Cotidiano
Festividades na tríplice fronteira e Festival Internacional da Castanha são apostas para atrair turistas no Alto Acre
Na cidade de Epitaciolândia, fronteira com a Bolívia, a equipe da Sete esteve com a prefeitura do município para tratar da Feira Internacional da Castanha, que deve receber expositores internacionais, com foco em dar visibilidade aos produtores e fazedores da cultura da castanha

Assis Brasil, no estado do Acre, é um município brasileiro localizado na tríplice fronteira Brasil-Peru-Bolívia. Foto: Prefeitura de Assis Brasil
Com o objetivo de fomentar o turismo na tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru, equipes da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo do Acre (Sete) realizam visita técnica nos municípios de Assis Brasil e Epitaciolândia, entre os dias 28 e 30, para realizar ações que contribuem para o desenvolvimento local, em parceria com as prefeituras. Entre as ações, estão a análise técnica para a otimização e apoio ao Festival Internacional da Castanha, em Epitaciolândia, e diversas festividades, feiras e projetos de infraestrutura de pontos turísticos de Assis Brasil.
“Estamos intensificando cada vez mais a parceria com as prefeituras, com o objetivo de fomentar o turismo nos municípios. É nossa intenção que o Estado e as prefeituras trabalhem lado a lado para que os acreanos se sintam ainda mais orgulhosos da nossa terra, que tanto tem a mostrar e oferecer a todas as pessoas que visitam o Acre”, destacou o secretário de Estado de Turismo e Empreendedorismo, Marcelo Messias.
Turismo na Tríplice Fronteira
Em Assis Brasil, a equipe da Diretoria de Turismo da Sete realizou coleta de informações para a construção de um estudo de viabilidade turística. O chefe do Executivo municipal, Jerry Correia, apresentou o portal de entrada do município, que destaca a história do local e a Praça da Bandeira, lugar que pretende fazer uma conexão com a trilha do Purussaurus [gênero extinto de jacaré gigante], que foi encontrado na região de Assis Brasil.
A guia de turismo e servidora da Sete, Adalgisa Bandeira, explicou que uma das solicitações do prefeito é a otimização da trilha do Purussaurus, que tem aproximadamente 1 km, e a criação de uma representação do jacaré extinto. Além da tríplice fronteira Brasil-Peru-Bolívia, Adalgisa ressaltou que há outros eventos atrativos do público estrangeiro, como as culturas e tradições dos povos indígenas, o Festival de Praia, o Carnavassis e a Festa da Pátria, com assiduidade peruana forte.
“Os pontos turísticos apresentados pelo prefeito são o Marco Rondon, onde há uma torre, de cerca de 3 metros de altura, que foi implantada pelo Marechal Rondon em 1929, e tem uma praça em torno dela. Além disso, há também o Santuário da Santa Raimunda do Bom Sucesso [conhecida por ser protetora dos seringueiros], e que faz uma romaria ecológica pela floresta até chegar no local”, detalhou Adalgisa.

Equipe técnica da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo dialoga com equipes da Prefeitura de Assis Brasil. Foto: Mirla Almeida/Prefeitura de Assis Brasil
O arquiteto Rodrigo Alencar e o engenheiro Pedro Miranda, da Sete, também estiveram no município para oferecer um olhar técnico de infraestrutura sobre destinos turísticos locais: “Como a cidade está na tríplice fronteira, o potencial turístico é gigantesco, visto que muitas pessoas passam pelo local para chegar ao Peru, então a Prefeitura de Assis Brasil pretende fomentar a economia da cidade com o turismo também”, explicou Rodrigo.
Festival Internacional da Castanha
Na cidade de Epitaciolândia, fronteira com a Bolívia, a equipe da Sete esteve com a prefeitura do município para tratar da Feira Internacional da Castanha, que deve receber expositores internacionais, com foco em dar visibilidade aos produtores e fazedores da cultura da castanha, além de apresentar diversidades de produtos como o café e o látex, valorizando a diversidade de produções e tradições locais.

Produção da castanha é uma atividade econômica importante para muitas famílias, no Acre. Foto: Bruno Moraes/Sete
O evento está programado para acontecer em fevereiro e envolve os municípios de Brasileia, Xapuri, Capixaba, Assis Brasil e Iñapari, no Peru, e Cobija, na Bolívia. O festival é uma realização da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (Cooperacre), com a coordenação executiva da Cooperativa Agroextrativista de Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasileia (Coopaeb), em parceria com diversas instituições públicas e as prefeituras municipais.
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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026
Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.
O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.
— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.
De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.
O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada
Nota da Prefeitura de Rio Branco
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.
O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.
Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.
Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.
A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada
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Caso Ruan: Pai acorrenta moto em outdoor em protesto pela morte de jovem em acidente de trânsito
Fabio Santos levou veículo que filho usava no momento do acidente a um outdoor com pedido de justiça. Família criou ainda um instituto com o nome do jovem para dar assistência gratuita a vítimas de acidentes de trânsito

Pai do jovem disse que deveriam ter mudanças na legislação de transito, acerca das penalizações nos casos de acidentes. Foto: Arquivo pessoal
O advogado e árbitro Fábio Santos, pai deRuan Rhiler Rodrigues Santos, que morreu em novembro em um acidente de trânsito, acorrentou a motocicleta que o filho usava no momento da batida em um outdoor com um pedido de justiça. A fachada destaca também a criação de um instituto com o nome do jovem.
“Sua voz não será silenciada!”, destaca.
Ruan, de 23 anos, foi atropelado por uma caminhonete conduzida pelo pastor Roberto Coutinho. Conforme o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), o automóvel, que seguia sentido Porto Acre/Rio Branco, invadiu a contramão e atingiu a vítima frontalmente. O rapaz, que também era árbitro, morreu no local.
Fábio contou que ideia de acorrentar a motocicleta ao outdoor é uma forma de conscientizar sobre os impactos das mortes no trânsito. Segundo ele, a moto do filho teve perda total.
“Essa moto simboliza a imprudência no trânsito e é um pedido de justiça. Esse menino com esse sorriso bonito, cheio de vida, que teve a vida ceifada por imprudência no trânsito, não pode s
O árbitro mandou instalar a foto do filho e o pedido de justiça em três pontos: nas proximidades do Tribunal de Justiça (TJ-AC), na Cidade da Justiça, na estrada de Porto Acre, na região do bairro Alto Alegre, onde a moto está acorrentada, e o terceiro na entrada da Vila do Incra, em Porto Acre.
Após o acidente, Fábio foi surpreendido ao descobrir que a moto foi multada na data do acidente devido a atraso no documento do veículo.
“Tirei do Detran, paguei pátio e guincho para poder simbolizar que as pessoas tenham mais consciência. Quando uma vida é tirada no trânsito, famílias se destroem”, complementou.
O advogado sugeriu ainda que deveriam ter mudanças na legislação de trânsito sobre as penalizações nos casos de acidentes. O pastor Carlos Roberto Carneiro Coutinho permaneceu no local, prestou assistência e foi levado para delegacia. Ele foi liberado após o depoimento.
“A legislação precisa mudar, sobretudo nesses casos em que a pessoa mente ao ser ouvida, assim, a penalidade seria uma outra. Tentou burlar o processo, seria ainda maior sua pena”, disse emocionado.

Ruan Santos era árbitro, assim como o pai Fábio Santos. Foto: Arquivo pessoal
Instituto Ruan Santos
Buscando amenizar a dor de quem perde um familiar no trânsito, Fábio Santos criou o instituto que leva o nome do filho para dar assistência gratuita às vítimas. As ações começam a partir de janeiro, tendo como base o trabalho voluntário.
“Vamos dar assistência gratuita para as famílias e vítimas através de amigos voluntários. Teremos psicólogos, fisioterapeutas e até apoio jurídico, além do auxílio de insumos como muletas, cadeiras de rodas e o que for preciso. Em casos de morte, como a do meu filho, vamos ajudar com o caixão, velório e até no sepultamento”, declarou.
O Instituto Ruan Santos tem o lema “Mão que Guia, Voz que Luta, Vida que Importa”. Segundo Fábio, a ideia do projeto surgiu logo após a morte do árbitro, que tinha 23 anos e deixou uma filha de seis anos que está sob cuidados da família e recebe atendimento psicológico para lidar com a perda precoce do pai.
“É um símbolo de que a morte do Ruan não fique impune e as pessoas não saiam matando”, concluiu.

Fábio contou que ideia de acorrentar a motocicleta ao outdoor é uma forma de conscientizar sobre os impactos das mortes no trânsito. Foto: captada
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Aos 23 anos, bacharela em direito é a juíza de paz mais nova eleita no Acre: ‘Construir harmonia’
Shayra Oliveira, de Senador Guiomard, está entre os 24 escolhidos em eleição inédita que ocorreu no último domingo (30) em todo o Acre. Com mais de 1,2 mil votos, ela foi a segunda mais votada do estado

Aos 23 anos, Shayra Oliveira se tornou a juíza de paz mais nova e a segunda mais votada no AC. Foto: Cedida
“Minha idade foi vista com admiração, como uma força jovem disposta a assumir uma missão tão importante”.
Aos 23 anos, a acreana Shayra Oliveira, de Senador Guiomard, interior do Acre, foi eleita a juíza de paz mais jovem do estado e a segunda mais votada, com 1.271 votos. A escolha ocorreu no último domingo (30), quando o Acre elegeu 24 juízes e juízas de paz por meio de votação direta.
Além disso, o Acre foi o primeiro estado do país a colocar em prática a eleição direta para juízes e juízas de paz. A votação teve apuração em tempo real.
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), a jovem também já atuou na Defensoria Pública (DPE-AC) e trabalhou na Serventia de Registro Civil da cidade onde ela mora, onde teve contato com habilitações de casamento e atendimento ao público.
Shayra decidiu disputar o cargo por acreditar no papel conciliador da função. Ela destacou que sempre teve afinidade com atividades de diálogo e acolhimento. Características que, segundo ela, se conectam com a rotina do juiz de paz.
Ainda segundo ela, a sua formação acadêmica e experiências anteriores ajudaram a sustentar o passo dado tão cedo.
“Enxergo esse trabalho como uma oportunidade de construir harmonia”, disse.
Ela contou que foi a família quem primeiro enxergou firmeza no perfil da jovem e a encorajou a disputar a eleição.
Um vídeo gravado por um amigo ganhou alcance nas primeiras horas e ajudou a colocar seu nome em circulação no município. De acordo com ela, antes mesmo de pedir votos, muitas pessoas já comentavam que votariam nela.
Durante o período eleitoral, Shayra percorreu a cidade. A rotina apertada, entre compromissos domésticos e conversas com moradores, ajudou a aproximá-la ainda mais da comunidade, algo que ela pretende levar para a atuação no cargo.
Planos
Entre as prioridades para os primeiros meses, a nova juíza de paz destaca a presença constante na comunidade. Ela disse que a ideia é oferecer atendimento acessível, transparente e ouvir de perto as necessidades das famílias.
“O desafio é lidar com conflitos e expectativas diferentes, mas quero sempre buscar soluções pacíficas”, afirma.
A jovem avalia que a eleição representa não apenas um reconhecimento pessoal, mas também uma demonstração de confiança da população. A eleita também destacou que o título de juíza de paz mais jovem do Acre carrega esforço, renúncias e a convicção de que o diálogo é o caminho.
“Minha campanha foi construída com simplicidade e respeito. Cada voto recebido reforça a responsabilidade de honrar essa missão”, completou.



















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