Cotidiano
Casa alagada e treino na rua: Ramon Dino relembra começo antes do Mr. Olympia
Fisiculturista brasileiro realizava exercícios em praças públicas por não ter condições financeiras de frequentar academia
CNN-Brasil
O garoto que fazia exercícios em praças do Rio Branco, no Acre, com o peso do próprio corpo por não ter condições financeiras de frequentar uma academia chegou ao topo do maior campeonato de fisiculturismo do planeta. Ramon Dino foi o 2º colocado no Mr. Olympia 2023 e quer mais.
No dia 4 de novembro, o atleta foi vice-campeão na categoria Classic Physique, atrás apenas do canadense Chris Bumstead. O torneio, que existe desde 1965, foi realizado na Flórida, nos Estados Unidos.
O apelido “Dinossauro do Acre”, como é chamado, surgiu de uma brincadeira com amigos bodybuilders da “Mansão Maromba”, projeto realizado pelo youtuber Toguro, em referência a piadas recebidas pelo estado pela fama de ter poucos habitantes.
“O Toguro apelida todo mundo da casa, o apelido marca a pessoa. Dinossauro não existe mais, Acre ninguém sabe da existência, dizem que no Acre tem dinossauro, daí pegou, juntou e lançaram o apelido. Brincavam: ‘Esse menino não existe’ e tal”, contou.
A participação na “Mansão Maromba”, projeto que consiste em vários bodybuilders em uma casa produzindo conteúdos para um canal no Youtube, foi uma virada na carreira do atleta, que se mudou para São Paulo e conseguiu ganhar mais mídia e visibilidade após um período difícil.
Início
Ramon Rocha Queiroz nasceu no Rio Branco, Acre, e cresceu na cidade com os pais. O começo não foi fácil para o atleta, que não tinha condições financeiras para treinar em uma academia, por isso, realizava, em praças públicas, calistenia (exercícios com o peso do próprio corpo).
O contato com o fisiculturismo veio quando um treinador o viu realizando essas atividades, percebeu que havia algo de diferente em Ramon e resolveu ajudá-lo.
“Quando eu tinha 20 anos, já tinha conhecido academia, só que não tinha condições de frequentar, então ia para as praças e fazia calistenia. Fazendo isso, eu conheci meu primeiro ‘coach’ (treinador). Ele perguntou se eu já tinha competido, se eu tinha interesse, eu falei que tinha curiosidade, ele falou que ia me ajudar, foi quando comecei”, explica.
Desde então, nem mesmo as vezes em que a casa alagava o impediam de treinar.
“Não sei se cheguei a deixar de treinar por isso, mas a casa antiga em que meus pais moravam sempre alagava. A água batia na cintura, foi o máximo que já chegou, era uma situação que a gente passava, era f* quando chovia”, conta.
Mesmo desacreditado por algumas pessoas próximas, o atleta sempre contou com a maior motivação da vida dele: o apoio dos pais e o companheirismo da Vitória, esposa dele. Ramon afirma que nunca pensou em um plano B.
“Meus pais sempre apoiaram em qualquer coisa que eu fosse seguir. Alguns amigos falavam: ‘a gente ainda está longe para alcançar esse patamar’, algumas pessoas duvidavam. Minha esposa sempre acreditou, estava comigo desde o início, a gente começou no ‘basicão’, dormia com um colchão no chão, o início foi difícil, a gente foi jogando junto”, conta Ramon. 
A primeira competição da carreira
A estreia de Ramon Dino nos palcos de fisiculturismo foi em uma competição amadora, mas reforçou ainda mais a certeza de que aquilo era o sonho da vida dele.
“Todo mundo falava: ‘Ah, Ramon, você tem o shape (forma física) diferente, genética boa’, fui ouvindo isso e caindo nisso. Mas quando a gente se olha no espelho, a gente nunca vê aquilo que está todo mundo falando, mas continuei persistindo e fui me apaixonando a cada competição. A cada resultado, meu corpo ia se desenvolvendo e fui criando amor por tudo”, afirma.
Ano difícil
Em 2018, Ramon Dino conquistou o “Pro Card”, documento que permite o atleta competir em torneios profissionais da modalidade e o faz competir somente com atletas que também tenham a carteira profissional. Mas a conquista precedeu um período difícil.
No ano seguinte, o atleta se afastou dos palcos e não conseguiu retorno financeiro de marcas em patrocínios.
“Em 2018, na minha competição, fiquei em um stand, conheci algumas personalidades, mas ninguém me conhecia. Em 2019, fui atrás de algumas marcas, tinha conseguido alguns patrocínios, mas não tinha retorno financeiro, era só suplementação, então não tinha como continuar. “, conta
“Em 2019 eu fiquei sem competir, passei por baixas condições financeiras, comi somente arroz e ovos por um tempo, fiquei sem patrocínios. Por isso, fiquei sem condições de manter o esporte, fui abrindo mão de competições. Em 2020, veio a pandemia da Covid-19, daí as condições ficaram difíceis para todos. Academias fecharam, era difícil conseguir patrocinador”, completou.
Em 2021, o convite para participar da “Mansão Maromba” mudou a carreira de Ramon, que se mudou para São Paulo e participou de um campeonato profissional pela primeira vez.
“O Toguro me chamou, vim para São Paulo. Depois apareceu, em 2021, a minha primeira competição profissional, o Europa Pro, fiquei em 2º lugar, peguei a vaga para o Olympia e fiquei em 5º na minha primeira vez no torneio (Mr. Olympia), explicou Ramon.
Repercussão e futuro do fisiculturismo
O Mr. Olympia 2023 não teve transmissão brasileira. Os fãs só poderiam acompanhar o campeonato pelo portal oficial do evento e teriam de pagar pelo menos 39,99 dólares (R$197,55 na cotação atual).
Ainda assim, o torneio e o 2º lugar do brasileiro tiveram grande repercussão. O canal do fisiculturista Renato Cariane fez um “react” do evento, com atletas assistindo ao campeonato e comentando (sem mostrar imagens), e contou com mais de 400 mil espectadores simultâneos. O nome do brasileiro também ficou entre os assuntos mais comentados do X, antigo Twitter.
“Eu ainda não parei muito para ficar procurando. Fiquei sabendo de algumas coisas, mas acho isso muito legal, saber que a gente está levando o nome do esporte, o nome do Brasil para fora, espero fazer isso da melhor forma futuramente, trazer o ouro para o Brasil e poder, por anos, reinar na Classic Physique (categoria que ele disputa)“, declarou.
“Posso garantir que vai crescer (o fisiculturismo). Hoje a gente vê até criança competindo em categorias para crianças. É muito legal ver pessoas menores que a gente, às vezes nem entendem de verdade o que é aquilo, mas já sentem a pegada de querer subir no palco, fazer pose, fazer apresentação, treinar. Digo que sim, vai crescer muito, já está crescendo, já começou”, completou.
Esposa e filhos
“Não tem como não falar dos filhos (momento marcante da vida), eles trazem uma sensação única. Você começa a ser uma pessoa diferente, uma pessoa melhor, eles te mudam para melhor. E a minha esposa na minha vida, ela foi meu eixo, sempre me trouxe para o caminho, ela foi meu braço direito para tudo na minha vida. Ela é meu cérebro praticamente. Por trás das câmeras, é tudo ela, tudo ela. Ela e o pessoal, mas é ela na minha vida inteira”, declarou.
Pai do Ravi, de 2 anos, e da Clara, de 7 meses, Ramon Dino tem o desejo de que os filhos sigam no caminho do fisiculturismo: “Com certeza vou tentar influenciar, mas se não seguirem, ótimo, escolha deles, vou respeitar, mas quero com certeza que eles façam parte disso”.
Perdi algumas amizades por acharem que eu mudei, mas na verdade eu continuo a mesma pessoa.
Quando ganhei o titulo do Arnold Classic Ohio deste ano. Ninguém esperava, primeiro titulo masculino para o Brasil. Vários momentos que marcam na vida, mas acho que o do Arnold é o mais recente que brilha.
Comentários
Cotidiano
Diretoria do Rio Branco acerta o retorno do atacante Raphael

Foto Sueli Rodrigues: Raphael disputou o Estadual Sub-20 pelo Estrelão
O atacante Raphael, um dos destaques da equipe Sub-20, seguirá no Rio Branco para a disputa do Campeonato Estadual 2026. O atleta desembarca na capital acreana no próximo dia 8 para ser integrado ao restante do elenco.
“Voltar ao Rio Branco para atuar no profissional é uma grande oportunidade. Sabemos das metas do clubes e vou tentar ajudar marcando muitos gols”, declarou Raphael.
Segue com preparação
O elenco do Rio Branco realizou nesta sexta, 26, mais um trabalho físico sob o comando do professor Selcimar Maciel. “Vamos aproveitar todos dias. Se tivermos um dia chuvoso, faremos trabalhos físicos na academia”, disse Selcimar Maciel.
1º Amistoso
O Rio Branco deve enfrentar o Santa Cruz no próximo dia 30, no CT do Cupuaçu, no primeiro amistoso da fase de preparação. O Estrelão joga contra o Vasco no sábado, 17 janeiro, no Tonicão, na estreia do Estadual 2026.
Comentários
Cotidiano
Acre terá quase 30 dias de feriados e pontos facultativos em 2026

Os servidores do Poder Executivo do Acre terão, em 2026, um total de 26 dias de folga entre feriados nacionais, feriados estaduais e pontos facultativos. A distribuição dessas datas ao longo do ano possibilita períodos prolongados de descanso em diferentes meses, como janeiro, fevereiro, abril, maio, setembro, novembro e dezembro.
O calendário foi definido em decreto do governo do Acre, publicado no Diário Oficial do Estado, na última segunda-feira, 22, que organiza o funcionamento dos órgãos públicos estaduais ao longo do próximo ano. Conforme o documento, apenas os serviços considerados essenciais devem manter funcionamento regular nas datas previstas como feriado ou ponto facultativo.
Apesar do grande número de dias de folga, alguns feriados cairão em finais de semana. O Dia Internacional da Mulher e a Proclamação da República, por exemplo, serão em um domingo.
Por outro lado, datas como o Dia do Trabalho, o Dia da Consciência Negra e o Natal coincidem com uma sexta-feira, favorecendo a formação de feriado prolongado.
No período do Carnaval, o governo estadual estabeleceu ponto facultativo por três dias consecutivos, segunda, terça e quarta-feira de Cinzas, impactando diretamente o funcionamento das repartições públicas e a rotina administrativa nesse intervalo.
Ao longo do ano, o calendário inclui datas como a Confraternização Universal, em 1º de janeiro, além de feriados estaduais tradicionais, como o Dia do Católico, o Dia do Evangélico, o Aniversário do Estado do Acre, o Tratado de Petrópolis e o Dia da Amazônia.
Também constam feriados nacionais como Tiradentes, Independência do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, Finados e Natal e pontos facultativos na véspera de Natal, no dia 24, feriado nacional no dia 25, e ponto facultativo na véspera de Ano Novo, no dia 31.
Comentários
Cotidiano
Próximo passo do projeto do novo estádio do Flamengo pode levar quatro anos
Luiz Eduardo Baptista, presidente rubro-negro, detalhou o processo junto à Prefeitura
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), afirmou que o projeto do estádio próprio no terreno do Gasômetro avançou em segurança jurídica e planejamento financeiro, durante reunião com sócios realizada na sede da Gávea, na última terça-feira (23). O próximo passo, contudo, pode levar até quatro anos.
Segundo o dirigente, o clube já tem a posse documentada do terreno adquirido em 2024, ajustou custos após estudos da FGV e pretende criar uma poupança prévia antes de decidir o modelo da obra, enquanto aguarda a saída da empresa Naturgy — condição necessária para a descontaminação total da área.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
“Agora temos um prazo estendido e o compromisso documentado, o terreno (do Gasômetro) é do Flamengo. Os estudos da FGV ajustaram o projeto e custos associados. Vamos criar uma poupança prévia para que na hora certa decida se faz e como fazer o estádio. O próximo passo é a saída da Naturgy do terreno, ela pode sair em até quatro anos. A gente espera que seja o mais rápido possível. A gente só pode fazer uma descontaminação mais profunda (do terreno) quando eles saírem”, afirmou Bap.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
O terreno do Gasômetro foi comprado pelo Flamengo em 2024, na gestão anterior a de Luiz Eduardo Baptista. A direção do presidente Rodolfo Landim havia estabelecido a inauguração do estádio para o dia 15 de novembro de 2029, aniversário de 127 anos do clube.
A ideia, contudo, foi descartada com o início do mandato de Luiz Eduardo Baptista, que não deseja comprometer o desempenho esportivo do Flamengo para a construção do estádio.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
De acordo com os estudos da FGV e Arena, o Rubro-Negro conseguirá reduzir o valor do projeto de mais de R$ 3 bilhões para R$ 2,2 bilhões.
Fonte: CNN


Você precisa fazer login para comentar.