Acre
Com tensão na fronteira, mortes violentas quase dobram no AC entre fevereiro e março
Em fevereiro foram registradas 13 mortes violentas enquanto que em março número saltou para 23.
O número de mortes violentas quase dobrou no Acre entre os meses de fevereiro e março deste ano. É o que mostram dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública Estadual (Sejusp).
Em fevereiro, o número de mortes registradas no estado chegou a 13, saltando para 23 no mês seguinte, o que corresponde a um aumento de 77%.
Umas das principais razões para esse salto das mortes violentas é o clima de tensão instaurado na fronteira do Acre que registrou a morte de pelo menos oito pessoas devido a confrontos entre grupos criminosos. Destas mortes, quatro ocorreram no mês de março e outras quatro no início deste mês.
Ainda conforme o levantamento, das 23 mortes registradas no mês passado, 22 foram homicídios dolosos, quando há intenção de matar. Apenas uma morte foi decorrente de ação policial.
O derramamento de sangue na região, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Acre, está ligado à intensificação da guerra entre facções criminosas, segundo avaliou o secretário da Sejusp, coronel Paulo Cézar, na última semana em entrevista ao g1.
Arinaldo Rego de Andrade foi achado morto pela mãe na zona rural de Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Mortes no Acre
Um levantamento feito pelo g1 apontou que ao menos oito pessoas foram assassinadas a tiros na região do Alto Acre desde o mês passado. Mas, também foram registradas mortes na capital acreana, Rio Branco.
A primeira morte foi do jovem Antônio José Souza de Paiva, de 26 anos, no da 14 de março, na invasão do Nazaré, em Brasileia. Segundo a polícia, ele foi executado com cerca de cinco tiros.
Já no dia 23, foi registrada a morte de Ismael Leite do Nascimento, de 31 anos, também em Brasileia. Um morador de rua que filmava a enchente que atingia a cidade naquele dia registrou os tiros que teriam matado a vítima.
Cinco dias depois, Vanderlan da Silva Progênito, de 29 anos, foi assassinado a tiros em um bar no bairro Aeroporto Velho, em Epitaciolândia, interior do Acre. Durante o ataque, outras duas pessoas, entre elas a mulher de Progênito, ficaram feridas.
No dia 30 do mês passado, o adolescente Rafael de Araújo, de 17 anos, morreu na cidade de Brasileia após ser atingido com dois disparos nas costas e no pescoço.
As outras quatro mortes foram registradas já no mês de abril. Porém, também no mês março, o marceneiro Arinaldo Rego de Andrade, de 29 anos, foi achado morto a tiros e facadas, no dia 13, no Projeto de Assentamento Moreno Maia, zona rural de Rio Branco. A vítima foi encontrada já sem vida pela própria mãe em frente de casa.
O idoso Adelino Eufrázio da Silva, de 67 anos, foi encontrado morto a tiros no dia 15 de março, dentro de casa na Travessa Primavera, no bairro Canaã, região do Segundo Distrito de Rio Branco.
Marcondes Inácio de Oliveira, de 33 anos, foi morto a tiros no dia 1º, na Rua Major Ladislau Ferreira, bairro Abrahão Alab, em Rio Branco. Segundo a polícia, ele foi até a casa da ex-mulher com um facão e acabou sendo baleado pelo atual namorado dela, um policial penal de 29 anos.
No dia 7 desta mês, Sebastião Alves Pereira, de 50 anos, foi assassinado a tiros em uma propriedade na zona rural da cidade de Assis Brasil. Ele era acusado de matar o cunhado e atirar na esposa e em outro irmão da mulher na zona rural de Assis Brasil, no interior do Acre, em setembro de 2020.
Nesta segunda (11), um homem foi encontrado morto a golpes de faca e degolado dentro de uma casa no bairro Triunfo, em Senador Guiomard, interior do Acre.
O Centro de Operações Policiais Militares (Copom) disse que a polícia recebeu uma ligação anônima afirmando que uma família estava sendo feita refém em uma casa na Rua Cesar Portela. Ao chegar no endereço, os militares chamaram pelos moradores e uma mulher apareceu na porta e negou que estivesse acontecendo qualquer situação.
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Acre
Vice-governadora Mailza Assis recebe almirante da Marinha para tratar da criação de uma base no Acre
A vice-governadora do Acre, Mailza Assis, recebeu nesta segunda-feira, 14, no Palácio Rio Branco, a visita oficial do vice-almirante José Luiz Corrêa Lampert, comandante do 9° Distrito Naval da Marinha do Brasil. Sediado em Manaus, o oficial explicou que este é um procedimento de aproximação da Marinha do Brasil com o Estado para intensificar a presença na região.
A agenda iniciou com uma conversa, onde Lampert agradeceu a parceria do governo do Acre e solicitou apoio do Estado e da bancada federal do Acre em Brasília para construção da sede da Patrulha Naval e para trazer a capitania do portos, representando a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental.
“Muito importante essa proposta de trazermos a Marinha, que está em Boca do Acre [Manaus] para o Acre. Tem todo apoio do governo, já temos o terreno e vamos trabalhar com a bancada federal para conseguir o recurso. A Marinha já é nossa parceira durante as alagações ou no período de seca. Agradecemos ao Almirante Lampert e toda a sua equipe que se colocou à disposição e está sempre aqui presente trabalhando para isso”, disse Mailza.
E reforçou que a parceria estratégica entre a Marinha e o governo do Acre em segurança marítima, defesa das fronteiras e cooperação são essenciais para o desenvolvimento do estado.
Durante a visita, o oficial explicou à vice-governadora que o trabalho da Marinha é o de contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atuam, entre elas, onde está inserido o Acre, que está sob seu comando.
“Já temos parcerias importantes, uma irmandade da Marinha com o estado do Acre, estado tão importante para o Brasil. Uma capitania aqui em Rio Branco vai prover mais segurança às embarcações, mais presença da Marinha nos rios, que ficam numa região de fronteira”, destacou Lampert.
No Acre, a Marinha do Brasil realiza a Operação Acre e com o Navio de Assistência Hospitalar (NAsh) Doutor Montenegro, oferece atendimentos médicos e odontológicos gratuitos para as comunidades ribeirinhas nos estados do Acre e Amazonas, situadas às margens do Alto e Médio Rio Juruá.
Estavam presentes no encontro o capitão de mar e guerra (CMG), Wilson Soares Ferreira Nogueira, responsável pelas Relações Institucionais do 9° Distrito; capitão de fragata, Matheus de Athaides Firmino, comandante da Capitania Fluvial de Porto Velho; a capitã-tenente, Viviane Oliveira de Jesus de Souza, assistente do almirante; e o capitão-tenente, Alan Costa, agente fluvial de Boca do Acre.
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Acre
Vinte candidatos no Acre foram denunciados por derramamento ilegal de ‘santinhos’
Tramitam na 9ª Zona Eleitoral, que abrange as cidades de Rio Branco e Bujari, reclamações contra 20 candidatos que participaram das Eleições municipais , realizada no último dia 6 de outubro, por prática irregular de derramamento de santinhos.
Além disso, o aplicativo Pardal recebeu inúmeras denúncias advindas da população. As reclamações estão em trâmite no Tribunal e as investigações buscam apurar os detalhes e a extensão do problema.
O uso de mini panfletos de propaganda eleitoral é uma prática comum nas campanhas eleitorais, mas a distribuição irregular e o derramamento descontrolado desses materiais pode caracterizar infração às normas eleitorais, ressaltando que essas ações podem afetar a lisura do processo eleitoral e a igualdade de condições entre os candidatos.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), a violação dessas normas pode resultar em diversas penalidades. Candidatos e partidos que forem flagrados realizando a distribuição irregular de santinhos podem enfrentar punições.
“A Lei das Eleições 9.504/97 proíbe a distribuição de material publicitário próximo aos locais de votação, considerando essa prática crime. As penalidades incluem multa e, em casos mais graves, pena de seis meses a um ano de prisão. Além disso, o descarte de ‘santinhos’ pode também ser enquadrado como crime ambiental”, destaca.
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Governo regulamenta lei que institui a subvenção econômica aos produtores estaduais na exploração de produtos florestais
Por Annie Manuela e Vitor Hugo Calixto
O governo do Acre sanciona, após aprovação da Assembleia Legislativa do Estado (Aleac), o Decreto 11.564, que regulamenta a Lei n°1.277, de 13 de janeiro de 1999, que institui a subvenção econômica aos produtores estaduais na exploração de produtos florestais, e revoga o Decreto n°6.153, de 16 de junho de 2020, que tratava sobre o mesmo assunto.
De acordo com o decreto, os beneficiários são os produtores agroextrativistas que exercem atividades familiares, utilizando sua força de trabalho e a de seus familiares, sem a contratação permanente de mão de obra externa. Esses produtores devem residir na área de produção e ter como principal fonte de renda a exploração extrativista, agroextrativista ou agropecuária. Além disso, é necessário que estejam ligados a organizações da sociedade civil, como associações, cooperativas ou sindicatos, devidamente cadastrados na Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri).
O novo documento, publicado nesta segunda-feira, 14, estabelece os beneficiários da subvenção econômica prevista no artigo 1° da Lei 1.277. Estabelece, também, a Seagri como reguladora, executora e operacionalizadora da subvenção, bem como o cadastramento dos produtores e organizações interessadas em participar do programa de subvenção.
Valores para subvenção econômica para os produtos produzidos também foram estabelecidas pela nova lei. Os pagamentos serão realizados aos beneficiários quatro vezes ao ano, conforme calendário estabelecido na lei. O primeiro bloco de pagamento, por exemplo, será referente às notas fiscais entregues de dezembro do ano anterior a março, com pagamento previsto para abril.
A Seagri será responsável pela execução do programa, com a realização de cadastramento dos produtores, pela gestão do pagamento das subvenções e pelo desenvolvimento de um plano de monitoramento. Esse plano inclui ações de fiscalização para garantir que o pagamento seja realizado de forma adequada e transparente. O Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Florestal Sustentável (CDRFS) será o órgão colegiado encarregado da governança dessa política.
O novo decreto tem como objetivo principal fomentar o desenvolvimento sustentável no estado do Acre, incentivando práticas de manejo florestal que respeitem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, contribuam para a segurança econômica dos pequenos produtores familiares. A subvenção busca também fortalecer as cadeias produtivas locais, como a borracha e o murmuru, gerando emprego e renda para comunidades extrativistas.
A iniciativa é parte do compromisso do governo estadual em promover políticas públicas que equilibrem crescimento econômico com a preservação ambiental, assegurando que o desenvolvimento do Acre seja inclusivo e sustentável.
O decreto também define os valores da subvenção para diferentes produtos florestais, como:
– Látex de cultivo (Vale do Acre): R$ 4,20 por unidade;
– Látex nativo (Vale do Acre): R$ 4,40 por unidade;
– Folha defumada líquida (FDL): R$ 3,50 por unidade;
– Coágulo virgem prensado (CVP) Nativo: R$ 2,30 por unidade;
– Murmuru: R$ 1,00 por unidade.
Esses valores representam um importante incentivo para a sustentabilidade econômica dos pequenos produtores, reforçando a valorização do extrativismo sustentável no estado.
Confira a lei na íntegra: DOE 14-10.
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