Acre
Caminhoneiros ameaçam: ‘Amanhã vai virar o caos’. Com diagnóstico do presidente da Abcam
Falta de alimentos, remédios e combustível em postos de gasolina, frota de ônibus reduzida e racionamento de energia são reflexos de protestos
Com Ana Luísa Vieira e Plínio Aguiar, do R7
Voos ameaçados pela falta de querosene de avião, linhas de ônibus suspensas em São Paulo e Rio de Janeiro, falta de comida em supermercado e de remédios em farmácias e até a possibilidade de racionar energia em Rondônia.
Esses são alguns dos reflexos do quarto dia consecutivo de manifestações de caminhoneiros, que bloqueiam rodovias do País para protestar contra o preço do diesel.
Nesta sexta-feira (25), a situação pode piorar ainda mais. Esse é o o diagnóstico do presidente da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes.
Ontem, a entidade se reuniu com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Valter Camisiro (Transportes) e Carlos Marun (Governo) para achar uma solução para o preço do óleo diesel nos postos.
À noite, a Petrobras anunciou a redução de 10% no preço do diesel, além da manutenção do valor pelos próximos 15 dias. Mas não é o suficiente para Lopes. “Caso o governo não publique até amanhã no Diário Oficial da União, amanhã [sexta-feira] vai virar um caos”, avisa. Lopes diz que a redução do combustível “precisa virar lei”. Desde julho de 2017, a Petrobras reajusta diariamente o preço do diesel. “O reajuste deve ser feito a cada 90 dias”, defende Lopes, da Abcam.
O presidente da Fenacat (Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores), Luiz Carlos Neves, concorda que a situação se tornou insustentável por causa da política de preços da petroleira. “A cada dia que você vai abastecer, é um preço diferente. Não há categoria que suporte. Eu, como caminhoneiro, não posso transportar meu produto para o cliente e amanhã dizer que o preço é outro. Nós trabalhamos com contratos e, geralmente, esses contratos têm revisão anual — não diária. É um absurdo o que a Petrobras faz”.
Neves completa que, desde o início das negociações com o governo, em outubro de 2017, pouquíssima coisa foi feita em favor da categoria — à exceção da criação de um grupo de trabalho. “Até hoje, não sei para que serve este grupo de trabalho. Conversamos sobre a diminuição da carga tributária, que é muito alta, com fim de PIS, COFINS e CIDE. No entanto, o governo não cumpriu nada do que prometeu”, diz.
“O grupo de trabalho é algo que o governo sempre faz. Na prática, isso não significa muita coisa, porque quase sempre nunca resulta em nada”, argumenta Lopes, da Abcam.
O presidente da Fenacat diz ainda que os caminhoneiros pleiteiam a isenção de pedágio para os “eixos suspensos” — como são chamadas as rodas das carretas que não tocam no chão quando o caminhão está vazio. “Há uma lei federal que diz que não deve haver cobrança de pedágio para os eixos suspensos. Mas algumas concessionárias que administram as rodovias estaduais continuam cobrando”.
A combinação de tantos fatores é o que teria levado a categoria às ruas. “Vai haver manifestação, o trânsito vai continuar, vão faltar produtos, sim. Mas, do jeito que estão as coisas, não há condição de continuarmos rodando. Nós esperamos, de certa forma, que a população nos apoie. Pela indignação coletiva que vivemos no país, porque parece que nós chegamos ao fundo do poço”, afirma o representante da Fenacat.
Neves acredita que, além da implantação de uma política de valores por parte da Petrobras — que preveja a manutenção periódica dos custos, por 90 ou mesmo 180 dias —, o mercado do petróleo no Brasil deve ser aberto para que haja concorrência de preços.
O presidente da Fenacat reforça que o movimento só terminará quando a redução de impostos dos combustíveis for publicada no Diário Oficial. “Só com a palavra dos políticos não dá pra contar. O governo está pagando para ver e ele vai ver o caos no país”, finaliza Neves.
Está marcada para esta tarde uma reunião entre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Valter Casimiro (Transportes) e representantes dos caminhoneiros. A expectativa é que o encontro resulte em uma trégua entre a categoria, que está parada, e o governo.
Prejuízos
O problema não para por aí. A Eletrobras Distribuição Rondônia informou que, devido aos bloqueios nas estradas o fornecimento de óleo diesel a Unisas Termoelétricas foi interrompido e, neste momento, se faz necessário iniciar racionamento da geração de energia no município de Buritis e distritos próximos, como Rio Pardo, Jacinópolis e Rio Branco. Caso a paralisação continue, o racionamento poderá ser estendido a outras localidades do Estado.
O abastecimento de medicamentos em farmácias está sendo prejudicado em Estados como Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Sergipe e São Paulo.
Supermercados de Florianópolis, de Goiânia e de São Paulo relatam falta de mercadoria como hortifrúti e carne nas prateleiras.
Linhas de ônibus do Rio de Janeiro e São Paulo trabalham com a frota bastante reduzida nas ruas nesta quinta-feira (24) em função da falta de combustível para abastecer os veículos.
A concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Brasília informou que não há combustível suficiente para a operação do aeroporto nesta quinta-feira (24). Apenas aeronaves que tiverem a capacidade de decolar sem precisar abastecer no terminal brasiliense estão aptas a usar a pista do aeroporto.
As operações de recepção e entrega de mercadorias nos terminais do Porto de Santos, o maior da América Latina, continuam afetadas nesta quinta-feira (24) pelo protesto dos caminhoneiros. Segundo Célia Regina de Souza, assessora de imprensa da administração portuária, a situação é semelhante à dos três últimos dias: “Não chegam caminhões no porto e nem saem, tanto pela margem do Guarujá como na margem de Santos. A única carga que chega é por ferrovia e dutovia”, explica. O bloqueio das vias é confirmado pela Ecovias — que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.
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Prefeito recebe convite para a coroação oficial da Miss Acre Universe 2025
A nova Miss Acre Universo 2025 será coroada nesta quinta-feira (30), às 19h30m, no Teatro Hélio Melo, anexo ao Memorial dos Autonomistas, em Rio Branco. A cerimônia de coroação deverá contar com a presença de autoridades estaduais e municipais de todo o Acre.
Na manhã desta quarta-feira, 29, o prefeito Maxsuel Maia, junto com a primeira-dama e secretária municipal da Mulher, Ana Carla Maia, recebeu das mãos do coordenador regional do Alto Acre e diretor administrativo do Miss Acre Universe, o missólogo Diego Nycollas, que esteve acompanhado do Mister Teen Acre, Nelson Eduardo, que é aluno do projeto Divos e Divas.
O evento será fechado para imprensa, influenciadores digitais e convidados. A nova miss já vai participar do Miss Universo Brasil, que começa dia 8 de fevereiro e terá a final dia 13 do mesmo mês.
Durante a conversa, Diego Nycollas narrou a importância do projeto, que por trás do glamour das passarelas tem cunho social, sendo agente transformador da vida de muitas jovens. Ele destacou a necessidade do apoio do poder público para iniciativas dessa natureza.
“Agradecemos imensamente a parceria com a prefeitura, que tem sido fundamental para esse trabalho. É um projeto vai além do desfile e das passarelas; ele está profundamente alinhado com as políticas públicas voltadas para as mulheres, promovendo a transformação social e oportunidades para muitas jovens,” disse Nycollas.
O prefeito Maxsuel Maia colocou a Prefeitura à disposição para colaborar com o Miss Acre Universe, por meio de parcerias, e destacou o trabalho social e educativo que existe além do que se vê nos desfiles.
“Eu tenho recebido neste começo de mandato aqui muitas entidades, sejam elas oficiais ou não oficiais, e a resposta é sempre que todo mundo que vier para Xapuri para nos ajudar a desenvolver a nossa cidade e a tornar a vida das pessoas mais digna vai ter a ajuda da Prefeitura”, garantiu o gestor.
Xapuri é uma cidade que tem revelado talentos no mundo dos concursos de beleza. Em dezembro de 2022, Joana Cunha se tornou Miss Brasil Juvenil 2022/2023.
Em 2024, a estudante Juliana Miranda conquistou o terceiro lugar no Miss Brasil Aqua Nature. Ela é a atual Miss Universe Xapuri.
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Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
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Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
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