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Com investimento, determinação, tecnologia e vontade política Acre pode viver era de ouro da agricultura e agronegócio

Secretário Estadual de Produção e Agronegócio, Nenê Junqueira, tem perspectiva inclusiva e moderna
A agricultura e a agroindústria acreana estão no limiar de uma nova era, mais sistematizada, mais mecanizada, que incorpore tecnologias, métodos modernos de produção e que, ao mesmo tempo, valorize as facetas do desenvolvimento agroflorestal, de apoio tanto a médios e grandes empresários, como à produção familiar em nova base economicamente sustentável.
À frente deste desafio, o secretário de Produção e Agronegócio (SEPA), Nenê Junqueira, que como produtor conhece em profundidade as necessidades e o potencial do setor, tem condições de fazer a retomada de ações que se ´perderam nos últimos anos, como a estrutura de armazenagem da Cageacre, a Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater, ao lado de pesado investimento em maquinário agrícola e tecnologia adaptada. O marco na mudança do zoneamento agroecológico é um caminho seguro para o trabalho. O senador Marcio Bittar destinou agora R$ 50 milhões para a compra de maquinário agrícola que será posto à disposição dos produtores para aprimorar, mecanizar, incorporar tecnologia ao campo acreano.
É o que explica o secretário Nenê Junqueira nessa entrevista exclusiva ao jornal A Tribuna.
A TRIBUNA – O senhor tem em mãos o novo zoneamento agroecológico do estado, com algumas mudanças importantes. Pelas primeiras informações, haverá lugar no Acre para todas as atividades produtivas no campo. O senhor acredita que acabou o tempo de dizer que isso ou aquilo não pode? Quais serão suas prioridades em termos de produção rural?
Nenê Junqueira – O zoneamento agroecológico permite, com maior grau de acuidade e certeza, responder a essas questões. O quê e onde estimular com chances de obtenção de maior produtividade, dadas as aptidões verificadas pelos vários temas abordados, o desenvolvimento de atividades produtivas, sejam agrícolas, pecuárias ou florestais. É, portanto, no nível técnico, uma ferramenta indispensável para uma boa governança do território. Vemos com grande alegria que o documento fase III tenha sido concluído e aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente e Floresta – CE-MAF, o que nos servirá de guia, de base técnica a ser considerada na tomada de decisões.
Contudo, não é, como se possa pensar apressadamente, o único e definitivo critério com que se desenvolve a economia como um todo. Antes fosse, pois assim, em uma tacada se determinaria todo o enquadramento de qualquer cultivo ou exploração. O desenvolvimento econômico, mesmo aquele centrado no setor primário, está sujeito a outras variáveis que precisam ser observadas. A principal delas, o mercado, sua diversidade, seu sistema de preços e seu ritmo. Quem diz o produto é, fundamentalmente, o mercado. O Zoneamento aponta as áreas aonde determinados produtos têm maiores chances de obtenção de maiores produtividades e permite maior racionalidade aos investimentos públicos que devem sempre perseguir a maior eficiência possível.
A TRIBUNA – O senhor acredita que o segredo da produção agrícola no Acre deve seguir o modelo do Centro oeste e parte de Rondônia, de grandes produtores ou prefere um sistema mais parecido com o sul do país, com ênfase em peque-nos produtores, na agricultura familiar?
Nenê Junqueira – Como disse um grande cientista, não existe um modelo pronto a usar para o desenvolvimento de qualquer país ou região. Precisamos ter o nosso próprio modelo de conformidade com nossas vocações, aptidões e momento histórico.
Neste sentido, estamos procurando construir um espaço de desenvolvimento que não seja ortodoxo em relação à ecologia, pois negaria determinadas aptidões do solo, sinalização do mercado, vantagens climáticas e locacionais etc., e não seja replicador instantâneo de sistemas que não tem a ver com a nossa cultura e disponibilidade de capital e tecnologia.
É preciso avançar aos poucos e combinar a diversidade de nosso território e de nossa gente em cultivos que constituam um sistema altamente complexo, de muitas possibilidades e, principalmente, incorpore tecnologia fazendo com que nossos produtos possuam alto valor agregado. Há, portanto, espaço, o próprio zoneamento permite concluir, para que em nosso território se desenvolva desde monoculturas de exportação quanto fruticultura tropical, desde pomares até piscicultura tecnificada, desde a pecuária de corte a pequenos animais criados intensivamente, da bioeconomia de fármacos a castanha-do-Brasil. Somos diversos em solos, em tipografias, em gente, em cultura e isso é uma grande riqueza. Não precisamos optar entre sermos uma floresta intocável, um Mato Grosso, um Rio Grande do Sul ou uma Rondônia. O que precisamos é soltar as amarras que prendem nossas vocações e capacidades, al-gumas de cunho regulatório e de investimento e introduzir, tanto quanto possível, tecnologia agropecuária tendo em vista, prioritariamente o pequeno produtor.
A TRIBUNA – O governo falou muito e isso está em seu plano de governo, de reativar a Cageacre. Como está este programa de silos e depósitos, o que se pode esperar disso?
Nenê Junqueira – Recursos na ordem de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais) estão sendo negociados junto ao Programa Calha Norte, para recuperar, modernizar e ampliar a rede armazenadora da Cageacre, além da construção de um Complexo de Silos Graneleiros em Senador Guiomard.
A TRIBUNA – Na inauguração da ponte do Abunã muito se comentou de um projeto para que a ZPE do Acre se tornasse um polo de exportação de commodities. Qual sua opinião sobre isso e como viabilizar, se for o caso?
Nenê Junqueira – As exportações do Acre vêm aumentando anual com destaque para a soja, milho, carnes bovina, suína e aves, além da castanha e a madeira.
A TRIBUNA – A estrutura da Emater foi modificada em governos anteriores, perdendo força como impulsionadora da extensão rural. Quais são suas ações e seu propósito quanto a isso?
Nenê Junqueira – A ATER (assistência técnica e extensão rural) é fundamental para que a tecnologia seja capilarizada e alcance os produtores rurais no final da linha, os ribeirinhos, os indígenas, as populações tradicionais. Em uma perspectiva inclusiva e moderna, é rigorosamente necessário que todos tenham oportunidade de serem assistidos tecnicamente em suas capacidades e aptidões, conforme as características da área. Isto é fato e determina ao Estado uma grande responsabilidade e a obrigação de manter um serviço de ATER pública, gratuita e de qualidade, o que nos leva à sua pergunta sobre a EMATER.
Ocorre que a ATER, de um modo geral, não ficou imune às transformações da sociedade nos últimos 50 anos. Nem aqui nem em nenhum lugar no mundo. Vale dizer, a EMATER, como instituição teria que acompanhar as mudanças. Para nós, o grande equívoco em relação à Empresa foi que, ao invés de modernizá-la, aparelhá-la e recompor seus quadros, ocorreu uma tentativa de asfixiá-la até quase a morte, praticamente extinguindo seu quadro de pessoal e o seu acervo técnico, a experiência de seus técnicos, o engajamento da empresa etc. A criação de novas organizações não resolveu a questão da ATER e manteve um passivo enorme que repercutiu no campo. Do nosso ponto de vista será preciso um grande esforço para que haja um processo de “recriação” da EMA-TER, em uma nova perspectiva, novos métodos, novos sistemas e novos profissionais.
Por outro lado, a ATER passou a ser um serviço como outro qualquer, passível de prestação por entidades privadas, cooperativas etc. O que é bom, porém, não dispensa, pela dispersão dos agricultores e diferenciação entre os serviços prestados, a manutenção da EMATER como Empresa líder do processo de inovação tecnológica no campo, especialmente no que concerne à pequena produção.
A TRIBUNA – Qual o futuro que o senhor vê da atividade agrícola e pecuária do Acre?
Nenê Junqueira – Sou otimista. Conheço o setor e sei que podemos transformar o Acre em um grande produtor de alimentos, em obediência à lei e tendo o zoneamento como norte. Temos as bases fincadas, sabemos de nossa potencialidade, o mercado se aproxima de nós através da infraestrutura que está sendo implantada, outras possibilidades haverão de surgir no Juruá, os empresários estão otimistas, o mundo precisa de alimento e matéria-prima e somos capazes de contribuir significativamente.
Enfim, nosso papel é destravar o setor e facilitar, mediante políticas voltadas para os pequenos, algumas limitações que são inerentes à sua dispersão. Destaco a infraestrutura rodoviária que deve ser mantida e recuperada sistematicamente, a oferta se silos e armazéns, assistência técnica, defesa animal e vegetal, inovação tecnológica ampla e inclusiva, introdução de sistemas modernos que propiciem a agregação de valor na comunidade e associações. Se fosse fácil, já teria sido feito. Nosso desafio é saber que é possível e trabalhar incessantemente como vimos fazendo, para obter recursos de fontes federais, adequá-los às nossas necessidades, monitorá-los de modo firme e medir seus resultados. Ano a ano seremos capazes de observar uma rápida transformação no campo.
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Justiça decreta prisão preventiva de suspeito de articular ataques na Cidade do Povo
Entre nove detidos em operação, dois seguem presos – incluindo líder acusado de comandar onda de violência no maior conjunto habitacional do Acre

O principal suspeito de articular os ataques no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, teve a prisão preventiva decretada pela justiça em audiência de custódia. Foto: cedida
A Justiça do Acre determinou na manhã deste domingo (06) a prisão preventiva de Francisco Gleidson de Souza Nunes, 31 anos, conhecido como “Neném”, considerado pela polícia o principal articulador dos recentes ataques no Conjunto Habitacional Cidade do Povo (CDP). A decisão foi proferida pelo Juiz da Vara das Garantias de Rio Branco durante audiência de custódia.
Dos 9 conduzidos para a Delegacia Central de Flagrantes (Defla), 7 foram liberados após prestarem depoimentos ao delegado plantonista
Francisco Gleidson de Souza Nunes, de 31 anos, o “Neném” e Marlon Kelvy Cruz Dantas, de 20 anos, serão os únicos a serem encaminhados ao complexo prisional de Rio Branco e aguardaram o posicionamento da justiça.

Durante a operação, os agentes apreenderam um revólver calibre .38 com 17 munições e dois veículos. Foto: cedida
Marlon Kelvy, de 20 anos, possuía um mandado de prisão (MP), em seu desfavor por romper a tornozeleira eletrônica, segundo a polícia, ele teria rompido o aparelho, supostamente para cometer crimes de homicídios a mando de Neném, fato esse que está sobe investigação.
Detalhes da operação:
- 9 suspeitos foram inicialmente detidos na noite de sábado (05)
- 7 foram liberados após prestarem depoimento
- 2 permanecem presos: “Neném” e Marlon Kelvy Cruz Dantas, 20 anos
Perfil dos detidos:
“Neném”
- Acusado de comandar organização criminosa
- Investigado por ordenar ataques no CDP
- Já tinha passagem por outros crimes violentos
Marlon Kelvy
- Cumpria medida eletrônica que foi rompida
- Suspeito de participar de homicídios a mando de “Neném”
- Tinha mandado de prisão em aberto

Marlon Kelvy havia rompido a tornozeleira de monitoramento e estava com um mandado de prisão em aberto.
Contexto da operação:
PM mantém reforço no CDP, considerado:
Maior conjunto habitacional do Acre
Área com maior índice de crimes violentos
Alvo constante de operações policiais
Segundo as investigações da polícia, Neném é acusado de articular os ataques que ocorreram recentemente na CDP.
A Defla continua as investigações para desarticular completamente a organização criminosa. A polícia pede que a população colabore com informações através do Disque Denúncia 181.

A ação foi coordenada por uma força-tarefa envolvendo o (Bope), 2º Batalhão da Polícia Militar, (Gefron) e (Ciopaer), que deu apoio com helicóptero. Foto: arquivo
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Família acusa IML de negar resgate após homem morrer em casa em Cruzeiro do Sul: ‘disseram que não podiam levar’
Corpo de Vaval, foi levado dentro de uma rede até a casa da irmã, onde foi colocado em uma tábua até que ela conseguisse um caixão por meio da assistência social de Cruzeiro do Sul

Genivaldo sofria de epilepsia e era usuário de álcool. A família acredita que ele teve uma crise e teria morrido sufocado em um poço de agua. Foto: capturada
Um homem de 48 anos, identificado como Genivaldo Augustinho da Silva, foi encontrado morto dentro de uma casa na Rua Rio Grande do Sul, no bairro Remanso, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre e a família dele acusa o Instituto Médico Legal (IML) de não ter feito o resgate do corpo.
O órgão disse, em resposta à Rede Amazônica Acre, que o procedimento de resgate só é feito quando há perícia a ser feita
A reportagem, os familiares de Vaval, como era conhecido pelos moradores da região, contam que o corpo ficou mais de três horas no local após terem acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi ao local, atestou o óbito e pediu para chamarem o Instituto Médico Legal (IML).
O IML então foi ao local, mas a família alega que apenas liberaram o corpo
Enquanto a irmã resolvia os trâmites para conseguir um caixão por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, os próprios familiares limparam o corpo e o puseram em cima de uma tábua.
“A gente sem saber o que fazer, a PM disse que não tina mais o que fazer, e liberaram [o corpo], mas a gente sem saber como pois não tinha laudo da morte, não foi feito nada, e a população ficou revoltada e triste. Fizemos a limpeza do corpo e improvisamos o local”, disse o barbeiro João Mota de Souza.
A comunidade local lamentou a morte do homem, conhecido por ser dependente químico e viver em situação de vulnerabilidade. Genivaldo sofria de epilepsia e era usuário de álcool. A família acredita que ele teve uma crise e teria morrido sufocado em um poço de agua.

Genivaldo da Silva tinha 48 anos e foi encontrado morto dentro de casa; família disse que ele tinha epilepsia e era dependente de álcool. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
O que diz o IML
Após a repercussão do caso, a equipe da Rede Amazônica Acre entrou em contato com o diretor-geral do departamento de polícia científica em rio branco, Mário Sandro Martins, que disse que o IML só faz o resgate do corpo quando há uma perícia a ser feita.
Nesse caso, segundo o diretor, a orientação era mesmo o acionamento do Samu para atestar o óbito e, posteriormente, a família fica encarregada de acionar os serviços funerários para o recolhimento do corpo, velório e sepultamento.

IML de Cruzeiro do Sul, no interior do estado. Foto: Adelcimar Carvalho/g1
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Operação Fluvial intensifica combate ao tráfico de drogas em Santa Rosa do Purus
8º Batalhão da PM acreana reforça patrulhamento na fronteira com Peru; ações anteriores já apreenderam 1 kg de entorpecentes

A PM reforça que a colaboração da população é essencial. Denúncias anônimas podem ser feitas através do número 190. Foto: cedida
A Polícia Militar do Acre, por meio do 8º Batalhão, deflagrou neste fim de semana mais uma Operação Fluvial na cidade de Santa Rosa do Purus. A ação visa reforçar a presença das forças de segurança na região de fronteira e coibir práticas criminosas, especialmente o tráfico de entorpecentes.
De acordo com informações repassadas pelo comandante do 8º BPM, Fábio Diniz, a operação faz parte de um conjunto de ações estratégicas realizadas nos rios da região. “Estamos intensificando o policiamento fluvial para garantir mais segurança à população e dificultar o acesso de criminosos à cidade”, destacou.
A ação mobilizou efetivos especializados para:
• Intensificar o patrulhamento nos rios da região
• Bloquear rotas de acesso de criminosos
• Coibir o tráfico internacional de drogas
Resultados e estratégias:
O comandante Fábio Diniz destacou que a operação já rendeu frutos importantes:
1 kg de drogas apreendidas em ações anteriores
Aumento da sensação de segurança na população ribeirinha
Desarticulação de rotas criminosas em áreas de difícil acesso
Contexto geopolítico:
Santa Rosa do Purus representa:
Último município acreano no mapa do Brasil
Ponto vulnerável para entrada de entorpecentes
Área de atuação desafiadora para as forças de segurança
Apoio comunitário:
A PM reforça o canal de denúncias pelo 190 e destaca que:
- 70% das apreensões recentes partiram de informações populares
- O anonimato é garantido aos denunciantes
- Novas operações estão programadas para as próximas semanas
Em operações anteriores, os policiais conseguiram apreender quase 1 quilo de entorpecentes, resultado que demonstra a eficácia da atuação preventiva e repressiva da corporação nas áreas de difícil acesso.

A operação integra o Plano Estadual de Segurança Fronteiriça, que prevê investimentos em equipamentos fluviais e treinamento especializado. Foto: cedida
A Polícia Militar segue com o compromisso de proteger os cidadãos acreanos, atuando com firmeza também nos municípios mais isolados do estado, como é o caso de Santa Rosa do Purus, que faz fronteira com o Peru e é um dos principais pontos de entrada de drogas no Acre.
A PM reforça que a colaboração da população é essencial. Denúncias anônimas podem ser feitas através do número 190.
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