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Brasil

Com força para decidir o destino de governos, centrão agora deve agir nos bastidores

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Bloco de parlamentares que consegue mudar rumo de votações enfrenta desgaste pelo fisiologismo

Nem à esquerda, nem à direita: centrão, nome concedido na Constituinte de 1988, teve seu auge no processo do impeachment – Michel Jesus / Câmara dos Deputados

Pelo menos oito siglas e cerca de 230 deputados compõem o bloco, que teve seu auge no processo que culminou com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), organizado por Eduardo Cunha (MDB-RJ), na época presidente da Câmara. O poderio seguiu durante o governo de Michel Temer, mas estremeceu após o resultado das últimas eleições.

 Antigos caciques não conseguiram novos mandatos. O recado das urnas, com a renovação de quase metade do parlamento, deixou a articulação do grupo em compasso de espera. Afinal, bater de frente com o capital político de Jair Bolsonaro, defensor da “nova política”, não era o mais indicado no momento.

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Centrão ficou um palavrão. Os líderes deveriam trabalhar para desvincular-se disso daí.

JAIR BOLSONARO – Presidente da República

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Mas as “caneladas” protagonizadas pelo Planalto na relação com o Congresso trouxeram novo ânimo a antigos e novos centristas. Sem um canal de diálogo para elencar demandas, o bloco se reorganizou rapidamente, sendo responsável pelas principais derrotas do governo.

– A gestão Bolsonaro, ao não assumir o papel de liderança, abre espaço para que surjam novos atores. Esse é o espaço que o centrão está ocupando. A política não aceita vácuo. O bloco, com o Rodrigo Maia (DEM-RJ, presidente da Câmara), está coordenando o processo – opina Andréa Marcondes, doutora em coalizões de governo e professora da Unicamp.

Ninguém quer assumir que faz parte do grupo

 Nem tudo são flores para o centrão. Na votação sobre o destino do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na Câmara, no dia 22, veio um primeiro sinal de deserção. O PSD foi em direção oposta à orientação do bloco, e votou contra a retirada da estrutura das mãos de Sergio Moro, ministro da Justiça. Mesmo assim, órgão acabou voltando à área econômica, como queria o bloco parlamentar para afrontar o Planalto.

Há deputados e partidos que não mostram apreço por serem identificados como integrantes do grupo. O presidente da DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou na quinta-feira que a legenda “nunca será centrão”. Em outra frente, apesar de manter três ministros na Esplanada, não se considera governista. Publicamente, o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), nega que o DEM integre o bloco.

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Nosso partido jamais aceitou qualquer tipo de proposta. Nunca admitimos o troca-troca da velha política.

ACM NETO – Presidente do DEM e prefeito de Salvador (BA)

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– Se existia um centrão, nos termos pejorativos citados pela imprensa e nas redes sociais, ele foi implodido por Rodrigo Maia – disse Elmar em referência à derrota imposta pelo presidente da Câmara ao deputado Rogério Rosso (PSD-DF), em 2016, então candidato do centrão ao comando da Casa e ungido por Eduardo Cunha.

Apesar de refutar a pecha, Elmar é considerado integrante do núcleo duro do centrão, ao lado de Arthur Lira (PP-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Outra legenda que busca se dissociar do agrupamento fisiológico é o PL (ex-PR), que, além de exibir novo nome, também apresentou projeto alternativo de reforma da Previdência. O texto, que ainda será avaliado pela comissão especial que discute o tema na Câmara, reduz a previsão de economia do governo de R$ 1,2 trilhão para até R$ 700 bilhões em 10 anos.

Governo quer garantir apoio para votações

Publicamente, Bolsonaro mantém o discurso contra o que chama de “toma lá dá cá”, a troca de apoio político por cargos e benefícios aos parlamentares. Nos bastidores, há a tentativa de aproximação com integrantes do centrão. Líderes de partidos do grupo contam que foram procurados pelo governo com oferta de R$ 40 milhões em emendas extras até 2020, ano de eleições municipais, como incentivo para a aprovação da reforma da Previdência.

Parlamentares ouvidos por GaúchaZH disseram que não devem aceitar a oferta, já que voltou às mãos da Câmara a proposta de emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo, que reduz o poder do governo sobre a destinação de verbas. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o texto foi relatado por Aguinaldo Ribeiro, justamente um dos líderes do centrão. O parecer já foi aprovado e agora vai a plenário.

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Brasil

Oposição critica excessos em decisão e pressiona por impeachment de Moraes

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Parlamentares cobram reação do Senado e avanço de processo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, que decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) • Antonio Augusto/STF

Parlamentares de oposição afirmam haver uma “escalada autoritária” no país após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo pressiona pelo avanço de um processo de impeachment no Senado contra Moraes.

“Diante do agravamento dessa escalada autoritária, o Senado Federal tem a obrigação institucional e moral de agir. É urgente a abertura imediata de um processo de impeachment”, afirmaram líderes da oposição em nota oficial.

Além da prisão domiciliar, Moraes também determinou que Bolsonaro está proibido de usar o celular, direta ou indiretamente, por intermédio de terceiros. Também não poderá receber visitas.

Segundo o ministro, o ex-presidente tem feito “reiterado descumprimento das medidas cautelares”. A decisão foi determinada depois de Bolsonaro participar de uma chamada de vídeo com o seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante manifestação em Copacabana, no domingo (3), no Rio de Janeiro.

“Bolsonaro não foi preso por corrupção, por desvio de verbas, por rachadinhas ou por roubar aposentados. Foi preso por assistir, de um celular alheio, manifestações pacíficas em sua defesa. Isso é inaceitável”, afirmaram parlamentares aliados do ex-chefe do Executivo.

À CNN, Flávio Bolsonaro disse que o Brasil vive “oficialmente uma ditadura” após a determinação de Moraes. Para o senador, a intenção do ministro é “se vingar de Bolsonaro”

Na mesma linha, a líder da minoria na Câmara, deputada Caroline De Toni (PL-SC), afirmou, em nota, ser “clara a tentativa de retaliação e vingança, incompatíveis com o Estado Democrático de Direito”.

Para o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em publicação nas redes sociais, a prisão domiciliar do ex-presidente “é fruto da insegurança jurídica semeada por quem deveria zelar por uma Justiça imparcial”.

“Os excessos, as injustiças e o autoritarismo judicial só instigam ainda mais o ódio e a divisão social, contribuindo para a instabilidade do país”, afirmou Mourão, que foi vice-presidente no governo Bolsonaro.

Como a CNN mostrou, a oposição quer uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para pressionar por medidas contra Moraes na retomada dos trabalhos legislativos a partir desta terça-feira (5).

O Senado é a Casa responsável por processar e julgar ministros do STF por eventuais crimes de responsabilidade. Moraes já é alvo de quase 30 pedidos do tipo. Cabe ao presidente do Senado dar encaminhamento à denúncia.

Deputados aliados de Bolsonaro se reuniram nesta quarta (5), na casa do líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS). Parlamentares do grupo também devem realizar uma entrevista à veículos de comunicação para falar sobre o assunto ainda nesta terça.

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Déficit comercial dos EUA diminui para US$ 60,2 bilhões em junho

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Trump emitiu na semana passada, uma enxurrada de avisos informando dezenas de parceiros comerciais sobre os impostos de importação mais altos

Porto de Los Angeles, EUA • 22/11/2021 – REUTERS/Mike Blake/File Photo

O déficit comercial dos Estados Unidos diminuiu em junho devido a uma queda acentuada nas importações de bens de consumo, na mais recente evidência das marcas que o presidente Donald Trump está causando no comércio global com a imposição de tarifas sobre produtos importados.

O déficit comercial geral diminuiu 16% em junho, para US$ 60,2 bilhões, informou o Departamento de Comércio nesta terça-feira (5).

Dias após informar que o déficit comercial de mercadorias caiu 10,8%, atingindo o valor mais baixo desde setembro de 2023, o governo disse que o déficit total, incluindo serviços, também foi o mais baixo desde setembro de 2023.

As exportações de bens e serviços totalizaram US$ 277,3 bilhões, abaixo dos mais de US$ 278 bilhões em maio, enquanto as importações totais foram de US$ 337,5 bilhões, contra US$ 350,3 bilhões em maio.

A diminuição do déficit comercial contribuiu fortemente para a recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA durante o segundo trimestre, relatado na semana passada, revertendo as perdas do primeiro trimestre, quando as importações aumentaram à medida que os consumidores e as empresas anteciparam as compras para superar a imposição das tarifas por Trump.

A economia expandiu no segundo trimestre a uma taxa anualizada de 3% após contrair 0,5% nos primeiros três meses do ano, mas o número mascarou indicações subjacentes de que a atividade está enfraquecendo.Trump emitiu na semana passada, antes do prazo autoimposto de 1º de agosto, uma enxurrada de avisos informando dezenas de parceiros comerciais sobre os impostos de importação mais altos a serem adotados sobre suas exportações de mercadorias para os EUA.

 

Fonte: CNN

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Negociador do Japão irá aos EUA buscar acordo sobre tarifas automotivas

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Akazawa deve pressionar o presidente Donald Trump a assinar decreto que colocará em vigor o corte acordado nas tarifas sobre as importações de automóveis japoneses

Negociador-chefe de tarifas do Japão, Ryosei Akazawa • 18/04/2025. REUTERS/Issei Kato/File Photo

O principal negociador de tarifas do Japão, Ryosei Akazawa, disse que partiria para Washington nesta terça-feira (5) para buscar pressionar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assine um decreto que colocará em vigor o corte acordado nas tarifas sobre as importações de automóveis japoneses.

No mês passado, os Estados Unidos concordaram em reduzir as tarifas existentes sobre as importações de automóveis japoneses para 15%, em comparação com as taxas que totalizavam 27,5% anteriormente, mas não foi anunciado um prazo para que a mudança entre em vigor.

Os impostos sobre outros produtos japoneses serão reduzidos de 25% para 15% a partir de quinta-feira (7).

“Vamos pressionar os Estados Unidos para garantir que um decreto seja assinado sobre a tarifa acordada para automóveis e componentes automotivos o mais rápido possível”, disse Akazawa ao Parlamento.

Referindo-se ao problema de que os produtos podem ser afetados por várias tarifas, Akazawa também disse que o Japão quer garantir que os produtos que já são tarifados em mais de 15% sejam isentos da taxa adicional de 15%.

 

Fonte: CNN

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