Brasil
Casos de HIV entre crianças no Peru expõe fragilidade de povos indígenas
Em 2023 foram registrados 23 casos de violência sexual contra indígenas no Brasil, cometidos contra crianças e adolescentes entre cinco e 14 anos de idade. No relatório aparece o Amazonas com dois casos.

Ilustração sobre o vírus HIV: casos entre crianças e adolescentes no Peru expõe fragilidade de indígenas. Imagem: Ilustrativa
Com Atual
O Departamento do Amazonas, que equivale a um estado, registra 1.373 casos de HIV em cinco anos. Desses, 272 são de crianças e adolescentes. Localizado na Amazônia peruana, está a 991 quilômetros da capital Lima. A região é habitada por indígenas e os casos notificados são de vítimas de violência sexual, segundo o site de notícias Ojo Público.
Para Lino João Neves, antropólogo indigenistas e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), os casos de HIV em comunidades indígenas é um de tantos problemas que afetam os povos originários.
“O aumento de casos de doenças sexuais e de outros tipos nas comunidades indígenas é um fato que está relacionado com a entrada descontrolada de pessoas não indígenas nesses locais. Além disso, essas comunidades estão situadas em lugares dominados pelo garimpo e pelo narcotráfico, no Brasil e no Peru”, diz Lino.
No Amazonas peruano habita o povo indígena Awajún, em que as mulheres são as mais afetadas pelo HIV.
“A atenção de saúde às comunidades indígenas é muito precária porque os tratamentos foram abandonados nas aldeias. Hoje há alguma atenção a eles somente nos pequenos núcleos urbanos. Esses povos, tanto no Peru e também no Brasil, não são considerados como parte integrante desses países”, diz o antropólogo.
Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), em 2023 foram registrados 23 casos de violência sexual contra indígenas no Brasil, cometidos contra crianças e adolescentes entre cinco e 14 anos de idade. No relatório aparece o Amazonas com dois casos.
“As meninas e mulheres indígenas continuaram sofrendo violências sexuais praticadas pelos garimpeiros estabelecidos ilegalmente no interior da terra indígena. Situações de aliciamento e de troca de sexo por comida ocorreram reiterada e cotidianamente naquela região”, diz relatório do Cimi, sobre os abusos relatados nas terras indígenas Yanomami em Roraima e Amazonas.
“Será que o estado não sabe que as comunidades indígenas não estão sendo invadidas pelo narcotráfico e por garimpeiros que levam doenças”, questiona Lino João Neves.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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