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Acre

Coluna da Maria Coutinho

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Caro leitor,

Se você gosta de assuntos interessantes que envolvem o nosso dia a dia, mais um espaço foi criado aqui no oaltoacre.com. A Coluna da Coutinho traz informações, sugestões, dicas e observações em resumos agradáveis de ler. Sem a ousadia da verdade absoluta, semanalmente irei abordar diferentes temas que norteiam nossas vidas. Vamos refletir e compartilhar ideias. Não deixe de acessar esta coluna, pois será uma excelente escolha você se manter atualizado.

A verdade é relativa ou absoluta?

Vamos falar sobre a situação delicada que vivenciamos nos últimos anos. A cada dia somos bombardeados com noticias desagradáveis. Ainda permanecemos em momento tenso e de contrariedade. Analisando os fatos, relatos e desfechos, a certeza que temos é de coroação ao holocausto.  Enquanto o brasileiro aflito tenta encontrar saídas para eliminar o caos, a horda maldita de ratos se assegura de que o campo de concentração, no qual o Brasil foi transformado, está fortalecido para continuar o massacre.

Brasileia, cidade das mulheres.

Em Brasiléia, os gestores, em sua maioria carregam DNA feminino. Para início de conversa, temos uma mulher governando a cidade. Fernanda Hassém que recebeu o município em situação caótica vem demonstrando ao longo de oito meses, fabulosa capacidade executiva. Determinada e gerenciando os recursos com sabedoria, aos pouco ergue o brilho deste pedacinho de fronteira. Parabéns!

Juíza Leiga

Continuando nossa leitura sobre genes, a bela face da juventude esconde a responsabilidade frente à carreira de Juíza. Larissa Preste vem liderando a pasta, demonstrando capacidade e empenho para exercer com lisura a função conquistada no judiciário. Acolhe diferentes olhares num olhar ético e respeitoso. Exemplo de determinação e coragem.

Hospital Raimundo Chaar:

Em sua melhor fase, o Hospital das Clinicas Raimundo Chaar, é administrado por mulheres corajosas, que não medem esforços para transformar pensamentos em atitudes. Dorinha Castro, Maria Alice e Silvana Gadelha, uniram forças com as gerencias administrativas da unidade hospitalar e lutam para ofertar atendimento com qualidade aos usuários dos serviços de saúde.

Escolas:

As escolas, sediadas no município, tem em sua maioria diretoras, coordenadoras e na Secretaria de Educação encontramos Leda Santiago que vem se destacando por adotar inovações ao ensino convencional.

Assembleia Legislativa:

A Deputada Leila Galvão, é a presença feminina da Regional do Alto Acre, escolhida para nos representar na Assembleia Legislativa.

O termo correto é preconceito?

Falando em representantes, gostaria de enfatizar que a instalação da unidade prisional no centro de Brasiléia, vizinho às escolas que atendem crianças e adolescentes, tem deixado a população nervosa, tensa e descontente.

Se analisarmos essa situação com racionalidade, listaremos muitos pontos negativos e contraditórios. Feito abaixo-assinado, portanto gostaríamos de pedir apoio a nossa Deputada e aos Vereadores da casa, no que se refere aos questionamentos abaixo relacionados.

Questionamentos:

  1. Por que a Faculdade foi construída a dez quilômetros da cidade, se não dispomos de ônibus para atender a comunidade acadêmica?
  2. Por que o Polo Industrial e o Moveleiro estão no quilometro oito, sem que município disponha de coletivos para a mobilidade dos trabalhadores?
  3. Por que, a unidade prisional no bairro mais populoso e vizinho das únicas escolas de ensino fundamental e médio do município?
  4. E permitido unidades prisionais em área fronteira?
  5. Por que escolher uma área alagadiça para sediar a unidade prisional?
  6. Não seria essa área condenada pelo bombeiro em virtude da alagação?
  7. A área disponibilizada pertence ao estado ou município?

Mentiras ou meias Verdades

Na mais tenra infância, aprendemos conviver em sociedade com regras norteadoras das relações humanas. Assim, dividimos, somamos e determinamos comportamentos. No entanto, por diferentes razões, a visão distorcida de ética, tem promovido o egoísmo, identidades de abuso e o martírio. O medo paira, cresce a incerteza e a humanidade adoece. Hoje, construir sonhos e desafiar a crueldade sob todas as formas.

Corrupção

Precisamos vencer esse viés político de quadrilha que nos aprisiona. Devemos secar essa fonte de maldades que paira e nos atormenta diariamente. Irmãos brasileenses, povo do bem, estamos a um paço das eleições, vamos ficar atentos e lutarmos por nossos direitos.

Leia

Procure informações no que diz respeito aos candidatos que lhes procura. Não se deixe enganar. Não venda seu voto. Não acredite em promessas vazias. Analise a conduta do político escolhido por você na eleição passada.

Cuidado!

Ainda temos políticos sérios, mas os desonestos também estarão caçando ingenuidades. Para conquistar seu voto, vendem a alma ao demônio e “engalobam de mamando a caducando”. Os sorrisos frouxos, abraços apertados e tapinhas nas costas, são prenuncio de tragédia iminente e descaso evidente. Preste atenção, antes de fazer besteira!

Violência no Acre

Lideranças do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre mobilizaram a classe para um ato de protesto contra a violência crescente na capital e interiores. O sindicalista João Batista em entrevista ao www.ac24horas.com refere ausência de segurança dispensada aos profissionais da saúde em seus locais de trabalho. Segundo o líder sindical, a onda de violência é de tamanha grandeza que os profissionais trabalham aflitos. Encerrando o ato, sindicalistas encaminharam um pedindo de providencias para as autoridades competentes.

Enquanto isso…

O Brasil esquece que esta em ruínas e se mostra solidário para com a Venezuela. Essa bagunça e’ contradição ou contravenção? E por mais que tente encontrar diferença, vejo semelhança, vivenciamos o caos da corrupção acobertada, conflito, repressão, ditadura velada e a miséria escancarada. Todos os caminhos percorridos se assemelham ao egocêntrico ditador Maduro. Queria eu, entender!

Para completar…

O governo de Temer incentiva a demissão voluntaria. Essa situação é cruel para os mais humildes. Tamanha indecência me faz voltar vinte anos, tempos de F.H.C. Trago na memória o desespero de pessoas que se encantaram com as inúmeras facilidades disponibilizadas, para quem aderisse ao plano. O resultado foi patético. Apostar no controle do déficit das contas públicas, diminuindo os servidores com o Plano de Demissão Voluntaria, é prenuncio de mais tragédia.

Saúde permanece negligenciada

Que a saúde permanece negligenciada em todo o país, é fato! E nosso Acre, segue a risca esse modelo de descaso para com a vida humana. Cientes dessa realidade nefasta, servidores e lideranças, informam que fizeram um diagnóstico situacional dos serviços existentes em nosso estado, com documentos comprobatórios e entregaram aos órgãos competentes solicitando providencias, mas as ações positivas que referencie qualidade e equidade no atendimento a população não apareceu.

No Brasil, um suicídio a cada 45 minutos.

A Campanha para Valorização da Vida mais uma vez, brinda setembro de amarelo. O Brasil, de acordo com a Associação Psiquiátrica de Brasília, ocupa o oitavo lugar em registro de óbitos por suicídio no mundo, ou seja, uma pessoa se mata a cada 45 minutos em nosso País, sem falar nas subnotificações, que de modo óbvio existem. Tentando mudar o cenário, profissionais de saúde se mobilizam em campanha nacional de conscientização e vigilância…

Fonte: www12.senado.leg.br

No Acre, as ações de cuidado e preservação da vida acontecem através de palestras, oficinas, documentários e divulgação nos diferentes meios de comunicação. Em Epitaciolândia a Coordenadora de Educação em Saúde, Lidiane Jovino diz que o tema vem sendo abordados ao longo do ano, nas escolas, Centros de Saúde e Unidades de Apoio as Famílias. No Hospital das Clinicas Raimundo Chaar a programação esta voltada para a demanda interna.

Estatística de atendimentos em Brasiléia

Em Basileia, Conforme registro da vigilância Sanitária, do Hospital das clinicas Raimundo Chaar, até o mês oito do ano em curso, foram notificados 15 (quinze) casos de autoagressão, descartando as subnotificações. Para Graças Ferreira Lima, Coordenadora de Vigilância na Unidade hospitalar, a estatística é preocupante sob o ponto de vista da saúde da população. Índice elevado que sinaliza a gravidade do problema e a necessidade de avaliar/ações, que reduzam efetivamente a incidência de óbitos auto-infligidos ou tentativas de suicídios.

Quem seria o Suicida?

É alguém, que por algum transtorno psicológico ou mental, não consegue elaborar a demanda emocional que lhe tormenta. Viver torna-se um fardo muito pesado. Aprisionado na angustia, na aflição e no desalento, chega ao limite do desespero e recorre à morte como a única saída para a sua dor.

Aramado de estigmas e temores

Enquanto profissional de saúde mental, nas queixas de pacientes que tentam o suicídio, observo que sobreviver representa um aramado de feridas e temores que apavoram seus dias. Nesses casos, o acanhamento social existe e oprime com proporções ajustadas a fragilidade emocional. Quanto aos familiares, o tema é cercado por mistérios e dogmas. O julgamento é inevitável e o desprezo vem acompanhado por crenças. Portanto, a família precisa evitar o estigma do desequilíbrio. Entendendo, sobretudo a crueldade que representa fragmentar e isolar alguém que pede socorro.

Fique atento aos sinais:                                                Em família, adote posturas:

– Isolamento,                                                                   – Mantenha dialogo aberto,

– Irritabilidade,                                                                – Não julgue,

– Queda de rendimento escolar                                       – Ouça,

– Compartilhamento de ideias suicidas (net),                 – enxergue o obvio.

– Postagens de conteúdos suicidas,                                 – Procure ajuda profissional.

OBS: de acordo com o núcleo de prevenção do Suicidio de Rio Branco, até o mês de agosto desse ano foram notificados 200 casos de tentativas de suicídio na capital.

http:/ /www.setembroamarelo.org.br

*Maria Coutinho é Psicóloga e jornalista

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TJAC entrega novas instalações do Centro de Justiça e Cidadania à população do Jordão

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Como parte da programação pelo aniversário da cidade, Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) entregou nesta sexta-feira, 26, novas instalações reformadas para população da cidade que passará a poder ter atendimento diário com juízes, defensores e promotores, por videochamadas

Jordão é um dos quatro municípios isolados do Acre. Para chegar à cidade é uma hora e meia de avião pequeno, saindo de Rio Branco, normalmente mono ou bimotor, ou de três a cinco dias de barco saindo de Tarauacá, dependendo do tamanho da canoa e do nível das águas do rio. Mas, mesmo isolado, Jordão é um município com população de 9.222 habitantes, conforme o Censo de 2022, que tem direitos e para atender as moradoras e moradores, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) entregou nesta sexta-feira, 26, as novas instalações do Centro de Justiça e Cidadania (Cejuc) e do Ponto de Inclusão Digital do Judiciário (PIDjus) na cidade.

A entrega do Cejuc com o PIDJus significa atendimentos diários para as jordaoenses e os jordaoenses. Afinal, o município não tem a quantidade de pessoas para ter Comarca instalada, então, o juiz, a juíza precisavam sair de Tarauacá e vir até a cidade para resolver os conflitos, a recomendação era que as visitas fossem pelo menos uma vez por semestre. Mas, agora, as pessoas poderão conversar com magistradas e magistrados por videochamada todos os dias. Inclusive, poderão acessar os serviços das instituições parcerias no PIDjus: Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AC), Defensoria Pública (DPE/AC), Ministério Público (MPAC) e Tribunal Regional do Trabalho da 14° Região (TRT 14).

A cerimônia de inauguração faz parte da programação de aniversário da cidade e contou com a presença da própria presidente do TJAC, Regina Ferrari, da desembargadora Eva Evangelista, das juízas Rosilene Santana, que tem a competência para atender o Jordão, e Bruna Perrazo, do promotor Efraim Mendivil, do defensor público, Rodrigo Lobão, do prefeito Naudo Ribeiro, do presidente da Câmara de Vereadores, Guedes Oliveira, e de outros vereadores, servidores e da população local. 

A presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, falou sobre a aproximação do Judiciário com as pessoas e enfatizou que ninguém mais precisaria esperar a vinda de magistrados, promotor ou defensor para ser atendido.

“Agora não precisa mais esperar que o juiz venha, defensor, promotor venha. Agora todos os dias as pessoas podem vir aqui, que serão atendidos, poderão falar com servidores para saber a posição do seu processo ou fazer uma videochamadas, abrir uma demanda que necessite. Esse momento representa um marco significativo em nossa trajetória, pois simboliza nosso compromisso contínuo com a melhoria do acesso à justiça em nossa sociedade”. 

Na obra foram investidos 228 mil de recursos próprios do TJAC, para a disponibilização de um ambiente mais adequado para atender a população, como comentou a juíza Rosilene Santana. “Este momento é muito importante para vocês e para nós do Poder Judiciário, vermos esta unidade hoje, pronta. Antes os atendimentos eram feitos em um local menor. Estamos entregando hoje um ambiente adequado e com alto padrão, para trazer mais conforto para a população. Isso aqui é para nós e para vocês cidadãos”.

Para o prefeito do Jordão, o Cejuc com o PIDJus representa direitos e cuidado com a população. “O Poder Judiciário tem um papel importante na nossa sociedade que é trazer os atendimentos que as pessoas precisam. Isso aqui é importante para população, temos 70% das pessoas morando na zona rural, 40% indígena, sabemos o tamanho da procura pelos atendimentos do Poder Judiciário. Muitas vezes as pessoas tinham que ir à Tarauacá resolver um problema simples e agora vão poder resolver aqui. Isso nos deixa muito feliz. Isso demonstra seu compromisso, presidente, com a população do Acre”. 

O prefeito ainda lembrou quando a juíza Bruna Perazzo iniciou as tratativas para que a Justiça tivesse um local maior na cidade e falou da importância do PIDJus que além dos serviços dará oportunidade para estudantes que trabalharão como monitores, auxiliando as pessoas a utilizarem os atendimentos digitais.

“Estou muito feliz com as novas instalações, tenho certeza que vamos dar mais comodidade para população e não tenho dúvida que foi um acerto muito bom esse legado que vai atender muito bem a população. Fico feliz por dar oportunidade para dois jovens do ensino médio da nossa cidade, que serão estagiários nessas instalações onde despertarão a curiosidade de serem advogados, juiz, promotor por que vão começar a trabalhar dentro do Judiciário”. 

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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Wanderley Andrade revela agenda com mais três shows no Acre, dia 19 de maio em Assis Brasil

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Wanderley Andrade revela agenda com mais três shows no Acre, encerrando dia 19, fora época da tríplice fronteira CarnaVassis 2024, em Assis Brasil

Wanderley Andrade estará presente na festa alusiva ao aniversário dos 48 anos de emancipação política de Assis Brasil, no carnaval fora de época da tríplice fronteira.

Com Edinho Levi

Um dos mais importantes representantes do pop calypso paraense, temperado com o swing caribenho, originado a partir de guitarradas históricas de Chuck Barry, Little Richard, Jerry Lew Lewis, Wanderley Andrade esteve com seu show na última quinta-feira (25), no Bistrô e Sushi Bar, Paris Garden, em Rio Branco.

“Só agradeço a Deus, só gratidão a Deus e a vocês, que são muito carinhosos comigo”, disse Wanderley.

O cantor que tem como principal característica desmistificar os problemas sociais do Brasil através de suas canções como: ladrão de coração, detento apaixonado, a rebelião, psicopata, terrorista e traficante, também falou da sua agenda no Acre para o ano de 2024.

Wanderley Andrade agitou a Praça da Revolução com um show histórico durante o Carnaval da Prefeitura de Rio Branco. Uma multidão de todas as idades lotou o centro da cidade à época – Foto: Sérgio Vale

“No dia 12 de maio estarei em Feijó, dia 19 no CarnaVassis 2024, em Assis Brasil, no dia 06 de junho estarei em Sena Madureira comemorando meus 60 anos na casa do meu amigo Mazinho Serafim, e o prefeito Tião Bocalom pediu para eu reservar a data do réveillon”, disse o cantor.

Entre outras novidades, Wanderley Andrade falou da sua turnê internacional. O cantor deverá se apresentar em cinco países: Austrália, Japão, Canadá, Estados Unidos e França, com o tributo a Raul Seixas.

 

O prefeito Jerry Correia, anunciou na última quarta-feira, 23, a programação oficial dos festejos. A reunião com as instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança.

No gabinete, o gestor recebeu representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Detran, Conselho Tutelar, Associação de Vendedores de Alimentação e Bebidas, além da Comissão Municipal de Organização de Eventos Públicos. A reunião das instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança durante os dias de festejos.

A programação do aniversário de Assis Brasil, prevê a realização de diversas atividades esportivas, Marcha Pra Jesus com show nacional, desfile cívico e o já conhecido CarnaVassis, o carnaval fora de época da tríplice fronteira.

As atividades alusivas ao aniversário da cidade já começam no dia 1º de maio, com a abertura oficial do mês de Assis Brasil e a Semana Evangélica. No dia 3 de maio acontece o 2º Festival da Canção Gospel e no dia 4 a Marcha Pra Jesus com o show nacional do cantor Juliano Son.

A reunião com as instituições foi para apresentar a estrutura do evento e tratar principalmente sobre a segurança durante os dias de festejos – Foto Assessoria

Entre os dias 6 e 11 de maio serão realizadas diversas atividades esportivas no estádio municipal e ginásio Sidney Nascimento.

Já nos dias 17, 18 e 19 de maio acontece o CarnaVassis 2024 com diversas atrações locais, regionais e o show nacional com Wanderley Andrade .

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Cacique agradece ida de magistrados à aldeia para conhecerem cultura indígena

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Visita teve a finalidade de troca de conhecimento, compartilhamento da cultura e a história para promover a maior compreensão e respeito

Magistradas e magistrados que estão em aula prática, pela Escola do Poder Judiciário (Esjud), para conhecer a cultura indígena e aprimorar o conhecimento sobre os direitos dos povos originários, fizeram visita a segunda aldeia na última quarta-feira, 24. Situada no município de Mâncio Lima, foi a primeira vez que a Aldeia Puyanawa recebeu uma delegação do judiciário.

Recebidos pelo cacique Joel Ferreira, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o local e ouvir a história, contada pelo próprio cacique, de luta, resistência e outros desafios que os indígenas enfrentaram e enfrentam até hoje para preservação da identidade cultural.

“Como cacique vejo, nesse primeiro momento, a sociedade vir por respeito a conhecer um pouco da história e nossa cultura. É bom para eles fazerem um pouco de reflexão do nosso direito constitucional. Para nós, apresentar nossa aldeia, é falar com muita consciência e muita tranquilidade do modo de vida que nós trabalhamos e como vivemos em comunidade”, disse.

O cacique disse ainda ser uma grande satisfação ter recebido a equipe do Poder Judiciário para poder transmitir a mensagem, conhecimento, cultura, história para que a equipe se sensibilize de como o povo indígena vive, trabalha, como se desenvolve e defende a sua terra e seu direito.

“Falamos disso tudo, como uma forma de linha do tempo, para todos terem um pouco mais de conhecimento É uma oportunidade de falar sobre a situação do nosso passado, do presente e do futuro. Hoje a gente passa por alguns problemas e sentido muita dificuldade por algumas instituições não conhecerem bem a nossa luta. Foi um intercâmbio de conhecimento. Um marco histórico da nossa vida até porque foi a primeira vez que recebemos uma delegação do judiciário em nossa comunidade”, acrescentou.

Em seu pronunciamento, o diretor da Escola do Poder Judiciário, desembargador Elcio Mendes agradeceu a todos magistrados e servidores que ajudaram a construir o momento de conhecimento.

“A lição mais sábia é aprender em momento como este. É onde se coloca a educação e cultura em primeiro lugar, onde sabe colocar os valores de sua origem e de suas raízes”, ressaltou.

O desembargador destacou que todos saíram com a missão de vida de como a forma simples de convivência é importante para os ensinamentos.

“Parabéns ao cacique pela condução, pelo respeito e mais ainda pela valorização da educação. As escolas têm um papel preponderante e estamos trabalhando isso na Esjud. Discutimos e levamos experiência de fora para também contribuir com conhecimento interno”, completou o desembargador.

O vice-presidente, desembargador Luís Camolez disse ter ficado feliz em poder participar desses dias de aprendizado com os indígenas. Para ele foi realmente inspirador.

“Foi um momento de compartilhar a cultura, história e desafios enfrentados pelo povo indígena. É crucial que mais pessoas tenham a oportunidade de compreender a realidade e os direitos indígenas. Fiquei feliz com as palavras do cacique. É exemplo de liderança. Líder não vive isolado. Ele tem que pregar pelo seu povo, delegar missão e cobrar resultado. Isso servem para os juízes que estão chegando agora”, ressaltou.

A presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari garantiu que o Poder Judiciário está à disposição para qualquer necessidade da comunidade. Ela agradeceu pela recepção e disse que o coração se alegrou pela forma como a equipe foi recebida.

“Estou muito honrada. Parabéns a toda a comunidade que luta pela preservação da identidade indígena. Que essa etnia cresça e se solidifique de geração em geração. Certamente nossas juízas e nossos juízes estão mais preparados para as audiências, ações judicias que tiverem situação envolvendo indígenas”, finalizou.

Na oportunidade, a desembargadora-presidente também anunciou projetos do Poder Judiciário do Acre, que serão executados em curto prazo, em benefícios à comunidade indígena.

Aldeia Puyanawa

No início do século 20, os Puyanawa habitavam as cabeceiras dos afluentes do baixo rio Moa. Os Puyanawa vivem em duas aldeias, Barão do Rio Branco e Ipiranga, situadas no município de Mâncio Lima no Acre. A principal via de acesso é a estrada que é trafegável durante todo o ano. A outra opção de acesso à terra é através do rio Moa. A distância entre a sede da Colocação Ipiranga e a cidade de Mâncio Lima é de 28 quilômetros.

Somente com o início do processo de demarcação de seu território, a cultura puyanawa voltou a ser valorizada pelos próprios índios que têm se esforçado para retomar sua língua nativa, tarefa que realizam com dificuldade, tendo em vista o reduzido número de falantes.

Vivência

O coordenador do curso de mestrado da Esjud, Társis Barreto explicou que o mestrado profissional é interdisciplinar em prestação jurisdicional e direitos humanos e envolve ações acadêmicas e profissionais, seja de ensino, pesquisa ou intenção ou extensão que tenham profundo impacto sobre o âmbito da jurisdição, aperfeiçoamento da jurisdição como a concretização dos direitos humanos.

“Trazendo aqui para a turma Norte, nós estamos observando, coletando, aperfeiçoando essas ações que são voltadas a concretização dos direitos humanos no cenário local. E esta iniciativa de visita institucional, que é feita atraindo o poder judiciário, sobre ponto de vista da proteção dos povos indígenas, representa a materialização de uma ação concreta extremamente relevante e de profundo impacto social no Estado do Acre”, explicou.

A doutora Patrícia Medina, do mestrado da UFT/Esjud, docente de uma universidade federal no estado do Tocantins, acompanhou a agenda e compartilhou a experiência enfatizando ter se surpreendido com o nível de organização e que a visita ajuda os alunos, que são os magistrados, no processo de formação.

O juiz de Direito substituto, Robson Shelton disse ter sido uma experiência enriquecedora. “Essa vivência aqui no dia a dia, vendo como eles convivem, se organizam, como valorizam a natureza, como eles valorizam a questão cultural, a identidade deles é muito importante pra que nosso Poder Judiciário possa, na análise das demandas, compreender a necessidade deles, compreender como eles enxergam o mundo, como eles se enxergam nas relações sociais deles. É extremamente enriquecedora pra atuação do Poder Judiciário”, compartilhou.

O professor Tiago Gagliano enfatizou ser espetacular ver o judiciário com uma inserção no campo do destinatário da prestação judicial.

“É algo espetacular, ainda mais considerando uma barreira aparente cultural que pode haver entre a comunidade indígena, os povos originários e o poder judiciário, quer dizer, é a quebra desse paradigma é algo que favorece a todos, favorece ao Poder Judiciário, favorece a sociedade, favorece aos povos originários e favorecem o último grau a própria democracia, ou seja, da maneira como está sendo conduzida essa inserção e essa quebra de barreiras me parece que todos têm a ganhar”, enfatizou.

Na terça-feira, os magistrados visitaram a Aldeia indígena Kamanawa, na cidade de Cruzeiro do Sul. A agenda tem a missão de  reconhecer e valorizar a importância das culturas indígenas na sociedade.

Leia mais: Magistrados do Poder Judiciário do Acre visitam aldeias para interação com indígenas

Fonte: Tribunal de Justiça – AC

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