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Com redução nos números, Into deixa de atender casos de covid-19 e passa a contemplar outros serviços

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Com a baixa nos casos de covid-19 no estado, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), em Rio Branco, deixa de ser a referência estadual para o tratamento da doença. Dessa maneira, o atendimento passa a ser feito em todas as outras unidades de saúde, em área específica e isolada.

O hospital possui estrutura adequada para a implantação do serviço. Foto: Neto Lucena

O Into-AC funcionará como uma espécie de complexo, comportando neste primeiro momento os serviços de fisioterapia, nefrologia e ortopedia, que serão administrados pela Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre).

“Ainda temos três pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) no Into-AC, mas as enfermarias já foram fechadas e a UTI permanece até a inauguração do PS”, explicou Gabriel Mesquita, coordenador do Centro de Operações Emergenciais (COE) em Saúde Pública, da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).

No mês de março, dez óbitos foram registrados na unidade, de pessoas com idades entre 42 e 104 anos que não se vacinaram ou não tomaram a dose de reforço.

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Acre

Aleac realiza audiência pública para discutir Política Nacional de Cuidados Paliativos

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Na manhã desta segunda-feira (01), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu uma audiência pública para debater sobre a implantação da Política Nacional de Cuidados Paliativos. A iniciativa, fruto de um requerimento apresentado pelo deputado Adailton Cruz (PSB), reuniu autoridades e profissionais de saúde para discutir os desafios e as necessidades da implementação dessa política no Estado.

Durante a abertura da audiência, o deputado Adailton Cruz destacou a importância da Política Nacional de Cuidados Paliativos, enfatizando a necessidade de oferecer dignidade e reduzir o sofrimento dos pacientes com doenças incuráveis. O parlamentar agradeceu aos presentes, mencionando que é com muito prazer que “a gente segue trabalhando e buscando melhores políticas para melhorar a saúde do nosso Estado”. Ele também reforçou que o paliativismo é essencial não apenas para o acesso aos serviços, mas também para “reduzir o sofrimento daqueles que, infelizmente, têm doenças que não têm cura”.

O deputado ressaltou ainda, a importância do comprometimento e dos recursos necessários para a implementação eficaz dessa política. “Nesse processo, temos que ter bastante envolvimento, recursos humanos, materiais financeiros, comprometimento, perfil, porque nunca se sabe, amanhã pode ser qualquer um de nós”, afirmou Cruz. Ele concluiu agradecendo a todos os presentes, especialmente aqueles com quem já convive no dia a dia, destacando a importância do apoio contínuo e da colaboração para melhorar a qualidade de vida dos pacientes em cuidados paliativos.

A audiência seguiu com uma apresentação da doutora Emanuele Nobrega, chefe do Departamento de Atenção Ambulatorial Especializada. Em seu discurso, profissional ressaltou a relevância dos cuidados paliativos na rede de atenção à saúde e destacou que a Política Nacional de Cuidados Paliativos foi implementada em 7 de maio deste ano. “Estamos ainda em todo um processo de divulgação e rastreio de todas as possibilidades de organização do nosso serviço no âmbito estadual”, explicou.

Emanuele também mencionou a responsabilidade do departamento de atenção ambulatorial especializada em conjunto com a diretoria de rede e as coordenações das redes temáticas e assistenciais para organizar e implementar os cuidados paliativos no Estado. Ela destacou a presença e o trabalho de cinco paliativistas no Acre, mencionando enfermeiros de diferentes municípios que foram capacitados pelo projeto da planificação pelo Albert Einstein.

Durante sua apresentação, Emanuele explicou que os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e crônicas, desmistificando a ideia de que esses atos são apenas para fases terminais. Ela ressaltou que a política inclui cuidados para diversas patologias, como oncologia, doenças renais e doenças crônicas não transmissíveis. “O cuidado paliativo não é só em fase terminal. Temos a oportunidade de fazê-lo em todas as suas demandas”, afirmou.

A médica também destacou os desafios que a implementação da política enfrentará, mas afirmou que são obstáculos superáveis. Ela ressaltou que a reorganização dos serviços é fundamental, não apenas para os cuidados paliativos, mas para toda a estrutura de serviços em rede. “Antes, tínhamos um processo de organização fragmentado. Hoje, vamos trabalhar na perspectiva de integrar todos os processos de cuidado em uma rede assistencial contínua e oportuna para qualquer demanda que seja realizada a esse paciente”, explicou.

A doutora Emanuele apontou a limitação dos cuidados paliativos na região norte, onde menos de 3% dos serviços oferecem esses cuidados. No Acre, a equipe de cuidados paliativos do Unacon é a única disponível e está focada principalmente em pacientes oncológicos, evidenciando um grande vazio assistencial que a nova política visa preencher. “A política vai trazer essa reorganização e implementar outras práticas para os cuidados”, afirmou.

Ela ainda mencionou que os próximos passos incluem a elaboração de uma linha de cuidados estaduais para a implementação da política. Isso está sendo feito de forma sistemática com a equipe do Unacon e com a colaboração de profissionais de várias regiões. “Estamos ansiosos para a publicação das portarias de habilitação, que definirão os critérios para as equipes de matricialmente e assistência”, explicou Emanuele. 

Além disso, destacou-se a importância do fortalecimento do telematriciamento e telesaúde para a qualificação das equipes. “Já temos processos instalados com a planificação de atenção à saúde, com um módulo específico de cuidados paliativos. Alguns municípios, como Manoel Urbano, já organizaram seus territórios e identificaram pacientes elegíveis para cuidados paliativos”, disse Emanuele.

Em seguida, a médica Olda Magalhães, da equipe de Cuidados Paliativos da Unacon, fez uma apresentação destacando a importância e a história do paliativismo. Olga ressaltou que os cuidados paliativos não se limitam a doenças incuráveis, afirmando que “fome também entra no nosso diagnóstico”. Ela traçou ainda um paralelo histórico, mencionando que “se você lembrar a história do bom samaritano na Bíblia, isso foi cuidado paliativo”, destacando que essa prática de cuidado existe desde os primórdios da civilização.

A médica também compartilhou sua experiência pessoal, relatando as dificuldades que sua mãe enfrentou ao sair de Rio Branco para tratar um câncer de mama no Rio de Janeiro, antes da implantação do Projeto Expande em 2000, que proporcionou acolhimento e atendimento em diversas regiões do Brasil. Ela enfatizou a importância de desmistificar o uso da morfina, dizendo que “as pessoas têm muito preconceito com ela” e que é essencial entender que “dor não é normal”.

Olga finalizou seu pronunciamento expressando um desejo profundo de que as pessoas compreendam e valorizem os cuidados paliativos. “É um trabalho árduo e sério. Peço que as pessoas estudem mais sobre o assunto, nós precisamos de verdade engajar essa causa”, concluiu.

Em seguida, a audiência abriu espaço para o relato de Natasha, familiar de uma paciente que recebeu cuidados paliativos. Ela compartilhou a emocionante história de sua mãe, Dona Maria do Socorro, diagnosticada com glioblastoma aos 60 anos. “Em março de 2003, ela teve o diagnóstico incurável e, diante disso, meu mundo desmoronou. Após quase três meses de internação, minha mãe foi liberada para ser cuidada em casa. Foi nessa transição para cuidados domiciliares que os cuidados paliativos transformaram nossa história”, relatou.

Natasha destacou o suporte técnico e emocional que recebeu da equipe de cuidados paliativos, enfatizando a importância de medidas de conforto para pacientes com doenças graves. “Quando falamos em cuidados paliativos, há um equívoco relacionado. Logo se acha que não há mais nada a fazer. Associam ao abandono. Essa integração entre equipe e família foi fundamental para que houvesse melhora na qualidade de vida, com controle de sintomas, conforto e dignidade”, afirmou.

Ela finalizou seu relato destacando o impacto positivo dos cuidados paliativos e a necessidade de sua ampliação. “Desejo que esses cuidados sejam ampliados e alcancem mais pacientes, familiares e cuidadores. O suporte técnico e psicológico que recebi foi imensurável. Encontrei nessa equipe a capacidade de ajudar a amenizar a dor e o sofrimento da minha mãe”, concluiu Natasha.

A diretora-geral Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), Moana Araújo, também se pronunciou. “É impressionante a quantidade de profissionais de saúde que comentaram a importância da discussão dessa pauta. O cuidado paliativo traz conforto e amor para os pacientes”, disse. Ela destacou a necessidade de cuidar dos pacientes desde a atenção primária e não apenas quando não há mais opções de tratamento. “O Cecon está à disposição para colaborar na implantação e ampliação dessa política importante”, afirmou.

Moana reforçou a importância do diagnóstico precoce do câncer e a busca por um tratamento rápido, o que aumenta as chances de cura. Ela também salientou a necessidade de políticas e ações que cuidem das pessoas desde o início, prevenindo a necessidade de cuidados paliativos.

Representando no encontro o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, a secretária adjunta de Assistência de Saúde da pasta, Ana Cristina Silva, enfatizou a necessidade urgente de cuidado tanto por parte da gestão quanto dos profissionais de saúde, ressaltando: “O cuidado precisa vir da gestão, as condições têm que vir da gestão”. Ela destacou ainda a importância de resgatar práticas de autocuidado entre os trabalhadores da saúde, mencionando: “Nós também precisamos resgatar um pouco de nós, lá de trás, de como a gente era, de como a gente agia, de como a gente se cuidava”.

A Secretária também reconheceu os desafios enfrentados na área e concluiu com um apelo à colaboração, assegurando apoio da Secretaria Estadual de Saúde para avançar no cuidado à população.

O deputado Adailton Cruz encerrou o debate destacando a necessidade urgente de expandir as equipes de cuidados paliativos no Estado. “Só tem uma equipe hoje no Acre de cuidados paliativos e precisa ser expandido o quanto antes”, afirmou. Ele também ressaltou a importância do financiamento e das contrapartidas municipais para implementar essa política integralmente, especialmente em regiões carentes como Jordão, Porto Walter e Thaumaturgo, onde a assistência mínima ainda é insuficiente.

O parlamentar mencionou ainda a ampliação do orçamento de saúde do Acre, que passou de R$ 1 bilhão para R$ 1 bilhão e R$ 735 milhões, graças ao apoio do governo e dos parlamentares. “Não adianta a gente sonhar, lutar, querer profissional, qualificar, ampliar serviço sem ter orçamento, sem ter recurso”, ressaltou. Ele concluiu pedindo maior envolvimento do Ministério da Saúde e das autoridades estaduais e municipais para garantir que cada cidadão tenha acesso aos cuidados paliativos, afirmando que “cada cidadão tenha acesso a esse serviço” é uma prioridade.

Por fim, o deputado agradeceu aos participantes e destacou o compromisso de encaminhar o relatório da audiência para as secretarias municipais e estadual, além da bancada federal, pedindo a implementação de recursos para os cuidados paliativos. Ele também mencionou seu compromisso em destinar parte das emendas parlamentares para apoiar a saúde no estado, incluindo a aquisição de uma ambulância para a zona rural e recursos para o Hospital Regional do Juruá.

“Eu sou fã dos trabalhadores de saúde, sou fã de saúde, sou mais fã ainda daqueles que fazem saúde com o coração e com a alma, e vocês demonstraram isso aqui. Quando se faz com amor, não tem resultado melhor. Parabéns”, afirmou o deputado.

Texto: Andressa Oliveira e Mircléia Magalhães

Fotos: Sérgio Vale

       

Fonte: Assembleia Legislativa do AC

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Governo intensifica campanhas educativas para conscientizar população e reduzir acidentes de trânsito

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O Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) trabalha em diferentes frentes para reduzir o número de acidentes em todo o estado e tem avançado, inclusive, na interiorização desses serviços. Porém, esse é um trabalho que precisa ter como aliada a consciência da população, já que cabe a todo motorista seguir as regras de trânsito para evitar acidentes e vítimas fatais. Para isso, campanhas educativas são constantemente veiculadas.

Dados mostram que, em 2022 e 2023, foram 3.884 e 3.976 acidentes, respectivamente, resultando em 87 e 85 vítimas fatais em todo o estado. Além da fiscalização diária, o Detran também promove campanhas educativas e alerta os cidadãos para os danos em consequência de acidentes.

“O Detran e as demais forças de segurança no trânsito têm levado a sociedade a um trabalho que visa conscientizar todos os usuários da via, sejam condutores ou pedestres, sobre seu papel nas nossas vias públicas do nosso estado. E a gente vem atuando de maneira coordenada, deslocando nossas equipes para atuar em locais e horários estratégicos, quando é registrado o maior número de sinistros. Temos conseguido reverter os altos índices de mortes no trânsito nos fins de semana e também no período noturno”, explica a presidente do Detran, Taynara Martins.

Ampliar as ações educativas é a estratégia utilizada pelo Detran/AC para salvar vidas no Trânsito. Foto: Renato Beiruth/Detran

Entre as ações, a gestora destaca a Operação Lei Seca, que foi fortalecida na gestão do governador Gladson Cameli, por meio de um termo de cooperação entre o Detran e a Polícia Militar do Acre. “Implementamos o repasse, que era de pouco mais de R$ 2 milhões, e hoje a gente já chega a quase R$ 9 milhões, proporcionando polícia 24 horas nas ruas, na capital e no interior, combatendo infrações de trânsito, crimes de trânsito relacionados à Lei Seca, executando as ações de patrulhamento, tanto no trânsito quanto no serviço ordinário mesmo e, além disso, temos agentes do Detran em Brasileia, Cruzeiro do Sul e Rio Branco”, informa.

A gestora também destaca que tem sido prioridade a disseminação de informações por meio de vários meios de comunicação, aumentando o alcance desse conhecimento.

“Hoje temos campanhas educativas em vários tipos de mídia, TV, rádio e portal, e essa é uma inovação para chegar mais longe com as nossas campanhas educativas. Também temos os painéis de LED, que fazem com que a gente atinja diretamente a população da cidade, com outdoors e tantos outros meios, incluindo as redes sociais. E mesmo com todo esse investimento, ainda flagramos pessoas associando álcool e direção nas vias de todo o estado. Nossa missão é potencializar a Operação Lei Seca, sempre mantendo o caráter educativo e punitivo, que é necessário à preservação de vidas no trânsito”, observa.

Sonhos interrompidos

Era feriado em alusão à Revolução Acreana, 6 de agosto de 2020, quando Jonhliane Paiva de Souza, de 30 anos, levantou-se às 5h. Com o cuidado de sempre para não acordar ninguém, preparou-se para mais um dia de trabalho em uma rede de supermercados de Rio Branco, como fazia todos os dias. A rotina seguiu normalmente, a não ser pelo fato de aquele dia ser feriado, mas a jovem estava acostumada com a escala de trabalho.

Arrumou-se, subiu na moto e seguiu, da parte alta da cidade, até o supermercado, que fica no Centro, até que foi atingida por um carro em alta velocidade. Era por volta das 6h15 quando a mãe, Raimunda Paiva, recebeu o telefonema que mudaria o rumo da sua vida. A data, celebrada com festa no estado, seria a mesma que marcaria a maior tragédia na vida da autônoma.

“O marido de uma amiga que trabalhava com ela me ligou e disse que era para eu me arrumar que a Jonhliane havia sofrido um acidente e que ele passaria para me buscar. Até então, ninguém me disse que ela tinha morrido e, enquanto a gente ia, eu perguntava se já tinham chamado socorro, dizia para a gente ir logo, para socorrer minha filha”, relembra, entre lágrimas.

Só ao chegar no local do acidente, teve a notícias de que a filha não resistira. Naquele momento, Raimunda sentiu a dor que nem o dicionário ousa expressar: a perda de um filho. A sabedoria dos mais experientes costuma dizer que há nome para todo luto, menos para o de um filho.

Raimunda perdeu a filha em um acidente de trânsito e tenta reconstruir a vida. Foto: Marcos Vicentti/Secom

‘Tento me enganar que ela está viajando’

Esse foi um dos casos mais emblemáticos com relação a acidentes de trânsito, tendo gerado comoção em todo o estado. “Tive que mudar minha vida inteira. Saí da casa onde morava com ela, não suportei ficar com as lembranças ali, tive depressão, problemas para dormir e descobri na pele o que era problema emocional”, desabafa.

Jonhliane era a caçula de três filhos. Morava com a mãe, havia sido promovida no emprego e terminaria, naquele fatídico 2020, a tão sonhada faculdade de contabilidade. Estava animada, porque também terminava de pagar a moto. Cuidadosa, a mãe conta que ela evitava sair à noite e cumpria à risca os limites de velocidade.

Tinha o sonho de ser gerente e cabia a ela o sustento da casa. Também incentivava a mãe a estudar para concurso. Depois de quase quatro anos do trágico acidente, Raimunda conta que a dor ainda é uma ferida aberta.

Como o processo na área cível ainda está em andamento, a moto de Jhonliane permanece com ela, na garagem de casa, encoberta com um lençol. Os destroços constantemente fazem Raimunda revisitar a dor do dia do acidente. Ao doar as roupas da filha, guardou em uma caixinha algumas lembranças: a vela de 30 anos e a blusa vestida no último aniversário, dias antes; fotos; cartões e o relógio usado no dia do acidente.

“Não tem como aplacar essa dor. Eu senti e sinto desespero. Só passa quando a gente está dormindo e não sente, mas quando acorda vem à tona. Todos os dias, quando abro os olhos, lembro que minha filha morreu. Às vezes, tento me enganar que ela está viajando, mas não está”, narra.

Moto de Jhonliane ainda está guardada na casa da mãe, aguardando finalização de processo na Vara Cível. Foto: Marcos Vicentti/Secom

‘O que me segurou foi minha filha’

Uma rota alterada por engano mudou a vida de Renan Felipe Bezerra da Silva. Na manhã de 31 de julho do ano passado, o motorista de aplicativo já estava fazendo corridas às 6h da manhã, como era de costume. A rotina era rodar pelo aplicativo até chegar a hora de levar sua mulher para o trabalho e a filha para a escola, para depois continuar trabalhando.

Renan costumava trabalhar de carro, mas fazia menos de um mês que tinha decidido trabalhar de moto. Naquele dia, aceitou uma corrida e seguiu para buscar o passageiro, que tinha como destino o Centro da capital.

Chegou ao local chamado e o passageiro confirmou o modelo da moto, mas não o número da placa. Ele então seguiu para o destino que o GPS apontava, até que seu celular tocou: era o aviso de que havia pegado o passageiro errado. Então encerrou a corrida na plataforma, mas disse ao cliente que o levaria até o destino.

Ao mudar a rota, não imaginava que a alteração impactaria sua vida. “Finalizei a corrida e fiz por fora da plataforma. Foi quando segui pela Estrada da Floresta e, assim que passei do cemitério, logo após a curva, senti a pancada”, relembra.

O motociclista foi atingido por um carro em alta velocidade. Ele teve a perna amputada e perdeu o movimento de um dos braços.

Renan diz que pensava na filha para sobreviver. Foto: Diego Gurgel/Secom

Renan conta ainda que, antes do acidente, ao deixar a mulher no trabalho, disse que estava com um pressentimento ruim. “Era aquela sensação que diz para você não ir, mas você teima e vai mesmo assim. Minha mulher até disse para eu ir para casa, mas eu disse que ia trabalhar mais um pouquinho e foi nesse pouquinho que aconteceu tudo”, diz.

Ele lembra de tudo. Caído, Renan conta que lembrava da filha a todo momento e era isso que lhe dava forças. “Era só o que vinha na minha cabeça: minha filha. Foi ela que me segurou, foi por ela que lutei pela minha vida”, relata.

Após o acidente, Renan e sua família tiveram que mudar toda a rotina e se adaptar ao novo padrão de vida. Inicialmente, sua mulher, Rafaela Lira, teve que sair do emprego para se dedicar aos cuidados com Renan.

Recentemente, a mulher voltou a trabalhar, já que a mãe do motociclista se reveza com ela nos cuidados. Apesar de ter conservado o braço esquerdo, Renan ficou sem os movimentos, devido à lesão no músculo. E também não consegue mais trabalhar como motorista, devido às sequelas do acidente.

Renan perdeu a perna e o movimento do braço em acidente de trânsito. Foto: Diego Gurgel/Secom

“A mudança maior foi porque minha família dependia financeiramente de mim e essa parte pesou mais. A cabeça fica a mil, pensando que estamos ali, sem poder fazer nada. Não posso mais levar minha filha para a escola, nem trabalhar, então isso mudou nosso padrão de vida”, explica.

Mesmo diante das dificuldades, Renan se diz grato por estar vivo e ter tido uma segunda chance. “Levo isso como um aprendizado, porque tem muita gente que sofre acidente e não sobrevive. Graças a Deus estou vivo, minha vida tá começando a voltar ao normal, aos poucos. Sei que não vai ser 100% normal, mas voltei a estudar, estou começando a sair, meus amigos me visitam. A gente vai levando”, diz.

Renan alerta que as pessoas precisam se conscientizar no trânsito. “O que eu digo é que a pessoa tenha atenção. Principalmente quando o assunto é celular, que tira muito a atenção. É preciso se conscientizar”, reforça.

Fonte: Governo AC

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Polícia Civil do Acre promove emissão de documentos de população carcerária

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A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio do Instituto de Identificação, realizou, neste fim de semana, uma ação de atendimento para emissão da Carteira de Identificação Nacional (CIN), anteriormente conhecida como Registro Geral (RG), destinada à população carcerária de Rio Branco. A iniciativa beneficiou 43 apenadas da Unidade de Regime Fechado Feminino de Rio Branco. A emissão dos documentos será custeada pelas penas pecuniárias da Vara de Execução Penal e Medida Alternativa.

PCAC realiza emissão de documentos para apenadas da unidade prisional feminina de Rio Branco, promovendo cidadania e inclusão social. Foto: cedida

O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, Henrique Maciel, destacou a importância de garantir os direitos dos presos, incluindo o acesso a documentos pessoais. “O direito à documentação é fundamental para qualquer cidadão, e isso não deve ser diferente para aqueles que estão cumprindo pena. A emissão da Carteira de Identificação Nacional possibilita que essas pessoas possam, futuramente, reintegrar-se à sociedade com mais dignidade e acesso a serviços essenciais. Estamos comprometidos em assegurar que todos os cidadãos, independentemente da sua situação, tenham seus direitos respeitados”, afirmou.

O diretor do Instituto de Identificação, Júnior César da Silva, também analisou o trabalho desenvolvido com a população carcerária. “Essa ação é parte de um esforço contínuo para garantir que os apenados tenham acesso a seus documentos de identificação, o que é crucial para muitas atividades diárias e para a reintegração social. Trabalhamos para oferecer esse serviço de forma eficiente e humana, entendendo que a cidadania e os direitos não devem ser negados a ninguém”, disse.

A ação da Polícia Civil do Acre demonstra um compromisso significativo com a inclusão social e os direitos humanos, proporcionando às apenadas a possibilidade de um futuro mais integrado à sociedade, com acesso a serviços básicos e oportunidades de reabilitação.

Fonte: Governo AC

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