Brasil
Filas marcam retorno da Bienal Internacional do Livro a São Paulo
Após quatro anos, evento voltou a ser realizado presencialmente
Por Elaine Patrícia Cruz -Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Quatro anos depois e uma pandemia, a Bienal Internacional do Livro volta a ser realizada de forma presencial em São Paulo. A 26a edição do evento teve início ontem (2) no Expo Center Norte, na capital paulista, e vem gerando filas gigantescas. Neste domingo (3) ensolarado, por exemplo, o público que decidiu visitar a Bienal do Livro reclamou de uma espera de até duas horas na fila para poder entrar no local.

O administrador Andre Kaufmann, 56 anos, foi um dos que estiveram hoje no Expo Center Norte e reclamou muito da falta de organização para entrada no evento. Segundo ele, não existiam filas específicas, por exemplo, para quem já havia adquirido o ingresso com antecedência. Ele reclamou ainda de que várias pessoas que chegaram depois, conseguiram entrar ao local antes dele. “Acho super importante [um evento como esse]. Porque é a demonstração de que todo mundo continua lendo ainda. Mas podiam fazer alguma coisa mais sensata e organizada. Se tenho um ingresso aqui [que comprei adiantado], [deveria entrar em] uma fila. Quem vai comprar ingresso, outra fila”, falou. “Quem está chegando na última hora não pode atravessar você que chegou aqui às 10h da manhã. Isso é falta de respeito”, disse ele, indignado.
A dificuldade na fila também foi relatada por Nádia Miranda, 42 anos. Ela contou ter esperado por duas horas para poder entrar na Bienal. Apesar disso, ainda estava animada para participar do evento. “É cansativo [esperar na fila]. Mas acho que, quando a gente entra, vale a pena”, disse ela à reportagem da Agência Brasil. No evento deste ano, ela pretende comprar livros e entrar em contato com algumas autoras. “Acompanho muito as autoras independentes. Então hoje vim ver algumas delas que estão aqui expondo”, contou. Leitora voraz, segundo contaram suas amigas, Nádia reforça a importância da leitura nos dias de hoje. “O mundo atual está muito sujo, mas o mundo da arte é diferente: a gente consegue viajar”, disse ela.
A trabalhadora da área de saúde, Marilene Bezerra de Sousa Oliveira, 51 anos, trouxe a família para a Bienal neste domingo. Após também ter passado duas horas na fila para entrar ao local, ela estava animada para participar do evento pela primeira vez na vida. “Eu não conhecia, é a minha primeira vez aqui. Não conhecia a Bienal. Sabia que tinha, mas essa é a primeira vez que estou aqui”, contou ela à reportagem. Marilene diz que lê menos do que gostaria, por causa da correria do dia a dia. Mas que sua filha lê bastante. “Eu leio menos do que minha filha. Ela lê dois livros por mês. Eu até lia, mas agora com a correria [fica mais difícil]”, disse ela.
Do lado de dentro
Dentro da Bienal, o que se viu também foi muita gente, muita aglomeração. Percorrer os corredores do Expo Center Norte não era uma tarefa simples a ser realizada neste domingo. Havia filas nos banheiros, nos corredores e até mesmo em alguns stands de livrarias. Mas isso não desanimou o público presente. Caso do estudante e recepcionista Mateus Henrique Santos, 17 anos. “É a minha primeira vez. E estou amando muito”, disse ele, muito animado, à Agência Brasil.
Segurando diversas sacolas, repletas de livros que acabara de comprar, ele se mostrava muito feliz em ter conhecido a autora de uma edição que adquiriu neste domingo. “Não sei quantos livros comprei. Mas comprei, por exemplo, Jogador No 1 [Ernest Cline], do filme. Tem também uma autora que eu nunca li nada dela, mas comprei pela recomendação de uma amiga. E ela fez uma dedicatória para mim no livro As Férias da Minha Vida [Clara Savelli]”, contou ele.
“Como vou pagar todos esses livros que comprei não sei. Mas comprei”, disse ele rindo, confessando que ainda iria fazer mais compras. “Agora pretendo andar mais. E talvez comprar mais alguma coisa porque meu aniversário está chegando e a minha irmã vai comprar mais coisa para mim”, falou. Nem mesmo as filas para pagar pelos livros ou a multidão que circulava pela Bienal o abalou neste domingo. “Eu amei. Eu gosto porque mostra que tem muita gente interessada em ler”, disse ele.
Quem também não se abalou com a multidão presente à Bienal foi Rita de Cássia Leite Batista, 57 anos, que trabalha na área de educação. “É bacana. É motivador saber que tem muitas pessoas que gostam de ler ainda. Sempre incentivei minhas filhas a ler. Estou bastante contente porque ontem teve 500 mil pessoas aqui. E hoje está cheio também”, falou. Ao lado da filha, ela aproveitou um período de descanso para dar uma lida em um dos livros que havia acabado de adquirir. “Comprei alguns livros mas, na verdade, eu vim ver meu autor preferido que é o William Sanches”, disse ela, que aguardava o horário em que o autor faria uma sessão de autógrafos. “Já peguei a minha senha [para o autógrafo]. Vou dar um abraço nele”, contou ela.
Além de sessões de autógrafos, palestras, venda de livros e contato com autores, a Bienal deste ano ainda conta com ambientes para selfies, como um que reproduz a capa do livro Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, ou um em que você finge ser uma boneca Barbie dentro de uma caixa. Há ambientes também específicos para o público infantil.
Procurada pela Agência Brasil, a organização da Bienal informou que tem a expectativa de receber, até o dia 10 de julho, um público de 600 mil visitantes. “De acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL), realizadora do evento, o primeiro dia (2) da Bienal teve grande comparecimento do público ávido por novidades, o que provocou filas. De imediato, a direção da feira providenciou ajustes na operação, a fim de aprimorar ainda mais a estrutura voltada à visitação, prioritariamente no quesito da segurança dos visitantes. Por conta desse grande fluxo, a organização incorporou à rotina do evento, a partir de hoje um aumento no efetivo operacional”, diz a nota do evento.
A Bienal do Livro de São Paulo acontece até o dia 10 de julho. Mais informações podem ser obtidas pelo site do evento https://www.bienaldolivrosp.com.br/
Edição: Claudia Felczak
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Brasil
Brasil alcança a liderança global na produção de carne bovina em 2025, segundo o USDA
Resultado reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Mapa, com destaque para a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa
O Brasil foi reconhecido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) como o maior exportador de carne bovina do mundo em 2025. A conquista reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que investiu em:
- prevenção estratégica
- vigilância sanitária; e
- ampliação da força de trabalho.
O marco ocorre após o reconhecimento internacional do país como livre de febre aftosa sem vacinação, certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Para o ministro Carlos Fávaro, “a força desse sistema permite conquistas históricas. Ser reconhecido pelo USDA como o maior produtor mundial de carne bovina é um orgulho brasileiro”.
Os resultados refletem a adoção de medidas estruturantes que elevam o nível de segurança sanitária da produção agropecuária, ampliam o acesso a mercados internacionais e fortalecem a confiança do Brasil junto a parceiros comerciais mais exigentes.
Medidas
Entre as principais iniciativas está a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa, medida que fortalece a capacidade de resposta rápida a eventuais emergências sanitárias. O repositório assegura a disponibilidade imediata de antígenos para a produção de vacinas, caso necessário, em consonância com as práticas internacionais recomendadas pela OMSA.
Além da prevenção, o Mapa avançou no reforço das ações de fiscalização e inspeção sanitária. Portarias publicadas no Diário Oficial credenciaram as primeiras empresas para apoiar atividades de inspeção ante mortem e post mortem em animais destinados ao abate. Os serviços serão executados por médicos-veterinários contratados, sob supervisão de auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs), sem alteração das competências legais do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Paralelamente, o Ministério promove a convocação de novos servidores aprovados em concurso público, para fortalecer a presença do Estado em ações de vigilância e controle sanitário em todo o país.
“Isso mostra a robustez do sistema, mostra que o Brasil está preparado, porque as crises sanitárias são cada vez mais recorrentes”, ressaltou Fávaro.
Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa
A implantação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa representa um avanço estratégico na biossegurança e na proteção da pecuária nacional. O repositório segue recomendações da OMSA e conta com parcerias do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e da empresa argentina Biogénesis Bagó.
“Estamos fazendo a nossa parte ao investir no banco de antígenos. É um investimento que garante a continuidade de um processo extraordinário que o Brasil conseguiu alcançar”, afirmou o ministro Carlos Fávaro.
Segundo o presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, “a criação do banco brasileiro de antígenos evidencia a nossa marca de prevenção, precaução e atenção permanente à agropecuária brasileira. O modelo adotado é moderno e eficiente, ao garantir a manutenção de um estoque estratégico de antígenos”.
Com investimento de R$ 48 milhões, a iniciativa prevê a produção de até 10 milhões de doses, capazes de viabilizar de imediato a fabricação de vacinas em situações emergenciais e assegurar a distribuição ágil conforme demanda do Mapa. “Este é um sonho que sonhamos há muito tempo, cuidadosamente planejado e agora executado”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Os antígenos produzidos serão submetidos a rigorosos testes de controle de qualidade, sob supervisão do Governo Federal, a fim de assegurar eficácia, segurança e confiabilidade do material armazenado.
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Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 62 milhões neste sábado

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. Ninguém acertou as dezenas no sorteio passado, realizado na quinta-feira (18).
As apostas podem ser feitas até as 20h (horário de Brasília) de hoje, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site ou aplicativo da Caixa.
Para o bolão, o sistema fica disponível até as 20h30 no portal Loterias Caixa e no aplicativo Loterias Caixa.
A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 6.
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TST determina manutenção de 80% do efetivo durante greve dos Correios

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
A ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou nesta sexta-feira (19) que os trabalhadores dos Correios mantenham 80% do efetivo em atividade durante a greve da categoria, iniciada na última terça-feira (16).
A medida liminar foi concedida a pedido da estatal contra os sindicatos que representam os funcionários. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.
A greve está concentrada em nove estados (Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
No entendimento da ministra, o serviço postal tem caráter essencial e não pode ser paralisado totalmente. Além disso, Katia Arruda ressaltou que a greve foi deflagrada em meio ao dissídio coletivo que tramita no TST.
Os funcionários reivindicam a aprovação de um novo acordo coletivo de trabalho, reajuste salarial e soluções para a crise financeira da estatal, que vai precisar de um empréstimo de R$ 12 bilhões, garantidos pelo Tesouro, para cobrir os recentes prejuízos.
Os Correios informaram que todas as agências estão abertas e que a empresa adotou medidas de contingência para minimizar os impactos para a população.


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