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Delegada presa em operação do MPRJ é transferida para presídio
Adriana Belém também foi exonerada do cargo em secretaria
Por Cristina Indio do Brasil
A delegada afastada da Polícia Civil do Rio de Janeiro Adriana Belém está presa no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Antes da prisão, ela foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) para cumprir as normas de entrada no Sistema Prisional do estado. Ontem (10), depois de concedida a prisão no âmbito da Operação Calígula, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Adriana Belém foi levada para a Corregedoria da Polícia Civil onde passou a noite.

Hoje (11), foi publicada no Diário Oficial do município do Rio de Janeiro, a portaria de exoneração da delegada do cargo em comissão de assessor II da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. De acordo com o portal da transparência do município, a delegada foi admitida em 13 de abril de 2021 depois de ser cedida pela Polícia Civil.
A decisão de exonerar a delegada do cargo ocorreu após a deflagração ontem, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), da Operação Calígula, para reprimir as ações da organização criminosa que tem à frente o bicheiro Rogério de Andrade e seu filho Gustavo de Andrade, e é integrada por dezenas de outros criminosos, incluindo o policial militar reformado Ronnie Lessa, denunciado como executor do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 março de 2018.
No endereço de Adriana Belém, onde foram apreendidos R$ 1.765.300, estava entre os locais dos 119 mandados de busca e apreensão cumpridos por agentes da Força Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para o caso Marielle e Anderson (Gaeco/FTMA ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
De acordo com o MPRJ, o dinheiro foi localizado pelos investigadores em um cofre na suíte da casa em malas em um armário no quarto do filho da delegada. No início da tarde de ontem, por meio da Gaeco/FTMA, o MPRJ conseguiu a decretação da prisão preventiva de Adriana Belém. O pedido de prisão foi deferido pela 1ª Vara Especializada. No entendimento de promotores de Justiça, o valor encontrado “é um forte indício de lavagem de dinheiro”.
A Operação Calígula incluía ainda 24 mandados de prisão deferidos. Desses, 14 foram cumpridos ontem pelos agentes do MPRJ. Um deles para o delegado de polícia Marcos Cipriano, que foi levado para a Corregedoria da Polícia Civil e depois transferido para Bangu 8, no Complexo Prisional de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo os promotores, no material apreendido na terça-feira na casa de Cipriano havia a cópia da decisão da Justiça definida na noite de segunda-feira (9) determinando a prisão. Para o MPRJ, isso aponta para vazamento da ação deflagrada ontem. O fato será investigado pela Força Tarefa.
Conforme os promotores de Justiça, a relação entre Ronnie Lessa e Rogério começou em 2009, quando o PM reformado atuava como segurança do contraventor. Um mês após a morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes, segundo os promotores, foi identificada uma reaproximação entre os dois, ao negociarem uma parceria envolvendo casas de apostas. O promotor de Justiça Diogo Erthal, no entanto, disse que não poderia afirmar que há uma relação entre os casos, mas há proximidade entre os episódios.
Resposta
O advogado Ary Bergher, que defende Rogério de Andrade, disse que a operação afronta decisão do STF. “Essa operação além de não deixar demonstrado à necessidade de prisão cautelar do Rogério, reluz claramente uma afronta ao STF que acaba de conceder o trancamento de uma ação penal contra ele. Isso vem ocorrendo desde juízes como De Sanctis, Marcelo Bretas e Sergio Moro, que tentam burlar as decisões do Supremo. Nesse caso, claramente há um material probatório requentado para impedir o trabalho técnico da defesa”, disse em nota.
A defesa do delegado Marcos Cipriano considerou a prisão desnecessária. “A prisão do delegado de Polícia Marcos Cipriano é absolutamente desnecessária e causa estranheza por ser relacionada a fatos ocorridos em 2018, quando a legislação autoriza a prisão apenas por fatos contemporâneos. Sua inocência será provada na Justiça”, disse em nota assinada pelos advogados Ricardo Braga e Nilsomaro Rodrigues.
A advogada Luciana Lopes, que defende a delegada Adriana Belém, disse, em resposta à Agência Brasil, que o pedido de prisão foi feito antes da contagem dos valores encontrados na casa da cliente, “O pedido de prisão foi feito antes mesmo da contagem dos valores, sendo prematura e desnecessária. A defesa vai tentar que o juiz reconsidere a prisão que, ao sentir da defesa, é temerária”, disse.
Afastados
Ontem também a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informou, em nota, que os dois delegados alvos da operação não exerciam cargos atualmente na Polícia Civil. “Eles estão afastados e lotados em outros órgãos”. A secretaria acrescentou que a Corregedoria-Geral da instituição solicitaria acesso às investigações para dar andamento aos processos administrativos necessários.
Edição: Fernando Fraga
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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