Acre
Com distribuição da Caderneta do Adolescente, governo reforça e alerta para importância da vacinação contra HPV
Com o retorno da distribuição física da Caderneta de Saúde do Adolescente pelo Ministério da Saúde (MS), o governo do Acre tem reforçado campanhas e ações para aumentar o acesso dos jovens ao documento, que, além de acompanhar a vacinação, também é um diário de informações importantes e reúne dados sobre desenvolvimento, saúde e sexualidade.
As ações, implementadas pelo Núcleo de Saúde do Adolescente e Jovens da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), têm como foco conscientizar os jovens sobre a importância da vacinação e também da responsabilidade sexual, prevenindo, inclusive, a gravidez na adolescência.
Desde que foi retomada a distribuição, em maio deste ano, a Sesacre enviou mais de 10,5 mil exemplares para as unidades básicas de saúde de Rio Branco, regional do Juruá, Alto Acre e Baixo Acre.
“A caderneta de saúde do adolescente é uma importante ferramenta de comunicação, vigilância e prevenção à saúde. Por meio dela, o profissional de saúde deve abordar o crescimento e desenvolvimento do adolescente, a atualização do calendário vacinal e o direito sexual reprodutivo. A Sesacre vem seguindo a orientação do Ministério da Saúde e o nosso objetivo é fortalecer as ações de promoção e prevenção na saúde dos adolescentes no estado”, explica Luciana Freire, coordenadora estadual da Saúde do Adolescente da Sesacre.
Todo o material é encaminhado à rede municipal de saúde. Quando o adolescente chega para atualizar a vacina, por exemplo, é informado sobre a caderneta, que passa a ser seu documento oficial para calendário vacinal e também outras informações. Há espaço para que o jovem acompanhe o índice de massa corporal (IMC), informações sobre saúde, sexualidade e informações úteis de canais de denúncia de violência sexual e trabalho infantil, entre outras.
Vacinação contra HPV
O Estado tem tido um olhar mais atento à baixa cobertura da vacina HPV, que tem como público-alvo meninas e meninos de 9 a 14 anos, visando protegê-los da exposição ao vírus, que pode causar câncer. No estado, segundo dados da Sesacre, há 34.970 adolescentes com a vacinação contra o HPV pendente nos últimos seis anos.
A maior cobertura vacinal tem sido na faixa etária de 14 anos, com 37,21% do público vacinado. No começo de abril, o MS mudou o esquema vacinal contra a doença e a imunização passou a ser em dose única e não mais em duas, como era realizado antes.
Também são vacinas voltadas para o público adolescente as doses contra hepatite B; meningo ACWY; covid-19 e dengue. Porém, a resistência maior, inclusive dos pais, é com relação a de HPV. A coordenadora estadual de Imunizações, Renata Quiles, destacou que a resistência muitas vezes está ligada ao fato de os pais não quererem falar sobre o assunto.
“A vacina contra o HPV tem como objetivo prevenir a infecção por um vírus perigoso, que é o papilomavírus, microorganismo que está intimamente relacionado aos casos de câncer de colo de útero, pênis, vagina, vulva e orofaringe. Justamente por falarmos tanto sobre as questões íntimas, relacionadas a órgãos genitais, existe uma resistência em aderir a essa vacina”, explica.
O público-alvo dessa imunização não foi escolhido à toa. A dose deve ser dada na infância e adolescência para que, quando o jovem iniciar a vida sexual, já tenha se prevenido, dando chances de o organismo produzir os anticorpos necessários para sua proteção.
“A vacina HPV, justamente por questões religiosas, tradições e desinformações divulgadas sobre ela, é uma vacina muito estudada, avaliada e monitorada, tendo sua qualidade e segurança reforçadas todos os anos. É segura, necessária e todos nós devemos ter a oportunidade de ter acesso a ela. Para os adolescentes, o SUS garante de forma gratuita, e para os adultos pode se encontrar nas clínicas privadas de vacinação e, em alguns casos especiais, no Crie [Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais]”, reforça a coordenadora.
O grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas, conforme disposição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), podendo receber a vacina pessoas com até 45 anos.
A ginecologista e obstetra Samara Messias analisa com preocupação a baixa cobertura vacinal, resultado dos pontos já listados pela gestora do PNI no Acre. E corrobora a importância da vacinação, dizendo que a desinformação faz com que muitos pais tenham medo da vacina.
“O câncer de colo de útero é considerado, em última análise, uma doença sexualmente transmissível, porque 99% dos cânceres de colo mais comuns, que são os escamosos, são causados pelo vírus HPV e podem ser prevenidos pelo uso de preservativo, pelo preventivo [PCCU] e principalmente pela vacina, que tem se mostrado um dos métodos mais eficazes de prevenção do HPV; mas, infelizmente, a cobertura vacinal no Brasil tem sido muito baixa, principalmente aqui nos estados da Região Norte”, diz Samara.
O medo dos efeitos colaterais e algumas reações à vacina são o principal argumento, segundo a médica, que os pais usam para não imunizar o adolescente com a vacina disponibilizada no SUS.
“Já foi mais do que comprovado que apenas 0,001% podem ter vermelhidão local e inchaço. Em outros casos, considerados moderados, mulheres podem ter enjoos, náuseas e vômitos apenas nos primeiros quinze minutos; passando isso, nenhum efeito colateral foi detectado. Alguns efeitos descritos na literatura foram relacionados a características próprias das mulheres, causados por predisposição e não considerados um efeito da vacina”, esclarece.
‘É importante e prática’
A estudante Naomi Pedrosa tem 17 anos e adquiriu sua caderneta do adolescente há um ano, assim que chegou ao Acre para morar com o pai e a madrasta, que é enfermeira em uma unidade de saúde municipal. Para ela, a caderneta serve como um diário das fases da sua vida e a ajuda a controlar pessoalmente o esquema vacinal.
“Acho extremamente importante seguirmos o calendário da caderneta de vacinação, para nos ajudar a prevenir doenças que são facilmente evitáveis ou até mesmo aquelas mais graves e que podem levar à morte. Acho importante também a caderneta de vacinação do adolescente, que nos possibilita conhecer nosso próprio corpo, trazendo várias informações sobre o desenvolvimento do adolescente, coisas que podemos evitar, mas que são até naturais na adolescência”, observa.
Com a ajuda da madrasta, ela mantém todas as informações atualizadas. A caderneta ainda possui espaço para completar dados pessoais, foto e anotações do jovem, para auxiliar o acompanhamento.
“Eu mesma cuido da minha caderneta, porque a vacinação é extremamente importante para todas as idades, crianças, adolescentes e adultos, enfim. E eu acho que deveriam ser ainda mais fortes os incentivos à vacinação, porque realmente hoje há muitos pais que são contra, há adolescentes que têm medo de se vacinar por medo de fake news e lá na frente podemos nos deparar com uma doença que pode nos levar à morte”, reflete.
A adolescente diz ainda que o formato pensado para documentar todas essas informações foi uma boa iniciativa, já que usa uma linguagem que aproxima o jovem de assuntos e informações importantes.
“Eu acho muito bonito, inclusive. A carteira de vacinação do adolescente é prática, ágil e fácil de a gente identificar onde fica cada coisa, as vacinações e várias informações sobre coisas que acontecem naturalmente na vida de todo adolescente e de toda criança, o que é extremamente importante. Hoje em dia há muitos pais que não passam essas informações para os jovens e, na caderneta de vacinação, você pode ter acesso a essas informações e se informar”, completa.
A carteira de vacinação é enviada às secretarias estaduais, que distribuem para os municípios. A substituição da caderneta da criança pela do adolescente é feita durante o atendimento, quando o jovem também pode esclarecer dúvidas e ser incentivado a cuidar da saúde.
Vacinação será ampliada no Acre
Em nota técnica, divulgado no começo deste mês, o Ministério da Saúde incluiu pessoas de 15 a 45 anos que tomam Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) no público-alvo da vacina contra o HPV – papilomavírus humano. Com a ampliação, será possível ajudar ainda mais na prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e cânceres causados pela doença. No estado do Acre, a ampliação da vacina vai beneficiar 157 usuários da PrEP.
No Brasil, a prevalência de papilomavírus humano foi avaliada pelo Estudo Epidemiológico sobre Prevalência Nacional HPV (POP- Brasil), que incluiu homens e mulheres entre 16 e 25 anos sexualmente ativos. O quantitativo geral de HPV foi de 53,6%, sendo 35,2% com, no mínimo, um dos genótipos de alto risco. Dos entrevistados, 50,7% afirmou usar preservativos rotineiramente e 12,7% relataram a presença de uma IST prévia.
O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Draurio Barreira, explica que oportunizar o acesso à vacina HPV4 para usuários da PrEP é uma ação com impacto na prevenção das neoplasias relacionadas ao HPV para populações de maior vulnerabilidade às ISTs.
“Até março de 2024, 82% das pessoas que estavam em uso de PrEP eram homens que fazem sexo com homens e 3,2% mulheres trans e travestis. Sabemos que diversas barreiras relacionadas aos determinantes sociais, em especial ao estigma, tornam esses segmentos populacionais mais vulneráveis ao HIV, às ISTs e aos cânceres causados por HPV”, detalhou no portal do Ministério.
A PrEP é uma das formas de prevenir a infecção pelo HIV, caso ocorra exposição ao vírus. Para isso, é necessário tomar diariamente uma pílula que contém dois medicamentos: tenofovir e entricitabina. No entanto, é importante ressaltar que a profilaxia pré-exposição não impede a infecção por outras ISTs.
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Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
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Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
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Após assassinado de comerciante a tiros durante assalto em Cruzeiro do Sul, dois suspeitos são presos
Esposa da vítima relatou à polícia que criminosos chegaram armados no local e acusaram Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, de comprar mercadoria roubada. Suspeito foi preso pela Polícia Civil
Na tarde desta quinta-feira (30), um assalto terminou em tragédia no bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul. O comerciante Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, conhecido como “Scoob”, foi morto a tiros dentro de seu estabelecimento na Rua Amazonas.
De acordo com testemunhas, a vítima foi surpreendida por criminosos armados que invadiram o comércio e efetuaram disparos contra ele. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao local, Manoel já estava sem vida. O Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção do corpo e os procedimentos periciais.
A Polícia Militar iniciou buscas logo após o crime e, em menos de uma hora, dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil.
Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, informações extraoficiais indicam que o crime pode estar relacionado à recusa do comerciante em pagar taxas ilegais a uma facção criminosa ou a um possível acerto de contas.
A investigação segue em andamento para esclarecer as circunstâncias do homicídio e identificar possíveis outros envolvidos no crime.
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