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Brasil teme crise migratória no Acre após Peru e Chile aumentarem controles

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 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Autoridades temem que decreto peruano que entrará em vigor em outubro possa gerar fluxo em massa

“No Peru, é difícil conseguir documentação. Eu praticamente não existia no Peru. Não consegui abrir conta no banco”, conta Andreina Veliz Ramirez, 37, imigrante venezuelana. Hoje, ela mora em Rio Branco, no Acre, depois de quase cinco anos no país vizinho, onde trabalhou como auxiliar de cozinha e vendedora ambulante.

Andreina foi um dos 3.375 venezuelanos que ingressaram no Brasil em 2022 pela fronteira do Acre com o Peru, um aumento expressivo em comparação com 2021, quando 1.862 entraram, e com 2020, quando 572 entraram, segundo dados coletados pela Polícia Federal no município fronteiriço de Assis Brasil e obtidos pela BBC News Brasil.

No passado, haitianos eram maioria, mas, hoje, os venezuelanos são, com quase exclusividade, o maior grupo estrangeiro que entra no Brasil pela fronteira com o Acre. Desde o ano de 2020, mais de 8.500 venezuelanos cruzaram a fronteira Brasil-Peru-Bolívia pela cidade de Assis Brasil. Só até 12 de setembro deste ano, foram 2.706.

Especialistas locais ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o endurecimento das regras da migração no Peru e no Chile, incluindo a militarização das fronteiras desses dois países, contribuem para esse aumento de migrantes venezuelanos para o Brasil.

O número crescente de imigrantes já sobrecarrega abrigos, segundo as autoridades locais, e desperta temores de uma nova “crise migratória”, como visto no estado em 2013 e 2021.

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Esses receios são acentuados por um decreto do Peru que pretende expulsar estrangeiros indocumentados e entrará em vigor em 28 de outubro. “Esta nova política nos preocupa muito, porque seremos aquele local para onde os imigrantes vão recorrer na primeira hora”, diz Letícia Mamed, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Acre (Ufac) que estuda migração no Brasil.

“Não consigo nem imaginar como isso não vai sobrecarregar nossas bases de apoio aqui, porque elas existem, mas são pequenas”, acrescenta.

Procurado pela BBC News Brasil, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, reconheceu a gravidade da situação do Acre e afirmou que “a América Latina e o Caribe enfrentam uma crise de deslocamento sem precedentes, tanto em sua complexidade quanto em sua escala”.

“O deslocamento forçado na região, inclusive através das fronteiras do Acre, está sendo gerado por causas básicas, contínuas e intensas, como violência, insegurança, desigualdade e violações dos direitos humanos”, observa o Acnur. “Esta situação é agravada pelo aumento da xenofobia e pelo pesado tributo que a pandemia da Covid-19 causou às pessoas mais vulneráveis da região.”

Semana passada, a Anistia Internacional lançou o relatório “Regularizar e Proteger: Obrigações Internacionais para a Proteção dos Cidadãos Venezuelanos” que destacou o “crescente êxodo de venezuelanos” e “o fracasso da Colômbia, Peru, Equador e Chile em cumprir suas obrigações”.

“As diversas medidas e programas que [esses países] estão a implementar para oferecer o estatuto regular de migrantes não cumprem os padrões definidos pelo direito internacional. Estes estados têm a oportunidade e a obrigação de proteger com urgência os mais de 5 milhões de venezuelanos nos seus territórios”, afirmou Ana Piquer, diretora para as Américas da Anistia Internacional.

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‘Brasil abre os braços, mas não abraça’

As autoridades do Acre já sentem a pressão migratória. O estado tem três casas de passagem, locais onde os imigrantes podem tomar banho, comer e dormir e depois seguir viagem.

Uma fica em Assis Brasil, na fronteira com o Peru; outra em Brasiléia, a duas horas de carro da fronteira; e outra em Rio Branco.

Aurinete Brasil, assessora técnica regional da organização humanitária Cáritas no Acre, conta à BBC News Brasil que, quase todos os dias, cada casa está operando perto ou acima da capacidade.

Às vezes, estes locais recebem até o dobro de pessoas do que o número máximo para o qual foram planejados, observa a assessora. “O Acre não tem condições hoje de acolher 200 pessoas, se chegarem ao mesmo tempo”, diz ela.

“Infelizmente, nosso estado não tem uma política adequada de acolhimento, integração, proteção ao migrante e refugiado. Assim como a maioria dos estados”, acrescenta. “O Brasil abre os braços, mas não abraça.”

Ela destaca as violências sofridas no estado por imigrantes que não têm onde ficar. “Se ele [o imigrante] não tiver dinheiro para pagar uma noite no hotel, ele acaba nas ruas, vulnerável a todo e qualquer tipo de violência”, afirma.

“Pode ser abordado por narcotraficantes, também por pessoas em situação de rua que estão em situação de dependência de drogas, [pode sofrer] violência. Já acolhemos muitas imigrantes que foram violentadas nas ruas. Se for mulher a violência é dobrada, triplicada.”

Temor de nova crise migratória

Em junho deste ano, o governo do estado montou uma espécie de gabinete de crise para colher informações dos órgãos policiais e das instituições que trabalham com atendimento a imigrantes.

Uma equipe interministerial do governo federal visitou o estado no mês seguinte com o objetivo de conhecer as dificuldades nos serviços oferecidos aos migrantes.

“A missão do governo federal realizou visitas técnicas a autoridades locais para tratar da situação migratória em municípios do Acre. Visitou casas de passagem, com o intuito de conhecer a realidade local e definir estratégias de apoio ao estado e aos municípios, por meio de um esforço interministerial”, informou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

A BBC News Brasil também solicitou um posicionamento à secretaria de Direitos Humanos do Acre, liderada pelo pastor Alexander de Carvalho, mas, depois de quase duas semanas, não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

A pasta, porém, enviou por engano para a BBC uma resposta direcionada para uma outra autoridade que confirmou que o “estado do Acre é visto como uma porta de entrada do Brasil”.

A principal rota de entrada de venezuelanos no Brasil continua sendo Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela e que também registrou aumento de fluxo esse ano, com média mensal de cerca de 12 mil venezuelanos que entram no país pelas cidades Pacaraima e Boa Vista, segundo o general Helder de Freitas, coordenador Operacional da Operação Acolhida, programa que reassenta Venezuelanos no Brasil.

A partir de Roraima, desde 2018, mais de 100 mil imigrantes foram reassentados em todo o Brasil, muitos nos estados do Sul do país, como parte do programa Operação Acolhida, segundo dados do governo federal, que opera o programa.

Autoridades do Acre e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil esperam que o governo federal adote um programa similar para o estado, adequado às necessidades e realidade local do Acre.

Sentimento anti-imigração no Peru

O Brasil é o terceiro país que mais recebe refugiados e imigrantes venezuelanos na região —477.493, em agosto de 2023—, atrás da Colômbia (2,9 milhões) e do Peru (1,5 milhão), de acordo com a Plataforma de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V).

Os venezuelanos começaram a deixar o seu país em números significativos em meados da década de 2010. Muitos venezuelanos procuram melhores oportunidades e condições de vida no exterior.

A emigração em massa da Venezuela ganhou impulso por volta de 2015 devido a uma grave crise econômica e política que assolou o país, caracterizada por hiperinflação, escassez de alimentos e medicamentos, instabilidade política e agitação social.

Até hoje, segundo a Acnur, mais de 7,7 milhões de Venezuelanos deixaram o país em busca de uma vida melhor, e a maioria —mais de 6,5 milhões de pessoas— foi acolhida em países da América Latina e Caribe.

Em discurso no Dia da Independência do Peru, em 28 de julho, a presidente Dina Boluarte classificou alguns imigrantes como “criminosos” e apelou por uma mudança para facilitar deportações.

Também reforçou que, quando o atual prazo para solicitar a regularização temporária expirar em 28 de outubro, não haverá mais regularizações, e o país passará a deportar os imigrantes indocumentados. “Não haverá prorrogação. Aqueles que não cumprirem [o prazo para solicitar a regularização] serão expulsos do país.”

Para Cécile Blouin, professora da Universidade Católica do Peru, o discurso reflete o clima atual no país. “Em 2017, você tem o primeiro momento de recepção de migrantes venezuelanos. E você tem o momento de acolher, [quando se dizia]: ‘Ah, eles estão fugindo desse terrível governo de esquerda, e temos que ajudá-los’. Mas isso não durou muito”, diz a pesquisadora.

Blouin critica a fala de Boluarte. “É um discurso que reflete muita xenofobia, no governo, no Congresso, em todos os Poderes do Estado, mas também na população.”

Dina Boluarte é a sétima pessoa a ocupar a presidência do Peru desde 2015, tendo substituído o esquerdista Pedro Castillo, de quem era vice, em dezembro de 2022. Castillo sofreu impeachment pelo Congresso e foi detido sob acusações de ter tentado um golpe de Estado.

Mais de 60 pessoas foram mortas em protestos no início deste ano, e Boluarte enfrentou apelos para renunciar, com desaprovação de seu mandato por 90% da população. A rejeição ao atual Congresso peruano é ainda maior, de 94%.

Tal como o Peru, o Chile também assistiu a uma onda xenofóbica, personificada pelo candidato presidencial de direita radical José Antonio Kast, cuja derrota nas eleições de 2021 foi precedida por uma onda de violência anti-imigrantes na cidade de Iquique.

O candidato de esquerda Gabriel Boric ganhou as eleições e assumiu o poder em 2022, mas também tem trabalhado para endurecer regras migratórias. Desde fevereiro, o governo enviou tropas ao longo das suas fronteiras com a Bolívia e o Peru, a fim de impedir a entrada de imigrantes sem documentos, na sua maioria venezuelanos.

Em abril, o governo peruano declarou estado de emergência e ordenou o envio das suas Forças Armadas para sua fronteira com Chile, em uma decisão que foi criticada pela Anistia Internacional e que deixou centenas de migrantes, em sua maioria venezuelanos, presos no deserto do Atacama.

A presidente do Peru culpou abertamente os migrantes pelo aumento da criminalidade no país. “Aqueles que cometem assaltos, roubos e outros atos criminosos diariamente são estrangeiros. Por isso temos que reformular a lei de imigração”, disse a presidente.

“É uma retórica muito fácil, mas que não é apoiada por quaisquer fatos concretos”, diz Cécile Blouin. “Existe a ideia de que, antes da migração venezuelana, o Peru era muito seguro, mas nunca foi assim. Há muitas inseguranças de longa data, sentidas pela população em relação ao crime organizado, ao tráfico de drogas e ao Sendero Luminoso [grupo guerrilheiro peruano criado nos anos 1960].”

Além da xenofobia, Blouin destaca as complexidades da regularização de imigrantes venezuelanos no Peru —custos financeiros, tempo, burocracia, regras complexas, deslocamento—, especialmente para famílias com vários filhos.

Embora Blouin e outros especialistas ouvidos pela BBC Brasil duvidem da capacidade do Estado peruano de expulsar centenas de milhares de pessoas, ela diz que o decreto governamental cria um “clima de medo” em que as pessoas “convivem com o receio da deportação”. “O outro problema do Peru é que a regularização não é gratuita. É preciso pagar, fazer a papelada, gastar dinheiro com isso”, diz ela sobre a taxa de regularização de 47,5 soles peruanos (R$ 62).

Dificuldade de se regularizar

Andreina Veliz Ramirez, imigrante venezuelana que mora hoje em Rio Branco, diz que sabe bem das dificuldades para se regularizar no Peru. Nascida em Guatire, a uma hora de carro da capital venezuelana, Caracas, e formada em administração, ela deixou o emprego em um banco na Venezuela em 2017, quando o colapso econômico do país se agravou.

Chegando ao Peru, teve dois empregos durante pouco mais de um ano. Pela manhã, trabalhava como auxiliar de cozinha e, à tarde, como vendedora ambulante. Depois de algum tempo comprou um freezer e bebidas e se dedicou apenas ao comércio.

Ela diz que chegou a vender até 700 garrafas de água e refrigerante num dia só, trabalhando como vendedora ambulante autônoma na cidade de Ica, a 300 km da capital Lima. Em um dia bom, ganhava 150 soles peruanos (cerca de R$ 200). Mesmo assim, era uma vida longe de ser fácil.

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“Lá [no Peru] você tem a oportunidade de ganhar muito dinheiro. Mas você vive mal, vive triste, estressada, sempre cansada”, diz.

A dificuldade de se regularizar no país foi uma das duas principais razões para a saída, além da precariedade dos serviços públicos —a escola do filho era ruim e era preciso pagar. “Na cidade em que morava, não podia fazer a regularização, então eu precisava ir para Lima, com meu filho pequeno.”

Frustrada, ela então ouviu que “o Brasil é melhor, a documentação é mais fácil”. Chegando ao Acre, trabalhou em uma pizzaria em Brasiléia. “É uma cidade pequena, com poucas oportunidades para crescer, mas eu fui acolhida muito bem.”

A rota migratória do Acre

A rota migratória do Acre começou a receber maior fluxo de pessoas a partir de 2010, quando o terremoto no Haiti levou à entrada de grande número de haitianos, seguidos por africanos, principalmente do Senegal.

Em 2013, houve uma crise causada pela superlotação de um abrigo, que tinha capacidade para 200 pessoas, mas se tornou moradia temporária de mais de 1.300, para imigrantes principalmente haitianos, na cidade de Brasiléia.

De acordo com dados do governo estadual, nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015, o governo do Acre atendeu 42 mil migrantes, a maioria do Haiti. Mais recentemente, em 2021, durante a pandemia, um grupo de dezenas de imigrantes, na maioria haitianos, segundo a imprensa local, ficou acampado na Ponte da Integração, que conecta Iñapari no Peru com Assis Brasil, sem possibilidade de entrar no Brasil ou voltar ao Peru.

A rota do Acre também é usada em menor, escala por imigrantes que estão indo para os EUA. No início de setembro, três motoristas de táxi foram presos pela Polícia Federal levando 22 imigrantes vietnamitas para Assis Brasil.

A rota é usada para subir pela América do Sul até o estreito de Darién, selva que conecta a Colômbia com o Panamá e por onde esse ano já passaram 300 mil migrantes, segundo dados do próprio governo do Panamá. Em comparação, menos de 250 mil cruzaram a fronteira por esse caminho em todo o ano de 2022.

De Darién, os imigrantes, em sua maioria, continuam subindo para os EUA, onde, só em agosto deste ano, 91 mil pessoas foram presas na fronteira com o México, informou o jornal The Washington Post. “Esse fluxo, que vem desde 2010, quando foi inaugurada essa rota, pelos imigrantes haitianos, nunca deixou de ser usado por imigrantes de todo o mundo”, diz Letícia Mamed, da Ufac.

“Em 2010, eu imaginava que a situação dos haitianos era uma coisa passageira, relacionada ao terremoto, e que iria acabar. Mas não, na verdade os haitianos desbravaram essa rota, de acesso ao Brasil, e desde então a rota foi configurada, enraizou-se e é acessada por todas as nacionalidades que você pode imaginar.”

‘Difícil ganhar dinheiro’

Hoje, em Rio Branco, Andreina Veliz Ramirez mora em um apartamento de um quarto, com o filho de 8 anos matriculado em uma escola pública. Ela vende água de coco e recebe o auxílio do Bolsa Família, direito que ela e todos estrangeiros registrados têm no Brasil.

Para os imigrantes, diz Letícia Mamed, da Ufac, mesmo que às vezes haja dificuldade para achar emprego, a rede de proteção social do Brasil pode ser considerada boa. “O Sistema Único de Saúde é uma coisa incrível para os imigrantes”, afirma, lembrando que o SUS opera em regime de “porta abertas” atendendo a todos, brasileiros ou não.

“Eles consideram: ‘Mesmo que eu não tenha um bom emprego aqui, tenho políticas públicas’. Então esse é um elemento que favorece para eles ficarem no Brasil ou pelo menos procurarem o Brasil até um dia poderem ir para os países mais avançados economicamente, como os EUA e locais da Europa.”

Mas a vida dos imigrantes no Brasil, especialmente em estados mais pobres como o Acre, pode não ser fácil. “É difícil ganhar dinheiro”, lamenta Andreina. “Tenho um currículo extenso mas não consigo emprego formal. Tenho um filho pequeno e não consigo ir muito longe.”


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Gladson e Mailza reforçam investimentos em segurança, formam 45 militares da Rotam e elevam qualificação da PM a 90%

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Ao participarem da formatura do 2º Curso de Operações Rondas Ostensivas Tático Móvel (2º COR/2025), o governador Gladson Camelí e a vice-governadora Mailza Assis reafirmaram o compromisso do Governo do Acre com o fortalecimento da Segurança Pública, uma das áreas prioritárias da gestão. A capacitação de 45 militares representa um investimento de R$ 4,3 milhões e consolida o avanço estrutural da Polícia Militar do Acre, que encerra o ano com cerca de 90% da tropa qualificada.

Durante 82 dias, os formandos enfrentaram uma rotina intensa de treinamentos técnicos e operacionais para integrar a Rotam, unidade especializada da PM-AC. O curso reuniu 40 policiais militares do Acre, dois do Mato Grosso e três policiais penais acreanos, com instruções que incluíram sobrevivência na selva, operações ribeirinhas e aéreas, patrulhamento de fronteira, abordagem tática, legislação policial e técnicas de tiro.

A Companhia Rotam, que completou sete anos de fundação em setembro, consolidou-se como referência no policiamento tático móvel no estado.

Para o governador Gladson Camelí, a iniciativa representa um avanço concreto na política de segurança pública. “A segurança é uma das áreas mais sensíveis para qualquer gestão pública. Por isso, nosso governo tem priorizado estruturar as forças policiais com preparo técnico, equipamentos e valorização profissional, garantindo mais proteção às famílias acreanas”, afirmou.

Durante a solenidade, o governador também anunciou a entrega de 1.055 pistolas Glock e 3.622 uniformes, com investimento de R$ 4,3 milhões, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AC).

Gladson Camelí destacou ainda o apoio da bancada federal e dos deputados estaduais na viabilização de recursos e na aprovação de legislações estratégicas para o setor, além de reconhecer a atuação da vice-governadora Mailza Assis. “Agradeço à vice-governadora pela lealdade, competência e compromisso com o Acre, sempre presente nas decisões estratégicas do governo”, frisou.

A vice-governadora e secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, ressaltou que os investimentos em segurança pública refletem diretamente na proteção de vidas e no cuidado com os mais vulneráveis. “Investir em segurança é proteger famílias, mulheres vítimas de violência e pessoas em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho é amplo, integrado e beneficia toda a sociedade. Parabenizo cada formando pelo compromisso diário de servir e proteger a população acreana”, destacou.

90% da tropa capacitada

Segundo a comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marta Renata Freitas, a corporação encerra 2025 com cerca de 2 mil policiais capacitados, o que corresponde a aproximadamente 90% do efetivo. “Foram formações em áreas operacionais, administrativas, licitações, inteligência e até inteligência artificial, tanto na capital quanto no interior. Investir em qualificação significa melhorar o serviço prestado à sociedade”, afirmou.

A comandante também destacou a evolução do orçamento da PM desde o início da atual gestão. Em 2019, o orçamento da corporação era de R$ 5 milhões; atualmente, ultrapassa R$ 22 milhões, refletindo a prioridade dada à segurança pública.

Durante a solenidade, o governador Gladson Camelí assinou ainda a autorização para que 28 candidatos aprovados em concurso público ingressem no curso de formação da Polícia Militar a partir de janeiro do próximo ano, reforçando o efetivo da corporação.

Reconhecimento e representatividade

Em reconhecimento à gestão que priorizou o fortalecimento do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), o governador e a vice-governadora foram homenageados pela nova turma da Rotam. Os formandos realizaram uma apresentação operacional durante a cerimônia, acompanhados por autoridades e familiares.

Entre os destaques da turma está a soldado Jucyellen Lima do Nascimento, única mulher a concluir o curso nesta edição. Após 82 dias de treinamento intenso, ela destacou o sentimento de superação. “Essa conquista representa não só uma vitória pessoal, mas também um incentivo para outras mulheres que desejam seguir a carreira operacional. Foi um período desafiador, mas marcado pelo apoio dos colegas e da família”, afirmou.

Atualmente, dos 1.963 policiais capacitados da PM, cerca de 1,7 mil receberam formação no próprio Acre, enquanto os demais participaram de cursos em parceria com outras forças de segurança.

O diretor de Ensino da Polícia Militar, coronel Manoel Jorge da Silva, classificou o curso da Rotam como um dos mais elevados níveis de capacitação policial. “Não se trata apenas de técnica, mas de mentalidade, disciplina, coragem e responsabilidade. A Rotam é sinônimo de pronta resposta e atuação precisa diante do crime violento, garantindo a presença firme e legal do Estado”, concluiu.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE EPITACIOLÂNDIA – AVISO DE LICITAÇÃO

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ESTADO DO ACRE

PREFEITURA MUNICIPAL DE EPITACIOLÂNDIA

COMISSÃO MUNICIPAL PERMANENTE DE LICITAÇÃO – CMPL

AVISO DE LICITAÇÃO

CONCORRENCIA N.º 002/2025.

DATA PARA RETIRADA DO EDITAL: 16/12/2025 à 02/01/2026.

TIPO DE LICITAÇÃO: Menor Preço Global.

DATA DA ABERTURA: 05 de janeiro de 2026.

HORARIO: 09h00min (nove horas).

LOCAL: Rua Capitão Pedro de Vasconcelos n° 257 – Sede da Prefeitura Municipal de Epitaciolândia.

OBJETO: Contratação de Serviços de Engenharia, para realização da reforma da UBS JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO, conforme contrato de repasse n° 19023.2490001/23-011, para atender as necessidades do Município de Epitaciolândia/AC.

01 – As pastas contendo condições e especificações relativas ao presente Edital, encontram-se à disposição dos interessados para consulta na Secretaria da Comissão de Contratação, no endereço acima.

02 – A Prefeitura Municipal de Epitaciolândia reserva-se ao direito de o todo e qualquer tempo, desistir, revogar adiar ou mesmo anular total ou parcialmente esta Licitação, sem que isto represente direito dos interessados a qualquer pedido de indenização, reembolso ou compensação dos valores.

Epitaciolândia – Acre, 16 de dezembro de 2026.

Agleison Rodrigues dos Santos

Agente de Contratação

Decreto n° 072/2025

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Idoso morre em colisão frontal entre motocicletas no Ramal do Polo, em Brasiléia

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Acidente ocorreu na manhã desta terça-feira; mulher e filha adolescente ficaram feridas e foram socorridas

Um grave acidente envolvendo duas motocicletas resultou na morte de um idoso de 76 anos na manhã desta terça-feira (16), no Ramal do Polo, com acesso no km 5 da BR-317 – Estrada do Pacífico, no município de Brasiléia, interior do Acre. A vítima foi identificada como Felipe Berkembrock, natural de Santa Catarina, mas morador do Acre há várias décadas.

De acordo com as primeiras informações, a colisão ocorreu por volta das 6h40 e envolveu outra motocicleta conduzida por Vanderleia Silva Rodrigues, de 30 anos, que transportava a filha adolescente, de 14 anos, na garupa. As circunstâncias do acidente ainda estão sendo apuradas pelas autoridades, já que, segundo relatos iniciais, as motos trafegavam praticamente em linha reta quando houve o choque frontal.

Com o impacto, Vanderleia ficou desacordada no local e foi amparada pela filha até a chegada do socorro. O estado de saúde da condutora ainda não havia sido divulgado até o fechamento desta matéria. Ela foi encaminhada ao Hospital Raimundo Chaar, em Brasiléia, onde recebeu atendimento médico e passaria por uma série de exames. A adolescente também foi avaliada pela equipe de saúde.

‘Seu Felipe’ não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Felipe Berkembrock, conhecido na comunidade como “Seu Felipe”, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu ainda no local do acidente. Equipes da Polícia Técnica foram acionadas e realizaram os procedimentos de praxe. O corpo foi encaminhado ao Hospital Raimundo Chaar, onde será avaliada a necessidade de remoção para o Instituto Médico Legal (IML), em Rio Branco, para exames forenses.

As autoridades seguem coletando informações no local para a elaboração do laudo técnico que deverá esclarecer a dinâmica e as causas do acidente.

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