Brasil
Governo anuncia medidas para eliminar hepatite C até 2030
O público mais vulnerável são os adultos acima de 40 anos. Quem contrai o vírus pode ter cirrose, câncer e morrer em decorrência dessas enfermidades.
O governo federal anunciou hoje (5) um plano para eliminação da hepatite C no Brasil até 2030. Este tipo é o mais letal entre as diferentes modalidades da doença, resultando em 75% das mortes por complicações relacionadas ao vírus. Entre as medidas, estão a ampliação da oferta de diagnósticos, a disponibilização de mais tratamentos no Sistema Único de Saúde e a sensibilização da sociedade sobre a importância de fazer o teste rápido.
Segundo o Ministério da Saúde, desde 1999, mais de 1 milhão de pessoas tiveram contato com o vírus, que ainda circula em 657 mil delas. Os casos notificados são 331 mil, já confirmados por autoridades de saúde. Em 2017, foram registrados 24,4 mil casos da doença, número levemente menor do que em 2016, quando foram registrados 28,4 mil casos.
A hepatite C é considerada uma “doença silenciosa” pelo fato do vírus contraído poder se manifestar ou ocasionar doenças anos depois. Ela é transmitida por sangue contaminado (em transfusões, por exemplo), ao fazer sexo sem proteção ou pelo compartilhamento de objetos cortantes. O público mais vulnerável são os adultos acima de 40 anos. Quem contrai o vírus pode ter cirrose, câncer e morrer em decorrência dessas enfermidades.
Metas
Desde 2015, quando foi introduzido o tratamento chamado DAA, foram realizados 76,5 mil tratamentos. As estimativas do Ministério da Saúde mostram que, se considerados tratamentos anteriores, o número de pessoas imunizadas alcançou mais de 100 mil.
“Um primeiro passo é fazer uma busca ativa para chegar às pessoas que tiveram casos notificados, mas não foram tratadas”, afirmou a diretora do Departamento e Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/AIDS e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, na cerimônia de lançamento do plano.
Para isso, a intenção é ofertar anualmente 50 mil terapias entre 2019 e 2024. A partir daí, o objetivo é oferecer 32 mil tratamentos anuais até 2030. A expectativa do MS é reduzir a mortalidade em razão de doenças associadas à hepatite C em 65% até 2030.
Outras metas são ampliar o número de pessoas testadas e simplificar o diagnóstico. Neste ano, o objetivo é assegurar o exame para 9,5 milhões de pessoas. Em 2020, o ministério quer chegar a 15,3 milhões de pessoas testadas e em 2030, a 30 milhões. Para os diagnósticos, a estimativa é realizar 40 mil procedimentos deste tipo por ano entre 2019 e 2030.
De acordo com o Ministério, a testagem frequente vai mirar pessoas vivendo com o vírus do HIV, populações privadas de liberdade (como presos), transsexuais, homens homossexuais, trabalhadores do sexo, usuários de drogas e pacientes de diálise.
A recomendação é que o teste seja feito pelo menos uma vez na vida também por pacientes de diabetes, que passaram por transfusão antes de 1992, que fizeram tatuagem ou botaram piercing em locais não regulamentados, com antecedente de uso constante de drogas ou que tenham tido contato com parceiros sexuais portadores de Hepatite C.
Hepatite B
No caso da Hepatite B, o governo também anunciou mudanças. Esta modalidade teve 13,4 mil casos registrados em 2017 e é responsável por 21,8% das mortes por doenças decorrentes do vírus. O Ministério da Saúde anunciou a intenção de mudar o tratamento realizado em três etapas de 0, 1 e 6 meses para 0, 7 e 21 dias, com um reforço posterior.
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Brasil
OEA condena decisão de Toffoli sobre provas da Odebrecht e alerta para risco jurídico

Ministro do STF Dias Toffoli | Foto: José Cruz/Agência Brasil
Comissão critica decisões do STF e aponta retrocessos no combate à corrupção no Brasil
Revista Oeste
A Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou preocupação com a anulação das provas da Odebrecht e a revisão dos acordos de leniência no Brasil. O alerta está no relatório divulgado nesta quarta-feira, 19, pela Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção.
O documento critica decisões recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que invalidou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht, atualmente chamada de Novonor, e suspendeu a multa aplicada à empresa. Para a OEA, tais medidas comprometem a credibilidade dos acordos de leniência e enfraquecem a confiança no sistema de Justiça.
Transparência Internacional condena desmonte da fiscalização
Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional, afirmou que a falta de uma regulamentação eficaz prejudica a fiscalização da legalidade e a efetividade dos acordos de leniência.
Segundo ele, há quase uma década, as informações sobre o suborno transnacional confessado pela Odebrecht em mais de dez países permanecem sob sigilo, e a invalidação das provas pode impedir que esses dados sejam divulgados.
“Não é digno que o Brasil se torne um cemitério de provas sobre a corrupção transnacional”, declarou Brandão.
Recomendações da OEA ao Brasil
O relatório sugere que o Brasil reavalie a execução dos acordos de leniência, corrija falhas e garanta maior transparência. Além disso, recomenda que o país passe a tipificar o enriquecimento ilícito como crime, uma medida que fortaleceria o combate à corrupção.
A Transparência Internacional já havia reportado à OEA um suposto desmonte das políticas anticorrupção no Brasil e em outros países da América Latina. A organização também condenou a decisão de Toffoli que anulou as ações contra o ex-ministro Antônio Palocci. Em comunicado, classificou a medida como mais um retrocesso no enfrentamento à macrocorrupção e alertou sobre os impactos dessas decisões na credibilidade do STF.
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Brasil
Copiloto de helicóptero da Polícia Civil é baleado na cabeça ao sobrevoar comunidade da Zona Oeste do Rio durante operação
O policial foi atingido no interior da aeronave do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) quando sobrevoava a Vila Aliança. Ele foi levado para o hospital Miguel Couto e o estado de saúde é gravíssimo.

Policial Felipe Marques Monteiro, 45 anos, foi baleado na cabeça — Foto: Reprodução
O copiloto de um helicóptero da Polícia Civil foi baleado na cabeça durante uma ação na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quinta-feira (20).
Felipe Marques Monteiro, 45 anos, foi atingido em uma aeronave do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e seu estado de saúde é considerado gravíssimo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Criminosos atearam fogo em barricadas durante operação da polícia na Vila Aliança — Foto: Reprodução
O policial foi levado para o hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul do Rio, para passar por uma cirurgia.
Informações preliminares davam conta de que Felipe pilotava a aeronave, mas, posteriormente, a Polícia Civil informou que ele era o copiloto.

Helicóptero da Polícia Civil durante operação na Vila Aliança na manhã desta quinta (20) — Foto: Reprodução
Felipe foi baleado durante uma operação contra uma quadrilha especializada em roubos de vans. Segundo a investigação, a quadrilha atua, principalmente, na Zona Oeste. Após roubar os veículos, o bando desmancha e revende as peças.
Em um dos endereços, na Vila Aliança, os bandidos atiraram nos policiais e atearam fogo em barricadas.

Piloto de helicóptero da Polícia Civil é baleado ao sobrevoar a Vila Aliança durante operação — Foto: Reprodução / TV Globo
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O ‘Senhor do Senhor das Armas’: PF mira real chefe de esquema que enviou 2 mil fuzis de Miami ao Rio; alvo é policial federal aposentado
A Operação Cash Courier busca desmantelar um esquema que, com a ajuda de Frederick Barbieri, enviou 2 mil fuzis de Miami para o Rio de Janeiro. O chefe de Barbieri é Josias João do Nascimento.

Casa no Recreio onde alvo atirou contra policiais — Foto: Reprodução/TV Globo
O Senhor das Armas, o brasileiro Frederick Barbieri, condenado por tráfico internacional de armas pela Justiça dos Estados Unidos, tem um chefe. E a TV Globo apurou que esse homem é o policial federal aposentado Josias João do Nascimento, de 56 anos.
O Senhor do Senhor das Armas é um dos alvos de 14 mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF nesta quinta-feira (20) na Operação Cash Courier. Segundo as investigações, o esquema de Josias e de Barbieri enviou 2 mil fuzis de Miami para o Rio de Janeiro — o destino eram favelas do Comando Vermelho (CV).
Um dos endereços atribuídos a ele é uma mansão no Alphaville, um condomínio de alto luxo na Barra da Tijuca. Até a última atualização desta reportagem, não se sabia se o agente aposentado estava na residência.
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