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Homem que matou a esposa após ela descobrir traição segue preso e tem denúncia aceita pela Justiça do Acre

Adriana Paulichen foi morta por facadas e depois estrangulada na frente do filho de seis meses. Ministério Público também pede que o acusado pague dois salários mínimo para a família da vítima.

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Adriana Paulichen foi morta pelo marido após descobrir traição – Foto: Arquivo pessoal

Por Tácita Muniz

O juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e Auditoria Militar, aceitou a denúncia do Ministério Público contra Hitalo Marinho Gouveia, de 33 anos, preso ao confessar ter matado a esposa Adriana Paulichen, de 23 anos, com duas facadas e por estrangulamento no dia 9 de julho em Rio Branco.

A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Efrain Mendoza Filho, aponta crime torpe contra mulher por razões do sexo feminino (feminicídio), com recurso que dificultou a defesa da vítima.

“A ação do denunciado tomou por base a torpeza, visto que suas ações são imorais, vergonhosas, repudiadas moral e socialmente, e demonstram com clareza a depravação espiritual do agente. Matou a vítima por esta não aceitar suas traições. Importa ainda destacar que o crime foi praticado dentro do ambiente familiar, valendo-se das relações domésticas, visto que a vítima era esposa do denunciado. O crime foi cometido na presença do filho da vítima, um bebê de poucos meses de idade, que levará consigo esse trauma ao logo de toda a sua vida, carregando o estigma deque seu pai executou de forma fria e perversa sua mãe”, destaca o promotora denúncia.

Além disso, o juiz negou também o pedido da defesa de liberdade provisória. Logo, Gouveia segue preso no Complexo Penitenciário de Rio Branco. O pedido de liberdade provisória foi protocolado no dia seguinte do crime. No pedido de liberdade, a defesa alegava que ele é réu primário, tinha bons antecedentes e tinha casa fixa e ocupação lícita.

O promotor qualifica ainda o crime hediondo cometido contra Adriana por motivo torpe, com agravante de asfixia, à traição e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

Hitalo Marinho Gouveia teve o pedido de liberdade negado e permanece preso – Foto: Arquivo

O MP-AC pede ainda o pagamento de indenização à família da vítima, ascendentes e descendentes, na ordem de dois salários mínimos, ou seja R$ 2,2 mil , por cada mês de vida que teria a vítima até completar a idade de expectativa de vida da mulher brasileira.

Ainda na segunda-feira (2), o Ministério Público pediu quebra de sigilo telefônico tanto da vítima como do acusado, destacando que quer a relação de ligações efetuadas e recebidas no dia do crime e nos dois dias que o antecederam, constando, o dia, horário e, se possível, o nome do contato.

Depoimento do acusado

O crime ocorreu no bairro Estação Experimental em um ponto comercial aonde o casal vivia temporariamente. Quando a Polícia Militar chegou ao local, Gouveia já estava detido por um policial civil, que acionou as guarnições

No depoimento dado à polícia, Gouveia contou que manteve união estável por dois anos e 11 meses com a vítima, sendo que após esse período eles se casaram há 10 meses. Eles têm um filho de seis meses.

À polícia, o suspeito alegou que foi esfaqueado pela mulher e que ela ameaçou o filho deles de seis meses.

O preso contou que desde o mês de novembro de 2020, quando a esposa descobriu uma traição, ela passou a ser agressiva com ele, de maneira que ao discutirem, ela dava chutes, socos, arranhões, mas ele nunca revidava.

Ele relatou que no dia do crime, por volta de meia-noite, começou a discutir com a esposa dentro do apartamento que tinham acabado de alugar no bairro Isaura Parente, depois que contou que tinha traído ela com a amiga dela.

Depois disso, os dois voltaram para o escritório, onde estavam morando de forma provisória e a mulher teria começado a bater nele com chutes e tapas. E depois, ela pediu que ele fosse embora, mas ele decidiu ficar e trancou a porta do escritório.

Foi quando a vítima pegou uma faca e começou a agredi-lo e acabou conseguindo furar a mão e também a panturrilha dele. Gouveia contou que ela se assustou com a quantidade de sangue e parou com as agressões. Ele então ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, por volta de 1h, foi levado para a UPA da Sobral.

Ainda conforme o depoimento, devido à gravidade do ferimento na perna, ele foi transferido de Samu para o Pronto-socorro. Depois desse atendimento, a esposa teria buscado ele no hospital e o levou até o escritório novamente. Lá, estavam duas irmãs dela conversando.

Já por volta das 7h, ele contou que a esposa voltou a agredi-lo e, desta vez, na frente de uma das irmãs, ela teria pegado uma panela para bater nele, mas foi contida. Adriana também chegou a ligar, segundo relato do marido, para o namorado da amiga para contar sobre a traição e fazer ameaças. Nesse momento, ela teria quebrado o nariz de Gouveia.

Hitalo Marinho Gouveia foi preso logo após o crime – Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

12 horas de agressões e briga

Após cerca de 12 horas de agressões, insultos e brigas, eles teriam conversado sobre a separação e que tudo seria de comum acordo.

Nesse momento, o acusado contou que começou a arrumar seus pertences para sair do local e a mulher foi em direção ao filho deles com uma almofada, dizendo que já que não conseguiu matar Gouveia, iria matar a criança e foi quando ele reagiu e deu as facadas contra ela.

Em seguida, ele a estrangulou e quando ela estava fraca, teria soltado no chão. Ainda no depoimento, ele disse que a mulher novamente partiu para cima dele e foi quando ele apertou o pescoço dela por cerca de cinco minutos até ela desmaiar. Ao perceber que ela estava sem vida, ligou para um amigo e para um advogado.

Adrianna Paulichen foi morta pelo marido em Rio Branco – Foto: Arquivo pessoal

Pediu separação após traição

A jovem Adriana Paulichen tinha descoberto uma traição e pediu a separação do marido Hitalo Gouveia antes de ser morta por ele. Para a família dela, esse foi o motivo para ele ter matado a mulher.

À polícia, o suspeito alegou que foi esfaqueado pela mulher e que ela ameaçou o filho deles de seis meses.

Porém, essa versão é negada pela família da jovem. Ainda muito abalada com a morte da irmã, Andréa Paulichen conversou com reportagem no dia 11 e afirmou que o ex-cunhado mentiu ao falar que ela queria machucar o filho. Ela afirmou que o real motivo para o crime foi o desejo da jovem sair de casa e o fim do relacionamento.

“Ela descobriu na madrugada do assassinato que ele tinha traído ela, não era a primeira vez que ela sabia, mas ele sempre negava e quando negava ela ainda estava com ele. Ela nunca ameaçaria o filho, era o sonho dela ser mãe. Inclusive, quando ela namorava com ele falava que queria um filho e ele dizia que não queria, que já tinha duas filhas, mas ela queria ser mãe e ter uma família. Ela terminou com ele porque ele não queria. Era o sonho dela ser mãe”, lamentou.

Ainda segundo Andréia, as traições começaram quando a irmã dela estava grávida de seis meses. A jovem comentou com a irmã que o marido passou a tratá-la mal durante a gestação, ouvia que ele não a amava mais e chegou até expulsá-la de casa. Mesmo assim, a mulher seguia com o relacionamento por amor.

A parente relatou também que Gouveia já tinha sido denunciado na empresa onde trabalhava como corretor de imóveis por assédio. “Ele tinha sido denunciado por assédio, ele vendia imóveis. Nunca procurei saber, mas ela descobriu por acaso que ele tinha esse processo”, concluiu.

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Adolescente de 15 anos morre em grave acidente entre moto e caminhão na BR-364 em Tarauacá

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Jovem seguia como garupa e não resistiu aos ferimentos; condutor da moto foi hospitalizado. Acidente ocorreu de madrugada em trecho de neblina

Com a força da batida, o jovem foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local do acidente, antes da chegada de qualquer socorro médico. Foto: captada 

Um adolescente de 15 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (24) após um grave acidente entre uma motocicleta e um caminhão na BR-364, em Tarauacá. O jovem seguia como passageiro (garupa) da moto quando houve uma colisão lateral com o veículo de carga nas proximidades do Areal do Rames, no km 3 da rodovia.

Com o impacto, o adolescente foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, falecendo ainda no local. O condutor da motocicleta sofreu ferimentos graves e foi socorrido pelo SAMU, sendo encaminhado ao hospital. O motorista do caminhão permaneceu no local e prestou esclarecimentos.

Com o forte impacto, a motocicleta ficou praticamente partida ao meio, com partes espalhadas pela via. Foto: captada 

O acidente ocorreu ao amanhecer, em um trecho asfaltado da rodovia e sob condições de neblina, que podem ter contribuído para a tragédia. O caso já está sendo investigado pelas autoridades competentes. A morte do jovem às vésperas do Natal causou comoção na comunidade de Tarauacá.

O acidente ocorreu no momento em que o dia começava a clarear, em um trecho da rodovia com asfalto, sob condições de neblina, o que pode ter contribuído para a tragédia. Foto: captada 

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Homem preso com armas e drogas no Belo Jardim é colocado em liberdade após audiência de custódia

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Dioney Bruno Ferreira de Souza, 23 anos, foi detido com pistola 9mm, espingarda e 42 porções de cocaína, mas Justiça não impôs medidas cautelares

Com a aproximação das viaturas, a maioria dos envolvidos fugiu, pulando muros e cercas de residências próximas. Foto: arquivo

O jovem Dioney Bruno Ferreira de Souza, de 23 anos, preso na noite da última terça-feira (23) durante operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim em Rio Branco, foi colocado em liberdadeapós audiência de custódia no Fórum Criminal. A decisão judicial não impôs nenhuma medida cautelar ao investigado, que havia sido flagrado com armas de fogo e drogas.

Material apreendido durante a prisão:
  • 1 pistola calibre 9mm

  • 1 espingarda calibre 28

  • 26 munições de diversos calibres

  • 42 papelotes de cocaína

Circunstâncias da prisão:

A operação ocorreu por volta das 21h no Beco Cristo Rei, região conhecida por conflitos entre facções criminosas. Durante patrulhamento, policiais encontraram várias pessoas ingerindo bebidas alcoólicas em via pública com som em volume elevado, configurando perturbação da ordem pública. Com a aproximação das viaturas, a maioria fugiu, mas Dioney permaneceu no local.

Segundo a Polícia Militar, o jovem teria arremessado uma arma no quintal de uma residência vizinha antes da abordagem. A apreensão incluiu ainda os entorpecentes e munições encontradas nas proximidades.

Durante a ação, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9 milímetros, uma espingarda calibre 28, 26 munições e 42 papelotes de cocaína. Foto: arquivo

Decisão judicial:

Após a audiência de custódia, o judiciário decidiu pela liberdade do investigado sem impor medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com testemunhas ou comparecimento periódico à Justiça. O caso segue em investigação pela Polícia Civil, que deverá analisar as evidências e decidir sobre denúncia formal pelos crimes de porte ilegal de arma e tráfico de drogas.

A decisão contrasta com a gravidade do material apreendido e ocorre em um bairro que vive tensão constante devido a disputas territoriais entre facções criminosas.

Dioney Bruno, preso durante uma operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim, foi colocado em liberdade após passar por audiência de custódia. A decisão judicial não impôs medidas cautelares ao investigado. Foto: captada 

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Rotam prende homem por tráfico e apreende drogas em duas ações na mesma noite em Rio Branco

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Equipes da Companhia Rotam, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Acre (BOPE/PMAC), realizaram duas ações distintas de combate ao tráfico de drogas, na noite de terça feira, 23, que resultaram na prisão de um homem e na apreensão de entorpecentes em bairros diferentes da capital.

Durante patrulhamento preventivo da Operação Impacto, no bairro Vitória, os policiais observaram um indivíduo com uma mochila que, ao perceber a aproximação da viatura, fugiu a pé pelos fundos de uma residência, dispensando o objeto durante a fuga. Na mochila, a equipe encontrou entorpecentes.

O suspeito foi localizado em seguida, escondido em uma residência próxima, e recebeu voz de prisão. Questionado, ele assumiu a propriedade da droga e informou que utilizava o imóvel, pertencente à sua avó, para armazenar entorpecentes. O homem foi conduzido à Delegacia Especializada, juntamente com o material apreendido, para as providências cabíveis.

Apreensão no bairro Defesa Civil

Ainda na mesma noite, outra equipe da Rotam realizou uma apreensão de drogas no bairro Defesa Civil. Durante patrulhamento tático na rua Fluminense, área conhecida pela intensa comercialização de entorpecentes, os policiais localizaram, em uma casa abandonada, 103 trouxinhas de cocaína, totalizando 78 gramas, e 10 invólucros de maconha, com cerca de 20 gramas.

Nenhum suspeito foi localizado no local, e todo o material apreendido foi recolhido e encaminhado à unidade responsável para os procedimentos legais.

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