Brasil
Dólar fecha em alta após atingir R$ 2,60 e renova máxima desde 2005
A moeda norte-americana subiu 1,20%, a R$ 2,5948.
Mercado é influenciado por incertezas sobre o próximo ministro da Fazenda.
G1
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (13), após passar a barreira dos R$ 2,60 durante os negócios. O mercado é influenciado por incertezas sobre o próximo ministro da Fazenda a substituir Guido Mantega e a condução da política econômica no segundo mandato de Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana subiu 1,20%, a R$ 2,5948. Mais cedo, por volta das 15h20, na máxima do dia, a cotação chegou a R$ 2,6045. Veja cotação. Foi o nono fechamento em alta em 10 dias.
Este é novamente o maior valor desde 2005, quando, no dia 18 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,6157. Na semana e no mês, há alta acumulada de 1,22% e 4,68%, respectivamente. No ano, a valorização é de 10,07%.
Em outubro, o dólar começou a atingir os maiores valores de fechamento desde 2005, renovando as máximas. No dia 23, o dólar fechou em R$ 2,5137 e atingiu o maior valor desde 2 de maio de 2005, quando a cotação era de R$ 2,5146. No dia 27, a divisa fechou a R$ 2,5229, maior valor de fechamento desde 2005, quando, no dia 29 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,5313.
No dia 6 de novembro, a moeda fechou em R$ 2,5607, maior cotação desde abril de 2005, quando, no dia 20, o dólar era cotado R$ 2,5645 na venda. No dia 7, o dólar chegou a R$ 2,5634, também o maior valor desde 20 de abril de 2005. Na quarta-feira (12), o dólar renovou a máxima desde 2005 e subiu 0,25%, cotado a R$ 2,564, o maior valor desde 2005, quando, no dia 19 de abril, a moeda fechou cotada a R$ 2,5825 na venda. Os dados sobre os valores de fechamento de 2005 são do Banco Central.
A Bovespa fechou em baixa nesta quinta, também influenciada pela expectativa do anúncio do novo ministro da Fazenda e o rumo da política econômica do próximo governo. O Ibovespa, principal índice de ações, caiu 2,14%, a 51.846 pontos.
“Cada dia ouvimos uma notícia indicando um nome diferente. O mercado não sabe mais para onde apontar, então vai se proteger no dólar”, disse à Reuters o gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
A atual equipe econômica é criticada por praticar uma política fiscal pouco transparente e excessivamente expansionista.
Entre os nomes mais citados para o Ministério estão o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e, nos últimos dias, o atual presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini.
Dilma já afirmou que só anunciará nomes de sua equipe após a reunião do G20 neste fim de semana, o que tem sustentado a cautela dos investidores e limitado o volume de negócios, empurrando o dólar para cima e deixando o mercado mais sensível a boatos e especulações.
“Enquanto não soubermos quem vai ser a próxima equipe econômica, o dólar vai continuar assim: sem volume e reagindo a fatores pontuais”, disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Na manhã desta sexta, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 1,75 mil contratos para 1º de junho e 2,25 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,2 milhões. O BC também vendeu a oferta total de até 9 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 36% do lote total, equivalente a US$ 9,831 bilhões.
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Acre registra crescimento de 614% no número de pessoas com ensino superior em 32 anos
Dados do IBGE mostram que percentual de acreanos com diploma universitário saltou de 2,8% em 1990 para 20% em 2022; Brasil também avança, mas em ritmo menor

O Acre, no entanto, se destacou com um crescimento acima da média nacional, alcançando um patamar significativo de escolaridade. Foto: internet
O Acre experimentou um crescimento expressivo no número de pessoas com ensino superior entre 1990 e 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgados pelo perfil Brasil em Mapas. O estado registrou um aumento de 614,29% no percentual de habitantes com diploma universitário, passando de 2,8% em 1990 para 20% em 2022.
Esse avanço reflete uma tendência nacional, embora em ritmo mais acelerado no Acre. No Brasil, a proporção de pessoas com ensino superior subiu de 5% em 1990 para 18% em 2022, um crescimento de 223% em pouco mais de três décadas. Historicamente, o país tinha taxas extremamente baixas de formação universitária, especialmente em estados como o Maranhão, onde apenas 1% da população possuía diploma na década de 1990.
A análise do perfil Brasil em Mapas mostra que, nacionalmente, o percentual de pessoas com ensino superior era de 5,7% em 1990, passando para 6,8% em 2000, 11,3% em 2010 e chegando a 18,4% em 2022. O Acre, no entanto, se destacou com um crescimento acima da média nacional, alcançando um patamar significativo de escolaridade.
Especialistas atribuem o avanço no Acre a políticas públicas de acesso à educação, expansão de instituições de ensino superior e programas de incentivo à formação acadêmica. O aumento no número de graduados é visto como um fator crucial para o desenvolvimento econômico e social do estado, contribuindo para a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade de vida da população.
Enquanto o Brasil celebra os avanços na educação superior, o Acre se consolida como um exemplo de crescimento acelerado nesse indicador, reforçando a importância de investimentos contínuos em educação para garantir um futuro mais promissor para todos os brasileiros.
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Gleisi descarta ‘guerra’ com Haddad no comando da articulação política
Gleisi é crítica da agenda econômica de Fernando Haddad. Sob o comando da deputada federal, o PT aprovou em dezembro de 2023 uma resolução que chamou a proposta de contenção de gastos do ministro de “austericídio fiscal”

Gleisi Hoffmann descarta entrar em embate com Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert/Agência PT
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumirá a Secretaria de Relações Institucionais na próxima segunda-feira (10), afirmou que não ingressará no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para “guerra” e rebateu a possibilidade de entrar em rota de colisão com a agenda econômica de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de quem é crítica.
“Fui nomeada para cuidar da articulação política”, disse Gleisi ao portal G1 nesta quarta-feira (5) afastando a possibilidade de intervir em assuntos da pauta de economia.
A nova ministra afirmou que, à frente da pasta de Relações Institucionais, terá como principal objetivo a busca de alianças “para garantir 2026”, referindo-se à vitória de uma chapa governista na próxima eleição presidencial. “Vou fazer tudo que for possível para garantir [eleição de Lula em] 2026, vou buscar essas alianças”, afirmou Gleisi ao G1.
Na busca de apoios, a nova ministra aposta no bom relacionamento com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Gleisi é crítica da agenda econômica de Fernando Haddad. Sob o comando da deputada federal, o PT aprovou em dezembro de 2023 uma resolução que chamou a proposta de contenção de gastos do ministro de “austericídio fiscal”. O documento representou a posição institucional do partido, mas teve o conteúdo endossado por Gleisi.
Em discursos à militância do partido, a petista também disse discordar que a “meta zero” de déficit nas contas públicas, encampada por Haddad, seja necessária ao crescimento econômico do país.
A possibilidade de uma inflexão na agenda econômica do governo Lula provocou alta no dólar na sexta-feira, 28 de fevereiro. Após o anúncio de Gleisi para a articulação política, houve alta de 1,50% na moeda, indo a R$ 5,91.
Gleisi Hoffmann é presidente nacional do PT e será a sucessora de Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais. Padilha assumirá o Ministério da Saúde. O partido terá um presidente interino, até a eleição oficial para o comando a pasta em julho.
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Empresas terão que informar sobre assédio e sobrecarga de trabalho
As exigências da norma envolvem atualizar documentos e avaliações referentes aos riscos ocupacionais, além de incluir os riscos psicossociais no PGR, como já fazem com os riscos físicos, químicos e biológicos

Ambiente de trabalho tóxico pode gerar consequências psíquicas sérias. Foto: Divulgação
A partir do dia 26 de maio deste ano, as empresas brasileiras deverão incluir medidas para identificar e reduzir fatores que impactam a saúde mental dos trabalhadores, como estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho. A exigência foi determinada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que trata da saúde e segurança no trabalho.
Uma das mudanças mais relevantes foi a introdução do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que obriga as empresas a adotarem um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
O programa deve identificar, avaliar e controlar os riscos ambientais e ocupacionais para que o funcionário não desenvolva doenças relacionadas ao trabalho, como o burnout, explica o médico do trabalho Marcos Mendanha.
Segundo Mendanha, esses riscos não eram exigidos de forma explícita na norma. Com a atualização, as empresas agora precisam documentá-los.
Marina Mezzetti, especialista em neurociência e líder da empresa Neuro(efi)ciência, acrescenta que a implementação da NR-01 não deve se limitar a um simples “checklist”, mas ser vista como uma oportunidade para transformar a cultura da empresa.
“Se a norma for vista apenas como um conjunto de regras burocráticas, os próprios colaboradores irão, ainda que inconscientemente, sabotá-la”, afirma Mezzetti.
O que as empresas devem fazer?
Segundo o médico do trabalho, as exigências da norma envolvem atualizar documentos e avaliações referentes aos riscos ocupacionais, além de incluir os riscos psicossociais no PGR, como já fazem com os riscos físicos, químicos e biológicos.
Antes de a norma entrar em vigor em maio, as empresas devem se antecipar e adotar medidas para reduzir esses riscos, como melhorias no ambiente de trabalho e políticas de saúde mental.
Apesar da NR-01 não especificar quais ferramentas devem ser usadas para avaliar os riscos psicossociais, a especialista Marina Mezzetti sugere algumas mudanças. Veja abaixo:
- 1. Psicosegurança e regulação emocional: criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para expressar dúvidas e relatar riscos sem medo de represálias.
- 2. Treinar lideranças: líderes precisam ser capacitados para regular suas emoções e atuar como modelos de comportamento.
- 3. Programa de recompensa: criar sistemas de recompensa e reconhecimento para boas práticas na segurança aumenta a adesão voluntária.
A versão atual da NR-01 ainda precisará de refino, avalia Charles Varani, co-fundador da FairJob, organização que mensura dados de felicidade e bem-estar nas empresas. Ele ressalta que, embora as metodologias e os formatos de prestação de contas ainda não estejam definidos, a norma trouxe mais rigor à avaliação da saúde mental no ambiente de trabalho.
Norma deixa brechas
Embora considere um avanço no ambiente corporativo, o médico do trabalho Marcos Mendanha aponta que a norma é genérica. Com isso, o perigo é de que as empresas adotem avaliações superficiais sem metodologias robustas.
As fiscalizações periódicas serão feitas por auditores-fiscais do trabalho. O não cumprimento das diretrizes pode resultar em penalidades severas, incluindo multas e interdições. No entanto, as empresas têm a opção de entrar com recursos e apresentar planos de adaptação.
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