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Ida à escola representa ameaça à vida para 431 mil estudantes no país

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Para analisar a dimensão do racismo ambiental nas escolas das capitais, a Pública acessou os microdados da pesquisa e comparou a proporção de escolas negras em áreas de risco com a quantidade de instituições com esse perfil racial em toda a cidade

Seca dos rios tornou inviável acesso de estudantes a escolas no interior do Amazonas. Foto: Eduardo Cavalvante/Secom

Por Gabriel Gama, da Agência Pública

Para quase meio milhão de crianças e adolescentes, estar na escola pode significar uma ameaça à vida. Mais de 431 mil estudantes da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio frequentam escolas nas capitais do país que ficam em áreas de risco para deslizamentos de terra, inundações e enxurradas.

A cor da pele de quem estuda nesses locais vulneráveis a eventos extremos aponta para o racismo ambiental existente na educação. Enquanto os estudantes que se declaram pretos ou pardos são 42,52% dos 8 milhões de matriculados nas capitais; nas escolas em áreas de risco, essa proporção é muito maior: 59,58%. São 257 mil estudantes pretos ou pardos vulneráveis aos riscos climáticos.

Os dados foram tabulados pela Agência Pública a partir da recém-lançada pesquisa “O acesso ao verde e a resiliência climática nas escolas das capitais brasileiras”, feita pelo Instituto Alana, pela Fiquem Sabendo e pelo MapBiomas.

O levantamento identificou 1.383 escolas em áreas de risco para inundações, enxurradas ou deslizamentos de terra, ou uma a cada 15 escolas das capitais. Conforme o estudo, 89,58% delas ficam dentro de favelas ou a no máximo 500 metros de distância de uma.

A maior parte dessas escolas é negra, ou seja, a quantidade de estudantes que se declaram pretos e pardos é superior a 60% do total de matriculados. São 709 escolas em áreas de risco com maioria de alunos negros, ou 51,2% do total.

“Muitas pessoas refutam o conceito de racismo ambiental e dizem que não existem dados, que não é bem assim. Esse estudo mostra que a cor do risco é negra. O racismo ambiental é uma realidade que também está presente na infraestrutura escolar e afeta diretamente as crianças e os adolescentes”, afirma Maria Isabel Barros, especialista em natureza e crianças do Instituto Alana e uma das coordenadoras da pesquisa.

O estudo cruzou dados do Censo Escolar 2023 de mais de 20 mil escolas públicas e particulares das 27 capitais com a Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (Bater), produzida em 2018 pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Salvador (BA) é a capital com maior proporção de escolas inseridas em áreas de risco: são 470 de 935 instituições, metade do total. Em Vitória (ES), uma a cada quatro escolas está nessa condição, situação similar à de Recife (PE), com 23,4%. Belo Horizonte (MG) e Natal (RN) completam as cinco primeiras posições, com 14,1% e 13,4% das escolas em áreas de risco, respectivamente.

Proporção

Para analisar a dimensão do racismo ambiental nas escolas das capitais, a Pública acessou os microdados da pesquisa e comparou a proporção de escolas negras em áreas de risco com a quantidade de instituições com esse perfil racial em toda a cidade. Assim, foi possível observar o quanto a prevalência de escolas negras em áreas de risco destoa do resto do município.

Quatorze de 18 capitais têm proporcionalmente mais escolas negras em áreas de risco do que na cidade inteira. Nove cidades não foram contabilizadas, seja porque não possuem escolas em áreas de risco, não possuem escolas com maioria de alunos negros, ou não possuem escolas negras em áreas de risco.

“As escolas reproduzem as desigualdades que já estão postas em relação à incidência de áreas de risco nas cidades. Sabemos que os bairros mais vulneráveis aos desastres climáticos são de maioria negra, e com esse estudo descobrimos que as escolas que estão em áreas de risco também têm predominância de alunos negros”, analisa Maria Isabel Barros.

Racismo ambiental

A campeã de racismo ambiental na educação é Vitória. A cidade tem a maior discrepância entre as escolas negras dentro de áreas de risco em relação ao total do município: enquanto pouco mais da metade das escolas têm a maioria dos estudantes pretos ou pardos, 34 das 39 escolas nas regiões vulneráveis aos riscos climáticos são negras.

Porto Velho (RO) possui duas escolas localizadas em áreas de risco e ambas são negras. Em Macapá (AP), a única escola da cidade que está dentro de área de risco é negra. E das 245 escolas de Florianópolis, apenas duas são negras, e ambas estão inseridas em áreas de risco.

“Quando uma escola está localizada em um lugar que promove risco à vida das crianças e adolescentes, em um território sem infraestrutura adequada e segurança climática, isso é racismo ambiental. Quando a escola precisa ser fechada em momentos de enchentes e calor extremo por falta de infraestrutura, isso também é racismo ambiental”, explica Mariana Belmont, pesquisadora e organizadora do livro “Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil” (Oralituras, 2023).

Para Belmont, dados de pesquisas como a do Instituto Alana precisam ser compartilhados com toda a comunidade escolar, incluindo os estudantes e os gestores das escolas, para fortalecer a pressão pública por segurança climática nas escolas. “É fundamental que o racismo ambiental seja parte do conteúdo tratado nas salas de aula, para que os alunos entendam seu contexto territorial”, complementa.

Volta à normalidade

A Escola Estadual Maria José Mabilde, que fica em Porto Alegre, no bairro Arquipélago, está em área de risco hidrológico e ficou três meses sem aulas após o desastre que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deste ano. As chuvas sem precedentes causaram uma inundação jamais vista antes na unidade de ensino.

“Em dez anos que trabalho na escola, o máximo de água que eu já vi dentro da escola foi na altura da cintura. Dessa vez, o nível da água passou de 2 metros. Quando teve a previsão de chuvas, nós colocamos as coisas para cima, mas ninguém podia imaginar que seria a maior cheia da história”, contou à Pública o diretor da unidade de ensino, Daniel Pereira de Carvalho.

“Perdemos tudo. Todas as fotos, arquivos, materiais, móveis, o histórico inteiro da escola”, lamenta.

A Maria José Mabilde fica na Ilha da Pintada, um local que Carvalho define como “a periferia da periferia” de Porto Alegre. A maioria dos estudantes é parda. No início de 2024, 151 alunos estavam matriculados na escola. Agora, no final do ano letivo, somente 80 crianças estudam no local, e apenas 45 frequentam as aulas presenciais. As outras 35 têm aulas remotas.

“Muitas famílias saíram da ilha depois das últimas chuvas, são pessoas que não estão mais dispostas a passar por aquilo. Os que ficaram, vivem com medo. A escola já voltou a funcionar, mas a comunidade está muito prejudicada até agora”, diz o diretor.

Quanto aos alunos que seguiram tendo aulas na escola, Carvalho conta que os traumas não estão aparentes. “A maioria das crianças parece estar bem, brincando normalmente. Mas, por dentro, sei que elas estão sofrendo. Quando chove, as crianças menores começam a chorar. Muitas ficaram com depressão depois do que presenciaram durante o desastre.”

A unidade de ensino está a menos de 10 metros de distância do rio Jacuí e foi construída sobre um terreno arenoso, o que amplia sua vulnerabilidade, explica o diretor. A força das águas causa o deslocamento constante de parte da areia que está sob a escola, gerando uma série de instabilidades físicas.

Escola na zona rural de Manaus; na cheia, aulas são suspensas e começo do ano letivo é antecipado. Foto: Semcom/Divulgação

Outra escola estadual da ilha, a Almirante Barroso, sofreu rachaduras depois das chuvas de maio e está interditada até hoje. Por conta disso, os cerca de 350 estudantes da unidade foram remanejados para a Maria José Mabilde. “Nós dividimos a escola, o pessoal do Almirante fica no térreo e nós no andar de cima. Isso só funciona porque metade dos nossos alunos parou de vir para a escola, mas mesmo assim gera um desgaste para todo mundo”, afirma.

A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul liberou R$ 300 mil para a reconstrução da Maria José Mabilde. Segundo o dirigente, o valor é inferior ao total de prejuízos com a inundação.

Em Vitória, a Escola Municipal Paulo Reglus Neves Freire, que fica no bairro Inhanguetá, está em área de risco para enxurradas ou inundações. Pretos e pardos são a maioria dos estudantes. A Pública conversou com uma servidora da instituição, que preferiu manter a condição de anonimato.

“A região onde nossa escola fica é muito vulnerável a enchentes. Antes os alunos tinham aula num barracão, e dois anos atrás ele foi demolido e construíram a escola no mesmo lugar. Ainda não tivemos problemas depois da reforma, mas o barracão alagou muitas vezes”, disse a funcionária.

Em Salvador, a Escola Municipal Padre Manuel Correa de Sousa alagou em abril deste ano, como mostrou reportagem do telejornal Bahia Meio Dia, da TV Globo. A instituição fica no bairro Mussurunga, às margens de um córrego que transborda com frequência e causa enchentes em toda a região, segundo moradores ouvidos na matéria. A Pública tentou contato com a instituição para entender se o cenário continua se repetindo, mas não houve retorno.

Sandra Moraes, vice-gestora da Escola Municipal Waldemar Valente, que fica no Recife, diz estar aliviada por não ter precisado fechar a escola em 2024 por conta das chuvas, algo que havia acontecido nos anos anteriores. O pior episódio foi em 2022, quando os estudantes ficaram mais de 15 dias sem aulas por conta de um alagamento extenso que tomou conta do entorno da escola e impediu o deslocamento dos alunos até a instituição.

“Depois do alagamento, as crianças voltaram para a escola muito diferentes, não socializavam, falavam pouco, estavam tímidas e introspectivas. A comunidade toda foi muito abalada, e os alunos ainda estavam se recuperando das perdas da pandemia, então a chuva foi mais um prejuízo para o aprendizado deles”, afirma Moraes.

A Waldemar Valente não chegou a ser incluída como uma das instituições em área de risco para inundações na pesquisa do Instituto Alana. Segundo Maria Isabel, isso pode ser um efeito da falta de atualização da base de dados do Cemaden e do IBGE. “Precisamos ter dados melhores, porque é possível que haja muito mais escolas em áreas de risco, já que a informação mais recente que temos é de 2018”, diz a pesquisadora do Instituto Alana.

O Cemaden aguarda a divulgação dos dados do Censo 2022 por face de quadra para atualizar o mapeamento de áreas de risco.

Providências

O diretor da Escola Maria José Mabilde, na periferia de Porto Alegre, mostra preocupação com o futuro da instituição que comanda. “As cheias do rio vão acontecer sempre, e a tendência é que piorem a cada ano. E não vejo nenhuma obra de contenção sendo feita para evitar que [a inundação] aconteça de novo no ano que vem. Se for para passar por isso toda vez, não tem condição de as crianças ficarem três meses sem aula por ano”, pondera Daniel Pereira de Carvalho.

Para Maria Isabel, é urgente que as escolas em áreas de risco recebam mais atenção nas políticas públicas de educação e nos planos de adaptação climática das cidades, que devem fortalecer as escolas e torná-las mais resistentes aos riscos. E somente nos casos em que isso não for possível é que deve se considerar a construção de novas unidades de ensino em áreas mais seguras, na visão da especialista.

“As crianças e suas famílias estão enraizadas nos lugares perto das escolas. Elas têm seus trabalhos, suas relações sociais. Tem que ser avaliado caso a caso, mas em geral, é muito ruim deslocar uma escola inteira para outra área. Essa tem que ser a última solução, a preferência deve ser fazer com que as escolas fiquem mais seguras e desenvolver protocolos para caso os desastres aconteçam “, diz.

Mariana Belmont defende o mesmo posicionamento. “É preciso olhar para o território pensando em como remover o risco e adaptá-lo para que a comunidade permaneça no seu espaço de convivência, preservando suas relações comunitárias e seus direitos básicos garantidos. Adaptação às mudanças climáticas é readequar o local para se preparar para os eventos climáticos, mas é também um impulso para promover os direitos básicos da população, inclusive a educação”, afirma.

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Economizar é a principal meta do brasileiro para 2026, diz Datafolha

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A assistente de RH Isabel Ribeiro, 23, começou em setembro a juntar dinheiro, por meio das caixinhas disponíveis em bancos digitais, para realizar um projeto que exige paciência: uma viagem ao Japão com amigas, planejada para daqui a cinco anos.

A meta de Ribeiro para o ano que vem é continuar a poupar. Ela planeja guardar cerca de R$ 500 por mês. “Confesso que investimento não é meu forte, mas eu quero muito que, até o fim do ano [2026], eu tenha R$ 6.000 [guardados]”, diz.

Ribeiro é mais uma dos brasileiros que pretendem juntar dinheiro em 2026. Uma pesquisa do Datafolha mostra que economizar é a principal meta dos entrevistados para o novo ano.

O instituto apresentou uma lista com 14 metas para o próximo ano, e os entrevistados escolheram três delas. Economizar dinheiro foi selecionado por 44% dos participantes e ficou acima de objetivos como passar mais tempo com a família e amigos (37%), melhorar a alimentação ou comer melhor (25%), iniciar uma atividade física (25%) e trabalhar por conta própria ou abrir um negócio (23%).

Esta foi a primeira vez que o Datafolha perguntou sobre as metas dos entrevistados para o próximo ano. Por isso, não há base comparativa com os anos anteriores.

O instituto entrevistou 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em todo o Brasil, distribuídas em 113 municípios, em pontos de fluxo populacional. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança da pesquisa é de 95%.

As expectativas da artista Bruna Lemberg, 26, para o próximo ano estão altas. Ela comprou um apartamento na planta em 2025 e quer manter de quatro a seis parcelas mensais do financiamento adiantadas –para evitar os efeitos negativos de eventuais imprevistos. Para isso, precisará economizar, afirma.

“Eu sou artista autônoma, é uma profissão muito instável. Um dia eu estou ganhando muito bem, no outro mês, nem tanto.”

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Mega de R$ 1 bilhão: ganhador único pode entrar para lista dos 300 mais ricos do Brasil

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Se um sortudo ganhar sozinho o prêmio estimado em R$ 1 bilhão da Mega-Sena da Virada poderá, em tese, entrar para a seleta lista dos 300 brasileiros mais ricos. Seria um feito inédito: desde que foi lançada, em 2009, a loteria especial nunca teve um ganhador único.

O ranking feito pela revista Forbes leva em consideração aqueles cujo patrimônio líquido supere a casa do bilhão a partir de fontes diversas, entre as quais ações listadas na Bolsa de Valores ou valores investidos em itens como imóveis, obras de arte, aviões ou embarcações.

Como a base de dados é pública, o vencedor só entra na lista se de alguma forma expuser o patrimônio obtido –seja com participações relevantes em empresas na Bolsa, por exemplo, ou como acionista em determinada companhia. Por isso mesmo é que, se quiser, ele também pode permanecer no anonimato.

A última lista de bilionários da Forbes saiu no final de agosto deste ano e elenca 300 brasileiros com patrimônio superior a R$ 1 bilhão.

Cofundador do Facebook, Eduardo Saverin lidera o ranking com uma fortuna de R$ 227 bilhões. Na sequência vem Vicky Safra, maior acionista da holding que compõe o grupo Safra, com R$ 120 bilhões, e na terceira colocação estão os R$ 88 bilhões do empresário Jorge Paulo Lemann.

O bilhão a ser pago pela Mega-Sena da Virada é a maior premiação da história. No ano passado o valor foi de R$ 635,4 milhões —ou R$ 658 milhões, corrigidos pela inflação.

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Bolsonaro deve passar por novo procedimento cirúrgico na segunda-feira

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Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atualizaram o estado de saúde dele, neste sábado (27/12), após nova intervenção, ocorrida nesta tarde, para tentar conter a crise de soluços. Segundo a equipe médica, Bolsonaro deve se submeter a outro procedimento na segunda-feira (29/12), dependendo da resposta ao tratamento.

Na madrugada deste sábado, Bolsonaro apresentou uma nova crise de soluços, e mais prolongada, o que o impediu de dormir. Por isso, os médicos decidiram pelo novo procedimento. O retorno ao centro cirúrgico ocorreu na tarde deste sábado, dois dias depois da cirurgia para correção de hérnias, realizada na quinta-feira (25/12).

A informação do novo procedimento foi divulgada, nas redes sociais, pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que pediu orações pela saúde do marido.

“Meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico para realizar o bloqueio do nervo frênico. Peço que intercedam em oração por mais esse procedimento, para que seja exitoso e traga alívio definitivo. Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários,” escreveu Michelle. Cerca de 35 minutos depois, ela informou que a cirurgia havia sido concluída.
O filho e vereador Jair Renan Bolsonaro (PL) relatou, também nas redes sociais, que, ao chegar ao hospital, encontrou o pai sendo levado às pressas para a cirurgia.

“Tentei acompanhá-lo, estar ao seu lado, dar força como filho, mas não permitiram. É muita maldade impedir um filho de acompanhar o próprio pai em um momento tão crítico. No lugar do carinho e da presença da família, dois policiais armados estão, neste exato momento, acompanhando meu pai”, disse.

Em boletim médico divulgado neste sábado, a equipe de Bolsonaro informou que ele foi submetido ao bloqueio anestésico do nervo frênico direito, sob sedação, sem intercorrências. O procedimento no nervo frênico esquerdo está programado para as próximas 48 horas.

O ex-presidente seguirá com fisioterapia para reabilitação, além de medidas de prevenção de trombose venosa e acompanhamento clínico contínuo.

O que diz a equipe médica

A equipe médica, composta pelo cirurgião Cláudio Birolini, pelo cardiologista Brasil Caiado e o radiologista Mateus Saldanha, explicou nesta tarde que a resposta de Bolsonaro aos medicamentos não correspondeu ao esperado. O procedimento deste sábado ocorreu dentro do previsto, mas, segundo eles, ainda é preciso aguardar para observar os efeitos da medicação.

O bloqueio do nervo frênico é um procedimento de radiointervenção, com aplicação de anestesia. O efeito do anestésico dura de 12h a 18h, segundo os médicos. Michelle Bolsonaro informou pelas redes sociais que o marido já está no quarto do hospital, em repouso

Os médicos relataram, ainda, que suspenderam a medicação do soluço para a realização do procedimento deste sábado e a previsão é que Bolsonaro continue com o básico para que seja possível observar os efeitos. Antes disso, a equipe havia dobrado a dose dos remédios para tentar solucionar o caso.

Soluços persistentes

Bolsonaro segue internado desde a cirurgia de reparação da hérnia inguinal bilateral, realizada na quinta, feriado de Natal. Segundo o cardiologista Brasil Ramos Caiado, ele passou a noite soluçando e teve dificuldade para dormir, mesmo após ajustes na medicação para soluço e refluxo gastroesofágico.

Antes do novo procedimento, o ex-presidente havia iniciado a reabilitação com fisioterapia e seguia medidas farmacológicas para prevenção de trombose. A necessidade da intervenção para tratar os soluços persistentes foi confirmada em perícia feita pela Polícia Federal (PF).

Segundo o parecer, “o bloqueio do nervo frênico é tecnicamente pertinente”. Quanto à tempestividade do procedimento, a Junta Médica entendeu que deveria ser realizado “o mais breve possível, devido à refratariedade aos tratamentos anteriores, à piora do sono e da alimentação, além de acelerar o risco de complicações do quadro herniário em decorrência do aumento da pressão intra-abdominal”.

 

 

Fonte: CNN

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