Acre
Feira de Economia Criativa estreia em Brasileia com cultura e arte

A produção é feita com ajuda das artesãs Francisca Monteiro e Juliana Lima. Todo o design é de autoria do ‘Doutor da Borracha’. – Foto: Rose Peres
Rose Farias
Carimbó, balé, apresentações musicais, exposição artística, artesanato e culinária marcaram a estreia da Feira de Economia Criativa em Brasileia. Cerca mil pessoas passaram pela Praça Hugo Poli no último final de semana. A feira encerra as atividades da Caravana de Cultura e Humanização.
A cidade recebeu o projeto na terça-feira, 3, com a palestra do produtor cultural Ale Barreto. Foram ministradas durante toda a semana oficinas de teatro, cinema, humanização, qualidade de vida e educação patrimonial.
A ação do governo do Estado é coordenada pela Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e Diretoria de Humanização da Gestão em parceria com as prefeituras.
“O resultado foi positivo quanto à comercialização, mostra de produtos e participação do público. Brasileia apresentou uma diversidade cultural muito rica em sua programação. É mais uma cidade que recebe a caravana e faz bonito. Ficamos felizes e agradecemos a parceria da prefeitura local”, comenta Elineide Medeiros, coordenadora do projeto.
A arte da floresta
Ecoarte é o nome da exposição convidada. De autoria de Geraldo Madaleno dos Santos, a mostra traz 67 peças esculpidas em madeira. São troncos e raízes coletadas por ele durante oito anos e transformadas em obras de arte. O público se encantou com o trabalho do escultor da floresta.
Natural de São João Del Rey (MG), o artista há 29 anos veio morar no Acre e se diz um acreano de coração. “O Acre é minha terra, uma terra abençoada”, afirma.
Tudo começou assim: Geraldo, após se aposentar, comprou a colônia São José na BR-317, Estrada do Pacífico. Naquelas terras, ao caminhar pelas matas e campos, começou a perceber formas nos troncos e raízes caídas. “Catava tudo, trazia pra casa e começava a traçar os desenhos. Muitas vezes era pesado pra transportar a peça, então voltava com o cavalo ou o carrinho de mão, mas não descansava até conseguir pegar, nem dormia pensando”, disse.
Nasce a obra do artista. Limpava as raízes, os troncos e galhos, retirando as cascas para assim começar a criar suas esculturas. “Nunca tive ferramentas, era tudo no terçado e serrote mesmo”, conta. Para ele sua criação é um dom de Deus. “Acho que Ele me escolheu e nesse sentido creio que a arte não tem idade”, avalia Geraldo.
É a primeira vez que sua obra ganha uma exposição. O artista vê na oportunidade um espaço aberto para sensibilizar principalmente os jovens no trato em relação ao meio ambiente.
“Quem sabe, a partir de agora, eu não faça mais exposições em escolas, por exemplo, e crianças e jovens possam atentar para o cuidado com o planeta? Estou muito feliz por esse reconhecimento”, comenta.
O artesanato tipo exportação na feira
José Rodrigues Araújo, o Doutor da Floresta, ex-seringueiro, hoje um microempreendedor que ganha o mundo com a exportação de seus produtos – sapatos, botas e sandálias em Folha Líquida Defumada (FDL) – que estão em vitrines de São Paulo, Inglaterra e Holanda.
Uma capacitação com 40 seringueiros para aprender a produzir a FDL fez seu lançamento no mercado. Foi daí que surgiu a ideia de criar suas peças. Ele já expôs em feiras de Rio Branco, Brasília, Santa Catarina e outros lugares.
A produção é feita com ajuda das artesãs Francisca Monteiro e Juliana Lima. Cerca de 800 pares são comercializados ao ano. O preço para exportação é de R$ 40 e por unidade R$ 70. Todo o design é de sua autoria.
“Consegui agregar valor ao meu trabalho. A minha vida era de cortar seringa, hoje produzo produtos a partir dela. As feiras são uma forma da gente tornar o produto conhecido, e vender também, mas a divulgação é a alma do negócio”, relata, satisfeito com a venda de suas peças na feira.
O diálogo com a fronteira
Marta Orozco, indígena qolla, trouxe uma mostra do artesanato de seu povo para o espaço da feira. Formada em Ciência da Informação, a artesã acredita que participar de eventos é uma forma de fortalecer a economia do artesanato.
“Além disso, nessas oportunidades acontece o intercâmbio, onde conhecemos outras culturas. A feira é a base da economia para os artesãos. É quando toda a cadeia produtiva se move”, disse.
Em cartaz na programação um leque de apresentações: Grupo de Carimbó do Sesc, sob a coreografia de Roberto Peu, o balé da Escola Adorarte e o espetáculo de dança Volta ao Mundo (Sesc).
- A produção é feita com ajuda das artesãs Francisca Monteiro e Juliana Lima. Todo o design é de autoria do ‘Doutor da Borracha’. – Foto: Rose Peres
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Acre registra mais de 4,5 mil casos de sífilis entre 2023 e 2025, diz Sesacre
Dados oficiais revelam que Rio Branco responde por metade dos casos; especialistas alertam para subnotificação e riscos da sífilis congênita, enquanto diagnóstico e tratamento gratuitos são subutilizados

A tabela divulgada pela Sesacre também mostra que, entre os infectados, os homens aparecem em maior quantidade. A população mais atingida é formada por jovens com idade entre 15 e 25 anos. Foto: captada
O Acre registrou 4.546 casos de sífilis entre 2023 e 2025, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Deste total, mais de dois mil foram contabilizados apenas na capital Rio Branco. A doença atinge principalmente homens jovens, com idade entre 15 e 25 anos — público considerado prioritário para ações de prevenção.
Os números acompanham uma tendência mundial de crescimento da infecção, acendendo alerta para os serviços de saúde pública. Apesar de ser uma IST de diagnóstico simples e com tratamento eficaz, os registros permanecem elevados. Em 2024, o Brasil somou 35,4 mil diagnósticos da doença.
No estado, a preocupação maior é com a sífilis congênita, transmitida da gestante para o bebê. Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre, reconhece uma leve melhora no cenário local, mas ressalta que o problema ainda demanda atenção.
“Precisamos melhorar bastante em relação ao nível nacional”, afirmou a coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
A Sesacre reforça a importância da população buscar atendimento médico aos primeiros sinais. Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde, e o tratamento é gratuito. “A população é o principal ator desse processo”, destacou Bezerra.
Dados alarmantes:
- Total de casos (2023–2025): 4.546
- Rio Branco: mais de 2 mil notificações
- Faixa etária mais vulnerável: 15 a 25 anos
- Gênero mais afetado: Homens
- Casos de sífilis congênita (2024): 65 no estado
Tendência nacional e local:
O crescimento acompanha uma tendência mundial de aumento da sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) com diagnóstico simples e tratamento gratuito no SUS. Em 2024, o Brasil registrou 35,4 mil casos.
Fala da autoridade:
“O Acre teve uma leve melhora em relação a outros anos, mas, comparado ao nível nacional, precisamos avançar”, afirmou Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
Orientação à população:
- Procure uma UBS ao notar sintomas
- Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades
- Tratamento é gratuito e deve ser feito até o fim
- Uso de preservativos é a principal forma de prevenção
A Sesacre planeja intensificar campanhas educativas nas escolas e unidades de saúde, com foco nos jovens e gestantes – grupo crítico para prevenir a sífilis congênita.
Dado importante: A sífilis não tratada pode causar complicações graves, como cegueira, paralisia e danos neurológicos. A transmissão vertical (mãe-bebê) é a mais preocupante.
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Acre
Headscon Acre projeta games da Amazônia Legal para a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM
Realizada no Acre desde 2023, a Headscon Acre se consolida como uma das principais plataformas de visibilidade e acesso ao mercado para criadores de games da Amazônia Legal. Em sua edição de 2025, o evento sediou a segunda edição da Mostra Competitiva de Games da Amazônia Legal com premiação de aproximadamente R$ 60 mil. Essa é uma iniciativa do Instituto Gamecon que conecta estúdios da região a grandes vitrines internacionais, como a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM.
A Mostra teve sua primeira edição em 2024 e, em 2025, ampliou o alcance da proposta ao reunir 10 jogos finalistas da região Norte, com produções do Acre, Amazonas, Pará e Amapá. Os vencedores garantiram vagas em delegações oficiais para a Gamescom Alemanha e para a Gamescom LATAM, com apoio para participação nos eventos e acesso direto a publishers e agentes do mercado global.
Na edição de 2025, o prêmio de Melhor Jogo (Júri Técnico) ficou com Catventure: The Curse of the Dark Tower, do Retrocat Studios (PA). Já o Melhor Jogo pelo voto do Júri Popular foi conquistado por Carbon-0, desenvolvido pelo estúdio Moonlight Games, do Acre.
O projeto acreano também recebeu reconhecimento pela força narrativa e pelo diálogo com temas ambientais e sociais. Para o desenvolvedor André Lucas Lima Siqueira, o jogo é uma forma de dar visibilidade à região por meio da linguagem dos games.
“Temos algumas empresas que estão causando mal ao mundo, com poluição, desperdício de recursos. Nosso jogo acompanha Ícaro e sua irmã Maria na busca pelo pai desaparecido, enquanto descobrem o que estava acontecendo. O objetivo é mostrar um pouco da nossa região na gameplay e evoluir o jogo até termos locais daqui jogáveis. A gente quer mostrar o nosso estado e a nossa região nesse jogo”, afirma André Siqueira.
Porta de entrada para o mercado internacional
Além dos vencedores, todos os finalistas da Mostra recebem material oficial de apresentação e participam de ações voltadas ao networking e à circulação profissional. A participação na Gamescom Alemanha e na Gamescom LATAM representa, para muitos estúdios amazônicos, o primeiro contato direto com o mercado internacional.
Ao longo de três edições realizadas no Acre, em 2023, 2024 e 2025, a Headscon tem fortalecido o ecossistema de games da Amazônia Legal. Após a primeira edição da Mostra Competitiva, Ciro Facundo, representante do estúdio acreano K Games, foi um dos selecionados para apresentar seu trabalho na Gamescom, na Alemanha, destacando que a região produz jogos com qualidade técnica, identidade cultural e potencial competitivo no cenário global.
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Rio Acre registra 8,70 metros e situação é de “tranquilidade” na fronteira, cidades de Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija
Coordenador da Defesa Civil de Brasiléia afirma que vazante nas cabeceiras é significativa e equipe monitora nível diariamente

De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Foto: captada
O Rio Acre registrou 8,70 metros na manhã desta sexta-feira (19) na ponte metálica que liga Brasiléia a Epitaciolândia, na régua linimetrica, segundo medição realizada pelo coordenador da Defesa Civil de Brasiléia, major Sandro. Ele classificou o momento como de “tranquilidade”, devido à significativa vazante nas cabeceiras do rio.
De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Ele destacou que a equipe da Defesa Civil acompanha diariamente as medições e que a tendência é de estabilidadenas próximas horas.
— O nível do rio nas cabeceiras, como acima, nas aldeias do Patos e também em Assis Brasil, está com uma vazante bastante significativa — informou o coordenador.
O monitoramento contínuo busca antecipar possíveis elevações que possam afetar áreas ribeirinhas, especialmente com a previsão de chuvas para os próximos dias na região. A Defesa Civil mantém alerta, mas sem indicação de risco iminente para as comunidades urbanas na fronteira.















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