Brasil
Bolsonaro: ‘Vou provar fraude na urna eletrônica semana que vem’
Em entrevista, presidente afirmou que fará apresentação demonstrando que Aécio Neves ganhou as eleições em 2014
Do R7
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta terça-feira (20) que agendará para a semana que vem uma apresentação na qual demonstrará que as urnas eletrônicas não são seguras.
Segundo o chefe do executivo federal, as eleições de 2014 foram fraudadas e provará, em evento no Palácio do Planalto, que o então candidato Aécio Neves (PSDB-MG) ganhou as eleições de 2014 – no pleito daquele ano, a petista Dilma Rousseff saiu vencedora.
“Um hacker ‘do bem’ mostrou aqui e vou provar que [o pleito de] 2014 foi fraudado. Temos uma fotografia minuto a minuto dos votos em Aécio e Dilma até o final [da votação] e só Dilma aparecia na frente. [O evento] vai ser lá na Presidência e vou convidar a imprensa. Vamos desmontar a tese do [presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro Supremo Tribunal Federal Luís Roberto] Barroso de que urnas não podem ser fraudadas”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia.
O presidente usou de analogia dizendo que, ao se jogar uma moeda para cima 241 vezes, é “impossível que ela caia somente de um lado todas as vezes”.
Depois da apresentação, Bolsonaro informou que vai encaminhar suas conclusões à Corregedoria do TSE. Porém, segundo ele, independentemente da análise do tribunal, “o que vale é a opiniao publica, que não vai aceitar as eleições sem ser auditada e ter contagem pública”. “Hoje, meia dúzia contam a eleição. […] Nós sim jogamos sim dentro das quatro linhas da eleição.”
O presidente tem como uma de suas bandeiras do presidente o retorno do papel nas eleições em um modelo híbrido de apuração, mantendo a urna eletrônica, mas imprimindo a escolha do eleitor. Há anos ele sustenta – sem apresentar até agora nenhuma prova – fraudes nas urnas eletrônicas.
Há pouco mais de uma semana, ele chegou a ofender o ministro Barroso e ameaçar as eleições caso o voto impresso não seja adotado no próximo pleito.
Na conversa de hoje, Bolsonaro reafirmou que não acredita que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna o voto impresso seja aprovada pela Câmara dos Deputados. O presidente acusa Barroso de articular com lideranças de 11 partidos a troca de membros da comissão especial para barrar a medida. “Lamentável o que Barros está fazendo”, disse.
Ontem, durante tradicional encontro com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro chegou a insinuar que pode desistir da reeleição se não houver a mudança. “Olha, eu entrego a faixa para qualquer um se eu disputar eleição. Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…”, frisou.
Futuro
Ainda sobre as eleições do ano que vem, Jair Bolsonaro destacou na entrevista de hoje não ser candidato e disse não acreditar que outros nomes possam vencê-la. “Terceira via não existe. Está polarizado. Estamos eu e o ex-presidiário”, em referência ao petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Na sequência, voltou a criticar as urnas eletrônicas.
“Barroso disse que não tem como entrar nas urnas [invadir o sistema eletrônico de votação]. Temos um hacker preso em Minas Gerais porque entrou no sistema do TSE. Então porque ele está preso? Quem tirou o Lula da cadeia vai contar os votos. Passo a faixa para quem ganhar de forma transparente”, reiterou.
Sobre ter sido eleito no sistema atual de contagem, Bolsonaro disse que só conseguiu sair vencedor por que teve muitos votos. “Bigode a bigode, eu teria perdido.”
Segundo o TSE, todas as fases da votação são auditáveis e podem ser acompanhadas por integrantes dos partidos políticos do país. O retorno do voto impresso foi testado em 2002 e descartado por várias falhas no processo.
Na entrevista, Bolsonaro disse ainda que ainda não definiu para qual partido vai se filiar e elogiou o trabalho do governador mineiro Romeu Zema (MG), cogitado para ser seu vice na chapa para o pleito de 2022. “Eu sou admirador do trabalho do Zema. Acho competente e, no meu entender, está fazendo o trabalho possível.”
CPI da Covid
O presidente voltou a refutar as suspeitas de corrupção em contratos de compras de vacinas contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde e atacou os membros da oposição que compõem a CPI da Covid no Senado.
“O relatório do Renan Calheiros [relator da comissão] pode ser jogado no lixo. Palhaçada. Se corromper na Covaxin? Não compramos uma dose sequer. Gabinete paralelo? Depois vai para hidroxicloroquina. Eu tomei e fiquei bom. […] A CPI não quer investigar nada, só desgastar o governo. Quando começamos a Copa América, o que o Renan falou? ‘Copa do morte.’ O que houve depois? Diminuíram as mortes pela metade. Pessoas desqualificadas estão nos imputando corrupção.[…] Passamos o Reino Unido e somos o 4º país no mundo que mais vacina.”
Doria e Coronavac
O presidente aproveitou para criticar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e colocar em xeque a eficácia da Coronavac, vacina desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. “O povo pergunta nas filas qual vacina tem disponível. Se é coronavac, optam por outras. […] Olha o que aconteceu com o Doria [reinfectado pela covid-19]. Se ele quiser viajar aos Estados, terá que tomar outra.”, afirmou.
Todas as vacinas em uso no Brasil foram aprovadas pela Anvisa, do governo federal, e são eficazes para controle da pandemia. Especialistas atestam que a principal contribuição dos imunizantes é evitar as formas graves da doença.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.


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