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Em entrevista com Crica, Gladson diz que sabe que assumirá Estado quebrado

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Tivemos ontem uma conversa aberta com o futuro governador Gladson Cameli (foto), sem perguntas planejadas e tampouco combinadas ou feitas para lhe agradar. Falamos sobre a escolha do secretariado, as condições em que está pegando o Estado, mídia, tratamento com a imprensa, quais as primeiras medidas que tomará assim que assumir o governo e o que pensa para desenvolver o Acre e loteamento de cargos do Estado. Vamos ao jogo aberto:

LUIS CARLOS- O governador Sebastião Viana está promovendo nos últimos dias a venda de prédios, terrenos, silos de armazenagem de grãos e outros bens do patrimônio estadual. Como é que você vê esta queima de estoque e como vai receber o Estado? Não teme um Estado quebrado?

GLADSON CAMELI- Temo por isso. Sei que vou pegar um Estado quebrado. Essa questão de estar vendendo tudo, eu vou mandar fazer uma consulta jurídica quando assumir, para saber se foi feito dentro da legalidade. A partir de janeiro, quando tiver um balanço do estado real eu vou convocar a imprensa, os poderes e vou mostrar ao povo como estou recebendo o governo. Vou cumprir tudo o que prometi na campanha. Disso eu não abro mão. Não posso esconder nada da população.

LUIS CARLOS – Você tem falado muito em reforma administrativa. Haverá reações dos partidos que esperam cargos no seu governo. A reforma vai mesmo acontecer?

GLADSON CAMELI- No dia 2 de janeiro já devo enviar o projeto de reforma administrativa. Na situação em que está hoje o Estado eu não posso esperar. Por isso estou pedindo o apoio do Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Poder Judiciário para fazer as mudanças que o Acre precisa. Se não houver a reforma, no último ano terá que se fechar o Estado. Só de Previdência a partir de janeiro o deficit já deverá ser em torno de 40 milhões de reais. Temos que enxugar este Estado, acabar com o empreguismo.

LUIS CARLOS-Como é que será o tratamento da mídia no seu governo?

GLADSON CAMELI-A Companhia de Selva não continuará à frente do comando da mídia. A possibilidade disso é zero. A responsabilidade é minha. O nosso tratamento não será igual ao do governo atual. Será de respeito à liberdade de expressão. Quero ser fiscalizado.

LUIS CARLOS- Fala-se muito em nomes para secretários, o que há de verdade nas divulgações?

GLADSON CAMELI – Estou com os pés no chão. Estou escutando muita gente falando por mim, reclamando, mas não tem de reclamar de nada, eu não assumi ainda o governo e preciso governar com pessoas que me ajudem administrar. Quem escolhe secretário sou eu. Não vou governar para atender pedido de emprego. Nem privilegiar partido.  Estou pedindo aos partidos que me indiquem sugestões de nomes com qualidade. Temos de colocar a máquina estatal para funcionar com qualidade. Não poso ficar chorando pelo leite derramado. Não vou lotear o Estado. Tenho que melhorar, por exemplo, a Saúde. Secretário meu terá de três ou quatro meses para mostrar trabalho ou terá que sair. Não é só ganhar a eleição, tem que governar bem.

LUIS CARLOS- quem é seu candidato á presidência da ALEAC?

GLADSON CAMELI- Não tenho candidato. Mandei que o meu partido se reúna, escolha um nome de consenso para ser candidato, porque não quero me meter nisso, para não desagradar ninguém. Outros partidos aliados também têm candidatos e quero que se resolvam. Tem deputado ligado ao atual governo querendo ser candidato a presidente, mas não será com nosso apoio, no poder nunca abriram esta possibilidade para a oposição, por qual razão vamos abrir agora?

LUIS CARLOS- Hoje tem mulher de deputado, marido de deputada, filho de deputado, políticos que perderam a eleição em altos cargos no Estado. Isso continua?

GLADSON CAMELI – Isso não vai continuar. Não vou lotear nada. Os partidos que me apoiaram sabem disso. A máquina tem de funcionar reduzida e sem empreguismo. Preciso manter a máquina funcionando com qualidade. Não é só ganhar, tem de mostrar trabalho para justificar os votos.

LUIS CARLOS- Qual a sua real relação com o vice Major Rocha?

GLADSON CAMELI- A relação com meu vice é muito boa. Ele vai cuidar da Segurança, um compromisso de campanha.

LUIS CARLOS- Se comenta que o Conselheiro do TCE, Antonio Malheiros, será o seu secretário de Finanças, isso está confirmado?

GLADSON CAMELI- Não, neste primeiro momento. O Malheiros é uma pessoa pela qual tenho o maior respeito. Tenho como se fosse meu tio. Me aconselho muito com ele. Neste primeiro momento fica no TCE. Mas no dia que sair do TCE, não vou pensar duas vezes para trazê-lo para a equipe de secretários.

LUIS CARLOS- Vamos ter eleições para o SEBRAE. Você vai conversar com os empresários sobre uma nova composição?

GLADSON CAMELI- Vou conversar com os empresários. Não vai ficar como está, não pode ser cabide de emprego. Eu quero abrir o Estado para o Agronegócio. Já tem muita gente lá fora querendo comprar terras no Acre. As Federações, o SEBRAE ,têm que me ajudar a desenvolver o Acre tecnicamente. Não quero cargo para parente meu. No meu secretariado não terá parente de primeiro grau. Este governo tem de dar certo. O que quero é fazer um bom governo. Estou trazendo o Ministro Jugman dia 5 ao Acre para discutir a formação do Batalhão de Fronteira, uma proposta de campanha. Estou mandando levantar todos os convênios da Saúde em aberto e os que podem continuar. Este 1,3 Bilhão anunciado pelo governador, ao que sei é de empréstimos e convênios e não sei se teremos contrapartida financeira para a sua aplicação.

LUIS CARLOS- De quem será a última palavra?

GLADSON CAMELI- Está muita gente enganada, pelo fato de escutar, quem vai dar a última palavra serei eu. A responsabilidade será minha do que acontecer no governo. O governo tem de funcionar com o tamanho reduzido. Não pode haver desperdício. Para que uma sede do DETRAN do tamanho que é a de Cruzeiro do Sul? Quem é que manda hoje na Saúde? Ninguém sabe. Tem de ter um secretário forte na pasta, acabar com um monte de subsecretarias. Vamos mudar.

LUIS CARLOS- Como será no seu governo a Peixe da Amazônia?

GLADSON CAMELI- Não só a Peixe da Amazônia, mas outros empreendimentos em que o Estado tem participação, todos irão para a iniciativa privada. O Estado tem de ser enxuto.

LUIS CARLOS- Para fechar, adiante algum nome que poderá ocupar cargo no seu primeiro escalão. Já tem?

GLADSON CAMELI- José Ribarmar para o Gabinete Civil e a Silvânia Pinheiro para a Imprensa.

UMA CARTA DE BOAS INTENÇÕES
Esta entrevista com o futuro governador Gladson Cameli foi uma espécie de “Carta Aberta de Boas Intenções”. Está tocando no calcanhar de Aquiles de uma administração ao prometer que não vai lotear o Estado para abrigar afilhado de políticos, indicados sem qualificação técnica, enfim, não continuar com o governo funcionando como um aparelho ideológico de um partido. Vai pelo caminho certo ao dizer que, o seu secretariado será técnico e que, o que não apresentar resultados em três meses será sacado do cargo. O que se espera é que o governador Gladson Cameli cumpra tudo o que está prometendo. Só em diminuir o tamanho da máquina estatal, acabar com o empreguismo, já estará dando um passo largo para ter credibilidade. E na parte que me toca, estarei neste espaço para fazer as cobranças necessárias. Jamais será um espaço para dizer amém e sim senhor. Até porque o bajulador não ajuda, um governante tem de ter a crítica como fundamental. E que venha a nova gestão.

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Polícia Civil prende suspeito de envolvimento na morte do fazendeiro “João Sucuri”

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Operação Lei da Fronteira foi deflagrada em Plácido de Castro com apoio de forças policiais do Acre e de Rondônia

A Polícia Civil de Rondônia deflagrou, nesta segunda-feira (22), a Operação Lei da Fronteira, que resultou na prisão de um suspeito de envolvimento no assassinato do fazendeiro João Paulino, conhecido como “João Sucuri”. O crime ocorreu em maio de 2025, no distrito de Nova Califórnia, em Rondônia. As informações são do portal Rondoniagora.

A ação foi realizada no município de Plácido de Castro, no Acre, com apoio da Polícia Civil acreana, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Acre (PMAC), do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Delegacia de Polícia de Extrema. Ao todo, mais de 20 policiais participaram da operação, coordenada pela delegada Keity Mota.

Durante o cumprimento dos mandados judiciais, os agentes apreenderam aparelhos celulares, munições e um carregador de pistola calibre .45, materiais que serão submetidos à análise no curso das investigações.

De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro foi morto em uma emboscada dentro de sua própria propriedade. Um vaqueiro que o acompanhava também foi atingido por disparos, mas conseguiu fugir e sobreviveu.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara do Júri da Comarca de Porto Velho. As investigações seguem em andamento com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos no homicídio.

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Sancionado porte de arma para policiais legislativos dos estados e do DF

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Foto: Ilustrativa – Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta terça-feira (23) a concessão de porte de arma de fogo aos policiais legislativos das Assembleias Legislativas dos Estados e da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O chefe do Executivo vetou trechos do texto que dispensavam a comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica para a concessão do porte de armas de fogo para o grupo.

Na avaliação do Poder Executivo, os vetos foram necessários por representarem uma flexibilização significativa do sistema normativo e a retirada de garantias essenciais para o manuseio seguro de armas de fogo, com risco à política nacional de controle de armas e à segurança pública.

Segundo o presidente, as medidas configurariam, ainda, violação da Constituição, que consagra a segurança como direito social.

O projeto de lei foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara em caráter conclusivo em outubro. O texto altera o estatuto do desarmamento de 2003.

Atualmente, o estatuto já autoriza o porte de arma aos policiais legislativos da Câmara e do Senado. Com as mudanças, essa regra será estendida a todos os policiais legislativos do país.

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Motorista é condenado a mais de cinco anos de prisão por morte de mãe e filho na AC-40

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Justiça aponta embriaguez e excesso de velocidade como causas do acidente ocorrido em fevereiro de 2024

Quase dois anos após o acidente que matou uma mulher e seu filho na rodovia AC-40, a Justiça condenou o motorista Florisvaldo Ribeiro dos Santos pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A pena fixada foi de 5 anos e 5 meses de prisão, a ser cumprida em regime semiaberto. A decisão foi proferida pelo juiz Clóvis Augusto Cabral, da 3ª Vara Criminal, que considerou procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público.

Na sentença, divulgada pela reportagem da TV 5, o magistrado destacou que o conjunto de provas é “firme e coerente” ao demonstrar que o réu conduzia o caminhão sob efeito de álcool e em velocidade acima da permitida, fatores que contribuíram diretamente para a perda de controle do veículo e o atropelamento das vítimas. O acidente ocorreu na manhã de 2 de fevereiro de 2024.

As vítimas foram identificadas como Natasha Caroline Souza Gomes, de 25 anos, e o filho Isaac Gomes Cavalcante, de 8 anos, que aguardavam o ônibus às margens da rodovia no momento do impacto. A criança morreu ainda no local. A mãe chegou a ser socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos.

Laudos periciais apontaram que o caminhão trafegava a 86 km/h, enquanto o limite permitido no trecho é de 60 km/h. O teste do bafômetro realizado após o acidente indicou 0,95 mg de álcool por litro de ar expelido, valor muito superior ao máximo permitido, que é de 0,04 mg.

Durante o interrogatório, o motorista afirmou que seguia em direção ao município de Brasiléia e alegou que tentou mudar de faixa por causa de uma motocicleta à frente. Segundo ele, ao perceber um veículo no sentido contrário, tentou desviar, mas afirmou que o sol teria prejudicado sua visão, impedindo que visse as vítimas na parada de ônibus.

Além da pena de prisão, a sentença determinou a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Florisvaldo Ribeiro por cinco anos. A defesa do caminhoneiro já entrou com recurso, que será analisado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

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