Acre
Cinco casas populares foram entregues para uma única família, diz relatório do MPE
Jairo Carioca
Segundo relatório da promotoria de urbanismo e habitação do Ministério Público Estadual, cinco casas do Programa Minha Casa, Minha Vida foram entregues para uma única família, da senhora Rita Benevides Pinho, no Conjunto Esperança, em Rio Branco. A denúncia afirma que, além de Rita, mais quatro filhas teriam sido beneficiadas com unidades residenciais, somando cinco casas. O caso vem à tona no dia em que o governo do Acre lança campanha no rádio e na TV afirmando seriedade no programa de distribuição de Casas do Governo Federal.
De acordo o documento divulgado na manhã desta segunda-feira (23) na imprensa oficial, uma das beneficiadas, Raquel Pinho, é professora, não morava no local onde as famílias foram cadastradas, é solteira e não tem filhos. O caso foi levado ao Ministério Público Estadual através de informações sobre obras paralisadas pelo Depasa em áreas alagadiças do Beco HIV, no entorno do igarapé Fundo em Rio Branco.
O mais grave, a professora beneficiada com a entrega de uma das cinco casas para mesma família é, segundo relatório do MPE, amiga de uma Assistente Social da SEMCAS, senhora Daniele, que teria conseguido tal benefício para Raquel, “por serem colegas de faculdade”.
O fato vem à baila em meio a uma investigação de distribuição facilitada e até venda de Casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, pela Policia Civil, a Operação Lares. Há suspeita de negócios envolvendo R$ 1 milhão. Três prisões preventivas de pessoas envolvidas no esquema de venda das casas populares foram realizadas na II fase da operação no último dia 26 de abril. Servidores públicos que atuavam na área social e na gestão do programa foram exonerados.
O relatório do MPE não afirma se a distribuição de casas para uma única família será um dos objetos das investigações. Foi instaurado procedimento preparatório para apurar os fatos aventados, com foco para a regularidade das obras de urbanização do entorno do Igarapé Fundo, localizado na Rua João Neto da Silva, Conjunto Nova Esperança.
O OUTRO LADO
SEHAB diz que relatório que baseou entregas de casas veio da SEMCAS
A chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Habitação e Interesse Social, Claudia Vale, informou que a responsabilidade pelos relatórios – inclusive fotográfico – das cinco famílias que estão sob suspeita no recebimento de casas populares em documento divulgado pelo Ministério Público Estadual na manhã de hoje (23) foi da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social de Rio branco.
“Verificamos que o relatório que determina a entrega de cinco casas para a família Pinho veio da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social do município, a Sehab apenas atestou a entrega das casas” disse a assessoria.
Claudia afirmou que no caso da professora denunciada, Raquel Pinho, em tese, ela não se enquadra nas exigências do programa para recebimento de uma casa, mas que, assim como as outras citadas, estava morando em aluguel social.
Ainda de acordo a SEHAB o levantamento é de 2013. “Dos beneficiados citados no relatório do Ministério Público apenas dona Maria de Lima de Oliveira Pinho foi indicação da SEHAB”, acrescentou.
Claudia concluiu garantindo que embora ainda não tenha sido notificada, a secretária vai contribuir com toda e qualquer que for solicitada pelo MPE.
SEMCAS confirma informações – Na secretária municipal de Cidadania e Assistência Social falamos com a coordenadora Glenda, que a princípio contribuiu com algumas informações, mas depois desligou o telefone.
Enquanto a reportagem conseguiu falar com Glenda, ela confirmou que os relatórios das casas entregues à família Pinho saíram da SEMCAS, e que Daniele, a assistente social denunciada por moradores que em tese seria amiga de faculdade de Daniele, trabalhava em 2013 para uma empresa terceirizada responsável pelos levantamentos.
Glenda evitou repassar maiores informações sobre Daniele, há suspeita de que ela [Glenda] atualmente, faça parte do quadro de assistentes sociais do município.
Tanto a SEHAB quanto a SEMCAS garantiram abrir processo administrativo para apurar os fatos, tão logo sejam notificadas pelo MPE.
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Acre
Cruzeiro do Sul inicia trabalho paliativo em locais afetados pelas chuvas
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, divulgou um vídeo nas redes sociais nesta quarta-feira (5) para relatar os impactos das chuvas intensas que atingiram o município nas últimas horas. A forte precipitação causou danos significativos, incluindo o afundamento de algumas ruas.
No vídeo, Zequinha Lima ressaltou a intensidade da chuva que atingiu Cruzeiro do Sul. Segundo o gestor, o volume elevado de água causou prejuízos e transtornos.”Como vocês mesmos observaram, a chuva realmente foi muito intensa, muito forte, e a chuva, quando ela é nesse nível, pode causar alguns prejuízos e acarretar uma série de transtornos dentro da cidade”, disse.
O prefeito destacou que, ainda na noite anterior, acompanhou a equipe municipal para liberar o local onde estava sendo realizado o carnaval. “Ontem nós acompanhamos com a nossa equipe, e à noite ainda, para poder liberar o local onde estava sendo realizado o carnaval”, pontuou Zequinha.
Pela manhã, a prefeitura mobilizou a equipe técnica da Secretaria de Obras para avaliar os danos e definir as medidas emergenciais. Segundo Zequinha Lima, um bueiro existente na avenida será substituído por galerias pluviais mais robustas.
“Hoje de manhã trouxemos toda a nossa equipe técnica aqui da Secretaria de Obras para que pudesse analisar de fato o que é que tem acontecido aqui. Nós vamos fazer um trabalho paliativo, vamos iniciar daqui a pouco, de maneira que ali nós temos um bueiro naquela avenida, e aquele bueiro vai ser substituído por galerias”, relatou.
O prefeito explicou que a gestão está buscando recursos para viabilizar essa mudança de forma definitiva.
“Então, a gente vai nos preparar para que, em breve, a gente possa ter o recurso suficiente para transformar aquilo ali numa galeria e dar continuidade a esse córrego aqui, que já é todo ele feito de galeria”, destacou.
O gestor também ressaltou que a situação poderia ter sido ainda mais grave, mas que ações preventivas realizadas recentemente ajudaram a minimizar os impactos.
“O problema não foi maior ainda porque vocês perceberam que há poucos dias nós limpamos ali o canal da Avenida Coronel Marcelino. Então, a limpeza fez com que a gente não tivesse tantos prejuízos na parte de cima do córrego da Avenida Marcelino”, encerrou.
Assista ao vídeo:
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Acre
Acre e outros oito estados em alerta por aumento de síndromes respiratórias graves, aponta Fiocruz
Crescimento de casos entre crianças e adolescentes preocupa; especialistas recomendam uso de máscaras e ambientes abertos durante o Carnaval

Dados são do boletim Infogripe da FioCruz/Foto: Reprodução
O Acre está entre os nove estados brasileiros que registraram níveis de alerta, risco ou alto risco para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre 16 e 22 de fevereiro, segundo o Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última sexta-feira (28). O estudo revela um aumento significativo de casos em crianças e adolescentes de até 14 anos, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e no estado de Sergipe.
Além do Acre, as unidades federativas em situação preocupante são Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destacou que, embora não haja incidência elevada de Covid-19 durante o período do Carnaval, é essencial adotar cuidados para evitar a propagação de vírus respiratórios.
“Em caso de sintomas gripais, como coriza, dor de garganta, febre ou tosse, a recomendação é evitar festas e aglomerações. Outra opção é curtir o Carnaval usando máscara e priorizando ambientes abertos”, orienta Portella.
A especialista também chamou a atenção para o aumento de casos de síndromes gripais em crianças e adolescentes, um padrão já observado em anos anteriores. No entanto, o estado de Goiás merece atenção especial devido ao crescimento associado ao vírus sincicial respiratório (VSR).
Quanto à Covid-19, Portella afirmou que não há áreas de alto risco no momento, mas destacou uma tendência de estabilidade ou oscilação nos números de novos casos, principalmente em estados das regiões Norte, Nordeste e Mato Grosso.
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