Brasil
Autoridades espanholas emitem alerta vermelho de mais chuvas; 217 pessoas já morreram
Maior enchente do século no país já deixou 217 mortos, além de dezenas de desaparecidos. Governo enfrenta críticas por não ter enviado alertas à população a tempo.

Moradores de Sant Llorenc, em Mallorca, na Espanha, limpam sujeira deixada pela forte chuva que atingiu a ilha turística — Foto: Francisco Ubilla/ AP
A Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) da Espanha emitiu uma alerta vermelho de mais chuvas na costa sul de Valência. Autoridades pedem que moradores da região afetada pelas cheias voltem para casa após o novo alerta.
“Tempestades de alta intensidade poderão ocorrer nesta área nas próximas horas: mais de 90 l/m² em uma hora. Em princípio, não serão chuvas muito persistentes”, afirma a agência em comunicado publicado no X (antigo Twitter).
Usando megafones, a Polícia advertiu aos moradores sobre o risco e pediu que voltassem para casa, reportou uma jornalista da AFP, enquanto a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) emitiu um “alerta vermelho” para chuvas, que poderiam chegar a 90 mm em uma hora.
Segundo a Estatal, as chuvas devem atingir sul e norte da Valência, além de Castellón e Alicante. As tempestades estão previstas para iniciar as 18h (15h do horário de Brasilia) e vão até as 23h (19h no Brasil) deste domingo (03).
O papa Francisco pediu, neste domingo (03), aos fiéis no Vaticano que “rezem por Valência e pelo povo espanhol que sofre muito nestes dias”.
Em meio às críticas da população contra a lentidão das operações de limpeza, de distribuição de água e retirada dos corpos em estacionamentos e carros amontoados, o Governo anunciou que um total de 7.500 soldados e quase 10.000 policiais e guardas civis participarão das tarefas de resgate.
Uma onda de solidariedade tomou conta da região, que recebeu milhares de voluntários neste dias, que levam pás, vassouras, água e comida para ajudar os municípios afetados.
No entanto, diante da ameaça de novas chuvas, as autoridades pediram que os voluntários não saíssem neste domingo (03) e restringiram o acesso à área a 2.000 pessoas.

Homem caminha sobre carros arrastados por enchente histórica em Sedavi, Valência, na Espanha, em 31 de outubro de 2024 — Foto: Reuters/Susana Vera
O Rei Felipe VI da Espanha enfrentou vários protestos neste domingo (3), em uma visita a Paiporta, um subúrbio da região metropolitana de Valência, uma das mais atingidas pelas enchentes históricas que atingiram o país na última semana e já deixaram 217 mortos e dezenas de desaparecidos.
Enquanto tentava caminhar pela multidão, os cidadãos gritavam contra a presença do rei e outras figuras da monarquia e de oficiais do governo, chamando-os de “assassinos”.
As críticas da população ao governo ocorrem porque os alertas para as chuvas, que desencadearam a maior enchente do século na Espanha, só foram enviados com duas horas de atraso. Moradores locais relataram que os alertas só foram enviados por volta das 20h no horário local, quando a água já arrastava carros por ruas da cidade.
Além disso, as pessoas se queixam, também, sobre a demora das autoridades em enviar ajuda para as regiões afetadas.
O rei espanhol precisou ser acompanhado por uma grande equipe de segurança, que tentou protegê-lo contra ataques usando guarda-chuvas. Algumas pessoas atiraram objetos contra a comitiva.
Mesmo com os protestos, o Rei Felipe VI e a rainha Letizia conversaram com populares e ouviram suas reclamações sobre a situação. Um homem filmado pela agência de notícias Reuters disse ao rei que o governo sabia dos riscos, mas “não foi feito nada para evitar”.
A comitiva, no entanto, adiou uma visita que fariam à região de Chiva também neste domingo.
Danos estruturais

Enchentes na Espanha: cenário de destruição em Paiporta, perto de Valência, em 1º de novembro de 2024 — Foto: REUTERS/Nacho Doce

Foto mostra carros sobre ferrovia destruída após fortes chuvas em Sedaví, na província de Valência, na Espanha, no dia 2 de novembro de 2024 — Foto: Eva Mañez/Reuters

Bombeiro observa carro submerso na lama em Paiporta, bairro no sul de Valência, na Espanha, após enchente que matou mais de 150 pessoas, em 1º de novembro de 2024. — Foto: Nacho Doce/ Reuters
Pior enchente do século
A enchente foi considerada pelo governo da Espanha o pior desastre do século 21 no país. Em apenas oito horas, choveu o esperado para o ano inteiro na região afetada.
O ministro dos Transportes e da Mobilidade espanhol, Óscar Puente, disse que cerca de 80 km de rodovias no leste do país estão seriamente danificadas ou bloqueadas, muitas delas por carros abandonados.
As enchentes, provocadas por chuvas torrenciais, deixaram um rastro de destruição, e exigiram esforços de resgate para atender a população afetada em diversos municípios no leste do país. A força das águas arrastou carros e transformou ruas de vilarejos em rios. Veículos destruídos ficaram empilhados, fios de energia caíram e móveis domésticos ficaram atolados em uma camada de lama pelas ruas.
A costa mediterrânea da Espanha, onde a cidade de Valência está localizada, está acostumada a tempestades de outono que podem causar enchentes, mas esta foi a mais poderosa a atingir a região neste século.
Cientistas relacionam o evento às mudanças climáticas, que aumentaram a temperatura do mar Mediterrâneo.

Bombeiro descansa diante de pilha de carros que ficaram presos na entrada de um túnel em Valência, na Espanha, durante uma enchente história na região, em 1º de novembro de 2024. — Foto: Susana Vera/ Reuters

Bombeiros drenam acesso a túnel onde pilha de carros foram formadas após passagem de uma enchente história em Valência, na Espanha, em 1º de novembro de 2024. — Foto: Susana Vera/ Reuters

Rua inundada com carros destruídos após enchentes em Valencia, na Espanha, em 30 de outubro de 2024. — Foto: AP Foto/Alberto Saiz

Pior tempestade da história da Espanha — Foto: Reprodução/TV Globo

Enchentes na Espanha: veículo danificado é visto em Paiporta, perto de Valência. Ao fundo, voluntários trabalham na limpeza da lama. — Foto: REUTERS/Nacho Doce
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Brasil
Isenção liberada: 5 carros que podem ficar livres do IPVA com a nova lei nacional
Câmara dos Deputados aprovou PEC que isenta o IPVA para carros com 20 anos ou mais, impactando milhões de veículos em todo o país
Renato Soares – newsmotor.com.br
O debate sobre isenção do IPVA volta ao centro das atenções em 2026, desta vez com uma mudança estrutural que pode alterar definitivamente o bolso de milhões de brasileiros.
A Câmara dos Deputados aprovou a PEC 72/2023, proposta que cria uma regra nacional para dispensar do imposto todos os carros com 20 anos ou mais de fabricação.
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A iniciativa promete unificar legislações estaduais, reduzir desigualdades e liberar proprietários de veículos antigos de uma cobrança que, em muitos casos, representa uma parcela pesada do orçamento familiar.
Caso a medida seja promulgada pelo Congresso, cerca de 6,7 milhões de veículos distribuídos por todo o país passarão automaticamente a integrar o grupo de isentos do IPVA 2026.
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Para muitos motoristas, trata-se de um alívio financeiro aguardado há anos, especialmente em estados onde o critério de idade para isenção ainda é superior ao novo limite nacional.
O que muda com a nova regra do IPVA?
A aprovação da PEC estabelece um marco importante: todos os estados deverão adotar o prazo de 20 anos de fabricação como requisito mínimo para isenção do IPVA.
Na prática, modelos de 2005 ou mais antigos deixarão de pagar o imposto imediatamente assim que a regra entrar em vigor.
Contudo, é importante destacar que a mudança não interfere em estados que já possuem leis mais vantajosas. Regiões como Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e Tocantins já concedem isenção para veículos com idade inferior a 20 anos e, portanto, seguirão aplicando seus critérios atuais.
Modelos que podem ser beneficiados pela isenção do IPVA
Entre os milhões de automóveis que se enquadrarão na nova regra, alguns modelos chamam atenção tanto pela relevância histórica quanto pela presença marcante nas ruas brasileiras. Veja cinco deles:
1. Volkswagen Gol G3 – a geração que marcou época
O Gol G3, lançado no início dos anos 2000, é lembrado por muitos brasileiros como um dos modelos mais elegantes já produzidos pela Volkswagen.
Com design modernizado, painel com iluminação azul e mecânica confiável, o hatch continua circulando em grande número no país. Em estados onde ainda há cobrança de IPVA para veículos dessa idade, o modelo será um dos grandes beneficiados.
2. Ford Fiesta (3ª geração nacional) – o popular que inovou
Fabricado em 2005 na terceira geração nacional, o Ford Fiesta reuniu design contemporâneo, lanternas elevadas e bom aproveitamento interno.
O modelo também entrou para a história como o primeiro veículo nacional com tecnologia flex, graças ao projeto Amazon. Com a nova lei, seus proprietários poderão comemorar o fim do imposto anual.
3. Chevrolet Astra – robustez que atravessou os anos
Ícone do segmento de hatch médio no início dos anos 2000, o Chevrolet Astra conquistou fama pela durabilidade e desempenho consistente. A segunda geração, ainda numerosa nas ruas, está entre as principais candidatas à isenção nacional do IPVA.
4. Fiat Palio (3ª geração) – o campeão de vendas
O Fiat Palio 2005 permaneceu por anos entre os carros mais vendidos do Brasil. Com mecânica acessível, manutenção barata e ampla distribuição, é um dos modelos mais numerosos que deverão ser contemplados pela nova regra. Sua isenção terá impacto direto no orçamento de milhares de famílias.
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5. Honda Civic (7ª geração) – o sedã que virou sinônimo de confiabilidade
O Honda Civic 2005, marcado pelo design sóbrio, ótimo espaço interno e resistência mecânica, alcançou status de referência no segmento.
Com a implementação da PEC, donos do sedã japonês poderão se livrar de valores de IPVA que variam entre estados, mas que ainda representam custo significativo ao longo do ano.
Um alívio para milhões de brasileiros
Se confirmada, a nova Lei Nacional do IPVA representará não só economia para os proprietários, mas também uma forma de harmonizar as regras tributárias em todo o país.
Veículos antigos, que fazem parte do cotidiano de milhões de famílias, finalmente terão um tratamento fiscal uniforme, e mais justo.
A mudança reforça a importância histórica e social da frota nacional envelhecida, que continua ativa e relevante para a mobilidade de grande parte da população.
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Austrália: tiroteio deixou 16 mortos e 40 feridos, incluindo policiais
Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido. Tiroteio aconteceu durante evento judaico na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália
O tiroteio que terminou com 16 mortos na Austrália, durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah, neste domingo (14/12), na praia de Bondi, em Sydney, também deixou 40 feridos, incluindo dois policiais e uma criança.
Dois homens atiraram e mataram 15 pessoas que comemoravam a data no local. Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido em estado crítico.
Durante uma coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um “incidente terrorista”. Segundo ele, a polícia investiga se há um terceiro suspeito envolvido e informou que os feridos foram levados para diversos hospitais de Sydney.
“O estado de saúde desses agentes e dos demais feridos é grave”, afirmou Lanyon.
Entre os mortos, está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, noticiaram os jornais britânicos The Guardian e BBC News. Um israelense também morreu durante o ataque.
As autoridades australianas não confirmaram oficialmente que o ataque teve como alvo específico a comunidade judaica, mas o chefe da Associação Judaica da Austrália classificou o ocorrido como “uma tragédia que era totalmente previsível”.
O Itamaraty disse que, até o momento, não há informação sobre brasileiros atingidos.
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Bolsonaro faz ultrassom e médicos recomendam cirurgia, diz advogado
De acordo com advogado do ex-presidente, foram identificadas duas hérnias inguinais e Bolsonaro terá que passar por cirurgia para tratamento
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por exames de ultrassonografia na tarde deste domingo (14/12) na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. De acordo com a defesa do ex-mandatário, foram identificadas duas hérnias inguinais e a equipe médica recomendou que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico.
“Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, disse o advogado João Henrique de Freitas pelas redes sociais.
Nesse sábado (13/12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a entrada de um médico com aparelho ultrassom portátil na cela onde Bolsonaro cumpre pena, para a verificação da existência de hérnia inguinal bilateral. A permissão foi requerida pelos advogados do ex-presidente na última quinta-feira (11/12).
A hérnia inguinal é o deslocamento de uma parte do intestino ou de tecido abdominal por uma abertura na região da virilha. Ela costuma causar um inchaço local e pode provocar dor ou desconforto, principalmente ao esforço.
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência da PF, na capital federal. Ele começou cumprindo prisão preventiva em regime fechado no local por causa dos episódios da vigília e da tornozeleira. Após o trânsito em julgado do processo, em 25 de novembro, sobre a trama golpista, Jair Bolsonaro passou a cumprir a sentença em regime fechado.
Novo pedido da defesa
O pedido de ultrassom foi feito depois do ministro do STF dizer que os documentos apresentados pelos advogados para pedir nova cirurgia em Bolsonaro eram antigos e determinar que a PF faça perícia médica oficial, no prazo de 15 dias, para avaliar a necessidade de imediata intervenção cirúrgica. O prazo ainda está correndo.
A defesa do ex-presidente apresentou, em 9 de dezembro, petição na qual pede autorização para que ele realize procedimentos cirúrgicos no hospital DF Star, em Brasília. Os advogados também pediram que Bolsonaro ficasse no hospital pelo “tempo necessário” para ter recuperação adequada.
Depois da primeira decisão do ministro, a defesa alegou, na última quinta-feira, que “recebeu pedido médico específico e atualizado, subscrito pelo Dr. Claudio Birolini, requisitando, em caráter de urgência, a realização de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda, para constatação de hérnia inguinal bilateral”.
Os advogados ressaltavam na solicitação que o intuito era acelerar e “viabilizar a instrução pericial oficial, fornecendo elementos diagnósticos atualizados sem necessidade de deslocamento”.
O documento solicitava que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli “ingressasse nas dependências da Superintendência da Polícia Federal portando equipamento portátil de ultrassom, a fim de realizar os exames de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda”.








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