Acre
Bodão quer inaugurar centro de treinamento de artes marciais na capital ainda este mês
O projeto terá sua sede em Rio Branco, mas, futuramente, deve chegar a todos os municípios do Acre
MARCIA MOREIRA, DA ANA
Dono do nocaute mais rápido da história, Francimar Bodão é um dos lutadores de MMA com maior notoriedade do Brasil. Nascido no Acre, numa colocação chamada Patoá, interior do município de Xapuri, viveu seus primeiros anos com mais oito irmãos, pai e mãe.
Aos seis anos de idade, os pais decidiram se mudar para a comunidade da Sibéria, local em que todos os filhos pudessem ter acesso aos estudos. Considerada uma criança levada, o mais velho dos meninos sempre se envolvia em briga na escola. Foi quando, aos 10 anos, viu uma academia de artes marciais que lhe chamou a atenção.
“O professor percebeu meu interesse e me convidou para uma primeira aula, totalmente gratuita. Ele notou meu jeito para a coisa e falou que eu poderia continuar frequentando as aulas”, diz Francimar.
Foi então que passou a trocar os treinos de futebol, sua primeira paixão no esporte, pela luta. Inicialmente, fez as aulas escondido da mãe, que descobriu somente após a sua participação no primeiro campeonato estadual.
“Ela não aceitou. Dizia que aquilo não era esporte, eram apenas vários meninos brigando um com o outro. Foi então que eu expliquei que aquilo já era minha paixão, e perguntei se ela gostaria de me ver feliz ou triste. Mostrei meu kimono que tinha ganhado do treinador e ela percebeu que eu levava aquilo a sério, afinal, tinha até parado de brigar na escola”, lembra.
Francimar passou a frequentar a academia em todo o contraturno escolar. Logo, estava ajudando a puxar treino junto com o professor e viajar para Rio Branco para outras competições. Aos 18 anos, percebeu que não tinha mais condições de arcar com as despesas de viagem e decidiu se mudar de vez para a capital.
“Foi uma época difícil. Eu trabalhava a madrugada inteira como segurança de festas e treinava durante o dia. Saía andando do Tancredo Neves, onde morava com minha irmã, até o centro. Era uma rotina puxada, mas eu tinha o ideal de chegar longe, e isso me dava forças”, afirma o lutador.
Reconhecimento nacional
Aos 20, teve sua primeira competição nacional, na qual venceu o já renomado lutador Antonio Pezão. A luta garantiu que seu nome fosse reconhecido nesse meio, principalmente na Região Norte. Com isso, passou a dar aulas em uma acadêmia de Brasileia e, após seis meses, surgiu o convite para ir até Fortaleza (CE), lutar em uma competição regional do Nordeste.
Lá, morou por dois anos e depois decidiu mudar-se para Porto Alegre (RS), local em que ficou por um ano e meio. Voltou ao Acre para visitar a família e logo surgiu a oportunidade para ir até o Rio de Janeiro.
Na época, seu filho Ryan já tinha nascido, e desde muito novo Bodão já explicava a ele a necessidade de estar constantemente viajando. “Em toda a despedida eu sofria por ter que ficar distante dele, mas sabia que tinha que correr atrás do meu sonho. Graças a Deus, hoje ele entende agora que tudo o que eu fiz foi para lhe dar o melhor.”
Nocaute mais rápido da história
Com as competições em diversas cidades brasileiras, passou a ser reconhecido também internacionalmente. Lutou em diversos locais, como Estados Unidos, Oriente Médio, Holanda e Emirados Árabes, local em que conseguiu o recorde de nocaute mais rápido da história do MMA: 2,5 segundos. “Costumo dizer que esta é a terra prometida, pois foi onde minha vida mudou totalmente”, destaca.
A convite do príncipe da Jordânia, mudou-se por dois anos para aquele país, onde treinava o exército e dava aulas particulares à equipe da corte. “Foi neste momento que percebi o quão longe já tinha chegado. Com o salário, consegui me estabelecer, comprar um carro, apartamento e fazer minhas economias”, conta Francimar.
Ao voltar ao Brasil, conquistou seu primeiro cinturão na competição do Sul-Americano. Com a carreira avançada, realizou o grande sonho de qualquer lutador: assinar contrato com o Ultimate Fight Championship (UFC). “Quando meu empresário ligou me informando, eu não acreditei. Só conseguia chorar. No dia seguinte, na hora de assinar o contrato, eu me tremia inteiro. Foi um momento único”, confessa.
Entre os destaques, está a luta em Boston (EUA), local em que venceu e surpreendeu todos os espectadores com o pedido de casamento à esposa Milena Tonnera.
Projetos futuros
Atualmente, Bodão vive entre o Rio de Janeiro e Rio Branco, mas afirma que pretende passar mais tempo na capital acreana, afinal, está realizando outro desejo antigo: abrir um centro de treinamento de artes marciais.
A inauguração está prevista para o fim de dezembro. O projeto terá sua sede em Rio Branco, mas, futuramente, deve chegar a todos os municípios do Acre. “Quero que outros jovens também tenham a oportunidade que eu tive, que é treinar em um centro com profissionais especializados.”
Além disso, em parceria com o Sistema Público de Comunicação, fará um documentário sobre toda a trajetória pessoal e profissional. A produção deve ser lançada ainda em 2017.
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Saúde alerta sobre a importância da vacinação contra a COVID-19 após mortes no Juruá
A Secretaria Estadual de Saúde reafirma o chamado para que a população busque a imunização e permaneça atenta aos sintomas respiratórios, contribuindo para a proteção coletiva contra a COVID-19
A Secretaria Estadual de Saúde reforçou a importância da vacinação contra a COVID-19 após a confirmação de pelo menos sete mortes causadas pela doença na região do Vale do Juruá. Segundo Diane Carvalho, coordenadora regional de saúde, a equipe segue monitorando atentamente a situação local e orientando a população sobre medidas preventivas necessárias.
A vacinação tem mostrado resultados positivos na redução da transmissão e da gravidade da COVID-19. Carvalho destaca que, apesar do aumento de casos nesta temporada, o número de internações e agravamentos tem sido baixo, refletindo a adesão da população às vacinas.
O estado também se preparou para a temporada sazonal de síndromes gripais, com um dia específico de vacinação em outubro do ano passado, o que ajudou a manter os números confortáveis em comparação ao ano anterior. “É importante que as pessoas com comorbidades, como problemas cardíacos e pulmonares, continuem se protegendo, pois ainda estão em risco”, explica Carvalho.
Além da vacinação, recomendações incluem o uso de máscaras em locais públicos e a higienização frequente das mãos. A Secretaria Estadual de Saúde reafirma o chamado para que a população busque a imunização e permaneça atenta aos sintomas respiratórios, contribuindo para a proteção coletiva contra a COVID-19.
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Polícia Civil do Acre participa de curso de capelania e celebra formação do primeiro capelão da instituição
A capelania é um serviço de apoio espiritual e emocional realizado por capelães treinados, que atuam em hospitais, forças de segurança, escolas, presídios e outras instituições, levando conforto e orientação às pessoas que enfrentam momentos difíceis
Nesta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Acre (PCAC) participou do curso de capelania promovido no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Rio Branco. Durante a solenidade, 39 formandos de diversas instituições receberam a certificação e a entrega das insígnias, que simbolizam o compromisso dos capelães em prestar assistência espiritual em diferentes contextos.
A capelania é um serviço de apoio espiritual e emocional realizado por capelães treinados, que atuam em hospitais, forças de segurança, escolas, presídios e outras instituições, levando conforto e orientação às pessoas que enfrentam momentos difíceis.
Entre os formandos estava o agente de polícia Gesly Alves da Rocha, que se tornou o primeiro capelão da PCAC. “Esse é um momento histórico na minha vida, pois vejo um mover de Deus em direção às pessoas por meio de um amor genuíno pelo próximo. Encaro esse desafio como ímpar, pois irei levar mensagens de amor aos que mais precisam. Toda a equipe da nossa instituição estará disponível para oferecer apoio espiritual e emocional”, destacou o capelão.
O delegado Adjunto, Cleylton Videira, presente na solenidade, ressaltou a importância desse marco para a Polícia Civil: “A capelania traz um suporte essencial para nossos policiais, que lidam diariamente com desafios intensos. A nomeação do primeiro capelão da PCAC representa um avanço no cuidado com o bem-estar emocional e espiritual de nossos servidores e da população atendida pela instituição.”
O coronel e diretor do Ministério Pão Diário, responsável pelo curso, Ailton Bastos também enfatizou a relevância do apoio às capelanias em todo o Brasil. “O trabalho dos capelães é fundamental para fortalecer aqueles que enfrentam desafios físicos e emocionais. Nosso compromisso é continuar apoiando e capacitando esses profissionais, garantindo que mais instituições possam contar com esse suporte essencial”, afirmou.
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Baseada em lei federal, Justiça do Acre nega liminar que autorizaria transporte de passageiros por motociclistas de aplicativo
Juíza Zenair Bueno considerou que a abrangência da legislação não inclui os motociclistas. Por conta do impasse, a magistrada e o superintendente da RBTrans foram alvos de ameaças de morte, que serão investigadas pela Polícia Civil.
A Justiça do Acre negou uma liminar que autorizaria o transporte de passageiros por motociclistas de aplicativo nessa quarta-feira (30). A decisão é mais um capítulo no impasse entre os condutores e a Superintendência de Trânsito de Rio Branco (RBTrans) ao redor da legalidade da atuação desses profissionais.
O advogado que representa a categoria, Saulo Ribeiro, havia tentado garantir a legalidade dessa atividade. Porém, a juíza Zenair Bueno, da 2ª Vara de Fazenda Pública de Rio Branco, considerou que a abrangência da Lei 13.640/2018, que trata sobre o transporte de condutores vinculados a plataformas online, não inclui os motociclistas.
“É de se observar que a legislação pertinente ao caso possui natureza restritiva, não podendo ser interpretada de modo a ampliar seu sentido ou alcance. Ressalte-se que a possibilidade da exigência de autorização para o exercício de atividade econômica, trabalho, profissão ou ofício tem assento constitucional (art, 5º, XIII e art. 170, parágrafo único) e, neste caso concreto, a norma que exige autorização está expressa no artigo 11 da Lei 12.587/2012 [alterada pela lei de 2018]”, citou a magistrada.
Após a decisão, o advogado informou que vai entrar com recurso. “Haja visto o indeferimento. iremos manejar um agravo de instrumento para o Tribunal de Justiça, buscando a reforma da decisão do Juízo”, informou.
Ameaças
Sem dar detalhes, a Polícia Civil informou que está investigando ameaças de morte à juíza Zenair Bueno e ao superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, em meio ao impasse sobre o transporte de motociclistas por aplicativos.
Por meio de nota assinada pelo delegado geral José Henrique Maciel, a corporação informou que trabalha para identificar os responsáveis pelas ameaças.
“Desde a última quinta-feira, 30, a instituição iniciou as primeiras diligências investigativas para identificar os responsáveis e garantir a segurança das autoridades ameaçadas”, diz o texto.
Impasse
No dia 22, a Prefeitura de Rio Branco publicou uma portaria que regulamenta o serviço de transporte de passageiros por meio de aplicativos. O documento destaca que apenas condutores que possuam Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B ou superior estão autorizados a exercer a profissão na capital acreana, excluindo motociclistas da função.
A regulamentação se baseia na Lei Federal nº 13.640/2018, que proíbe o uso de motocicletas, por meio de aplicativos, para o transporte privado remunerado de passageiros. A medida foi sancionada durante o governo Michel Temer, três anos após a chegada de uma das maiores plataformas desse tipo de serviço ao Brasil.
A legislação estabelece como categoria mínima de habilitação para o motorista exercer a atividade a categoria B, que permite a condução de automóveis. O entendimento diz que motos, que estão na categoria A não são adequadas para o serviço por causa da falta de segurança.
O RBtrans disse que vai cumprir o que determina a lei e que os condutores flagrados no exercício ilegal da profissão, serão autuados e multados.
“Não existe nenhuma contravenção na lei, o que existem são interpretações de alguns leigos. As leis dizem que o transporte por aplicativo tem que ser com veículo de quatro rodas, carteira categoria B acima, em nenhum momento diz categoria A. Enquanto a fiscalização da prefeitura, continua da mesma forma dos últimos quatro anos”, disse o superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas.
Ele ainda justificou dizendo que apenas uma nova legislação federal poderia mudar a situação. “O que a gente lamenta é que essas pessoas, de fato, são trabalhadoras. É uma legislação da União, não cabe o Município dizer que não vai fiscalizar e nem aplicar a lei podendo responder por prevaricação e omissão”, ressaltou.
Ele acrescentou que, por recomendação do Ministério Público do Acre (MP-AC), as fiscalizações serão intensificadas contra os motoristas irregulares. “Temos nos reunido no MP constantemente, nos reunido também com os legalizados, que são os mototaxistas e motoristas de ônibus, bem como o pessoal do transporte de aplicativo
Penalidades para os motoristas flagrados na ilegalidade:
- Multa gravíssima (R$ 293,47 e 7 pontos na carteira);
- Condução para delegacia;
- Prisão do condutor em caso de reincidência, com abertura de processo criminal e enquadramento nas normas de segurança e transporte público.
Ação contra portaria
O advogado Saulo Ribeiro, que representa alguns motociclistas por aplicativo, disse que ingressou com uma ação judicial com o objetivo de suspender os efeitos da medida imposta, até que haja uma regulamentação que garanta o livre exercício da atividade pelos motoristas de aplicativo.
Ele destacou que a ação é baseada, justamente, pela falta de regulamentação. “A RBTrans não poderia simplesmente excluir a categoria de motorista tipo moto por aplicativo. Hoje temos uma decisão em Rondônia, por meio de mandando de segurança, que assegura a atividade dessa categoria. Posteriormente, o mandado de segurança foi concedido no mérito. Estamos usando também como base legal a Lei nº 12.587/2012 e jurisprudência”, argumentou.
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