Condenado a mais de 23 anos pela morte de artista chilena no Acre pede revisão de sentença

No Facebook, a avó da chilena, Silvia Irturra, usou o perfil para lamentar a morte da neta e fez um texto se despedindo.

Condenado a mais de 23 anos pela morte de artista chilena no AC pede revisão de sentença — Foto: Arquivo

Por Iryá Rodrigues

Quatro meses após ter sido condenado pela morte da artista chilena Karina Constanza Bobadilha Chat, de 22 anos, José Vagner Pedrosa Bezerra, de 46, pediu a revisão da sentença. O recurso está em pauta para ser julgado em sessão desta quinta-feira (14) da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre.

Bezerra foi condenado a 23 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de feminicídio e furto. O julgamento dele ocorreu no dia 2 de setembro do ano passado na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco.

Karina era artista de rua e foi encontrada ferida com mais de 20 facadas em fevereiro do ano passado, na Avenida Amadeo Barbosa. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no pronto-socorro da capital.

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O homem confessou o crime e foi denunciado por feminicídio e furto e está preso no Complexo Penitenciário de Rio Branco.

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O processo está em segredo de Justiça, mas o TJ-AC confirmou que o recurso feito pela defesa de Bezerra vai ser analisado nesta quinta. O relator é o desembargador Pedro Ranzi.

A reportagerm entrou em contato com a advogada que fez a defesa dele no júri popular, Helane Christina, mas ela informou que atuou como advogada dativa apenas durante o julgamento e que não foi ela quem entrou com o recurso.

O júri condenou Bezerra pela morte da artista com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Os jurados também condenaram o acusado por ele ter furtados os objetos da vítima após o crime.

Laudo descartou violência sexual

Como o suspeito afirmou que tentava um relacionamento com a vítima e ela se negou, e por isso acabou morta, a polícia chegou a investigar se a chilena tinha sido vítima de violência sexual.

O delegado responsável pelo caso, Cristiano Bastos, informou, na época da morte, que o resultado do laudo descartou que Karina tenha sido vítima desse tipo de violência.

“Foi colhido material genético dela, foi feito o exame no Instituto Médico Legal de Rio Branco e está descartada essa hipótese”, afirmou Bastos.

‘Família impactada’

A tia de Karina, Kary Chatt, contou que a menina era malabarista e havia saído do Chile em abril de 2019.

Revoltada, ela pede por justiça. “Minha Karinita foi assassinada por um animal maldito do Brasil. Exijo justiça. A família está muito mal, estamos impactados e tristes. Chega de abusos e assassinatos. Ela era alegre, bela, terna e solidária. Um amor. Não entendo”, lamentou.

No Facebook, a avó da chilena, Silvia Irturra, usou o perfil no Facebook para lamentar a morte da neta e fez um texto se despedindo.

“Em direção à luz, você está viajando para o paraíso, já não estás neste plano, estás no plano celestial. Pedimos a Deus que a encha de mais luz dando a felicidade celestial e a paz eterna hoje à nossa imensa dor. Abriremos as nossas mãos e os nossos corações e te deixaremos ir. Você merece viver longe da dor, viver sem mágoas nem lágrimas. Te deixamos ir, mas nunca te esqueceremos”, escreveu.

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Publicado por
G1 Acre