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Governo prorroga auxílio emergencial com R$ 20,27 bilhões
Novo decreto prorroga o pagamento do auxílio emergencial por mais três meses, até outubro, a partir de um crédito extraordinário de R$ 20,27 bilhões, favorecendo 39,3 milhões de famílias
Cristiane Ferreira é diarista, cria sozinha os três filhos e precisa pagar as contas de aluguel, água, luz e várias outras com o salário dos poucos empregos informais que consegue na pandemia. Beneficiária do auxílio emergencial, ela teve um alívio recente: o valor enviado pelo governo será prorrogado por mais três meses.
Quem recebe o auxílio emergencial poderá contar com o benefício até outubro deste ano. O Decreto 10.740 foi editado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), prorrogando os pagamentos que se encerrariam neste mês. Com o novo texto, os depósitos continuam durante um período complementar de três meses, a partir de um crédito extraordinário de R$ 20,27 bilhões.
O valor é essencial para famílias como a de Cristiane. “Quando eu comecei a receber o auxílio, no valor de R$ 1.200, eu não tinha nenhuma diária [como doméstica]. Porque foi no começo [da pandemia], quando todo mundo ficou com medo da Covid. Eu pagava aluguel, que é R$ 600, e o restante comprava comida. E peguei Covid andando de metrô para ir trabalhar, em junho do ano passado, aí usei o auxílio com remédio. O dinheiro ajudou muito”, lembra.
A prorrogação favorece ainda outras 39,3 milhões de famílias. Os beneficiários são parte da população de baixa renda afetada pela pandemia da Covid-19, com ganho mensal total de até três salários mínimos, e que já estavam inscritos no programa.
Neste ano, a rodada de pagamentos tem parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil familiar, sendo que o valor mais alto é pago às mulheres chefes de família monoparental, que criam os filhos sozinhas, e a menor quantia é enviada aos beneficiários que moram sozinhos. 12,4 milhões de inscritos recebem ainda o valor médio, de R$ 250.
Fundamental
A visão de especialistas em economia dialoga com a vivência de pessoas como Cristiane. Roberto Piscitelli, professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (UnB) e consultor legislativo da Câmara dos Deputados, é enfático ao definir o auxílio como fundamental.
“É fundamental em função das condições da maior parte da população brasileira, tendo em vista o fato de que a pobreza aumentou. Há mais pessoas abaixo da linha da pobreza, vivendo na miséria. O longo período da pandemia fez com que mais gente caísse no desemprego. Hoje, nós temos mais de 14 milhões de pessoas desempregadas, fora os desalentados, aqueles que têm emprego precário, informal, etc”, detalha.
Para o economista, o momento atual do Brasil faz com que seja necessário um auxílio ou outro mecanismo de transferência de renda que assegure a sobrevivência das famílias. “Das quatro parcelas que estavam previstas para este ano, que estão sendo pagas a partir de abril, alcançaremos sete parcelas. Até que a economia se recupere, ou retome o crescimento, é preciso realmente dar essa assistência a esse grupo numeroso, essa parcela numerosa da população brasileira que realmente não teria outras condições de sobreviver, ainda que de forma modesta”, avalia.
Perfis
Segundo dados do Ministério da Cidadania atualizados no fim de junho, 18,4 milhões de beneficiários receberam R$ 150, 12,4 milhões são famílias que receberam R$ 250 e 8,6 milhões são mães solo com direito a R$ 375. Entre todos os brasileiros favorecidos com o auxílio, mais da metade são mulheres. A faixa etária entre 25 a 34 anos também é a que consta com mais beneficiários.
Patrícia Dannielle, técnica em enfermagem, é uma das mulheres que terá direito às parcelas de pagamentos até outubro, e conta como o auxílio a ajudou em momentos de dificuldade. “Ele tem me ajudado fazendo mercado, comprando medicamento, pagando consulta particular. Sou hipertensa e às vezes eu preciso pagar uma consulta médica, para ser mais rápido, e comprar meu remédio também. É um dinheiro de uma importância muito grande na minha vida. Pretendo pagar algumas contas e comprar alguma coisa para revender. Vender biscoito, roupa, alguma coisa que me dê um retorno”, conta.
O portal do Ministério da Cidadania mostra ainda que as cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Manaus (AM), respectivamente, são as que contam com mais brasileiros inscritos no programa do auxílio em 2021. Já os municípios de União da Serra (RS), Santa Tereza (RS), Nova Boa Vista (RS), Coronel Pilar (RS) e Borá (SP) são os que possuem menos elegíveis aos pagamentos.
Entre as capitais do país, o maior valor foi repassado para São Paulo (SP), que recebeu R$ 1,3 bilhões em 2021, e o menor foi para Vitória (ES), R$ 31 milhões. Ainda neste ano, Brasília teve 481.980 beneficiários e um repasse de R$ 313 milhões de auxílio.
Calendário
De acordo com o calendário de pagamentos do governo federal, a próxima parcela do benefício será depositada a partir do próximo dia 23, quando começam os pagamentos para nascidos em janeiro. Na próxima segunda-feira (12), o saque da terceira parcela será disponibilizado para nascidos em julho. Os repasses continuam sendo feitos de forma escalonada, como ocorreu em 2020, para evitar filas e aglomerações nas agências da Caixa Econômica Federal e nas lotéricas.
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Menores são apreendidos após série de roubos e perseguição policial em Brasiléia

Escopeta e o simulacro apreendido pelos policiais usados para praticar assaltos.
Dupla é acusada de assaltar adolescente e funcionário da SANEACRE; um dos suspeitos portava uma escopeta com numeração raspada
Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos pela Polícia Militar na noite desta quinta-feira (10), no Bairro Raimundo Chaar, região central de Brasiléia, após serem flagrados praticando assaltos. Um deles foi detido portando uma arma de fogo, tipo espingarda de cano serrado, com numeração raspada e munições, enquanto o outro foi localizado momentos depois, escondido nos fundos de um quintal.
A ação teve início quando um policial militar à paisana solicitou apoio à guarnição de serviço, informando que havia detido um menor suspeito de roubo e armado com uma escopeta. Imediatamente, a equipe do GIRO foi acionada e se dirigiu ao local, onde encontrou o jovem de 15 anos detido e portando a arma de fogo tipo escopeta com uma munição na câmara e outra no bolso. Nas proximidades, também foi encontrado um simulacro de pistola.

MOto usada pelos menores pra praticarem delitos na fronteira.
De acordo com o policial, a dupla circulava em uma motocicleta sem placa, com sinais identificadores raspados, e demonstrava atitude suspeita. O policial presenciou o momento em que o passageiro da moto, sacou a arma e assaltou uma adolescente de 14 anos, levando seu celular modelo iPhone. O policial iniciou uma perseguição, durante a qual os suspeitos caíram da moto e um foi contido no local, enquanto seu comparsa conseguiu fugir.
Com apoio da guarnição do GIRO, buscas foram feitas nas imediações e o segundo suspeito, de 17 anos, foi localizado em um quintal e apreendido.
Além do roubo contra a adolescente, os dois são acusados de assaltar, na mesma noite, o servidor público Charles de Lima Magalhães, de 52 anos, funcionário da SANEACRE. Ele relatou ter sido abordado de forma violenta por Alan, que o ameaçou com uma arma de fogo e levou seu aparelho celular.

Screenshot
Ambas as vítimas compareceram à delegacia e reconheceram os menores como autores dos crimes. Os adolescentes, que já possuem histórico de envolvimento em atos infracionais semelhantes, foram apresentados na delegacia de Epitaciolândia com escoriações leves causadas pela queda da motocicleta durante a fuga.
A Polícia também apresentou a arma de fogo, o simulacro e os celulares das vítimas. Somente depois, o policial que estava à paisana, descobriu que a adolescente assaltada era sua sobrinha e que passa bem.
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Homem morto em acidente de moto em Brasiléia era foragido da Justiça com condenação de 17 anos

Vítima teria perdido o controle da moto e chocou violentamente contra um poste na curva.
Gerson da Silva Gonçalves, de 25 anos, teria rompido tornozeleira eletrônica e estava com mandado de prisão em aberto
O jovem Gerson da Silva Gonçalves, de 25 anos, que morreu na tarde desta quinta-feira (10) após colidir com um poste enquanto pilotava uma motocicleta no Ramal do Polo, em Brasiléia, era foragido da Justiça. A informação foi confirmada pelas autoridades após a identificação oficial e consulta ao sistema nacional.

Gerson foi condenado a mais de 17 anos e cadeia e era procurado pela Justiça acreana.
O acidente ocorreu por volta das 16h, quando Gerson trafegava pelo ramal de acesso à BR-317, no km 4 da Estrada do Pacífico, e perdeu o controle da moto em uma curva, colidindo violentamente contra um poste. Ele morreu ainda no local, antes de receber atendimento médico.
Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar do 5º Batalhão foram acionadas e constataram o óbito. A área foi isolada até a chegada da Polícia Técnica e da Polícia Civil, que realizaram a coleta de informações para o laudo pericial. Diferente do procedimento habitual, o corpo de Gerson não foi transferido para o Instituto Médico Legal (IML) em Rio Branco, permanecendo no Hospital Regional Raimundo Chaar, onde serão realizados os exames forenses.
Durante a checagem dos dados, foi identificado um mandado de prisão em aberto contra Gerson, emitido pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), por meio da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas de Rio Branco. Ele havia sido condenado a 17 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, mas estava em liberdade provisória. As autoridades informaram que ele teria rompido a tornozeleira eletrônica no fim de 2024 ou início de 2025, agravando ainda mais sua situação judicial.
Gerson trabalhava como entregador na cidade. A polícia segue buscando imagens de câmeras de segurança na região para esclarecer as circunstâncias do acidente e concluir o laudo técnico.
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Facção Comando Vermelho desafia forças de segurança com pichação em viatura da Polícia Civil no Juruá
Avanço do crime organizado preocupa autoridades e escancara disputa por rotas do narcotráfico na fronteira do Acre
A crescente presença de organizações criminosas no Acre tem acendido o alerta das autoridades, especialmente na região do Juruá, onde o Comando Vermelho (CV) vem consolidando sua atuação como a principal força criminosa. A facção tem expandido sua influência por todos os municípios da região — tanto em áreas urbanas quanto rurais — com foco estratégico no controle de rotas do tráfico de drogas que atravessam a fronteira internacional.
Na madrugada desta quinta-feira (10), um novo episódio chamou a atenção das forças de segurança e da população de Marechal Thaumaturgo: uma viatura da Polícia Civil, estacionada em frente à delegacia, no centro da cidade, foi pichada com as iniciais “CV”, numa aparente mensagem de intimidação. O ato é visto pelas autoridades como uma afronta direta ao sistema de segurança pública.
A ousadia da ação evidencia o nível de organização e a tentativa da facção de demonstrar domínio territorial, em meio à disputa por corredores estratégicos para o narcotráfico internacional.
Diante do ocorrido, a Polícia Civil abriu investigação para identificar os responsáveis pelo crime. Além disso, o policiamento foi reforçado na região, com a intensificação de rondas e ações ostensivas para conter o avanço das facções e garantir a segurança da população.
A situação reforça a complexidade do combate ao crime organizado no interior do estado, onde a atuação criminosa se beneficia da geografia de fronteira e da limitada presença estatal em algumas áreas.
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