Acre
Fumaça na fronteira: Tempo insalubre afeta Epitaciolândia, Brasiléia e Cobija
Aumento da camada de fumaça na fronteira deixa Epitaciolândia, Brasiléia e Cobija em alerta, tornando o tempo insalubre para os moradores da região.

A comunidade escolar continua preocupada com os impactos à saúde e ao aprendizado dos alunos em um ambiente tão comprometido pela fumaça. Foto: Marcus José
Após uma semana de suspensão, as aulas da rede pública estadual do Acre foram retomadas na última quinta-feira, 12, em todas as regionais do estado. Os alunos estavam sem atividades desde o dia 5 de setembro devido à péssima qualidade do ar, provocada por uma densa camada de fumaça oriunda das queimadas, não apenas no Acre, mas também no Departamento de Pando, na Bolívia.
A rede estadual abrange aproximadamente 143 mil estudantes, que agora voltam a enfrentar as dificuldades impostas pela poluição. A decisão de retomar as aulas foi tomada apesar das condições ainda desfavoráveis, refletindo a necessidade de retomar a rotina escolar. No entanto, a comunidade escolar continua preocupada com os impactos à saúde e ao aprendizado dos alunos em um ambiente tão comprometido pela fumaça. As autoridades seguem monitorando a situação, buscando medidas para proteger a saúde da população estudantil.

A rede estadual abrange aproximadamente 143 mil estudantes, que agora voltam a enfrentar as dificuldades impostas pela poluição, a decisão de retomar as aulas foi tomada apesar das condições ainda desfavoráveis. Foto: Marcus José
Com o prolongamento da estiagem e a piora na qualidade do ar, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), emitiu um alerta à população sobre os cuidados necessários durante este período de queimadas descontroladas.
Em agosto, o Acre registrou mais de 1,9 mil focos de incêndio, conforme monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Diante desse cenário alarmante, o estado decretou emergência em saúde pública no final de agosto.
As autoridades ressaltam a importância de medidas preventivas, como evitar atividades ao ar livre em dias de intensa fumaça e usar máscaras para proteção respiratória. A situação continua a exigir a atenção de todos, enquanto as equipes de monitoramento seguem atentas aos desenvolvimentos e impactos das queimadas na saúde e no meio ambiente.
Veja vídeo:
Na situação atual, o Acre está 43 vezes acima do que é recomendável pela OMS.
Desde o final de agosto e início de setembro, as cidades de Epitaciolândia, Brasiléia e Cobija têm sido afetadas por uma densa camada de fumaça, resultado das queimadas que ocorrem não apenas no Acre, mas também nos estados vizinhos, como Amazonas e Rondônia. A situação se agrava especialmente no Departamento de Pando, na Bolívia, que se destaca como uma das regiões mais poluídas.
Nesta terça-feira, 17, a qualidade do ar na fronteira foi classificada como “insalubre”, colocando em risco a saúde dos moradores. As queimadas descontroladas não apenas comprometem a visibilidade, mas também trazem sérios riscos à saúde pública, aumentando a incidência de doenças respiratórias e outras complicações.
Autoridades locais e ambientais alertam para a urgência de medidas efetivas de combate às queimadas e proteção ambiental. A população, por sua vez, busca alternativas para lidar com a fumaça, como o uso de máscaras e o fechamento de janelas, na esperança de que a situação se normalize em breve.
O cenário crítico está associado aos eventos extremos que o Acre vem enfrentando, aliado a altas temperaturas, queda da umidade relativa do ar e aumento de focos de incêndios.
Queimadas
A primeira quinzena de setembro de 2024 registrou 2.336 focos de queimadas, de acordo com o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento significativo de 59% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram captados 1.466 focos.
Dentre os municípios mais afetados, Feijó lidera com 630 focos, correspondendo a 27% do total registrado. Em seguida, Tarauacá aparece com 415 focos (17,8%) e Cruzeiro do Sul com 241 (10%). A capital, Rio Branco, ocupa a sexta posição, contabilizando 122 focos.
Esses dados alarmantes ressaltam a urgência de ações efetivas para combater as queimadas e proteger o meio ambiente no Acre, especialmente em um momento em que a poluição já está impactando a saúde e a qualidade de vida da população. As autoridades e a sociedade civil precisam unir esforços para enfrentar esse desafio crescente.

As cidades de Epitaciolândia, Brasiléia e Cobija está encoberta por uma densa camada de fumaça causada pelas queimadas deixando o tempo “insalubre” para os moradores da fronteira nesta terça-feira 17. Foto: Marcus José
O Acre registrou alarmantes 2.336 focos de queimadas, segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento de 59% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram captados 1.466 focos.
Feijó se destaca como o município mais afetado, com 630 focos, ou seja, 27% do total. Tarauacá segue em segundo lugar, com 415 focos (17,8%), e Cruzeiro do Sul vem em terceiro, com 241 focos (10%). A capital, Rio Branco, ocupa a sexta posição, com 122 focos registrados.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o estado contabilizou 5.051 focos de queimadas. Feijó continua no topo do ranking com 1.290 focos, seguido por Tarauacá com 817, Cruzeiro do Sul com 572 e Rio Branco com 324.
Esses dados evidenciam a necessidade urgente de ações para combater as queimadas e proteger o meio ambiente no Acre. A poluição já está afetando a saúde e a qualidade de vida da população, o que exige um esforço conjunto entre autoridades e sociedade civil para enfrentar esse crescente desafio.

“Estamos com todos os nossos técnicos monitorando no Cigma a questão da qualidade do ar, mas é importante lembrar que todos precisamos atuar juntos, governo e população”. Foto: assessoria
A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, explica que o momento é de atenção e afirma que o governo tem atuado em todos os municípios para mitigar os impactos que estão sendo ocasionados no período de seca e queimadas descontroladas no estado.
A Secretaria expressa preocupação com a grave situação de poluição enfrentada pelas cidades de Epitaciolândia, Brasiléia e Cobija. Essas localidades estão cobertas por uma densa camada de fumaça, resultado das queimadas que ocorrem não apenas no Acre, mas também em estados vizinhos.
A situação é ainda mais alarmante no Departamento de Pando, na Bolívia, que se destaca como uma das regiões mais poluídas pelas queimadas. As autoridades estão monitorando a situação de perto e buscam medidas para proteger a saúde da população e mitigar os impactos ambientais causados por essas queimadas descontroladas.
Reforçando que os moradores dessas áreas sofrem com os efeitos da fumaça, que compromete a qualidade do ar e a saúde pública. Ainda disse que as autoridades locais estão em alerta e buscam soluções para mitigar os impactos ambientais e proteger a população em meio a este cenário preocupante.
Comentários
Acre
Procurador-Geral de Justiça do MPAC critica decisão da PRF de romper convênios com Gaecos
Nos últimos anos, a parceria entre a PRF e os Gaecos resultou em operações de grande relevância, desarticulando redes criminosas e reforçando a segurança pública

A medida adotada pela PRF e pelo Ministério da Justiça se distancia das melhores práticas globais no combate ao crime organizado. Foto: assessoria
O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Danilo Lovisaro do Nascimento, manifestou perplexidade e preocupação com a recente decisão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de romper os convênios mantidos com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) dos Ministérios Públicos Estaduais. Danilo Lovisaro, que também preside o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), destacou que a medida representa um retrocesso na luta contra a criminalidade organizada no Brasil.
A decisão foi formalizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio da Portaria nº 830/2024 e reforçada pela interpretação da Direção-Geral da PRF no Ofício-Circular nº 3/2025/DG. Para o procurador-geral, essa mudança contraria o princípio da cooperação e integração institucional, essenciais para o combate eficaz ao crime organizado no país.
Impactos no combate ao crime organizado
Nos últimos anos, a parceria entre a PRF e os Gaecos resultou em operações de grande relevância, desarticulando redes criminosas e reforçando a segurança pública. Segundo Lovisaro, essa cooperação possibilitou investigações mais robustas e ações conjuntas que impediram o avanço de facções criminosas, além de crimes como tráfico de drogas, armas e exploração humana.
“A atuação coordenada entre os órgãos de segurança é fundamental para garantir a ordem e a justiça. O enfraquecimento dessa integração representa um retrocesso significativo e impõe desafios adicionais às instituições que trabalham na proteção da sociedade”, afirmou o procurador-geral.
Prejuízos além do combate ao crime organizado
Além da repressão às organizações criminosas, a PRF desempenha um papel crucial em outras frentes de atuação do Ministério Público, como:
• Erradicação do trabalho escravo
• Combate à prostituição infanto-juvenil
• Proteção ao meio ambiente
• Enfrentamento da tortura
Com o rompimento dos convênios, projetos essenciais nessas áreas poderão ser paralisados, dificultando o avanço de políticas públicas e investigações fundamentais para a proteção dos direitos humanos e do meio ambiente.
Brasil na contramão das melhores práticas
A medida adotada pela PRF e pelo Ministério da Justiça se distancia das melhores práticas globais no combate ao crime organizado. Países com altos índices de sucesso na repressão a facções criminosas apostam justamente na integração entre forças de segurança como estratégia essencial.
“O enfrentamento do crime organizado se dá por meio da união e da cooperação entre as instituições. Enfraquecer essa estrutura é um erro que pode ter graves consequências para a segurança pública”, alertou Lovisaro.
Comentários
Acre
Governo decreta estado de alerta devido ao aumento das chuvas e risco de inundações

O governo do Acre decretou nesta sexta-feira, 28, estado de alerta em todo o território estadual devido ao aumento significativo dos índices de chuvas e à elevação dos níveis dos rios. O decreto nº 11.647, assinado pela governadora em exercício, Mailza Assis (PP), tem como objetivo adotar medidas emergenciais para proteger a população e minimizar os impactos socioeconômicos causados por possíveis inundações.
A decisão foi tomada com base em dados técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que apontam um cenário crítico para o trimestre fevereiro-março-abril de 2025. Segundo as previsões, o período será marcado por chuvas acima da média, com volumes expressivos já nas primeiras semanas de março. Esse padrão pluviométrico elevado aumenta o risco de cheias rápidas e inundações, que podem causar danos sociais e econômicos significativos.
O decreto estabelece uma série de ações para enfrentar a situação. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC) será responsável por coordenar as atividades de resposta, incluindo a formação de equipes multidisciplinares para atender emergências. A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) ficará encarregada de monitorar as condições climáticas e hidrológicas em tempo real, enquanto a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh) prestará apoio às populações em situação de vulnerabilidade.
Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) atuará diretamente no atendimento a desastres relacionados às chuvas e inundações. As autoridades também estão autorizadas a adentrar propriedades particulares para prestar socorro ou determinar evacuações em casos de risco iminente, garantindo indenizações posteriores em caso de danos.
O decreto prevê ainda a realização de despesas emergenciais para a instalação de abrigos, fornecimento de insumos, equipamentos e mão de obra, além de campanhas informativas para orientar a população sobre os riscos e as medidas de prevenção. A prioridade será dada às demandas da Defesa Civil, com o objetivo de garantir uma resposta rápida e eficiente diante de possíveis desastres.
O estado de alerta entra em vigor imediatamente e terá duração de 30 dias, podendo ser prorrogado caso as condições climáticas permaneçam críticas.
Comentários
Acre
Juiz determina convocação de 60 aprovados no cadastro de reserva do concurso da Polícia Civil
O juiz Caique Cirano di Paula, da Vara Cível da Comarca de Sena Madureira, determinou nesta sexta-feira, 28, a convocação imediata de candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil, realizado em 2017. A decisão atende uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPAC), que apontou a falta de efetivo policial e a necessidade urgente de nomeações. O Governo do Acre ainda pode recorrer da decisão.
O magistrado fixou o prazo até 10 de março de 2025 para que o Estado convoque 60 candidatos do cadastro de reserva, sendo 4 delegados, 47 agentes e 9 escrivães, para participação no curso de formação. Em caso de descumprimento, foi estipulada uma multa diária de R$ 100 mil, limitada a 30 dias, a ser paga diretamente pelo governador Gladson Cameli (PP).
A decisão se baseia em um relatório detalhado apresentado pelo MPAC, que evidenciou a defasagem do efetivo policial na região. O documento apontou que, apesar da existência de candidatos aprovados e aptos a assumir os cargos, o Estado não realizou as nomeações dentro do prazo de validade do concurso, optando, ao invés disso, por iniciar um novo certame.
No entendimento do juiz, a omissão do Estado caracteriza preterição dos candidatos aprovados, indo contra o princípio da vinculação ao edital. O Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou jurisprudência de que a Administração Pública deve nomear aprovados sempre que houver vacâncias e necessidade do serviço.
“Assim, considerando o conjunto probatório dos autos, num juízo de cognição sumária, verifica-se que o Ministério Público logrou êxito em comprovar a probabilidade do direito, consistente na premissa de, no mínimo, convocação pelo surgimento de novas vagas, bem como ante evidente manifestação inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento. De igual modo, claramente demonstrado o perigo de dano, haja vista que o certame está prestes a perder a validade, juntamente com a instauração de procedimento administrativo do ente estatal visando a realização de novo concurso público”, pontuou.
Além da convocação, o juiz determinou que o governo do Acre publique a decisão nos mesmos meios oficiais onde divulgou a nota pública justificando a não nomeação dos aprovados.
Você precisa fazer login para comentar.