A partir deste final de semana, o Governo Federal assumiu toda a organização e custos com os imigrantes haitianos que estão em Brasileia. Ainda existe um grupo de 800 refugiados na cidade esperando um emprego, a todo momento não param de chegar novos imigrantes. No sábado e domingo, foram quase 100.
Com recursos do governo federal, o Ministério da Integração decidiu limpar e ampliar o abrigo, que agora conta com uma enorme tenda. Estão sendo construídos banheiros em substituição aos químicos e área de refeitório e água em abundância.
Assim que concluiu a obra, as equipes começaram a organizar os grupos que foram colocados em ginásios de esportes. Um a um eles foram organizados lado a lado no galpão, separados homens e mulheres e quem têm crianças. Agora, o governo do Acre apenas ajuda e acompanha a ajuda humanitária.
Dos 1.400 haitianos que se acumularam há duas semanas em Brasileia, 800 ainda estão no abrigo esperando um emprego.
O início da imigração
Era apenas o décimo segundo dia de 2010, quando um terremoto, de escala 7,0, atingiu a ilha do Haiti. As consequências do tremor levaram à morte mais de 300 mil pessoas.
O pequeno e pobre país virou ruínas. Se antes a violência, a fome e a miséria imperavam, o terremoto colocou fim em qualquer programa ou projeto de recuperação do continente. 180 mil casas foram destruídas, postos de saúde, hospitais, escolas e prédios oficiais estão debaixo de escombros.
1,5 milhão de haitianos vivem em acampamentos improvisados, 810 mil só na capital Porto Príncipe. Depois do terremoto, a fome e as doenças mataram mais pessoas. Só a cólera levou 3.481 vidas.
A destruição da Haiti, teve reflexo imediato no Brasil. Desde 2011, o Acre virou uma das portas para entrada dos haitianos. A rota migratória ficou mais forte nos últimos meses.
Fugindo do seu pais de origem, os haitianos vendem o que tem para tentar a sorte no Brasil. Há duas semanas, 1.400 pessoas se espremiam num galpão em Brasileia, a situação ficou tão crítica, que o governador Tião Viana, decretou situação de emergência. O Acre não tinha mais condições de manter a comida, remédios, abrigo e agua para tanta gente.
O Governo Federal mandou uma força tarefa para regularizar os haitianos e trouxe na bagagem mais de R$ 700 mil para o atendimento aos imigrantes.
Por Adaílson Oliveira