Brasil
Flamengo decide jogo em 10min, goleia o São Paulo e mantém chance do tri
O duelo entre São Paulo e Flamengo, hoje (14), com o Morumbi com quase 50 mil torcedores, foi decidido em dez minutos. Com dois gols nos primeiros três minutos e a expulsão de Calleri sete minutos depois, o time rubro-negro goleou por 4 a 0 no reencontro com o técnico Rogério Ceni e manteve a esperança de conquistar o tri do Campeonato Brasileiro. Gabigol, Bruno Henrique e Michael (2) anotaram os gols cariocas, comprometendo a situação do Tricolor nas últimas colocações na reta final de competição.
Essa foi a segunda vitória consecutiva do Flamengo, que no meio de semana havia batido o Bahia por 3 a 0 no Maracanã. Foi também a segunda goleada rubro-negra sobre o São Paulo na temporada. No primeiro turno, no Maracanã, o placar havia sido de 5 a 1. O resultado levou a equipe de Renato Gaúcho à vice-liderança, superando o Palmeiras, com 60 pontos. O Rubro-Negro tem oito pontos de desvantagem para o líder Atlético-MG, faltando apenas sete partidas para cada uma das equipes encerrar sua participação no campeonato.
O São Paulo, por sua vez, completa sua terceira partida sem vitória. Antes de cair diante do Flamengo, o Tricolor havia perdido para o Bahia, na Fonte Nova, e empatado com o Fortaleza, no Castelão. Com isso, a equipe segue estacionada na 15ª colocação, com 38 pontos, sob risco de rebaixamento. O time tem cinco de vantagem sobre o Juventude, que abre a zona do descenso.
O próximo jogo do Flamengo será novamente contra um paulista. Na quarta-feira, às 21h30, o Rubro-Negro encara o Corinthians, no Maracanã. O São Paulo também tem um confronto complicado. No mesmo dia, o Tricolor tem pela frente o clássico contra o Palmeiras, que vem de seis vitórias consecutivas no Brasileirão, no Allianz Parque.
Live do São Paulo
Live do Flamengo
O melhor: ataque rubro-negro
Fica difícil eleger o melhor jogador do Flamengo nesse duelo, tamanha a fluidez de seus jogadores de ataque. Se Gabigol teve o faro de artilheiro para abrir o placar, Bruno Henrique também fez o mesmo no segundo gol e ainda deu duas assistências. Michael, um xodó do técnico Renato Gaúcho, também voltou a ficar entre os destaques rubro-negros. Anotou um golaço, fez mais um na etapa final, tornando-se o artilheiro do Brasileirão, e contribuiu com um passe para gol, o que mostra a força ofensiva dos cariocas.
Vitória no Morumbi é algo raro
Fazia dez anos que o Flamengo não conquistava uma vitória no Morumbi. A última delas aconteceu no Brasileirão de 2011, por 2 a 1, com gols de Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho. Depois disso, foram seis triunfos tricolores e quatro empates. Essa foi também a segunda vitória -e por goleada- do Flamengo sobre o São Paulo nesta temporada. No primeiro turno, o Rubro-Negro havia aplicado 5 a 1 sobre o Tricolor. O retrospecto é o oposto do que aconteceu na temporada passada, quando o São Paulo ganhou os quatro confrontos diretos.
Gols-relâmpago decidem a partida
A defesa do São Paulo parecia atordoada no começo da partida. O primeiro gol, logo a 1 minuto de jogo, desestabilizou o setor e virou presa fácil para o rápido ataque do Flamengo. Foi Liziero quem perdeu a bola para Andreas Pereira na intermediária. A bola chegou a Bruno Henrique, que acionou de primeira Gabigol para abrir o placar. Dois minutos depois, foi a vez de Bruno Henrique marcar dentro da pequena área. Ele recebeu cruzamento de Michael, que foi lançado pela esquerda e passou fácil por Diego Costa antes de fazer a assistência.
Expulsão completa tragédia tricolor
Se começar a partida com dois gols de desvantagem com o Morumbi lotado já era difícil para o São Paulo, a situação terminou de se complicar aos 10 minutos. Em uma saída de bola do Flamengo com David Luiz, Calleri foi afoito com um carrinho e acertou a perna do beque rubro-negro com a sola. Levou cartão amarelo, mas após o lance ser revisado em vídeo pelo juiz Leandro Pedro Vuaden, foi aplicado o cartão vermelho para o argentino.
O artilheiro do Brasileirão
As boas atuações de Michael se seguiram no Morumbi, mostrando que será difícil tirá-lo do time titular. Aos 42 minutos, ele marcou um golaço em um chute colocado da linha da grande área que parou no ângulo esquerdo. Aos 9 minutos da etapa final, ele voltou a marcar após cruzamento de Bruno Henrique, tornando-se o artilheiro do Brasileirão, com 13 gols, superando Hulk, do Atlético-MG, e Gilberto, do Bahia. Esse foi também o quarto jogo consecutivo em que Michael balança as redes.
Tricolor atordoado
O massacre do Flamengo no primeiro tempo deixou o São Paulo sem muita ação para evitar um dano ainda maior do que já havia acontecido nos primeiros dez minutos. O Tricolor ainda teve uma boa chance de marcar, aos 16 minutos, após um lançamento da defesa que encontrou Rigoni livre no ataque. Na hora do domínio, porém, o atacante argentino tropeçou e não conseguiu dar sequência. Muito do que aconteceu no primeiro tempo do São Paulo pode ser resumido em uma frase do meia Igor Gomes no intervalo.
“Nem eu sei o que explicar. É momento de falar pouco e buscar uma solução”, disse ao canal Premiere.
Menos emoção com jogo decidido
Não dava para se esperar muito do segundo tempo após o jogo estar resolvido nos 45 minutos iniciais. O São Paulo mudou suas cinco peças regulamentares, mas não conseguiu assustar o gol do Flamengo em nenhum momento. Os cariocas ampliaram o placar logo aos 10 minutos e ficou por aí. Depois de Rodrigo Caio ter sido substituído por uma lesão na panturrilha, Renato Gaúcho optou por dar descanso a Gabigol e David Luiz. E a partir daí forçou pouco. A melhor chance aconteceu em um chute de Kennedy, que saiu à direita de Tiago Volpi, aos 21 minutos.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 0 x 4 FLAMENGO
Data: 14/10/2021 (domingo)
Local: estádio Cícero Pompeu de Toledo, em São Paulo (SP)
Hora: 16h (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Auxiliares: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e José Eduardo Calza (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)
Gols: Gabigol, aos 23″/1ºT, Bruno Henrique, aos 3’/1ºT e Michael, aos 41’/1ºT e aos 9’/2ºT para o Flamengo.
Cartões amarelos: Shaylon (SPA) e Matheuzinho (FLA)
Cartão vermelho: Calleri (SPA)
SÃO PAULO: Tiago Volpi; Diego Costa (Orejuela), Miranda, Léo e Reinaldo (Shaylon); Gabriel (Bruno Alves), Liziero, Igor Gomes; Marquinhos (Vitor Bueno), Calleri e Rigoni (Luciano). Técnico: Rogério Ceni.
FLAMENGO: Hugo, Matheuzinho (Rodinei), Rodrigo Caio (Gustavo Henrique), David Luiz (Bruno Viana) e Renê; Willian Arão (Piris da Motta), Andreas Pereira e Everton Ribeiro; Michael, Bruno Henrique e Gabigol (Kenedy). Técnico: Renato Gaúcho.
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Brasil
Pesquisa revela que rios do Acre passaram a ser alternativas do tráfico internacional de drogas
Juruá e Acre, além de outros 12 rios da Amazônia, passaram a ser utilizados com mais frequência por causa da lei do abate de aeronaves. A ação do tráfico fez explodir a violência na Amazônia, incluindo o Acre
Tião Maia, ContilNet
O aumento na taxa de homicídios em Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, o segundo maior município do Estado do Acre, no período de 2005 a 2020, foi como uma explosão em termos de violência: 595% em 15 anos.
A taxa saiu de 4,3, de 1996 a 2004, para 30, no período de 2005 a 2020, o segundo maior índice da região Norte do país. O primeiro ficou com Eirunepé, município do Amazonas, que tem uma população estimada em 33 mil habitantes. Entre 1996 e 2004, a média da taxa de homicídios de pessoas acima de 1 ano era de 3,7 por 100 mil habitantes. Mas, entre 2005 e 2020, esse número explodiu: 34 homicídios a cada 100 mil habitantes – um aumento vertiginoso de 819%.
Além de terem em comum a situação geográfica, Cruzeiro do Sul e Eirunepé, embora estejam em estados diferentes, são banhadas pelo mesmo rio, o Juruá, um dos afluentes do Rio Amazonas. Assim como esses dois, existem outros quatorze rios identificados por pesquisadores brasileiros como os “rios de cocaína”, por servirem de rota para o tráfico que envolve Brasil, Peru, Colômbia e Bolívia. São eles: Abunã, Acre, Amazonas, Caquetá, Envira, Içá, Japurá, Javari, Juruá, Madeira, Mamoré, Negro, Purus, Tarauacá, Uaupés e Xié.
O resultado da pesquisa está publicado na revista Piauí deste mês, com base em estudos sobre Interdição Aérea, Tráfico de Drogas e Violência na Amazônia Brasileira, produzido por pesquisadores do Insper e da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com a participação do IZA (Institute of Labor Economics), da Alemanha.
Uma versão resumida em português foi divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Amazônia 2030, iniciativa de pesquisadores brasileiros para desenvolver um plano sustentável para a Amazônia.
Cerco ao transporte de droga pelo ar fez aumentar uso dos rios, mostra pesquisa
De acordo com a publicação, a hipótese para o aumento da violência que atinge pequenos municípios na região amazônica banhados por essas águas tem uma explicação: com o cerco aos aviões, intensificou-se o uso de barcos no escoamento da droga.
A mudança no transporte do entorpecente aconteceu depois de 2004, ano em que o governo brasileiro colocou em prática uma política de interdição aérea, aprovada ainda em 1998. Com a nova lei, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi autorizada a abater aeronaves suspeitas de transportar drogas vindas dos países vizinhos. Assim, a migração para os rios foi uma estratégia dos criminosos para fugir da fiscalização policial.
O escoamento pela água, um meio de deslocamento mais demorado, exige uma dinâmica própria e influencia as comunidades atingidas, argumentam os estudiosos. Os longos trajetos, por exemplo, levam os criminosos a empregarem diferentes barqueiros, contratarem pessoas para fazer a segurança do carregamento, fornecer equipamentos, estocar a droga, entre outras funções. “Isso acaba trazendo a atividade ilegal para uma proximidade muito maior com a população local”, diz Rodrigo R. Soares, professor titular da cátedra Fundação Lemann no Insper e líder da pesquisa.
Mudanças na logística fizeram explodir a violência em cidades ribeirinhas
As estimativas do estudo indicam que a mudança na logística para movimentar a droga ocasionou, entre 2005 e 2020, 27% do total de 5.337 mortes em 67 cidades da região Oeste da Amazônia margeadas pelos dezesseis “rios de cocaína”. Elas têm menos de 100 mil habitantes, estão longe das grandes cidades e do cruzamento de rodovias, o que diminui as chances de as mortes estarem relacionadas a disputas fundiárias ou desmatamento ilegal. A prevalência de óbitos acontece entre homens de 20 a 49 anos, por uso de arma de fogo ou faca.
Os estudos mostram que o Brasil possui cerca de 8 mil km de fronteira com três países que concentram o plantio de coca na região, que está dividido da seguinte forma: Colômbia (61%), Peru (26%) e Bolívia (13%), segundo o relatório mundial do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês). Até o começo dos anos 2000, as principais rotas de escoamento passavam pela América Central e Caribe ou iam diretamente para norte-americanos e europeus, onde estão os maiores compradores.
A Amazônia brasileira começou a aparecer nesse mapa em meados dos anos 2000. O Brasil, que até então figurava na décima posição em volume de cocaína apreendida, atualmente é o terceiro colocado, atrás de Estados Unidos e Colômbia, apontam dados da UNODC de 2021. Foi nessa mesma época que o governo brasileiro investiu para aumentar o controle das fronteiras e do espaço aéreo na Amazônia, que abriga a maior floresta tropical do planeta e tem baixa densidade populacional: cerca de 5,6 habitantes por km².
Uma das medidas para inibir o tráfico veio em 2004 com a chamada Lei do Abate. A medida foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma longa discussão no Congresso e com as Forças Armadas. A lei sinalizava que o governo estava disposto a “combater, com as armas adequadas, a invasão de nossas fronteiras por quadrilhas internacionais de narcotraficantes”, afirmou o então ministro da Defesa, José Viegas Filho.
Àquela altura, o país montava uma infraestrutura própria para agir nesse campo – havia pouco controle sobre o espaço aéreo da Amazônia, o que facilitava voos carregados de drogas vindos de países andinos. Em 2002, o Sistema de Vigilância da Amazônia e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam) entraram em operação sob a justificativa de aumentar a vigilância e o controle do tráfego aéreo, das fronteiras, monitorar comunicações clandestinas, rotas de tráfico e contrabando, além de identificar pistas escondidas e garimpos ilegais. Anos mais tarde, em 2005, o Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta IV) iniciava suas atividades em Manaus.
Assim que a Lei do Abate passou a valer, a FAB diz ter registrado uma redução imediata de 32% no número de voos irregulares. O primeiro relato de interceptação de avião suspeito veio a público em 2009, quando uma aeronave vinda da Bolívia foi alvo de disparos de advertência pelos militares brasileiros após o piloto se negar a obedecer. Depois dos tiros, o avião, que carregava 176 kg de pasta base de cocaína, pousou numa estrada de terra em Rondônia.
O estudo liga a interdição aérea ao volume da droga apreendida. Com a migração de parte do comércio ilegal para os rios e estradas, o Brasil dobrou a quantidade de cocaína detida por mar, terra e ar entre 2004 e 2005: foi de 7,7 toneladas para 15,7 toneladas, segundo estatísticas divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) à época.
No entanto, a estratégia usada para dificultar o tráfico de drogas pelo ar pode ter estimulado um novo problema. Segundo o estudo dos pesquisadores brasileiros, a geografia da floresta favoreceu a rápida adaptação do narcotráfico. A análise indica que a violência nas cidades ao longo das vias acessadas mudou de padrão depois da Lei do Abate. O estudo também aponta o aumento de mortes por overdose, sinalizando maior presença de drogas em circulação. “Observamos que diversos municípios com zero casos de overdose antes de 2005 passaram a ter episódios esporádicos desde então”, afirmam os pesquisadores, alertando ainda para a provável subnotificação de casos.
Disputa pelo monopólio do tráfico na região entre facções criminosas
Os pesquisadores alertam que é praticamente impossível enfrentar o problema numa região do tamanho da Amazônia, maior que a União Europeia, apostando só na presença ostensiva da polícia ou das Forças Armadas. “Tem que pensar em algum uso de tecnologia que seja capaz de acompanhar isso e gerar alertas que acionem uma reação”, sugere a pesquisa, citando drones, radares móveis e melhor coordenação entre os órgãos de fiscalização e autoridades dos países vizinhos. Outra ação vital é oferecer às comunidades locais alternativas que gerem renda, preservem a floresta e o modo de vida tradicional, a fim de evitar o envolvimento dos moradores com o narcotráfico e impedir possível “entrincheiramento de algum grupo criminoso ali na região que consiga um monopólio”.
A disputa pelo monopólio do tráfico de drogas na Amazônia sugerida pela pesquisa foi diagnosticada pelo Fórum de Segurança Pública em um relatório de 2022, citado no estudo sobre os “rios de cocaína”. A análise do Fórum abordou o interesse de facções do Sudeste, como o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital, o PCC, de São Paulo, pelo controle da região entre 2015 e 2016. O relatório cita ainda que “algumas facções locais compreenderam melhor os mecanismos de funcionamento das redes ilegais através da Amazônia”.
Esse fenômeno suscitou o surgimento de organizações regionais, como a Família do Norte, no Amazonas. Cientes disso, os estudiosos do Insper e da USP compararam os homicídios ocorridos após 2015, tentando identificar algum aumento de óbitos a partir da interferência das facções. Os números mostram que a taxa de mortes se manteve similar durante todo o período a partir de 2004, quando a restrição aérea foi implementada.
Por fim, os pesquisadores ressaltam que, além dos esforços brasileiros para conter o crime organizado, é imprescindível uma cooperação internacional, “principalmente na região andina, para garantir uma abordagem coordenada ao tráfico de cocaína, com maior troca de informações e práticas de segurança transnacional”.
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Com repasses de R$ 32,5 milhões, Acre chegou a 98% de execução de recursos da Lei Paulo Gustavo, diz governo federal
Rio Branco foi o grande protagonista, com R$ 3,15 milhões aplicados em projetos audiovisuais
O Acre foi um dos estados que mais se destacou na execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo, com mais de 98% do montante recebido sendo investido na cultura local. Ao todo, o estado e seus 22 municípios executaram R$ 32,5 milhões, sendo R$ 23,86 milhões direcionados ao setor audiovisual e R$ 8,68 milhões para diversas outras manifestações culturais, como música, dança, pintura e artes digitais.
Entre os municípios acreanos, Rio Branco foi o grande protagonista, com R$ 3,15 milhões aplicados em projetos audiovisuais e R$ 1,27 milhão em outras áreas culturais. As cidades de Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá e Feijó também se destacaram na execução dos recursos, contribuindo para o fortalecimento da cultura no estado.
A Lei Paulo Gustavo, sancionada em 2022, foi criada para apoiar o setor cultural durante a pandemia de Covid-19. Inspirada no legado do humorista Paulo Gustavo, que faleceu em decorrência da doença, a lei destinou recursos a estados, municípios e ao Distrito Federal, com o objetivo de ajudar artistas e produtores culturais a manterem suas atividades durante a crise. Com uma execução recorde, a lei se consolidou como o maior investimento direto na cultura na história do Brasil, promovendo o fortalecimento da economia criativa e a valorização das expressões culturais locais.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez questão de ressaltar a importância da Lei Paulo Gustavo para o desenvolvimento cultural e social do Brasil. “A lei é responsável pelo desenvolvimento econômico, social e artístico ao injetar recursos financeiros nos municípios e estados, gerando emprego, renda e dignidade para o nosso povo. A cultura está diariamente na vida dos brasileiros, e por isso leis de incentivo, como a Paulo Gustavo, são fundamentais para fomentar e evidenciar a diversidade da nossa gente e as diferentes formas de se fazer cultura”, afirmou.
Em nível nacional, os recursos da Lei Paulo Gustavo somaram R$ 3,93 bilhões, o maior investimento na história do país para o setor cultural. Com uma execução recorde de 95% dos recursos, a lei se consolidou como um importante pilar de apoio à cultura, especialmente em um momento tão desafiador como a pandemia de Covid-19.
O Acre, ao lado de outros estados que também se destacaram, como o Espírito Santo e o Paraná, é exemplo de como a aplicação desses recursos tem gerado impacto positivo na economia e na vida das pessoas. A execução eficiente no estado mostra como é possível investir em cultura e fortalecer a identidade local, ao mesmo tempo em que se geram novas oportunidades para a população.
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Governo Federal propõe expansão do crédito consignado para trabalhadores do setor privado
Para viabilizar essa nova modalidade de crédito, o governo deve editar uma Medida Provisória (MP) ainda em fevereiro, embora o prazo exato ainda não tenha sido definido. Existe também a possibilidade de enviar um projeto de lei para o Congresso Nacional
O Governo Federal anunciou a criação de uma proposta legislativa que visa expandir o acesso ao crédito consignado para os cerca de 42 milhões de trabalhadores com carteira assinada (CLT) no Brasil, especialmente aqueles com dificuldades de acesso a este tipo de financiamento. A principal novidade da proposta é a criação de uma plataforma que permitirá aos bancos e instituições financeiras consultar diretamente o perfil de crédito dos trabalhadores por meio do eSocial, o sistema eletrônico obrigatório que reúne informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais dos empregados de todo o país.
O crédito consignado, uma das modalidades de empréstimo mais populares no Brasil, tem as parcelas descontadas diretamente da folha de pagamento do devedor. Essa modalidade oferece juros mais baixos em comparação com outros tipos de crédito, sendo amplamente utilizada por servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS. Atualmente, a legislação permite que trabalhadores com carteira assinada acessem o crédito consignado, mas a exigência de convênios entre empresas e bancos dificulta a adesão de pequenas e médias empresas, limitando o acesso ao serviço.
O projeto foi discutido em uma reunião com o presidente Lula, os ministros Haddad e Luiz Marinho, além dos presidentes de cinco dos maiores bancos públicos e privados do país, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander. Durante o encontro, ficou claro que a proposta busca eliminar a necessidade de convênios entre as empresas e os bancos, facilitando a oferta de crédito para trabalhadores de diversos setores, independentemente do porte da empresa em que trabalham.
Para viabilizar essa nova modalidade de crédito, o governo deve editar uma Medida Provisória (MP) ainda em fevereiro, embora o prazo exato ainda não tenha sido definido. Existe também a possibilidade de enviar um projeto de lei para o Congresso Nacional, conforme indicou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
As regras sobre o limite do crédito consignado, como o teto de 30% da renda mensal do trabalhador comprometida com o empréstimo, deverão permanecer inalteradas. Além disso, os trabalhadores poderão utilizar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a multa por demissão sem justa causa para o pagamento das parcelas, caso se desliguem da empresa.
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