Brasil
Botafogo faz 3 a 1 no Palmeiras e retoma a liderança do Brasileirão
O Botafogo tem chances razoáveis de comemorar dois títulos neste mês. No sábado (30), em Buenos Aires, disputa a final da Libertadores contra o Atlético Mineiro.

Gregore é abraçado na comemoração do primeiro gol do Botafogo na vitória sobre o Palmeiras. Foto: Vitor Silva/Botafogo FR
O Palmeiras perdeu a liderança do Brasileirão, que manteve por apenas por uma rodada. Na final antecipada do campeonato, na noite desta terça-feira (26), o time alviverde jogou um péssimo futebol e deu razão a John Textor, presidente do Botafogo, que havia dito que seu time gosta de jogar no Allianz Parque.
À vontade no campo do rival, a equipe carioca se mostrou calma e inteligente para dominar o oponente, ganhar com autoridade, por 3 a 1, retomar a liderança da competição e se aproximar do título. Gregore, Savarino e Adryelson marcaram e impuseram vexatória derrota aos paulistas.
A contundente vitória deixou o Botafogo com 73 pontos, três a mais que o Palmeiras, que terá de ganhar seus dois compromissos finais e voltar a torcer por tropeços do rival para ter chances de conquistar o tricampeonato brasileiro.
Além disso, o time de Abel Ferreira tem de esfriar a cabeça e buscar alternativas para jogar um futebol melhor. Diante de seus torcedores, foi previsível, afobado, impaciente, inepto e sentiu a pressão de um jogo grande, o que não aconteceu com o seu componente, que jogou na arena palmeirense como se estivesse no Rio.
De novo confiante, o Botafogo tem chances razoáveis de comemorar dois títulos neste mês. No sábado (30), em Buenos Aires, disputa a final da Libertadores contra o Atlético Mineiro.
Para o Palmeiras, o cenário que se desenhou no primeiro tempo foi desastroso. Até criou mais do que nas duas últimas partidas, mas voltou a ser ineficiente e caiu na armadilha do Botafogo, que se defendeu razoavelmente bem e marcou na primeira vez que foi ao ataque.
Foi do volante Gregore, concluindo jogada ensaiada originada em escanteio, o gol que deixou tranquilos os visitantes e enervou os donos da casa, nos pés dos quais a bola queimava. Tensos, Rony e Felipe Anderson foram os piores em campo. Erraram quase tudo o que tentaram e receberam algumas tímidas vaias da torcida, claramente insatisfeita com o péssimo espetáculo para o qual pagou R$ 180 pelo ingresso mais barato.
Raphael Veiga, encaixotado entre os zagueiros, nada produziu na etapa inicial. Estêvão, sozinho, fez o que pôde. Driblou, incomodou e deu assistências para ao menos um gol o Palmeiras fazer. Só que Marcos Rocha parou em John, com uma bonita defesa em cabeceio cruzado.
Deficiente tecnicamente e nervoso, Felipe Anderson foi sacado no intervalo. Abel lançou mão do centroavante Flaco López e insistiu em Rony, aberto pela direita. Na ponta, o debilitado atacante também nada produziu. Erros domínios e passes fáceis e seguiu irritando os mais de 30 mil palmeirenses.
Plácido, o Botafogo tocou a bola como se em casa jogasse. Deixou o tempo passar e se valeu da tensão do rival, que não tem mais a cabeça fria de antes, para controlar a partida. Tanto que Marcos Rocha se irritou em disputa com Igor Jesus e resvalou seus dedos no rosto do botafoguense.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio foi ao VAR e trocou o amarelo pelo vermelho para o lateral-direito. A expulsão, aparentemente exagerada, enterrou qualquer possibilidade de virada do Palmeiras. Entregue, os anfitriões levaram o segundo gol no minuto seguinte ao vermelho em jogada concluída justamente no lado onde havia espaço de sobra por causa da ausência de Marcos Rocha.
Savarino, completamente livre, tocou na saída de Weverton e transformou o Allianz Parque em um velório. Calados, mais de 30 mil palmeirenses se revoltaram com o que viram. Depois, parte da torcida gritou “burro” para Abel Ferreira. O canto foi abafado pela maioria, mas ficou o recado: o técnico português não é mais intocável.
Ainda houve tempo para mais: Adryelson fez o terceiro e fez o triunfo do Botafogo ser humilhante para o Palmeiras, que não mostrou, em nenhum momento, força para reagir, ainda que Richard Ríos tenha marcado o gol solitário nos acréscimos.
Palmeiras
Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Vitor Reis e Caio Paulista; Aníbal Moreno (Maurício), Richard Ríos e Raphael Veiga (Mayke); Estêvão (Gabriel Menino), Felipe Anderson (Flaco López) e Rony (Dudu). Técnico: Abel Ferreira.
Botafogo
John; Vitinho, Barboza, Bastos (Adryelson) e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada (Eduardo); Luiz Henrique (Matheus Martins), Savarino e Igor Jesus (Júnior Santos). Técnico: Artur Jorge.
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Moraes deve negar pedido da OAB sobre defesa de acusados por plano golpista

Foto: O ministro Alexandre de Moraes, do STF • Antonio Augusto/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve rejeitar o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre reclamações feitas pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro Walter Braga Netto, no âmbito do inquérito que investiga um plano de golpe de Estado em 2022.
Na última quinta-feira (3), o presidente da OAB, Beto Simonetti, se reuniu com Moraes para entregar um ofício que cita “prejuízos irreparáveis” às defesas dos envolvidos e discorre, principalmente, sobre a acusação de advogados, de não terem acesso à integralidade dos autos.
Moraes deverá submeter a Simonetti a ata de julgamento da Primeira Turma do STF que, por unanimidade, decidiu rejeitar a alegação dos advogados quando analisou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, Braga Netto e outras seis pessoas. Na ocasião, o Supremo entendeu que todas as partes tiveram conhecimento das provas do processo.
Quando o STF analisou a denúncia da PGR, Coelho não conseguiu entrar no plenário do colegiado da Primeira Turma por não ter se credenciado previamente. O advogado chegou a ser preso e solto em seguida.
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, convidou a OAB a designar representantes para acompanhar as próximas sessões de julgamento.
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Lei da Anistia deveria ser revista, diz relator da ONU

Foto: Loey Felipe
O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard Duhaime, encerrou, nesta segunda-feira (7), visita de uma semana pelo Brasil. O enviado especial da ONU vai preparar um relatório sobre como o Estado brasileiro está lidando com os crimes cometidos durante a ditadura civil-militar de 1964 a 1985, que será apresentado em setembro ao Conselho de Direitos Humanos da organização.
Em entrevista à imprensa, hoje no Rio de Janeiro, Duhaime destacou alguns pontos que geram preocupação, como a aplicação da Lei da Anistia (Lei 6.638/79). O relator destacou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2010, de considerar que as violações de direitos humanos, cometidas por agentes de Estado, eram passíveis de anistia, “abriu as portas para a impunidade”.
“Há vários problemas em relação à compatibilidade da Lei de Anistia com a legislação internacional de direitos humanos. Então, acho que, em 2025, seria importante revisitar esse assunto para garantir que a lei esteja de acordo com a lei internacional de direitos humanos”, afirmou.
Segundo ele, apesar de ser positiva, por exemplo, a restituição dos direitos políticos às pessoas que foram detidas e cassadas pela ditadura, “a decisão de 2010, do Supremo Tribunal Federal, de incluir o perdão a violações de direitos humanos atribuídas a agentes do Estado” permitiu que eles não fossem punidos.
“A ausência de consequências legais para abusos passados reforçou uma cultura de impunidade e estabeleceu condições para repetição, ao permitir que a retórica e a prática autoritária ressurgissem no discurso político como evidência, em janeiro de 2023, de suposta tentativa de golpe”, afirmou Duhaime.
Ele disse ainda que continuará acompanhando atentamente os desdobramentos relacionados ao julgamento de pessoas acusadas e processadas por tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022 e no início de 2023.
Violações
O relator destacou a continuidade de práticas de violações de direitos humanos nos dias de hoje, mesmo 40 anos depois do fim da ditadura, como os abusos policiais e execuções extrajudiciais pela polícia.
“Durante a minha visita, ouvi testemunhos de variados setores sociais sobre a persistência da violência estatal, nas mãos da polícia e das Forças Armadas. Execuções sumárias, tortura e detenções arbitrárias continuam a permear a sociedade brasileira em índices alarmantes, afetando particularmente povos indígenas, camponeses e pessoas de descendência africana. A responsabilização por tais crimes raramente é feita, o que encoraja e perpetua ainda mais essas práticas”.
Segundo ele, as violações cometidas por agentes do Estado contra pessoas não são prevenidas e nem levadas à Justiça.
“A reforma de instituições envolvidas em violações de direitos humanos durante a ditadura é um princípio crucial da transição judicial, que visa a prevenir a recorrência da violência. No entanto, tais processos não foram o foco do processo de transição do Brasil”, disse o relator da ONU.
Duhaime se mostrou preocupado também com a falta de iniciativas de preservação da memória de alguns locais relacionados a violações de direitos humanos durante a ditadura, como os prédios do DOI-Codi, em São Paulo, do Dops, no Rio de Janeiro, e da Casa da Morte, em Petrópolis.
“Eu endosso totalmente as demandas da sociedade civil para que essas instalações sejam preservadas e estabelecidas como locais de memória, sob a jurisdição das autoridades civis”, afirmou o relator, completando que também geram preocupações “o ato de negacionismo de violações passadas e a glorificação da ditadura” por alguns setores da sociedade.
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Operação Lord Agro prende seis e apreende joias, carros de luxo e documentos em fraude milionária no agronegócio
Quadrilha aplicava golpes eletrônicos em vítimas de vários estados; bens estavam em nome de laranjas e membros agiam com sensação de impunidade

Operação aconteceu nesta segunda-feira (7)/Foto: Reprodução
A Polícia Civil do Acre deflagrou, na madrugada desta segunda-feira (7), a Operação Lord Agro, que resultou na prisão de seis pessoas e na apreensão de joias, veículos de luxo, documentos falsos e equipamentos usados em golpes eletrônicos. A ação, coordenada pelo Departamento de Polícia da Capital e Interior, visava a um grupo criminoso especializado em estelionato qualificado, que fraudava negócios envolvendo terras, gado e insumos agrícolas.
Entre os itens apreendidos estão relógios caros, celulares, máquinas de cartão, computadores, um carro e uma moto Kawasaki Ninja. Cinco suspeitos foram detidos no Acre e um em Fortaleza, com mandados cumpridos também em outros estados, já que as vítimas estavam espalhadas pelo país.
Golpes milionários e bens ocultos
De acordo com o delegado Roberth Alencar, responsável pela operação, a quadrilha se autointitulava “Lorde Agro” e agia por meio de vendas fictícias no setor do agronegócio. “Negociavam fraudulentamente a compra e venda de gado, terras e insumos, sem nunca entregar o prometido”, explicou.

Veículos, jóias, computadores e outros objetos foram apreendidos/Foto: ContilNet
Os investigados escondiam patrimônio em nome de terceiros, prática comum no crime organizado. Além de imóveis, foram apreendidos dinheiro em espécie e joias. “Eles queimavam celulares e os descartavam em vasos sanitários para eliminar provas”, revelou Alencar.
Sensação de impunidade e prejuízos milionários
Em mensagens trocadas entre os criminosos, um dos integrantes afirmou: “Já fui intimado mais de 10 vezes e nunca deu em nada”. O delegado destacou que as movimentações bancárias individuais ultrapassavam centenas de milhares de reais, com prejuízos totais estimados em milhões.
As investigações continuam para rastrear mais recursos desviados e identificar outros envolvidos.
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