Brasil
CNI projeta crescimento de 3,1% da economia brasileira em 2022

Indústria reavalia crescimento da atividade econômica em 2022
JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO CONTEÚDO-03/10/2017
Com a melhora das cadeias produtivas, emprego e renda, novo cenário levou à revisão do PIB da indústria de 0,2% para 2%
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou a projeção para a economia brasileira e prevê crescimento de 3,1% neste ano. A estimativa anterior para o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de toda produção e serviço do país, era de alta de 1,4%. Os dados fazem parte do Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado nesta terça-feira (11).
A revisão positiva ocorre após mudanças de cenário no primeiro semestre, segundo a CNI. Entre os motivos apontados pela indústria estão a melhora das cadeias produtivas, o aumento do emprego e da renda e a desaceleração da inflação. A previsão para o PIB industrial também aumentou, de 0,2% projetado anteriormente para 2%.
Mesmo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura quase oito meses, de novos riscos no cenário internacional e das paralisações em cidades na China devido à Covid, houve normalização parcial das cadeias de suprimentos.
“A indústria tem tido sucesso na busca por alternativas para reduzir e contornar o problema da falta de insumos. A produção industrial manteve ritmo de crescimento, ainda que moderado, pela maior parte do ano até o momento”, ressalta o Informe Conjuntural do 3º Trimestre.
A indústria da construção, que já mostrava um desempenho positivo, recebeu novo impulso com a ampliação do Casa Verde e Amarela, programa de financiamento à habitação do governo federal. Já o setor de serviços segue em crescimento, com a normalização de suas atividades no pós-pandemia, sobretudo aquelas ligadas à mobilidade das pessoas. Com isso, a projeção desse setor passou de alta de 1,8% para alta de 3,8%.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que é importante que o ritmo de crescimento projetado para 2022 seja mantido nos próximos anos. “O Brasil precisa crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Para isso, devemos implementar, com urgência, ações consistentes que incentivem os investimentos e aumentem a competividade e a produtividade das empresas”, afirma Andrade.
Segundo ele, é fundamental que pautas principais avancem no Congresso Nacional, como a reforma tributária que está em discussão no Senado. “Estamos seguros de que deputados e senadores continuarão dando as respostas de que o país necessita, mobilizando-se, discutindo, votando e aprovando os projetos adequados, sobretudo a proposta que moderniza o principal gargalo para as empresas do país, que é o nosso sistema tributário”, avalia o presidente da CNI.
Mercado de trabalho
O gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que a atividade de serviços mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho, com o aumento significativo do número de pessoas ocupadas. Em 2022, essa trajetória foi acompanhada pelo avanço do rendimento médio, o que não havia acontecido em 2021.
A recuperação do mercado de trabalho segue consistente no terceiro trimestre, encerrado em agosto, com o emprego em elevação, totalizando 99 milhões de pessoas ocupadas. Com isso, a média da expectativa de taxa de desemprego no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%, beneficiada também pela queda da inflação
“Além disso, novos impulsos fiscais tiveram início no terceiro trimestre, como o aumento do valor do benefício Auxílio Brasil e a criação do auxílio a caminhoneiros e taxistas, e darão sustentação ao consumo”, afirma Telles.
Inflação
A inflação desacelerou fortemente a partir de maio de 2022, com variação negativa de preços em julho, agosto e na prévia de setembro, avalia o informe da CNI. Essa queda da inflação se deve não só à forte influência das desonerações tributárias sobre energia, combustíveis e telefonia como também à desaceleração na alta dos preços industriais e de alimentos, avalia a CNI. A projeção de inflação da indústria para este ano é de 5,9%.
“Essa queda na inflação também contribui para a recomposição do rendimento médio real e da massa salarial real e, consequentemente, do poder de compra das famílias e do consumo”, explica Telles.
Outro destaque para a CNI são as exportações e importações, que permanecem com crescimento vigoroso neste ano, alavancadas principalmente pelos preços. A previsão para 2022 é de superávit da balança comercial em US$ 51,3 bilhões. “Exportações devem superar importações em US$ 51,3 bilhões”, prevê a CNI.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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