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Edição do Projeto Cidadão para pessoas em situação de rua realiza mais de 900 atendimentos

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Voltar o olhar e as ações para resolução das necessidades básicas, como ter documento para acessar políticas públicas, foi o foco desta edição do Projeto Cidadão, realizada nos dias 2 e 3 de junho, no Centro de Rio Branco com pessoas em situação de rua

A madrugada que antecedeu o início das atividades da edição especial do Projeto Cidadão, “Acolher para Transformar”, voltado para atender a população em situação de rua, foi de muita chuva, e proporcionou uma manhã de clima ameno. Trouxe alívio para o calorão dos dias anteriores. Mas, e como fazem em noites como essas, as pessoas que não tem onde se abrigar e estão em situação de rua? Com esse intuito, de levar as instituições públicas a enxergarem esse público, investirem em ações de garantia dos direitos e a estruturarem soluções para esse tipo de pergunta, que aconteceu durante dois dias, 2 e 3 de junho, a edição especial do Projeto Cidadão, no Centro de Rio Branco.

Com a ação foram realizados mais 900 atendimentos distribuídos entre: emissão de documentos, com 2ª vias; serviços de saúde; orientação jurídica e trabalhista; realização de audiências com a equipe da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco (Vepma); disponibilização de acesso a benefícios e programas sociais; promoção de cortes de cabelo; realização de atividades recreativas; e por fim, no encerramento das atividades, a oficialização da união de dois casais.

Projeto Cidadão e parcerias

Geridas pelas gestões do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), essa foi a primeira vez que o Projeto Cidadão, nos seus 27 anos de existência, levou os serviços para esse público, graças a captação de recursos junto a Central Integrada de Alternativas Penais do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Ciap/Iapen). A Ciap é uma atividade financiada pelo convênio firmado entre o TJAC, Estado do Acre e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), para executarem ações do Programa Fazendo Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Para a desembargadora Waldirene Cordeiro, presidente do TJAC, que nos dias da ação estava respondendo pelo governo do Acre, o nome desta edição do Projeto Cidadão, “Acolher para transformar”, também é missão da Justiça, que cumpri com suas obrigações jurisdicionais e avança se envolvendo diretamente na solução dos anseios e demandas sociais.

Além disso, para concretização de todos os atendimentos foi necessária a parceria com diversos órgãos públicos. Estiveram presentes equipes da Justiça Federal, INSS, Defensoria Pública da União e Estado, Ministério Público do Estado, Tribunal Regional Eleitoral, Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre, Superintendência Regional do Trabalho, Instituto de Identificação, Incra, governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Empreendedorismo, Instituto Penitenciário com equipe do Escritório Social, Central Integrada de Alternativas Penais, Polícia Militar e Detran. Também participou a prefeitura de Rio Branco, por meio da secretaria municipal de Saúde. Por fim, a Polícia Civil, Energisa, Senac, Sesc e as faculdades Uninorte e Unama.

Voltar o olhar e agir

Durante os dias, aqui e acolá, apareciam outras pessoas, perguntando se podiam casar, aproveitar para tirar documentos, mas, pelo menos nesses dois dias, todos os serviços foram destinados exclusivamente para essas pessoas, que estão tão à margem da sociedade, que se tornam invisíveis, mesmo estando nas portas dos bancos, igrejas e improvisando abrigos com o que é possível nas praças e ruas.

Afinal, como ressaltou a coordenadora do Projeto Cidadão, desembargadora Eva Evangelista, na solenidade de abertura, ocorrida no dia 2, “essa edição é especial, porque é a primeira que tem um olhar voltado para realizar uma ação efetiva para a população em situação de rua. ‘Acolher para Transformar’ uniu o sistema de Justiça com as políticas públicas do nosso Estado tornando esse mutirão de atendimentos possível e acessível”.

A servidora Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE/AC), Luciana Souza, que na sexta-feira, 2, depois de ter finalizado os atendimentos e mesmo sem ter almoçado fez questão de ficar para ajudar a deixar o ambiente preparado para acolher os dois casais que oficializaram união, ressaltou que é preciso voltar o olhar e agir para compreender e acolher as pessoas que vivenciam inúmeras vulnerabilidade e estão nas ruas.

“Dar essa oportunidade para essas pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, que carregam esse estigma de serem pessoas excluídas da sociedade. É uma forma deles sentirem o pertencimento à sociedade, de ter as portas abertas para seus direitos. Ter um documento, atendimento em saúde. A dignidade que eles mesmo estando nessa situação de vulnerabilidade, muitas vezes por conta de algum tipo do uso abusivo de drogas. É importante que se sintam pertencentes à sociedade”, comentou Souza.

Casamento surpresa

Para os dois casais, Elsa Pinheiro da Silva e Elcimar Chaga da Silva, e Jeames Nogueira Gomes e Larissa Neves Melo, foi uma surpresa poder oficializar a união. Ambos tinham ido até o local para regularizarem documentos e a edição não tinha previsto a realização do casamento.

Mas, o juiz Edinaldo Muniz, titular da Vara de Registro Públicos, Órfãos e Sucessões e de Cartas Precatórias Cíveis da Comarca de Rio Branco, foi ao cartório com os casais para fazer a habilitação deles e, assim, encerrar a ação com a comemoração do casamento de quatro pessoas que em meio às dificuldades, exclusões e violências que vivenciam, encontraram na parceria de um relacionamento a dois apoio e amor.

Um dos casais, Jeames e Larissa, uma mulher trans, contou que se conheceram há dois anos. Larissa, expulsa de casa aos 16 anos, revela que foi gostando de Jeames aos poucos. Ela lembra que vivia catando lata, descalça e conheceu Jeames e agora eles não se largam, estão sempre juntos, “na doença, nas dificuldades, a gente tá sempre junto”, explica a noiva.

Para Jeames, com voz de locutor de rádio, o seu casamento é um dos dias mais felizes. O casal fez questão de ir até o Bairro da Base, vizinho do local onde a ação se desenvolvia, convidar uma amiga que os apoia com comida quando precisam, para celebrar o momento.

“Eu tenho 40 anos de idade, sou avô de duas netinhas, eu tenho uma filha linda e maravilhosa, tenho um filho também que é cabo do exército. Mas da data que eu nasci, hoje está sendo o dia mais importante da minha vida. Primeiramente, eu gostaria que minha filha e meu filho estivessem aqui no evento, né? Mas, mesmo assim, eles estão no meu coração, mas eu estou feliz com ela”, revelou Jeames.

Oportunidade

Oportunidade pode ser uma das palavras usada como lição final sobre essa edição especial do Projeto Cidadão. Oportunidade à quem sempre se negou tudo e oportunidade para que as instituições possam notar as necessidades desse público, elaborando políticas públicas efetivas e contínuas.

O Judiciário do Acre, seguindo a Resolução n.°425/2021 CNJ, que instituiu a política nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e interseccionalidades, deu um passo importante nesse sentido. Atitude reconhecida pela coordenadora do Centro Pop, Elizabeth Pinheiro, chamada carinhosamente de dona Beti.

“Uma ação muito importante porque é uma oportunidade, é um avanço para eles para poder ter um documento, para poder viajar, para poder receber um auxílio, para tantas coisas que nós precisamos de documentos, para se tornar um verdadeiro cidadão. E só tenho que agradecer a Justiça, essa equipe maravilhosa, que se empenharam, que foram muitos serviços prestados à população, foram dois dias de muito trabalho, mas de muitas realizações”, disse dona Beti, que participou da sessão de fotos junto com os casais depois da cerimônia.

 Emanuelly Falqueto | Comunicação TJAC

 

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PM de folga impede assalto e prende dois homens após família ser feita refém em Cruzeiro do Sul

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Suspeitos foram baleados e detidos após invadir residência no bairro 25 de Agosto; quatro criminosos participaram da ação.

Dois homens foram presos na noite desta quinta-feira (4) após invadirem uma residência e fazerem uma família refém durante um assalto no bairro 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. A ação foi interrompida por um policial militar que estava de folga, que reagiu ao ser abordado por um dos suspeitos armados. Um dos detidos, identificado como Cauã, foi baleado na perna, e o outro, Jarlisson, sofreu um ferimento no supercílio. Ambos receberam atendimento médico e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil.

Segundo relatos das vítimas, quatro assaltantes armados com pistolas entraram na casa e fizeram a família — incluindo uma criança — refém. Eles procuravam ouro e joias, por saberem que a moradora comercializava esses itens. Durante a ação, as vítimas foram algemadas, e a mulher chegou a ser enforcada para revelar onde supostamente guardava o ouro. Sem encontrar os objetos desejados, o grupo fugiu levando relógios, pulseiras, celulares e cerca de R$ 2 mil em dinheiro.

Durante as buscas, a Polícia Militar foi informada de que um colega havia contido dois suspeitos nas proximidades. O PM relatou que estava em frente à própria residência quando viu três indivíduos correndo. Ao perceber que um deles portava uma pistola e apontava em sua direção, reagiu e efetuou um disparo que atingiu Cauã.

Com a dupla, os policiais apreenderam sete relógios, uma pulseira, um perfume, dinheiro, dois celulares e uma pistola Taurus modelo .838, com 13 munições intactas. As vítimas reconheceram os dois como participantes do roubo.

Os outros envolvidos na ação criminosa ainda não foram localizados.

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Justiça do Acre funciona em regime de plantão nesta segunda (8)

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Foto: TJAC/assessoria

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) informa que não haverá expediente nas unidades jurisdicionais e administrativas na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, em virtude do feriado do Dia da Justiça.

A data é comemorada desde 1940, mas sua primeira celebração oficial ocorreu somente dez anos mais tarde, por iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros. A Lei 1.408, de 1951, criou o Dia da Justiça como feriado forense em todo o território nacional.

O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus de jurisdição, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala definida. A relação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores plantonistas pode ser consultada na aba Plantão Judiciário do portal do TJAC ou diretamente pelo link: https://www.tjac.jus.br/spj/.

Os prazos processuais que tenham início ou término durante o feriado serão automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente, garantindo segurança e continuidade à tramitação processual.

 

Fonte: Ascom/TJAC

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Acusado de homicídio em disputa entre facções volta a júri popular nesta quinta em Rio Branco

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Raimundo Fernandes Silva, que havia sido condenado a mais de 21 anos de prisão em 2022, passa por novo julgamento após anulação da sentença pelo TJAC.

Raimundo Fernandes Silva, acusado de homicídio qualificado, voltou a sentar no banco dos réus na manhã desta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele é apontado como o autor do assassinato de Alessandro da Silva Santos, ocorrido em 2018. A sessão teve início às 8h30, no Fórum Criminal, e o resultado do julgamento deve ser conhecido no início da tarde.

O réu chegou a ser condenado em fevereiro de 2022 a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime fechado. No entanto, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), alegando que testemunhas consideradas essenciais não haviam sido ouvidas, o que poderia alterar o entendimento dos jurados.

A Câmara Criminal acolheu o recurso e anulou a sentença, determinando um novo julgamento.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 8 de agosto de 2018, em meio a uma disputa entre facções criminosas. Alessandro da Silva Santos foi surpreendido quando chegava em casa, no bairro Tancredo Neves, por um homem armado com uma espingarda de grosso calibre e executado com vários disparos.

Raimundo Fernandes Silva foi indiciado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e não compareceu à sessão do júri realizada em 2022, quando acabou condenado pela primeira vez.

Fonte: PCAC

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