Com falta de saneamento básico, Acre somou mais de 1,3 mil internações em 2019

Qualidade de vida da população brasileira deve estar associada a saneamento básico eficaz em todo território nacional

(Crédito: iStock)

Falar sobre saneamento básico não significa focar apenas no abastecimento de água e no esgoto sanitário. Na verdade, é composto de uma série de outros serviços de vital importância para a qualidade de vida de uma população. Conforme a Lei 11.445/07, saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Sendo assim, é muito comum que muitas cidades brasileiras não tenham um programa eficiente e, dessa forma, comprometam de maneira significativa a saúde pública.

Um estudo do Instituto Trata Brasil apontou que o Estado do Acre poderia ter uma economia na faixa de R$ 156 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde), departamento vinculado ao Ministério da Saúde, com a implantação de saneamento básico eficiente. E ainda destaca que, em sua capital, Rio Branco, cerca de 78,3% dos moradores não têm coleta de esgoto, como também 458 mil acreanos não têm acesso à água potável. E lembramos que as recomendações dos órgãos de saúde para o combate à pandemia do COVID-19 estão diretamente relacionadas aos hábitos de higiene.

Em março, o Instituto Trata Brasil já apontava que a capital do Acre classificou-se entre as dez piores cidades em relação ao serviço de água e esgoto no país. A população com acesso à rede de água naquele estado, entre 2005 e 2009, registrou um pequeno aumento de 33,2% para 48%, e, no caso do esgotamento sanitário, os dados foram insignificantes: de 8,8% em 2005 para 10% em 2019. Destaca-se que no Acre a perda de água potável nos sistemas de distribuição, devido a vazamentos, furtos e erros de leitura dos hidrômetros, é significativa, e o Instituto mostra que 60% dessas perdas estão muito acima da média do país, que é de 39%.

Como consequência da falta de estrutura de saneamento, as doenças aumentam, como diarreia, malária, dengue, leptospirose, entre outras. Conforme dados contabilizados entre 4 de janeiro e 25 de setembro deste ano, 11 municípios, ou seja, metade das cidades do Acre, estavam em alerta máximo de casos de diarreia, como consequência à lotação dos hospitais.

Sem dúvida alguma, alguns profissionais contribuem de maneira significativa para que esses problemas sanitários sejam apontados e solucionados. Assim, os profissionais da área do serviço social tornam visíveis as necessidades da população que se encontra em áreas de maior vulnerabilidade, indicando para o poder público e privado, como no caso das ONGs (Organizações Não Governamentais) – não só o problema, mas as possíveis soluções para garantir qualidade de vida para todos os brasileiros.

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ac24 Horas