Acre
Com menor idade mediana entre a população indígena apontada pelo IBGE, Acre busca reforçar a promoção de políticas públicas para a área
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segue divulgando recortes do Censo Demográfico 2022 e, nesta sexta-feira, 3, publicou a faixa etária predominante de indígenas em cada estado. Enquanto sua população total tem uma idade média de 27 anos, o Acre, segundo os dados, é o estado com a menor idade mediana entre a população indígena (17 anos de idade), seguido por Roraima e Mato Grosso (ambos com 18 anos).
O Acre seguiu a tendência nacional, já que os resultados do Censo Demográfico 2022 mostram que a população mais jovem tem um peso mais elevado entre os indígenas, em comparação à população residente no Brasil.
Ainda no final do ano passado, o IBGE divulgou que, dos 830.018 habitantes do Acre, 31.694 se declaram indígenas, o que configurou um aumento de 80,3% em relação ao recenseamento anterior.
Fortalecimento da cultura
Para a secretária dos Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara, os dados do Censo têm um papel fundamental para a elaboração de políticas públicas voltadas para os povos originários, já que, por meio dos números, é possível pensar em ações pontuais para essa população.
“Estamos muito felizes com o aumento da população dos povos indígenas, principalmente na idade de 17 anos, porque a gente sabe que a juventude é o futuro da política pública, para defender os nossos direitos, nossos territórios, a educação, o turismo e a segurança alimentar. Quando nós, povos indígenas, entramos mesmo no mapa do Acre, éramos muito pouquinhos, então era muito difícil a política pública adequar as questões dos povos indígenas; então hoje, esse aumento de população ajuda a visão do governo federal, das instituições internacionais, da nossa mesmo, do governo do Acre, para ter esse olhar com mais cuidado para implementar as políticas políticas”, avalia.
O debate e as ações do poder público, segundo a secretária, precisam ser pensados no sentido de que os indígenas possam ficar dentro de seus territórios. “A gente merece esse respeito, porque nós resguardamos o nosso território, nós cuidamos do clima, não só para os territórios indígenas, mas para o mundo. As políticas públicas precisam chegar de fato aos territórios, para que os nossos povos permaneçam dentro dos territórios, porque quando precisarmos ir para a cidade, precisa ser em cima de um planejamento com habitação, com lugar para ficar e não viver nas periferias de qualquer jeito”, enfatiza, ao reforçar que esse aumento no número de indígenas deve resultar cada vez mais em lutas para implantação de planos que atendam essa população.
Políticas afirmativas
Com o objetivo de fortalecer políticas públicas destinadas a promover e proteger os direitos dos povos indígenas, o governador do Acre, Gladson Cameli, criou a Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas (Sepi) em julho do ano passado. Em menos de um ano, a gestão, no último 19 de abril, comemorou avanços na pauta e fez um balanço das ações dos últimos meses.
O primeiro passo foi estruturar e organizar a casa, para que os recursos pudessem ser devidamente aplicados. Ao todo, segundo a titular da pasta, foram aplicados mais de R$ 4,5 milhões. Como a secretaria teve que ser criada do zero, demandou muitos processos burocráticos, mas o resultado dessas ações, nesse curto espaço de tempo, inclui um diálogo mais qualificado com os povos indígenas, aproximação do poder público com a comunidade e, principalmente, o fortalecimento da cultura.
Outro ponto importante para garantir a manutenção das tradições em todos os povos indígenas foi a inclusão de 23 festivais de diferentes povos no calendário oficial do Estado. Essa é uma forma de fortalecer a cultura dentro das terras indígenas (TIs) e também fazer com que as lideranças retomem a propagação da sabedoria tradicional para os mais jovens.
A chegada de tecnologias na aldeia, por meio da Secretaria de Educação, também foi uma forma de criar um arquivo vivo, que vira documento. Com a chegada da internet e tablets, os próprios alunos conseguem registrar os ensinamentos dos mais velhos e os arquivos ficam para a posteridade.
Fonte: Governo AC
Comentários
Acre
Acreana tem 90% do corpo queimado em tentativa de feminicídio no interior do MT, diz mãe
Jovem estava descontente com relacionamento e iria pedir medida protetiva contra Djavanderson de Oliveira Araújo. Ele a atraiu até sua casa e incendiou o local. Ambos foram levados a um hospital de Cuiabá com queimaduras.
Por Victor Lebre, Yuri Marcel, g1 Acre
A família de uma jovem acreana que mora no município de Paranatinga, no interior do Mato Grosso, distante mais de 250 quilômetros da capital Cuiabá, acusa o namorado dela de atear fogo a ela e deixá-la com 90% do corpo queimado na noite da última segunda-feira (9). Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, está internada em estado grave em um hospital na capital mato-grossense, e segue entubada até este domingo (15).
De acordo com a mãe da jovem, Rosicléia Magalhães, que mora no Acre, Juliana estava descontente com o relacionamento e contou para ela que iria pedir uma medida protetiva contra o suspeito, Djavanderson de Oliveira Araújo, de 20 anos, porque ele estava “enchendo o saco”.
A suspeita da mãe é que o rapaz tenha clonado o celular da vítima e, assim, ficou sabendo da decisão de Juliana. Com isso, ele a atraiu até sua casa e, por volta das 22h do dia 9, jogou álcool na jovem e a incendiou. Ele teve 50% do corpo queimado e também foi transferido para Cuiabá. Após o fato, foi registrado um boletim de ocorrência.
“Na noite do dia 9, ela me ligou, dizendo que tinha se separado, que estava já com quase três meses separada, e tinha ido buscar as coisas que tinham ficado na casa, e ele não queria deixar ela sair. Então, eu liguei de volta para ela, e falei com ele, conversei com ele, e mandei ele deixar ela sair, se não ia dar problema para ele. Ele foi e deixou ela sair para ir trabalhar. À noite, eu conversei com ela, para ver se estava acontecendo alguma coisa. Por volta de 8, 9 horas da noite, foi quando eu parei de conversar com ela, e estava tudo bem, a única coisa que ela me disse foi: ‘mãe, amanhã eu vou entrar com a medida protetiva porque o Dêja está enchendo o saco’. Eu falei: ‘você vai entrar com medida protetiva e vem embora’. Mas, ele clonou o telefone dela e viu as mensagens, e nessa mensagem, após a minha conversa com ela, ele atraiu ela até a casa, dizendo que tinha atropelado alguém, estava nervoso, e para ela ir lá ajudá-lo. Ela foi, e nessa ida eu não sei como é que aconteceu a situação dentro da casa. Quando ela estava podendo falar, que ela chegou no hospital falando, ela disse que ele jogou fogo nela e colocou fogo ele também. Ele se queimou porque respingou o álcool nele”, relatou.
Mãe era contra o relacionamento
Rosicléia relembra que Juliana e Djavanderson se conheceram quando estudaram juntos na cidade de Porto Acre. À época, eles começaram a se relacionar, mas a mãe não achava que o relacionamento era apropriado porque os pais dele eram acusados de crimes no estado do Pará, inclusive chegando a serem presos no município de Vilhena, no interior de Rondônia. Por conta disso, Rosicléia proibiu a filha de se relacionar com o rapaz.
À época da prisão dos pais, Djavanderson foi embora para Vilhena, mas o casal manteve o relacionamento à distância. Cerca de seis meses depois, ele voltou ao Acre, para a cidade de Bujari, vizinha a Rio Branco, e retomou contato com Juliana.
Ainda contra o relacionamento, a mãe decidiu mandar a filha para morar com a irmã mais velha em Cuiabá. Cerca de oito meses depois, ela soube que Djavanderson também havia se mudado para o estado do Mato Grosso, porém, não sabia em qual município, que se tratava de Paranatinga, onde ocorreu o crime.
“Nesse meio tempo, eles se encontraram e continuaram o namoro deles. Quando chegou no período do final do ano de 2022 para 2023, ela foi visitar ele na cidade dele, de férias da escola. Nessa ida para visitar ele, ela resolveu não voltar e viver lá junto com ele”, contou.
‘Nossa preocupação é que ele vai vencer’
Apesar de Juliana ter contado para mãe que estava sendo importunada por Djavanderson e que pediria uma medida protetiva, Rosicléia lembra que ela nunca relatou agressões. Ainda assim, ela ouviu do chefe da jovem que ela já chegou ao trabalho com um arranhão no rosto, e que, ao ser perguntada, disse ter se machucado sozinha. A mãe, porém, acredita que tenha sido uma agressão dele.
Agora, a família teme que o suspeito escape impune e volte a tentar agredir a garota. Rosicléia espera que ele seja preso e afirma estar em contato com a polícia local.
“A nossa preocupação é que ele vai vencer, que ele venha a fugir ou viver em liberdade, ‘de boa’, porque o delegado não decretou a prisão dele. Fizemos um boletim de ocorrência, a delegada da capital me mandou mensagem dizendo que vai ver se o delegado decretou a prisão dele. Se ele não decretou, ela vai decretar. A gente está na preocupação dele fugir do hospital, porque ontem [sexta-feira, 13] quando eu estive no hospital, a mãe dele estava lá e estava levando pertences dele. Então, a gente está tentando mobilizar essa divulgação dentro da cidade para ver se o delegado faz alguma coisa”, disse.
Saiba como denunciar casos de violência doméstica:
- Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos:(61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Comentários
Acre
Delta/Fieac: Gerlen Diniz aparece com 46% e Gilberto Lira com 37% em Sena Madureira
O Instituto Delta Agência de Pesquisa, em parceria com a Federação das Indústrias do Acre (Fieac), divulgou neste sábado (14), uma pesquisa de intenção de votos no município de Sena Madureira. A pesquisa foi realizada no dia 10 de setembro.
Na pesquisa estimulada, Gerlen Diniz aparece com 46,84%, seguido por Gilberto Lira com 37,21% das intenções. Votos brancos ou nulos somam 3,99%. O número de indecisos, que não souberam ou não quiseram responder, alcançou 11,96%.
Na pesquisa espontânea, Gerlen Diniz, candidato do PP à Prefeitura aparece com 39,87%. Em seguida, o deputado estadual Gilberto Lira (União Brasil), aparece com 28.57%. Votos brancos ou nulos chegam a 2.33% e 29.23% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Quando questionados sobre a rejeição dos candidatos, Gilberto Lira lidera com 38,87% dos entrevistados afirmando que não votariam nele de jeito nenhum. Gerlen Diniz aparece em seguida com 27,24%. Outros 33,89% dos eleitores disseram que não sabem ou preferiram não responder.
O levantamento coletou 301 entrevistas com uma margem de erro de 5,6 pontos percentuais para mais ou para menos e um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número AC-03077/2024
Comentários
Acre
Rio Acre sobe 5 centímetros em dois dias e se afasta de cotas históricas em Rio Branco
Nível do rio, porém, está mais de 30 centímetros abaixo do alcançado na mesma data no ano passado. Seca já afeta cerca de 387 mil pessoas na capital acreana.
O Rio Acre subiu cinco centímetros em dois dias e se afastou das cotas históricas após passar de 1,27 metro na sexta-feira (13) para 1,32 metro neste domingo (15), de acordo com a medição das 6h divulgada pela Defesa Civil de Rio Branco.
Este índice é sete centímetros acima da menor cota já registrada na capital acreana, que foi de 1,25 metro em 2 de outubro de 2022. O aumento na régua ocorreu, principalmente, entre o sábado (14) e o domingo, quando o rio subiu quatro centímetros, saindo de 1,28 metro para a marca atual.
Porém, segundo projeções da Defesa Civil, é possível que o nível continue baixando, podendo alcançar ou até superar a marca de 1,25 metro.
Contexto: O rio chegou a ficar três centímetros da menor cota histórica desde 1971, quando o manancial começou a ser monitorado em Rio Branco.
- Seca: Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravada em razão da falta de chuvas na região, situação que já perdura há dois meses.
- População afetada: Mais de 387 mil pessoas nas zonas urbana e rural de Rio Branco
- Prejuízos: como resultado da seca, produtores perderam plantações e houve queda nas vendas. O baixo nível do manancial também afeta o transporte das mercadorias.
Apesar do aumento significativo, a marca alcançada neste domingo é mais de 31 centímetros menor que o registrado na mesma data no ano passado, quando o rio estava em 1,63 metro.
Histórico de seca
Em 2016, o Rio Acre atingiu 1,30 metro pela primeira vez. Esta marca foi, na época, considerada a pior da história da capital acreana. O Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa) chegou a gastar mais de R$ 2 milhões em equipamentos e insumos para manter o abastecimento na cidade na época.
Depois de chegar até a marca, o rio voltou a subir, mas foram necessários mais nove dias até que voltasse a ficar acima dos dois metros.
Você precisa fazer login para comentar.