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Censo 2022: população quilombola tem perfil jovem e maioria masculina

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As populações quilombolas possuem perfil mais jovem do que o observado na população total do Brasil. Além disso, nos territórios quilombolas, a presença dos homens ocorre em proporção bem mais elevada do que a média geral do país. Informações relacionadas com a idade e o sexo dos quilombolas mapeados no Censo 2022 foram divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a primeira vez que um Censo Demográfico trouxe dados específicos sobre essas populações. Os resultados gerais divulgados pelo IBGE no ano passado revelaram a existência de 1.330.186 quilombolas, o que representa 0,66% de todos os residentes no país. Os dados também mostraram que essas populações estão distribuídas por 1,7 mil municípios. A Região Nordeste concentra 68,1% de todos os quilombolas do país.

As estatísticas sobre idade e sexo foram apresentadas pelo IBGE como mais uma etapa do detalhamento de dados do Censo 2022. Elas trazem informações sobre o total das populações quilombolas em geral e também há um recorte envolvendo apenas os residentes nos 495 territórios quilombolas oficialmente delimitados, o que inclui todos os que já possuem delimitação formal no acervo fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou dos órgãos com competências fundiárias nos estados e municípios. Os dados mostram que eles abrigam 12% do total de quilombolas.

Idade

Os dados etários mostram que 48,44% dos quilombolas tem 29 anos ou menos e 38,53% situam-se na faixa etária entre 30 e 59 anos. Os idosos com 60 anos ou mais representam 13,03%.

Um dos principais dados que revelam o perfil mais jovem das populações quilombolas é a idade mediana. Ela divide ao meio a população: quanto mais baixa, significa que há uma maior proporção do jovens.

No caso da população geral do país, o Censo 2022 mostrou uma mediana de 35 anos. Já entre os quilombolas, ela foi de 31 anos. Quando se considera apenas os residentes em territórios quilombolas delimitados, a mediana cai para 28, o que indica um perfil populacional ainda mais jovem.

Pesquisadores do IBGE citam elementos culturais e condições favoráveis para que essas populações sigam abrigando famílias mais numerosas dentro dos territórios. Um dos fatores seria a vida comunitária, que permitira, por exemplo, um maior apoio no cuidado com os filhos.

Outro dado que contribui para a comparação é o índice de envelhecimento, que indica quantos idosos com 60 anos ou mais existem para cada grupo de 100 pessoas de 0 a 14 anos. Considerando toda a população do Brasil, essa taxa é de 80. Já entre os quilombolas, ela é de 54,98.

“Em áreas de grande concentração da população quilombola, encontramos índices de envelhecimento mais baixos. Podemos destacar toda a calha do Rio Amazonas e toda a região do semiárido entre Bahia, Alagoas e Pernambuco”, observa Fernando Damasco, pesquisador do IBGE.

Ele destaca, porém, que nas regiões Sul e Sudeste nota-se uma realidade diferente. “Essa tendência de certa forma acompanha também a estrutura etária dessas regiões, que apresentam um envelhecimento mais presente também na população não quilombola. Mas também podem denotar as dinâmicas de deslocamento e de migrações que podem afetar a população quilombola”, avalia Damasco, acrescentando que serão necessários mais estudos para compreender os fenômenos demográficos.

Apesar do perfil mais jovem, os pesquisadores do IBGE observam que a base da pirâmide etária vem se encurtando. Abaixo dos 15 anos, as faixas etárias registram populações decrescentes. Isso indica uma possível queda gradual da fecundidade nos últimos 15 anos.

Sexo

De acordo com o Censo 2022, o Brasil possui 94,25 homens para cada 100 mulheres. Mas quando se observa o recorte apenas da população quilombola, há 100,08 homens para cada 100 mulheres. Considerando apenas os residentes em territórios quilombolas delimitados, esse proporção aumenta ainda mais: 105,89 homens para cada 100 mulheres.

Os pesquisadores levantam algumas hipóteses que explicariam esses dados, destacando porém a necessidade de estudos complementares. Entre eles cita-se uma menor mortalidade masculina, o que poderia estar relacionado a uma maior segurança nos territórios delimitados. Além disso, sugerem a realização de pesquisas sobre a mortalidade materna nos territórios e sobre uma possível maior migração de mulheres para outras localidades.

“Talvez nós tenhamos que aprofundar estudos para compreender a diferenciação entre os quilombolas que se encontram em áreas reconhecidas formalmente e aqueles que estão em outras situações territoriais, inclusive em áreas urbanas”, acrescenta Damasco.

Fonte: EBC GERAL

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Mudança no IR deve isentar quase metade dos professores da educação básica no Acre a partir de 2026

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Estudo do Ipea mostra que percentual de docentes acreanos totalmente isentos salta de 12,7% para 47,5%; mais de 27% terão redução nos descontos e ganho pode chegar a um salário extra por ano

Antes da alteração, apenas 12,7% dos docentes acreanos não pagavam Imposto de Renda. Com a nova faixa de isenção, esse percentual salta para 47,5%, quase metade da categoria. Foto: captada 

A mudança na tabela do Imposto de Renda, válida a partir de 2026, deve beneficiar massivamente os professores da educação básica no Acre. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 47,5% dos docentes do estado ficarão totalmente isentos do tributo — antes, apenas 12,7% estavam livres da cobrança. Outros 27,5% pagarão menos imposto devido à redução progressiva das alíquotas para salários de até R$ 7.350.

Com a nova faixa de isenção (até R$ 5 mil), o número de professores sujeitos à alíquota máxima de 27,5% cairá de 56,9% para 25%. No cenário nacional, a medida deve atingir cerca de 620 mil docentes, que deixarão de recolher IR, além de outros 21,9% que terão carga tributária reduzida.

Segundo o Ipea, o ganho médio anual para os beneficiados será de aproximadamente R$ 5 mil, o equivalente a um salário extra no ano. A mudança é especialmente relevante para profissionais com renda próxima ao piso nacional da categoria, fixado em R$ 4.867,77 em 2025.

Impacto no estado:
  • Antes: Apenas 12,7% não pagavam IR.

  • Com a nova regra: 47,5% ficam totalmente isentos (salários até R$ 5 mil/mês).

  • Redução tributária: 27,5% pagarão menos (renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350).

  • Alíquota máxima (27,5%): Cai de 56,9% para 25% dos professores.

Benefício nacional:

No Brasil, 620 mil professores deixarão de recolher Imposto de Renda. A proporção de isentos mais do que dobra, indo de 19,7% para 51,6%. Ao todo, 73,5% dos docentes terão aumento na renda líquida.

Ganho médio:

O ganho estimado é de R$ 5.079,84 por ano – equivalente a um salário extra no período. “Com a isenção até R$ 5 mil, esses docentes deixam de pagar Imposto de Renda sobre esse salário”, explica Paulo Nascimento, coordenador de educação do Ipea.

Perfil dos beneficiados:
  • Um vínculo: 60,7% isentos + 21,1% com redução.

  • Múltiplos vínculos (17,5% da categoria): 32,3% isentos + 26,1% com redução.

  • Outra atividade além da docência: 40,2% isentos + 20,9% com redução.

A medida é especialmente relevante para quem recebe valores próximos ao piso nacional do magistério (R$ 4.867,77 em 2025). Antes da mudança, muitos eram tributados na alíquota máxima. Os professores devem acompanhar as orientações da Receita Federal sobre a declaração de 2026. Secretarias de Educação também podem promover campanhas para esclarecer o impacto da nova tabela.

O impacto é considerado ainda mais relevante para quem recebe valores próximos ao piso nacional do magistério, fixado em R$ 4.867,77 para 2025. Foto: captada 

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Justiça exige que Antônia Lúcia pare exposições e manda proteger vida privada de Silas

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As plataformas Meta e Google foram notificadas para proceder à remoção dos conteúdos indicados, conforme os parâmetros estabelecidos pela Justiça

A decisão também determina a remoção, no prazo de 24 horas, de publicações já veiculadas que contenham esse tipo de conteúdo. Foto: captada 

A Justiça do Amazonas determinou medidas de proteção à intimidade e à vida privada do deputado federal Silas Câmara (Republicanos) em ação judicial envolvendo sua ex-esposa, a também deputada federal Antônia Lúcia Câmara, com quem mantém divórcio já formalizado e averbado em cartório.

A decisão estabelece limites para a exposição pública de fatos relacionados ao antigo relacionamento conjugal, ao entender que publicações feitas em redes sociais e outros meios ultrapassaram o interesse público e atingiram aspectos da vida privada, da honra e da esfera familiar do parlamentar. As determinações fixadas não impõem qualquer restrição ao exercício do mandato ou à atuação política da deputada.

Conforme o entendimento do magistrado responsável pelo caso, devem ser observadas obrigações específicas de não fazer. Entre elas, Antônia Lúcia deverá se abster de utilizar o nome, imagem ou qualquer referência que identifique Silas Câmara quando o conteúdo tratar de temas de natureza íntima, conjugal ou privada, como divórcio, dinâmica familiar ou alegações pessoais desvinculadas do debate público.

A decisão também determina a remoção, no prazo de 24 horas, de publicações já veiculadas que contenham esse tipo de conteúdo. Além disso, foi definido que qualquer comunicação entre as partes ocorra exclusivamente por meio de seus respectivos advogados, como forma de organização processual e prevenção de novos conflitos.

O juiz ainda recomendou distanciamento físico entre as partes em eventos privados organizados pelo autor da ação, ressalvando de forma expressa que a medida não interfere no livre exercício das funções públicas, parlamentares ou partidárias da deputada.

A aplicação de multa está prevista apenas em caso de descumprimento das determinações judiciais, como mecanismo para garantir a efetividade da decisão. As plataformas Meta e Google foram notificadas para proceder à remoção dos conteúdos indicados, conforme os parâmetros estabelecidos pela Justiça.

Até o momento, Antônia Lúcia Câmara não se manifestou oficialmente sobre a decisão.

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Hugo Souza explica briga entre jogadores do Corinthians: “Fui apartar”

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Matheuzinho e Yuri Alberto protagonizaram uma discussão durante a partida contra o Vasco

Hugo Souza, do Corinthians, durante partida contra o Vasco • Divulgação/Corinthians

O empate sem gols entre Corinthians e Vasco, nesta quarta-feira (18), na Neo Química Arena, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil, foi marcado por um desentendimento interno no elenco alvinegro.

Durante o segundo tempo, Matheuzinho e Yuri Alberto protagonizaram uma discussão dentro do campo antes da cobrança de um escanteio. A confusão exigiu a intervenção do goleiro Hugo Souza, que entrou no meio para conter a tensão e evitar que a briga ganhasse maiores proporções.

A divergência, no entanto, não ficou restrita aos 90 minutos. Após o apito final, o lateral e o atacante voltaram a discutir no caminho para o vestiário. Matheuzinho tentou conversar com Yuri Alberto, que recusou.

Hugo Souza falou sobre o episódio na zona mista.

”Bom, na verdade ali é o jogo. Todo mundo quer ganhar e quando as coisas não estão acontecendo da forma que a gente imagina, acaba que a cabeça fica um pouco quente. Na verdade eu fui apartar uma discussão entre a gente, mas era uma discussão para a nossa melhora, para gente tentar entender o que estava acontecendo no jogo”, explicou Hugo Souza na zona mista.

Como foi o jogo

Em um jogo bastante disputado no meio e de poucas chances claras de gol, Corinthians e Vasco empataram por 0 a 0, nesta quarta-feira (17), pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil.

A Neo Química Arena, estádio do Timão, recebeu uma bela festa dos 47.339 torcedores presentes, segundo maior público do local no ano. A partida teve dois gols invalidados por impedimento — Rayan pelo time carioca e Memphis Depay pelo paulista.

Hugo Souza avaliou que o Corinthians apresentou um desempenho abaixo do esperado.

”Ficou claro que fizemos um jogo abaixo do que esperávamos. Talvez ter um pouco mais a bola e botar o nosso plano de jogo em prática. A gente sabe que precisa melhorar e agora é corrigir o que fizemos hoje. O que aconteceu hoje pode servir de aprendizado para a gente. Que bom que não perdemos o jogo hoje. Foi difícil, a equipe do Vasco é qualificada. O plano deles hoje funcionou mais do que o nosso”, afirmou.

Sem vantagem para nenhum dos lados, a definição do campeão da Copa do Brasil virá no Maracanã, domingo (21), com mando da torcida vascaína. Os ingressos já estão esgotados.

“A gente tem certeza que vai melhorar e fazer um jogo melhor lá, porque se a gente quer ser campeão, a gente precisa fazer um jogo melhor”, concluiu o goleiro.

Fonte: CNN

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