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Brasil lidera ranking de homicídios no mundo, mostra estudo da ONU
O Brasil registrou 47.722 assassinatos em um ano, 10,4% do total mundial. Em homicídios per capita, está na 11ª posição, com 22,38 mortes a cada 100 mil habitantes – quase quatro vezes mais do que a média global. O país lidera o ranking mundial de homicídios em números absolutos, de acordo com dados do Estudo Global sobre Homicídios 2023, divulgado pela ONU nesta sexta-feira (8). Do total de 458 mil homicídios em todo mundo registrados no ano referência de 2021, 10,4% deles ocorreram no Brasil.
Quando se leva em conta o número de mortes per capita, o Brasil fica na 11ª posição no ranking global, com 22,38 homicídios a cada 100 mil habitantes – quase quatro vezes mais do que a média global de 5,8 por 100 mil habitantes.
Em todo planeta, mais pessoas foram mortas por homicídio do que por conflitos armados e terrorismo juntos, com uma média de 52 vítimas por hora. O total de homicídios registado em 2021 é quatro vezes superior à média anual de mortes em conflitos armados.
O relatório foi elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) e, embora tenha 2021 como ano de referência, como nem todos os Estados forneceram os dados necessários, o ano de origem dos números dos homicídios é especificado para cada país.
O Brasil registrou 47.722 homicídios (2020), seguido pela Nigéria, com 44.200 (2019), e Índia , com 41.330 (2021).
Em quarto lugar está o México, com 35.700 homicídios, seguido de África do Sul (24.865), Estados Unidos (22.941), Myanmar (15.299), Colômbia (14.159), Rússia (9.866) e Paquistão (9.207). Todos esses países forneceram dados relativos a 2021.
América Latina: a região mais violenta do mundo
Cerca de 27% dos 458 mil homicídios foram cometidos na América Latina e Caribe, a região com maior taxa de homicídios do mundo.
Apesar disso, ela registra uma tendência de queda nas mortes violentas: entre 2017 e 2021 elas caíram 14%, exceto no Equador, Nicarágua e Panamá.
“A América Latina e o Caribe não só têm consistentemente a maior taxa de homicídios de todas as sub-regiões, como também obtiveram a maior proporção de homicídios relacionados com o crime organizado em todo o mundo em 2021”, afirmou o UNODC.
Nas Américas, a taxa foi de 15 homicídios a cada 100 mil habitantes.
A África registrou o maior números absoluto de homicídios, com 176 mil homicídios, ou 12,7 a cada 100 mil habitantes. As taxas de homicídio na Ásia (2,3), Europa (2,2) e Oceania (2,9) ficaram bem abaixo da média global per capita de 5,8 por 100 mil habitantes.
Perfil das vítimas
Os homens representam 81% das vítimas de homicídio, mas as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por familiares ou parceiros íntimos.
Isso porque embora representem 19% das mortes em geral, elas correspondem a 54% de todos os homicídios domésticos e a 66% de todas as vítimas de homicídio por parceiro íntimo.
Outro dado alarmante é que 15% (71.600) das vítimas eram crianças.
Os assassinatos intencionais de defensores de direitos humanos, do meio ambiente, de líderes comunitários, de jornalistas e de trabalhadores humanitários representaram 9% do total.
A ONU indicou também que 40% dos homicídios, a nível mundial, foram cometidos com armas de fogo e 22% com objetos cortantes. Nas Américas, as armas de fogo foram usadas em cerca de 75% dos homicídios. Em contraste, na Europa e na Ásia elas foram usadas em 17% e 18% dos homicídios, respectivamente.
O que motiva os crimes
De acordo com o estudo, 2021 foi um ano excepcionalmente letal, ficando acima da média de 440 mil homicídios dos três anos anteriores. Isso se deve, em parte, às consequências econômicas da covid-19 e, sobretudo, ao aumento do crime organizado e da violência sociopolítica e relacionada a gangues, que foram responsáveis por 22% dos casos em todo o mundo e 50% nas Américas.
“Todos os anos, testemunhamos a perda de milhares de vidas por homicídio, um lembrete sombrio de nosso fracasso coletivo em cumprir a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de reduzir significativamente todas as formas de violência até 2030”, disse Ghada Waly, diretora executiva do UNODC.
“A complexa rede de fatores que impulsionam as mortes por homicídio em todo o mundo, desde a violência de gênero contra mulheres e meninas, o crime organizado e a violência de gangues, até a pobreza e a desigualdade, mostra que não existe uma abordagem única para todos. Espero que esse novo Estudo Global ajude a informar políticas baseadas em evidências e respostas preventivas para abordar as causas fundamentais dessa violência e salvar vidas”, acrescenta.
Desde 2000, aproximadamente 9,5 milhões de pessoas em todo o mundo foram mortas, em comparação com cerca de 340 mil mortes por ataques terroristas e 1,5 milhões relacionados com os conflitos armados.
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Mototaxista é baleado ao buscar filha na casa do ex da esposa em Rio Branco
Crime aconteceu na noite desta sexta-feira (13); suspeito, monitorado por tornozeleira eletrônica, está foragido
O mototaxista Wallisson Ribeiro de Lima, de 31 anos, foi baleado na noite desta sexta-feira (13), durante uma discussão na Travessa Neves, no bairro Eldorado, em Rio Branco. A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo efetuado por Alcifran da Silva Soares Júnior, atual companheiro de sua ex-esposa e detento monitorado por tornozeleira eletrônica.
Segundo informações da Polícia Militar, Wallisson teria ido até a residência de Alcifran para buscar sua filha. No local, os dois homens iniciaram uma discussão que rapidamente evoluiu para agressão. Armado, Alcifran disparou contra o mototaxista, atingindo-o na lateral do abdômen.
Mesmo ferido, Wallisson conseguiu subir em sua moto, mas percorreu poucos metros até cair na entrada do portal do parque urbano Vale do Açaí. Populares que passavam pelo local prestaram socorro imediato e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que enviou uma ambulância de suporte avançado.
De acordo com o médico Brayan Doria, o tiro atingiu a região do flanco e o projétil ficou alojado no abdômen. A vítima foi encaminhada em estado grave ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde passou por cirurgia de emergência.
Após o crime, Alcifran rompeu a tornozeleira eletrônica nas imediações da Estrada do Quixadá e fugiu. Equipes da Polícia Militar realizaram buscas pela região, mas o suspeito não foi localizado até o momento.
A investigação inicial está a cargo da Equipe de Pronto Emprego (EPE) da Polícia Civil. O caso será posteriormente encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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“Não sei como consegui sair”, diz sobrevivente de tragédia em reservatório

Foto: Rede Amazônica
O pintor José Coutinho, único sobrevivente do acidente ocorrido dentro do reservatório de água do Condomínio Via Parque, em Rio Branco, na última quinta-feira (12), relatou à Rede Amazônica os momentos de tensão que antecederam a tragédia.
O episódio resultou na morte de Ruan Roger da Silva Barbosa, de 32 anos, e Diony Magalhães Oliveira, de 22, que morreram por asfixia seguida de afogamento, conforme consta na Declaração de Óbito.
Os três trabalhavam na pintura da parte interna da caixa d’água quando começaram a passar mal devido ao forte odor do produto utilizado.
Segundo José Coutinho, o grupo se revezava no serviço para minimizar a exposição aos vapores. Cada um ficava só cinco minutos dentro do reservatório por causa do produto que estava sendo aplicado.
Diony, que era casado com a filha de José foi o primeiro a passar mal e apresentar sinais de desorientação.
“Chegou a vez do Diony. Ele desceu pra pintar e a gente começou a perceber que estava meio aéreo, meio que perdendo a noção. Aí a gente desceu para prestar socorro, eu e o Ruan, que estávamos lá em cima”, relembrou o pintor.
Ao entrarem no tanque para socorrer Diony, José e Ruan também passaram mal. “Eu falei: ‘Ruan, vamos subir e pedir socorro’. Foi na hora que a minha mente entrou em colapso e não sei como consegui sair”, contou.
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Polícia Civil do Acre prende e participa da captura de autores de feminicídios em Capixaba e Senador Guiomard

Autor de crime violento é encaminhado à DEFLA, onde ficará à disposição da Justiça. Foto: arquivo/ PCAC.
A Polícia Civil do Acre (PCAC) prendeu, na manhã deste sábado, 14, N.N.S., de 50 anos, principal suspeito de ter assassinado Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, no município de Capixaba. A ação foi conduzida pela equipe da Delegacia-Geral de Capixaba, que localizou o homem escondido em uma área de mata na colocação Promissão, nas proximidades da Reserva Extrativista Chico Mendes, na zona rural do município.
De acordo com o delegado Aldízio Neto, responsável pelas investigações, a prisão foi resultado de um trabalho intenso da Polícia Civil desde o momento do crime. “Montamos uma força-tarefa para localizá-lo e hoje, com êxito, conseguimos efetuar a prisão. O suspeito já tem antecedentes por estupro e homicídio, o que reforça a sua periculosidade”, afirmou o delegado. Considerando a comoção pública e a gravidade do caso, N.N.S. foi transferido para a capital e apresentado na Delegacia de Flagrantes (DEFLA), em Rio Branco.
Em outra frente, a Polícia Civil também atuou de forma decisiva na elucidação de um feminicídio ocorrido em Senador Guiomard, onde Luana Conceição do Rosário, de 45 anos, foi assassinada na sexta-feira, 13. Com base em informações repassadas pelo setor de inteligência da instituição, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) localizou e prendeu J.R.O., de 54 anos, suspeito de ter cometido o crime.
Além desses casos, a PCAC também efetuou prisões ao longo da semana em diferentes municípios, incluindo Sena Madureira, Marechal Thaumaturgo e Rodrigues Alves, por crimes de homicídio e tentativa de homicídio, evidenciando a atuação contínua da polícia na repressão à criminalidade violenta no estado.
O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, Dr. José Henrique Maciel, ressaltou o empenho da instituição no enfrentamento aos crimes contra a vida, em especial os feminicídios.
“A Polícia Civil tem atuado com agilidade e responsabilidade para dar respostas firmes à sociedade. A prisão do suspeito de feminicídio em Capixaba e o apoio direto à captura do autor em Senador Guiomard mostram nosso compromisso com a justiça e a proteção das mulheres. Nossas equipes estão mobilizadas em todas as regiões, com investigações qualificadas e ações integradas. Seguiremos firmes para que nenhum crime grave fique impune”, afirmou o delegado-geral.
As ações reforçam o papel essencial da Polícia Civil na garantia da segurança pública e na luta contra a violência de gênero, um dos maiores desafios da atualidade.
Fonte: PCAC
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