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Cidade na Argentina construirá muro na fronteira com a Bolívia

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O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitiu um comunicado mencionando a sua “preocupação” com o anúncio e apontou que os temas de fronteira devem ser tratados através de mecanismos de diálogo bilaterais

Muro será em trecho de rio usado por imigrantes bolivianos em Aguas Blancas. Imagem: Telenoche/YouTube/Reprodução

Uma cidade da província de Salta, na Argentina, lançou na segunda-feira (28) licitação para instalar uma cerca de 200 metros em sua fronteira com a Bolívia com o objetivo de conter cruzamentos ilegais de pessoas e o contrabando, o que gerou preocupação no país vizinho.

“Foi-nos solicitada a construção de uma cerca linear (…) para evitar que as pessoas cheguem à cidade sem passar pela imigração”, disse Adrián Zigarán, interventor da cidade de Aguas Blancas, em uma entrevista à Radio Mitre.

Zigarán substitui o prefeito enquanto ele enfrenta uma acusação por obstrução de uma investigação criminal. O interventor confirmou um anúncio que tinha feito na sexta-feira passada (24) em conversa com o jornal local Nuevo Diario de Salta, e que gerou alvoroço na diplomacia boliviana.

No domingo (26), o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitiu um comunicado mencionando a sua “preocupação” com o anúncio e apontou que os temas de fronteira devem ser tratados através de mecanismos de diálogo bilaterais, já que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”.

A construção da cerca faz parte do “Plano Güemes”, que o governo do presidente argentino, Javier Milei, lançou em dezembro do ano passado para “combater crimes federais” como o narcotráfico na fronteira de Salta, com foco nas duas cidades fronteiriças mais importantes, Aguas Blancas e Orán, localizadas a cerca de 1.600 quilômetros de Buenos Aires.

Como será a cerca

Com dois metros e meio de altura, a cerca percorrerá o trajeto entre um escritório de migração e uma estação de ônibus, que fica em frente à praia do rio Bermejo, que divide a Argentina da Bolívia e por onde, segundo Zigarán, cruzam pessoas ilegalmente para a cidade de cerca de 3 mil habitantes.

O rio Bermejo está dentro da chamada “rota da droga”, segundo o Ministério da Segurança argentino. O rio é usado por argentinos que compram mercadorias mais baratas na cidade boliviana de Bermejo, vizinha a Aguas Blancas. “Passam ar-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos”, disse Zigarán.

Segundo ele, algumas pessoas chegam a realizar dez viagens por dia e os produtos acabam sendo acumulados na cidade de Orán. “A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán e do norte argentino por este descontrole na importação de mercadorias ilegais”, disse o interventor.

Repercussão

Após a entrevista à emissora, Zigarán comentou as críticas do governo do presidente boliviano Luis Arce à medida, afirmando que não entendia a reação do país vizinho.

“Dentro do perímetro urbano de Aguas Blancas, nos foi solicitada a construção de uma cerca linear, ou seja, em linha reta, até a imigração da alfândega. É só isso. Não sei por que tanto alvoroço. Para mim, estão mal informados… Que bom que agora se preocupam”, ironizou Zigarán.

Ele disse ainda que o governo boliviano deveria colocar mais funcionários nos postos de fronteira para controlar a entrada e saída de pessoas e evitar gargalos.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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