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Das cinco vítimas, quatro já foram reconhecidas pelos familiares no IML da capital acreana. Entre as vítimas estão três pessoas da mesma família.

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Parentes das vítimas estiveram no IML para fazer o reconhecimento dos corpos — Foto: Consuela Gonzalez/Rede Amazônica Acre

Parentes das vítimas estiveram no IML para fazer o reconhecimento dos corpos — Foto: Consuela Gonzalez/Rede Amazônica Acre

Os corpos das vítimas do trágico acidente entre uma van e um caminhão na BR-317, interior do Acre, chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) da capital Rio Branco no início da tarde desta quarta-feira (27). Os cadáveres vão passar por exames e depois serão liberados para os familiares velarem e sepultarem.

Das cincos vítimas, apenas quatro foram reconhecidas pelos familiares no IML. São elas:

  • Leonor Leite de Souza, 42anos;
  • Joana Souza da Silva, 42 anos;
  • Valdeide Alves da Silva, 38 anos;
  • Maria Francinete Barbosa de Souza, 50 anos.

Acidente ocorreu na BR-317, em Xapuri, interior do Acre — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros do Acre

Acidente ocorreu na BR-317, em Xapuri, interior do Acre — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros do Acre

Equipes do IML aguardam o comparecimento dos parentes da quinta vítima, identificada até o momento como Maria de Nazaré Cordeiro da Silva, de 68 anos, para o reconhecimento.

Equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF -AC) socorreram as vítimas no local do acidente, no km 181, próximo ao Araxá. Três dos feridos foram levados pelo Samu para o Pronto Socorro de Rio Branco.

O Samu informou que seis pessoas foram socorridas do local por terceiros, mas as equipes não foram informadas para qual unidades de saúde as vítimas foram levadas.

A van tinha saído de Xapuri, no interior do estado, com destino à capital acreana. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), os ocupantes do veículo são pacientes que iam fazer consultas e acompanhamentos no Hospital do Amor.

Acidente grave deixa pelo menos cinco mortos e feridos após colisão entre van e caminhão

Três pessoas da mesma família

Entre as vítimas do acidente estão três pessoas da mesma família. As cunhadas Maria Francinete Barbosa de Souza e Joana Souza da Silva, que morreram no local do acidente, estavam acompanhadas de Nayara Souza da Silva, irmã de Joana.

Nayara foi socorrida por pessoas que passavam pelo local e levada para o Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri.

“As três da nossa família iam fazer o exame da mama no Hospital do Amor. Algumas pessoas iam fazer hemodiálise. A Joana nunca tinha vindo para consultas aqui [Rio Branco], não gostava muito. A irmã dela falou que ela não queria ir, ela que convidou”, lamentou Maria das Neves, prima de Joana Souza da Silva.

O irmão de Valdeide Alves da Silva, Valdeir da Silva, disse que também era a primeira vez que a irmã ia para a capital para fazer tratamento de saúde. “Acho que foi a primeira vez que ela veio”, resumiu.

Acidente grave deixa pelo menos cinco mortos e feridos após colisão entre van e caminhão e

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Vítimas encaminhadas ao PS:

  • Lenilda Silva, 20 anos – segue internada e está estável. Passou por cirurgia de laparotomia de abdômen e esplenectomia de emergência;
  • Jean Lopes Oliveira Júnior, 31 anos (motorista da van) – recebeu alta;
  • Mayane do Nascimento Mendonça, 19 anos – segue internada está estável. Passou por cirurgia de laparotomia de abdômen e esplenectomia de emergência.

A quarta paciente não teve o nome divulgado. O PS confirmou apenas que a vítima também já recebeu alta.

“Desses quatros [pacientes] estavam estáveis. Fizemos todos os exames primários e tinham apenas traumas leves. Os outros dois, que são duas mulheres, pedimos exames de imagem, tomografia e ultrassonografia, e detectamos que tinham líquido livre na cavidade, o que significa que algum órgão estava sangrando. Indicamos a cirurgia e fizemos a laparotomia e esplenectomia, que consiste em uma cirurgia para a gente revisar abdômen e detectar qual órgão está sangrando”, explicou o cirurgião geral Max Miranda.

Conforme o comando dos bombeiros na cidade, a van seguia de Xapuri para Rio Branco e bateu em um caminhão. O motorista do caminhão teria sofrido apenas escoriações. A Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) informou que eram pelo menos 16 passageiros, sendo que vários ficaram feridos.

A violência da batida foi tão grande que a van perdeu toda a lateral e a porta do veículo ficou presa ao caminhão.

Porta da van ficou presa no caminhão — Foto: Arquivo/CBM-AC

Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram enviadas ao local para atender os sobreviventes. Equipes da PRF-AC fizeram o isolamento do local.

Equipes do Instituto Médico Legal (IML) também foram deslocadas para o local do acidente. Por volta de 9h40, a primeira vítima, uma mulher identificada como Mayane Mendonça, de 19 anos, foi transportada da ambulância de suporte avançado do Samu e chegou ao PS.

“Um momento de muita dificuldade não apenas para nós, mas para todas as famílias que foram alcançadas por essa tragédia. Ela procurava atendimento médico, se deslocava acompanhada da sua sogra e, infelizmente, aconteceu essa tragédia”, disse Consílio Oliveira, padrasto de Mayane.

Vítima de acidente na BR-317 chega no Pronto Socorro — Foto: Reprodução

Em seguida, o motorista da van chegou ao PS em estado de choque. Ele sofreu ferimentos leves.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) lamentou a tragédia e afirmou que todo apoio está sendo prestado às vítimas.

“A Sesacre se solidariza com os familiares e a sociedade, colocando-se à disposição para mais esclarecimentos, salientando que todo o apoio está sendo prestado, com cinco viaturas do Samu e o apoio aéreo necessário.”

Colaborou a repórter Consuela Gonzalez, da Rede Amazônica Acre.

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Ausência de alertas nos celulares gera críticas durante enchente atípica em Rio Branco

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Defesa Civil municipal reconhece limitações no envio de notificações, enquanto Rio Acre atinge 15,37 m e mais de 400 pessoas estão em abrigos

Falcão reforçou que o sistema não é automatizado e que exige equipes exclusivas para funcionar plenamente, o que, segundo ele, pode comprometer outras frentes de atendimento emergencial. Foto: captada 

A ausência de alertas da Defesa Civil nos celulares da população durante a enchente atípica de dezembro em Rio Branco gerou questionamentos e críticas nas redes sociais. Até esta terça-feira (29), o Rio Acre já desabrigou mais de 400 pessoas, que estão em sete abrigos montados em escolas e centros culturais. Às 12h, o rio marcava 15,37 metros.

Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, o sistema de alertas — que depende da integração entre as esferas municipal, estadual e nacional — ainda passa por testes e tem limitações operacionais. Ele explicou que o envio de notificações não é automatizado e exigiria equipes exclusivas, o que poderia comprometer outras frentes emergenciais.

“Nós não conseguimos atender a todos e também essa parte. O sistema não é eletrônico, então precisa de equipes exclusivas. Se nós formos fazer isso, nós deixamos de atender a população”, afirmou Falcão. Ele reforçou que, enquanto as equipes atuam diretamente em bairros e abrigos, falta estrutura para monitoramento contínuo, especialmente em áreas sem sensores eletrônicos, dependendo de vistorias presenciais.

Implementação

Atualmente, de acordo com a Defesa Civil, Rio Branco possui cerca de 230 bairros, dos quais 43 foram afetados diretamente por inundação ou enxurrada até esta segunda-feira (29). As equipes atuam, neste momento, em 19 dessas localidades. O comandante alertou que o envio indiscriminado de mensagens poderia causar pânico.

“Se nós emitirmos um alerta sem controle, vai tocar nos 230 bairros e vai trazer pânico para a população. Além do mais, nós podemos perder credibilidade. Isso não pode acontecer”, comentou.

Apesar das limitações, Falcão reconheceu a importância do sistema de alertas e defendeu maior integração entre os entes federativos para que a ferramenta funcione de forma eficaz.

“Nós precisamos, nesse instante, é do empenho maior. Também da Defesa Civil estadual, junto com a nacional, para que a gente possa ter as condições necessárias para emitir o alerta, que é de extrema importância para toda a comunidade daqui de Rio Branco”, destacou.

De acordo com o gestor, o chamado ‘Defesa Civil Alerta’ não é controlado por um único órgão e depende da atuação conjunta das defesas civis municipal, estadual e nacional. Foto: captada 

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Prefeito de Rio Branco prorroga decreto de emergência após Rio Acre atingir 15,37 metros

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Tião Bocalom mantém estado de calamidade por mais um ano em resposta à maior cheia do rio em quase duas décadas; medida reforça ações de socorro e proteção às famílias afetadas

O Executivo de Rio Branco prorrogou nesta segunda (29/12), por mais um ano, o estado de emergência diante da nova cheia do Rio Acre, que já alcança cerca de 20 mil moradores na capital e em comunidades rurais. Foto: captada 

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, prorrogou por mais um ano o decreto de emergência na capital após o Rio Acre atingir a marca histórica de 15,37 metros. A medida foi tomada diante da cheia severa que já alagou dezenas de bairros e deslocou centenas de famílias, o estado de emergência diante da nova cheia do Rio Acre, que já alcança cerca de 20 mil moradores na capital e em comunidades rurais.

Em coletiva de imprensa, o prefeito Tião Bocalom (PL) disse que a medida é necessária para garantir socorro imediato. “Vamos ampliar as ações de saúde e assistência às pessoas atingidas”, disse.

O boletim oficial registra 364 pessoas atendidas em abrigos improvisados nas escolas Anice Dib Jatene, Álvaro Vieira, Maria Lúcia Moura Marin, Georgete Eluan Kalume e Maria Gouveia Viana, além do Centro de Cultura Mestre Caboquinho. Alguns desses locais já não comportam novos desabrigados. Para ampliar a capacidade, o Executivo iniciou a construção de 60 unidades no Parque de Exposições Wildy Viana.

Ao meio-dia, o Rio Acre atingiu 15,37 metros. O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, descreveu o cenário como inédito para dezembro. “Em 55 anos de monitoramento, só vimos algo parecido em 1975. Agora já é a sexta enchente consecutiva”, afirmou. Ele advertiu para os próximos meses: “Janeiro, fevereiro e março são muito perigosos. Pode ser que, pela primeira vez, tenhamos um transbordamento duplo”.

Sem previsão de chuvas até terça (30/12), Falcão alertou que elas devem retornar já na virada do ano (31/12). “A tendência é que o volume volte a subir, e precisamos estar preparados”, explicou. O militar também relatou desmoronamentos em 12 pontos da cidade e mencionou riscos na estrutura do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), como a possibilidade de rompimento da adutora e de balseiros atingirem as bombas, o que poderia comprometer a captação e o abastecimento.

No bairro Papouco, o desbarrancamento às margens do rio trouxe de volta a crise. O secretário de Assistência Social, João Marcos Luz, chamou o episódio de tragédia anunciada. “Não dá para continuar do jeito que está. Precisamos mudar a vida dessas famílias”, afirmou, retomando a justificativa para a retirada das famílias anunciada meses atrás.

A Defesa Civil mantém vigilância constante e reforça que o telefone 193 está disponível para emergências.

A prorrogação do decreto permite a manutenção e o reforço de ações emergenciais, como o atendimento às famílias desabrigadas, o monitoramento hidrológico em tempo real e a articulação direta com a Defesa Civil estadual e o governo federal. O nível do rio, que superou a cota de transbordamento (14 metros) no último sábado (27), continua sendo acompanhado de perto, com previsão de novas chuvas nos próximas dias.

Com André Gonzaga

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Rio Acre segue em elevação e permanece acima da cota de transbordo em Rio Branco

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Boletim da Defesa Civil aponta nível de 15,37 metros ao meio-dia desta segunda-feira

Foto: Jardy Lopes

A Defesa Civil Municipal de Rio Branco divulgou, nesta segunda-feira (29), um novo boletim informando que o nível do Rio Acre permanece acima da cota de transbordo na capital acreana, mantendo o cenário de atenção máxima.

De acordo com as medições oficiais, às 5h21 o rio marcava 15,32 metros. Às 9h, o nível subiu para 15,36 metros, atingindo 15,37 metros ao meio-dia, confirmando a tendência de elevação ao longo do dia.

Apesar de não haver registro de chuvas nas últimas 24 horas em Rio Branco, com índice pluviométrico de 0,00 milímetro, o manancial segue significativamente acima da cota de alerta, fixada em 13,50 metros, e da cota de transbordo, estabelecida em 14,00 metros. O boletim foi assinado pelo coordenador municipal da Defesa Civil, Cláudio Falcão.

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