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Brasil é o quinto país mais buscado por imigrantes venezuelanos

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Imigrantes percorrem milhares de quilômetros em busca de vida melhor

Entre olhares desconfiados e cansados, crianças brincando e malas que se amontoam, filas se formam nas tendas da Operação Acolhida, com centenas de venezuelanos que ainda buscam no Brasil um local para recomeçar a vida. Na fronteira entre Santa Elena de Uairén e Pacaraima, cerca de 750 pessoas por dia, em média, atravessam para o lado brasileiro, carregando o que coube em malas e trazendo também expectativas: de encontrar parentes e amigos que já estão no país, de conseguir emprego e de uma nova vida.

Nas tendas da Operação Acolhida, criada em 2018, os atendimentos não param. Há guichês para pedidos de residência e refúgio, para emissão de documentos, como CPF e cartão SUS, para cadastro no sistema de emprego. Uma força-tarefa atua nesse primeiro contato do migrante com o Brasil para facilitar a entrada e interiorização dos venezuelanos.

O país é o quinto destino mais procurado por esses migrantes para viver. De janeiro de 2017 a março de 2022, o Brasil recebeu 325.763 venezuelanos que permaneceram aqui. Em primeiro lugar está a Colômbia, com 1.842.390 refugiados venezuelanos; seguida pelo Peru, com 1.286.464. Equador (513.903) e Chile (448.138) ocupam a terceira e quarta posição, respectivamente. Os dados são da plataforma R4V, que reúne informações do sistema das Nações Unidas e do governo brasileiro.

Em uma das filas, Yurisbel Lopes aguardava atendimento acompanhada pelos dois filhos pequenos. Havia chegado naquele dia de San Félix, no norte da Venezuela, depois de 12 horas em um ônibus, percorrendo cerca de 600 quilômetros (km) até ali. Mas ela sabe que a fronteira é apenas uma das etapas até conseguir chegar no local em que o marido a espera, em Santa Catarina, a mais de 5,2 mil km dali. Deixou para trás os outros familiares e trouxe em três malas o que restou da vida no país natal.

Perto dali, mototaxistas aguardam passageiros para cruzar a fronteira, seja vindo ou indo para o país vizinho. A maioria dos motociclistas na região é venezuelana, como Naiber Jesús, que chegou há um ano. Dono de uma moto já bem desgastada, com o guidão amarrado por uma corda, ele veio também de San Félix, mas fez o mesmo trajeto em três dias.

Na mesma moto, ele trouxe a esposa e três crianças: um recém-nascido, um menino de quatro anos e uma menina de seis anos. O caçula, que havia nascido na Venezuela, só foi registrado no Brasil.

A falta ou a precariedade de documentos é um dos problemas que a Operação Acolhida enfrenta na hora de registrar a entrada de venezuelanos no país. Segundo o delegado da Polícia Federal de Pacaraima, Luís Henrique Alves, da Costa, há um número expressivo de pessoas sem documentação que chegam ali.

O governo brasileiro tem facilitado a entrada desses imigrantes e a legalização da permanência deles. “Mesmo aqueles que entraram durante o período de fechamento de fronteiras hoje podem procurar uma unidade da Polícia Federal e se regularizar”, afirma Lígia Lucindo, diretora do Departamento de Migração do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Entretanto, um outro problema é preocupante: a entrada de crianças e adolescentes desacompanhados. Em 2021, cerca de 5,2 mil crianças chegaram ao Brasil sem documentos ou sem o responsável legal, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O adolescente F.R. foi um desses menores de idade que tentou cruzar a fronteira, atrás de parte da família que já vive no Brasil.

Desde 2019, o Unicef identificou um aumento de fluxo de crianças desacompanhadas. Segundo Thomas Tancredi, oficial de proteção à criança do Unicef, é feito o trabalho de identificação e retorno para a família. “A gente apoia com passagem e faz todo o acompanhamento – tanto jurídico legal de apoio às instituições do município ou do estado – e também mantém o acompanhamento psicossocial depois que elas já estão no município de destino”, explicou.

Estas e outras histórias vão estar no próximo episódio do Caminhos da Reportagem: Os venezuelanos no Brasil, que vai ao ar no domingo (1º de maio), às 22h, na TV Brasil.

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Acre busca garantir extração sustentável do Cumaru-ferro após inclusão em lista de espécies ameaçadas

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Reunião entre Imac e Ibama em Brasília discute aplicação de normativa que regula o manejo florestal da espécie. Proposta inclui adiar restrições por dois anos e capacitar agentes locais

O Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) participou, nesta semana, de uma reunião na sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), em Brasília, para discutir a aplicação da Instrução Normativa (IN) nº 28, de 11 de dezembro de 2024. A normativa estabelece regras para o Manejo Florestal Sustentável de espécies incluídas na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), como o Cumaru-ferro (Dipteryx), importante para a economia madeireira do Acre.

O presidente do Imac, André Hassem, foi recebido pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e destacou a importância do diálogo com o governo federal para garantir a continuidade da extração legalizada e sustentável do Cumaru-ferro no estado. “Esse encontro foi crucial para alinharmos a aplicabilidade da IN. O Ibama se mostrou disposto a auxiliar o Acre, inclusive com a possibilidade de uma nova instrução normativa que postergue partes da IN nº 28 por mais dois anos”, explicou Hassem.

A IN nº 28 define procedimentos para o manejo florestal sustentável de espécies da Cites e estabelece regras de transição para a exportação de produtos e subprodutos madeireiros do bioma amazônico. A inclusão do Cumaru-ferro na lista de espécies ameaçadas gerou preocupação no setor madeireiro do Acre, que depende da extração legal da espécie para manter suas atividades e empregos.

A deputada federal Socorro Neri, que acompanhou as discussões, ressaltou a necessidade de estudos técnicos para avaliar se o Cumaru-ferro está, de fato, em risco de extinção no estado. “O manejo florestal sustentável, como o praticado pelas empresas legais do Acre, não representa ameaça à espécie. É fundamental que haja um consenso sobre a possibilidade de adiar essas restrições ou revisar a normativa”, afirmou.

Além da proposta de postergação, o Ibama se comprometeu a apoiar o estado com capacitações sobre a aplicação da IN e a facilitar diálogos com o Jardim Botânico. A medida visa equilibrar a conservação ambiental e a manutenção da atividade econômica, essencial para o desenvolvimento sustentável do Acre.

Presidente do Imac, André Hassem, que foi recebido pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou a importância dessa tratativa com o governo federal para o estado do Acre. Foto: cedida 

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Brasil tem 3,4 mil mulheres resgatadas de trabalho escravo em 10 anos

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A legislação brasileira atual classifica como trabalho análogo à escravidão toda atividade forçada – quando a pessoa é impedida de deixar seu local de trabalho – desenvolvida sob condições degradantes ou em jornadas exaustivas

Ao todo, 15.976 (32,8%) vítimas, mulheres e homens, tinham parado os estudos na 5ª série do ensino fundamental, sem concluí-los; e 12.438 (25,5%) eram analfabetas. Foto: cedida 

De 2004 a 2024, 3.413 mulheres foram resgatadas em situações análogas à escravidão ou ao trabalho escravo contemporâneo. Desse total, 200 foram socorridas no ano passado.

De acordo com o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, iniciativa desenvolvida conjuntamente por entidades como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao longo da década, a maioria das vítimas (763) era da faixa etária de 18 a 24 anos. O quantitativo representa mais de um quinto do total (22,35%).

O segundo maior grupo é o de mulheres com idade entre 25 e 29 anos, composto por 497 vítimas (14,5%). Nos gráficos elaborados pelo observatório, constata-se que as mulheres com 60 anos ou mais e de 18 anos ou menos representam os menores grupos de vítimas.

Em 2023, das 222 vítimas mulheres, 74 (33,3%) tinham dois perfis: metade com idade entre 25 e 29 anos e metade na faixa etária de 40 a 44, segundo o observatório da Rede de Cooperação SmartLab.

No acumulado dos anos analisados, de 2004 a 2024, a quantidade de vítimas do gênero masculino é significativamente superior, um total de 44.428.

As estatísticas corroboram a conexão que as pessoas com baixa escolaridade têm maior propensão de ser aliciado e explorado por meio do trabalho escravo contemporâneo. Ao todo, 15.976 (32,8%) vítimas, mulheres e homens, tinham parado os estudos na 5ª série do ensino fundamental, sem concluí-los; e 12.438 (25,5%) eram analfabetas.

O que é o trabalho escravo contemporâneo?

A legislação brasileira atual classifica como trabalho análogo à escravidão toda atividade forçada – quando a pessoa é impedida de deixar seu local de trabalho – desenvolvida sob condições degradantes ou em jornadas exaustivas. Casos em que o funcionário é vigiado constantemente, de forma ostensiva, pelo patrão também são considerados trabalho semelhante ao escravo.

De acordo com a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), a jornada exaustiva é todo expediente que, por circunstâncias de intensidade, frequência ou desgaste, cause prejuízos à saúde física ou mental do trabalhador, que, vulnerável, tem sua vontade anulada e sua dignidade atingida.

Já as condições degradantes de trabalho são aquelas em que o desprezo à dignidade da pessoa humana se instaura pela violação de direitos fundamentais do trabalhador, em especial os referentes à higiene, saúde, segurança, moradia, ao repouso, alimentação ou outros relacionados a direitos da personalidade.

Outra forma de escravidão contemporânea reconhecida no Brasil é a servidão por dívida, que ocorre quando o funcionário tem seu deslocamento restrito pelo empregador sob alegação de que deve pagar determinada quantia de dinheiro.

As estatísticas corroboram a conexão que as pessoas com baixa escolaridade têm maior propensão de ser aliciado e explorado por meio do trabalho escravo contemporâneo. Foto: cedida 

Como denunciar

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) desenvolve, desde 1997, a campanha De Olho Aberto para não Virar Escravo, ativa desde 1997, que distribui vídeos explicativos e também lembra os principais setores econômicos em que esse tipo de crime é praticado, como a agropecuária em geral. A criação de bovinos, por exemplo, responde por 17.040 casos (27,1%), enquanto o cultivo da cana-de-açúcar está ligado a 8.373 casos (13,3%), conforme dados da organização.

O principal canal para se fazer uma denúncia é o Sistema Ipê, do governo federal. As denúncias podem ser apresentadas de forma anônima, isto é, sem necessidade de o denunciante se identificar.

Outra possibilidade é o aplicativo Laudelina, desenvolvido pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos e a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). A ferramenta pode ser baixada no celular ou acessada por um computador, sendo que sua tecnologia permite que as usuárias consigam utilizá-la independentemente de uma conexão de internet de alta velocidade

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EUA prendem acusado de ataque terrorista no Afeganistão

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Mohammad Sharifullah, membro do Estado Islâmico, pode ser condenado à prisão perpétua

Terrorista Mohammad Sharifullah é preso pelos EUA | Foto: Kash Patel/FBI

Revista Oeste

As autoridades dos Estados Unidos prenderam Mohammad Sharifullah, conhecido pelo codinome Jafar, acusado de fornecer material ao grupo terrorista Estado Islâmico Khorasan (Isis-K) em ataques no Afeganistão e Rússia que resultaram na morte de dezenas de pessoas.

A prisão foi formalizada no último domingo, 2, e divulgada nesta quarta-feira, 5. A denúncia, apresentada pelo FBI, detalha o envolvimento direto de Sharifullah em pelo menos três atentados terroristas. Segundo o documento, o acusado admitiu sua participação durante interrogatório.

Sharifullah teria sido recrutado para o Isis-K por volta de 2016 e, desde então, se tornou membro ativo da organização. O grupo, braço do Estado Islâmico na região do Afeganistão e do Paquistão, é considerado como organização terrorista pelo governo dos EUA há nove anos.

Terrorista atuava no Afeganistão

Entre os ataques em que Sharifullah teria tido papel ativo está o atentado em Cabul, Afeganistão, que vitimou mais de dez guardas da embaixada canadense em 2016. De acordo com o depoimento, o acusado vigiou a área e transportou o homem-bomba até o local do atentado.

Outro episódio destacado na denúncia é o ataque ao portão Abbey, do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em agosto de 2021, durante a retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão. Na ocasião, um homem-bomba matou 13 militares dos EUA e aproximadamente 160 civis.

Pessoas feridas chegando ao hospital depois da explosão ao redor do Aeroporto de Cabul, no Afeganistão | Foto: Reprodução/Reuters

Sharifullah admitiu ter prestado apoio logístico à operação, através de reconhecimento de rotas e checagem de postos de controle antes do atentado. Ele teria comunicado aos membros do Isis-K que “a rota estava livre e que o atacante não seria detectado”.

Mais recentemente, Sharifullah teria contribuído para o atentado na casa de shows Crocus City Hall, em Moscou, ocorrido em março de 2024, que deixou cerca de 130 mortos. O acusado enviou vídeos de treinamento com armas para os agressores, dois dos quais foram identificados como os mesmos indivíduos que receberam as instruções.

O mandado de prisão contra Sharifullah foi expedido pelo Tribunal Distrital do Leste da Virgínia, com base na acusação de fornecer apoio material ao Isis-Kcom resultado morte, o que configura violação do Código Penal dos EUA.

O FBI declarou que há “causa provável para acreditar que Sharifullah conspirou para fornecer recursos a uma organização terrorista designada, resultando em morte”. Caso condenado, ele pode enfrentar prisão perpétua.

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