Empreiteiras lucraram até 4 vezes o que deram de propina, diz procurador

Folha de São Paulo

Um ano depois da deflagração da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima diz que ela “andou num ritmo muito mais rápido do que o que nós estávamos acostumados a trabalhar”.

Ele, no entanto, acredita que as investigações estão apenas “arranhando o verniz de uma estrutura muito maior”, que seria a forma como se financia a política no país. Defendeu mudanças profundas no sistema político. E afirmou que esquemas de corrupção, como o que agora é revelado na Petrobras, fazem parte de uma engrenagem que funciona como “um relógio gigantesco”. Ele pode até “perder algumas peças que são substituídas por outras. Mas funciona até independente da vontade dessas peças”.

Aos 50 anos, Carlos Fernando fez parte da força-tarefa que investigou o escândalo do Banestado, na década de 90, o primeiro a usar em larga escala a delação premiada como forma de investigação. Na semana passada, ele recebeu a Folha para uma entrevista exclusiva. A conversa foi acompanhada, em alguns momentos, pelo procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa que investiga o escândalo.

Segundo o procurador, quem mais ganhava com a corrupção na Petrobras eram as empreiteiras. “O esquema gerava um lucro para elas que deveria ser três ou quatro vezes o custo da propina.”

Clique aqui para ler a entrevista com o procurador:

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima