Brasil
Dólar sobe por mais um dia e aproxima-se de R$ 5,50
Bolsa não acompanha mercado norte-americano e fecha estável

Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic
Em mais um dia de turbulências domésticas e externas, o dólar voltou a subir e aproximou-se de R$ 5,50, no maior valor em mais de cinco meses. A bolsa de valores não acompanhou a recuperação do mercado norte-americano e fechou praticamente estável.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (5) vendido a R$ 5,485, com alta de R$ 0,039 (+0,71%). A cotação abriu em queda, caindo para R$ 5,42 pouco antes das 10h, mas reverteu o movimento e passou a subir após a abertura das negociações nos Estados Unidos. Depois de passar a maior parte do dia em torno de R$ 5,46, a moeda norte-americana intensificou a alta perto do fim das negociações em meio a tensões políticas no Brasil.
Com o desempenho de hoje, o dólar está no nível mais alto desde 23 de abril, quando tinha fechado a R$ 5,497. A divisa acumula alta de 5,71% perante o real em 2021.
O dia também foi marcado pela instabilidade no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 110.458 pontos, com alta de apenas 0,06%. O indicador alternou altas e baixas ao longo do dia, chegando a subir 1,16% por volta das 13h30, mas perdeu força ao longo da tarde até fechar próximo da estabilidade. A bolsa acumula perda de 7,19% no ano.
Fatores domésticos e internacionais afetaram o mercado hoje. No exterior, uma nova rodada de valorização nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano jogou o dólar para cima. Taxas mais altas nesses papéis, considerados o investimento mais seguro do mundo, estimulam a retirada de dinheiro de países emergentes, como o Brasil.
O mercado aguarda a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos em setembro, na próxima sexta-feira (8), para analisar se o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começará a retirar os estímulos monetários concedidos durante a pandemia. Paralelamente, as incertezas em torno da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande também têm provocado turbulências no mercado internacional, com o receio de que uma eventual quebra da empresa afete a economia da China e reduza as exportações do Brasil.
No plano interno, o dólar intensificou a alta no fim da tarde, após declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de que a ampliação do Bolsa Família poderia depender de outros recursos, além da reforma do Imposto de Renda. A afirmação provocou receio de aumento de gastos públicos sem receitas suficientes para financiá-los.
Paralelamente, a abertura de investigação preliminar na Procuradoria-Geral da República em torno de empresas no exterior no nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também pressionaram o mercado.
No domingo (3), os dois informaram que as offshores foram declaradas à Receita Federal, ao Banco Central, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e às demais autoridades competentes. A existência das empresas foi revelada pelo Pandora Papers, investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios de advocacia no exterior.
*Com informações da Reuters

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Brasil
Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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