Acre
Fernanda Hassem transforma lixão de Brasileia em modelo para outras cidades
Especial Wânia Pinheiro
No Acre, maioria das cidades continua sem um aterro sanitário para armazenar o lixo produzido por seus moradores, mas um dos municípios que ganhou destaque no ano passado foi Brasileia, que conseguiu transformar seu lixão, cujos entulhos de todos os tipos se espalhavam até as margens da BR-317, em um simpático lugar onde hoje mais parece a entrada de uma chácara bem cuidada.
Quem passa hoje pelo lixão de Brasileia, localizado na BR-317, há 10 quilômetros da cidade, sentido Assis Brasil, não percebe que ali continuam sendo depositados milhares de toneladas de lixo produzido diariamente por seus moradores e também pelo município de Epitaciolândia.
O lugar onde antes tinha lixo até às margens da estrada, e muitos urubus, teve uma mudança drástica. Pode-se dizer que “mudou da água para o vinho”, e também que pode servir de modelo para muitas cidades do Acre e de outros estados brasileiros que hoje possuem lixões a céu aberto colocando em risco a saúde de seus moradores.
“E ali tem um lixão? Quem não sabe que ali é um lixão pensa que é a entrada de uma propriedade rural”, comentou o caminhoneiro Antônio Chagas Nascimento, de 49 anos, que viajava com a esposa e um filho de dois anos para o Peru.

Lixão de Brasileia foi totalmente modificado na gestão da prefeita Fernanda Hassem/Foto: Wania Pinheiro/ContilNet
A prefeita Fernanda Hassem (PT) disse à ContilNet que ao assumir o mandato, em primeiro de janeiro de 2016, ao menos sete famílias indígenas viviam no local, morando em condições sub-humanas.
“O lixão foi um dos maiores gargalos no início da nossa gestão. Quando assumimos a prefeitura o lixo estava na BR-317, e recebemos informações de que sete famílias indígenas moravam no local, vivendo em condições sub-humanas”, lembra.
Uma semana após assumir o mandato, Fernanda Hassem conseguiu formar uma parceria com o Ministério Público do Acre, e com o prefeito Tião Flores, já que o lixão é de uso compartilhado com o município de Epitaciolândia.
“Apesar das grandes dificuldades financeiras, criamos um cronograma, todo acompanhado pelo Ministério Público, e como tratava de uma ação prioritária executamos com recurso próprio uma limpeza imediata de todo o local”, conta.
Na entrada do lixão foi construída uma guarita, instalado portão eletrônico e só tem acesso ao local os funcionários cadastrados pelas prefeituras de Brasileia e Epitaciolândia.
Dos 50 hectares de terras disponíveis para receber lixo, a prefeitura só utiliza nove. “Temos espaço o bastante para construir um dos melhores aterros sanitários do Estado. Por enquanto, conseguimos melhorar muito o nosso depósito de lixo. Temos segurança 24 horas, com vigias que não permitem mais a entrada de quem não esteja autorizado pelas duas prefeituras. Assim, não corremos mais o risco de termos pessoas dentro do lixão, como tinha há pouco mais de um ano”, lembra Hassem.
Lixo, um problema mundial
O lixo sempre foi um grande problema em todo o Planeta. Maioria dos municípios do Brasil ainda não encontrou uma solução para acabar com os lixões, que são motivo de críticas e revoltam milhares de pessoas que têm que conviver diariamente com insetos, com uma grande quantidade de urubus e ainda viver expostas aos mais variados tipos de doenças.
Até 31 de julho de 2018 as Capitais e municípios de região metropolitana terão que acabar com seus lixões, e as cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo de até 31 de julho de 2020 para implementarem seus aterros sanitários, conforme a Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
No século XVIII, quando começou a Primeira Revolução Industrial, o lixo produzido nas residências era facilmente eliminado por ser composto basicamente por material orgânico. Naquela época era enterrado sem precisar da utilização de produtos químicos, e “naturalmente”, eliminado.
Hoje, com o acúmulo de lixo e a falta de planejamento e comprometimento de muitos gestores públicos, a maioria das cidades do Brasil teve uma mudança drástica em suas paisagens. O que se vê, ao entrar em muitas delas, são nuvens de urubus e até mesmo seres humanos ao meio de toneladas de lixo em busca de alimentos e utensílios que possam render algum dinheiro. Nesses lixões, muitas vezes são despejados lixo hospitalar sem nenhum recipiente adequado.
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Acre
Prefeitura de Rio Branco reforça ações de emergência
A Prefeitura de Rio Branco mobilizou, nas primeiras horas deste sábado (27), uma força-tarefa para atendimento às famílias afetadas pelas fortes chuvas registradas nas últimas 48 horas na capital.
O volume acumulado de água fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade, atingindo diversas áreas urbanas.
Diante da situação, o prefeito Tião Bocalom convocou uma reunião de emergência em seu gabinete, reunindo todos os secretários municipais para alinhar ações imediatas de resposta e assistência.
Logo após o encontro, o prefeito visitou a Escola Álvaro Vieira da Rocha, no bairro Conquista, onde 10 famílias — totalizando 36 pessoas — já estão abrigadas pela Defesa Civil Municipal e pela Secretaria de Assistência Social.
Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências.
“Não é com prazer, é com tristeza. Mas fazer o quê? Infelizmente, as chuvas chegaram e as inundações começaram a aparecer. Desde ontem, nossas equipes da Defesa Civil, apoiadas por todas as secretarias, estão em campo até duas horas da manhã para retirar famílias. Aqui nesta escola estão 10 famílias, 36 pessoas, e estamos tomando todas as providências possíveis. A prefeitura está fazendo a sua parte, como sempre fizemos, junto ao governo do Estado e à Defesa Civil. Tanto é que em 2021 ganhamos o prêmio de melhor acolhimento da Defesa Civil Nacional. Fazemos tudo com dor no coração, porque sabemos o quanto é difícil para as famílias, mas seguimos firmes para garantir apoio a quem mais precisa.” ressaltou o prefeito de Río Branco
Após visitar as famílias abrigadas, o gestor seguiu para o Parque de Exposições, onde equipes já iniciam a preparação para novas ações de acolhimento e prevenção, caso o nível das águas continue subindo.
A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas.
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Acre
Cinco mulheres são presas ao tentar entrar com drogas escondidas em laranjas no presídio de Rio Branco
Cinco mulheres foram presas na manhã deste sábado (27) ao tentarem introduzir drogas escondidas dentro de laranjas no Complexo Penitenciário de Rio Branco. A prisão ocorreu durante o procedimento de fiscalização de rotina realizado por policiais penais da unidade.
Segundo informações da administração penitenciária, o material levado pelas visitantes passou pelo aparelho de raio X, que identificou irregularidades no interior das frutas. Durante a inspeção manual, os agentes localizaram 779 gramas de maconha, 105 gramas de cocaína e cerca de um quilo de tabaco.
Diante do flagrante, todo o material ilícito foi apreendido e as cinco mulheres receberam voz de prisão ainda dentro do complexo prisional. Elas foram conduzidas à Delegacia de Flagrantes (DEFLA), onde permaneceram à disposição da Justiça e devem responder por crimes relacionados à tentativa de introdução de drogas no sistema penitenciário.
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Acre
Rio Acre ultrapassa cota de transbordamento e atinge 14,55 metros em Rio Branco
Elevação de 82 centímetros em um único dia aumenta risco de alagamentos em áreas ribeirinhas da capital

Foto: Jardy Lopes
O nível do Rio Acre seguiu em elevação ao longo deste sábado (27), conforme boletim divulgado pela Defesa Civil Municipal de Rio Branco. Na última medição do dia, realizada às 21h, o manancial atingiu 14,55 metros, permanecendo acima da cota de transbordamento, que é de 14,00 metros.
De acordo com os dados oficiais, a primeira aferição do dia, às 5h26, apontava 13,73 metros, já acima da cota de alerta, estabelecida em 13,50 metros. Às 9h, o rio chegou a 14,00 metros, alcançando oficialmente a cota de transbordo. O nível continuou subindo ao longo do dia: 14,14 metros ao meio-dia, 14,30 metros às 15h, 14,43 metros às 18h e, por fim, 14,55 metros às 21h.
Com isso, o Rio Acre acumulou uma elevação de 82 centímetros em apenas 24 horas, ampliando o risco de alagamentos em áreas ribeirinhas da capital acreana.
Apesar de não haver registro de chuvas nas últimas 24 horas em Rio Branco — com índice de 0,00 milímetro —, o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que a elevação do nível do rio é consequência das fortes chuvas registradas nas cabeceiras e em municípios do interior do estado.
















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