, uma questão de prevenção e tratamento
Atualmente, não há uma indicação de quando irão surgir os primeiros sintomas da Aids após o primeiro contato com o vírus HIV. “As manifestações clínicas dependem do grau de comprometimento da defesa do paciente”, lembrou a Dra. Cirley Lobato.
A infectologista reforçou ainda que ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids: “Tem pacientes que são portadores do vírus e não apresentam nenhum sintoma. Já na fase de Aids, o paciente vai apresentar infecções oportunistas como tuberculose, diarreia, perda de peso, entre outros”.
Respondendo pela gerência geral do SAE, a enfermeira Mariangela Guimarães reafirma o perigo da Tuberculose em pacientes com HIV. No entanto, se o diagnóstico e o tratamento são feitos de forma precoce, e se tem a adesão do paciente com HIV, “dificilmente ele evolui para Aids e outras complicações”, completou Lobato.
Prevenção e testagem
O primeiro passo para prevenir o avanço do vírus é a conscientização e mudança de comportamento. Com o uso do preservativo, acompanhamento médico e exames de rotina, incluindo testes rápidos de HIV e outras ISTs como Hepatites Virais e Sífilis, é possível prevenir.
“A primeira conversa é quase sempre com a gente, na enfermagem. Faço a primeira consulta com o paciente, fazemos a triagem e o teste rápido, e então ele já pode iniciar as demais consultas e tratamento com medicações, conforme necessário”, explicou a enfermeira do SAE, Gorete Soares.
Medicação Pré e Pós Exposição
No SAE, entre outras medicações, há dois modelos de medicações para atender a pessoa em vulnerabilidade ou que foi exposta ao HIV e Aids, a PrEP e a PeP.
A Profilaxia Pré Exposição, PrEP, envolve o uso diário de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV em pessoas vulneráveis ao vírus, como usuários de entorpecentes, “trabalhadores do sexo e pessoas que tem como parceiro alguém que foi infectado pelo HIV”, explicou a infectologista, Cirley Lobato.
Por outro lado, a Profilaxia Pós Exposição, PeP, é uma medicação utilizada após qualquer situação em que exista a exposição ao HIV, como rompimento do preservativo ou casos de abuso sexual. “A medicação age impedindo que o vírus se estabeleça no organismo, por isso é importante iniciar o tratamento dentro do prazo de até 72 horas”, destacou.
Caso o vírus se estabeleça, o uso da medicação é para a vida toda, como explica o farmacêutico do SAE, Aldemir Fernandes: “O paciente faz o cadastro e recebe a medicação de forma gratuita. Temos estoque suficiente para atender a quem precisa”, garantiu.
Cuidados Especiais
Para manter os cuidados essenciais, o SAE também disponibiliza local para coleta de diversos exames. Um dos objetivos é acompanhar a carga viral do paciente, se está detectável, ou indetectável – quando há preservação do sistema imune e o paciente não transmite o vírus.
Além disso, o Hospital Dia, setor especializado do SAE, funciona durante toda a semana para acolher pacientes que necessitam de atendimento emergencial. “Temos pacientes que começam a tomar a medicação e sofrem com reações adversas. Aqui, podemos atendê-los e prestar melhor assistência”, explicou José Augusto Araújo, do apoio administrativo do Sae.
Além da capital, as cidades de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira já possuem unidades do Serviço de Assistência Especializada. Em Brasileia, o hospital local possui um setor específico para atendimento e distribuição de medicação e fórmula infantil.
Aids tem tratamento, preconceito também
Na década de 80, a doença foi associada, erroneamente, a homossexuais, perpetuando preconceitos contra pessoas de diferentes gêneros e orientações sexuais. “Já palestramos sobre o assunto e vimos a falta de informação e prevenção, principalmente entre os jovens”, explica Isabele Singui, acadêmica de medicina e interna no Hospital Dia.
“O maior problema que temos é a aceitação do diagnóstico pelo paciente por causa do estigma social. É um desafio que a gente enfrenta e mostra a importância da conscientização e prevenção”, relatou a interna Danielle Klayn.
Nesse sentido, o Núcleo Estadual de ISTs tem qualificado os profissionais que estão na linha de frente de testagem e atendimento aos pacientes. “O que queremos é incentivar a testagem e combater esse estigma”, concluiu o coordenador do Núcleo Estadual de IST, Jozadaque Bezerra.
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Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
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Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
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Após assassinado de comerciante a tiros durante assalto em Cruzeiro do Sul, dois suspeitos são presos
Esposa da vítima relatou à polícia que criminosos chegaram armados no local e acusaram Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, de comprar mercadoria roubada. Suspeito foi preso pela Polícia Civil
Na tarde desta quinta-feira (30), um assalto terminou em tragédia no bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul. O comerciante Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, conhecido como “Scoob”, foi morto a tiros dentro de seu estabelecimento na Rua Amazonas.
De acordo com testemunhas, a vítima foi surpreendida por criminosos armados que invadiram o comércio e efetuaram disparos contra ele. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao local, Manoel já estava sem vida. O Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção do corpo e os procedimentos periciais.
A Polícia Militar iniciou buscas logo após o crime e, em menos de uma hora, dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil.
Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, informações extraoficiais indicam que o crime pode estar relacionado à recusa do comerciante em pagar taxas ilegais a uma facção criminosa ou a um possível acerto de contas.
A investigação segue em andamento para esclarecer as circunstâncias do homicídio e identificar possíveis outros envolvidos no crime.
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