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Iapen estuda acabar com divisão de grupos criminosos dentro dos presídios no Acre
Judiciário acompanha decisões e diz que medida precisa ser estudada com cautela. Ideia é construir pavilhões neutros para presos evangélicos, segundo Iapen.
Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco
Uma medida que precisa ser avaliada cautelosamente. Esta é a visão do Judiciário com relação às novas decisões anunciadas pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
O presidente do instituto, Lucas Gomes, diz que está, aos poucos, implantando o que chama de pavilhões neutros dentro das unidades prisionais do estado, o que implica em acabar com a divisão dos grupos criminosos dentro das cadeias.
Nestes pontos neutros, segundo ele, são colocados os presos evangélicos, que não sofrem influência de facções. Desde 2016, quando houve uma rebelião no Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, que deixou quatro mortos, algumas atividades foram suspensas.
Aulas, cursos de capacitação e espaços em comum foram deletados dentro das cadeias. Três anos após o ocorrido, o Estado tenta retomar a ordem dentro dos presídios – incluindo grupos especiais e os chamados procedimentos administrativos, que se resumem em uma disciplina mais rígida.
Na unidade feminina em Rio Branco já existe, segundo o Iapen e a Vara de Execuções Penais, espaços em que as presas, mesmo de facções diferentes, dividem.
“A gente tem tentado superar isso. Hoje no feminino a gente já superou quase que na totalidade essa divisão por organizações criminosas. As mulheres conseguem ter espaços em comum”, pontua Gomes.

Presos foram submetidos a rotina mais disciplinada com implantação de processos administrativas nas unidades — Foto: Divulgação/Iapen-AC
Religião a favor
No mundo do crime, aqueles que se convertem a algum tipo de religião são perdoados pelos outros membros de facção ao “rasgar a camisa” – termo usado para alguém que decide deixar o grupo criminoso.
É neste ponto que a religião acaba sendo uma grande aliada da Segurança para recuperar o preso.
“A gente também tem recebido um auxílio muito grande de entidades religiosas, que têm feito um trabalho, têm resgatado essas vidas através do evangelho. Aí o que acontece é que a gente consegue neutralizar, consegue espaços neutros dentro dos presídios sem a influência e o controle das organizações criminosas”, explica o diretor do Iapen.
Uma das medidas é retornar com as aulas dentro das unidades prisionais. Além disso, Gomes diz que o Iapen está tentando parcerias para voltar a dar cursos profissionalizantes para os presos, que também haviam sido suspensos.
O espaço do Polo Moveleiro, em Rio Branco, foi dado ao Iapen para ser usado justamente nessas atividades.
“As escolas devem funcionar como zonas neutras. A gente recebeu agora o polo moveleiro, que era um local que estava desativado e agora estamos buscando parcerias, principalmente com o sistema S, para fazer capacitações aos presos”, explica.
Fundo rotativo
Outra medida que está em fase de estudo e implantação pelo Iapen é o fundo rotativo, que já existe em outros estados. De acordo com o diretor, essa medida já está fase de regulamentação.
Basicamente, consiste em pagar um salário para que o preso trabalhe e esse valor seja divido entre ele, a família, e o próprio Estado.
“No geral, chama as empresas para dentro dos presídios. Elas fazem um investimento, pagam um salário mínimo e, desse salário mínimo, 25% vai para o apenado, 25% vai para um fundo para quando ele sair; 25% para a família e 25% volta para o Estado para melhorias, tanto no ambiente prisional, como de fomento do próprio programa”, explica Gomes.
Nos próximos dias, o Iapen informou que vai ser inaugurado um novo prédio, onde vão ficar os presos evangélicos.

Na unidade feminina, presas já conseguem conviver em ambientes comuns — Foto: Elenilson Oliveira/Arquivo pessoal
Cautela
A frente da Vara de Execuções Penais desde 2011, a juíza Luana Campos diz que acha a medida válida, mas que precisa ser estudada com muito cuidado para não agravar a situação no estado.
Sobre a retomada das atividades, ela diz que isso ajuda a controlar os ânimos dentro da cadeia.
“Eu sempre digo, em minhas conversas com o Iapen, que tudo deve ser feito com muito cuidado e muito estudo para que não haja, não só morte deles, que cumprem pena, mas dos agentes do estado que estão lá todos os dias”, pontua.
Porém, ela acredita que a retomada de atividades e o oferecimento de serviços dentro das unidades prisionais fazem com que a situação fique mais tranquila com o passar do tempo.

No presídio feminino, mulheres já fazem atividades esportivas juntas — Foto: Elenilson Oliveira/Asscom Iapen
“Por exemplo, hoje no feminino a gente consegue trabalhar as duas facções juntas, na sala de aula, nas atividades de trabalho, coisa que não estávamos conseguindo, então, é um trabalho gradativo. A gente tira direitos no sentido de não ter estudo, não ter trabalho, não ter a qualificação profissional, inclusive, professores estavam com medo de ir para lá e agora estamos retomando, até os médicos estão voltando”, complementa.
O presidente do Iapen diz que concorda que o trabalho precisa feita a longo prazo e que as mudanças vão ser feitas no tempo certo.
“Então, essa tem sido nossa estratégica, tem dado certo. É algo que não vai ser resolvido como passe de mágica, mas que a gente tem resolvido com muito trabalho, tanto em nível de estado, como sociedade civil, muito bem representada por essas instituições religiosas”, finaliza Gomes.

Iapen voltou a oferecer atendimentos médicos aos presos — Foto: Elenilson Oliveira/Asscom Iapen
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Prefeitura de Assis Brasil conquista novo ônibus para transporte de pacientes
A Prefeitura de Assis Brasil, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, conquistou um novo ônibus destinado ao transporte de pacientes que precisam se deslocar para outros municípios em busca de atendimento médico especializado.
O veículo, um micro-ônibus com capacidade para 22 passageiros, representa um importante reforço para a saúde municipal, garantindo mais segurança, conforto e qualidade no transporte de pacientes.
A aquisição do ônibus foi possível graças a uma emenda parlamentar da Deputada Federal Vanda Milani, que destinou R$ 550 mil, contemplando a aquisição do veículo e sua devida adaptação para o serviço de transporte sanitário.
“Esse é um avanço significativo para nossa população. Muitos pacientes precisam se deslocar diariamente para realizar tratamentos em outras cidades, e agora poderão contar com um transporte mais moderno e adequado às suas necessidades”, destacou o prefeito Jerry Correia.
A gestão municipal segue comprometida em buscar investimentos que melhorem a vida dos cidadãos e garantam um atendimento digno e humanizado para todos.
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Setor moveleiro e governo fecham acordo para mobiliar espaços culturais
O setor moveleiro do Acre firmou, neste domingo (3), um acordo de R$ 2,4 milhões com o Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), para o fornecimento de móveis planejados a espaços culturais e administrativos da entidade pública. O anúncio foi realizado durante a programação do Salão de Negócios e Integração do Espaço Indústria, na Expoacre, e representa um avanço à indústria local.
O contrato faz parte do Programa de Compras Governamentais de Incentivo à Indústria do Acre (Comprac), uma iniciativa criada para estimular diferentes setores industriais e fomentar a economia regional. A articulação foi resultado de esforços conjuntos entre a Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Sindicato da Indústria de Móveis (Sindmóveis), Associação Comercial e Industrial (Acisa) e Federação das Indústrias (Fieac).
Segundo representantes envolvidos, a parceria não apenas fortalece a cadeia produtiva do setor moveleiro, mas também contribui diretamente para a criação de novos empregos e para a valorização dos produtos fabricados no estado, que têm alta qualidade. “Esse acordo mostra o potencial da produção acreana e o compromisso do governo com o desenvolvimento industrial”, destacou o secretário da Seict, Assurbanípal Mesquita.
Presidente da FEM, Minoru Kinpara, ressaltou que a escolha por fornecedores locais é estratégica para incentivar a economia criativa e reconhecer a qualidade dos móveis produzidos no Acre. “A gente se sente feliz em estar trabalhando de forma concreta tanto na dimensão dos fazedores de cultura quanto na das empresas”, declarou ele no ato.
Para Natália Saboia, do Sindmóveis, a demanda é resultado de uma colaboração contínua entre entidades empresariais e o poder público. “É um prazer grande receber esta demanda da FEM. Nos deixa muito feliz”, disse. O presidente da Fieac e deputado federal, José Adriano, também comemorou a iniciativa, apontando o impacto positivo sobre a geração de riqueza no estado. “Isso mantém os postos de trabalho e gera produtos de qualidade”.
O fornecimento dos móveis planejados deverá atender tanto as necessidades administrativas quanto os espaços culturais geridos pela Fundação de Cultura Elias Mansour, fortalecendo a presença da indústria acreana no cotidiano da população. A expectativa é que o acordo seja um marco para novas oportunidades e parcerias futuras, consolidando o setor moveleiro como um dos pilares do desenvolvimento econômico.
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Casa de madeira é destruída por incêndio em Epitaciolândia; mãe e três filhos escapam ilesos
Fogo atingiu residência no bairro José Hassem na manhã desta segunda-feira (4); causas ainda são investigadas
Uma residência de madeira foi completamente consumida pelo fogo na manhã desta segunda-feira (4), no bairro José Hassem, próximo ao posto da Receita Federal, na cidade de Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia. A moradora do imóvel, Luanara Moreira de Almeida, de 28 anos, conseguiu escapar ilesa junto aos três filhos pequenos.
De acordo com informações preliminares, Luanara reside sozinha com as crianças e faz uso de medicação controlada. No momento do incêndio, ela estava dormindo e acordou com tempo apenas para retirar os filhos da casa antes que as chamas se alastrassem.
Equipes do Corpo de Bombeiros do 5º Batalhão foram acionadas, mas ao chegarem ao local, pouco puderam fazer, já que a estrutura de madeira foi rapidamente tomada pelo fogo. Apesar do esforço dos militares, a residência foi totalmente destruída.
As causas do incêndio ainda são desconhecidas. Os bombeiros trabalham com várias possibilidades, como um possível curto-circuito, vela acesa, brincadeira das crianças com isqueiro ou algo deixado aceso no fogão. A própria moradora não soube indicar o que poderia ter provocado o fogo.
O caso será investigado pelas autoridades competentes. Apesar da perda material, a família escapou ilesa.
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