Brasil
Atividade física contribui para desenvolvimento do cidadão
Hoje é celebrado o Dia Mundial da Atividade Física
O Dia Mundial da Atividade Física, celebrado hoje (6), é uma data marcante para alertar a população sobre a importância da prática de atividades físicas, bem como sobre os riscos da inatividade, avalia o diretor executivo do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Willian Pimentel.
Pimentel destacou, em entrevista à Agência Brasil, que a atividade física contribui para o desenvolvimento do cidadão, seja no seu caráter físico, como psicológico, “já que a atividade física é um componente essencial para a redução de vários tipos de doença”. Além do sedentarismo já ser considerado atualmente um problema de saúde pública, a prática de exercícios regulares ajuda no combate à hipertensão arterial, a vários tipos de câncer, à obesidade infantil.
“O próprio diabetes tipo 2 é influenciado pela prática de atividade física e ainda há questões de saúde mental, como auxílio no combate à depressão. A atividade física é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos fatores que interferem no tempo de vida do cidadão”, afirmou o diretor executivo do Confef.
A sobrevida da pessoa está condicionada à prática da atividade física regular, bem orientada. “O praticante de atividade física regular consegue afastar essas doenças que ocorrem com relação à inatividade física, bem como outros maus hábitos, entre os quais o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, dietas inadequadas. Os fatores interferem na queda da expectativa de vida da população”. De acordo com o Confef, esses fatores são responsáveis pela maioria das mortes por doenças crônicas não transmissíveis, mesmo que indiretamente.
Campanha
Neste mês, o Confef lançou, pela primeira vez, a Campanha Abril Verde: Mês de Combate ao Sedentarismo, aproveitando a comemoração do Dia Mundial da Atividade Física, além de estudos, principalmente do Projeto ConVid, da Fundação Oswaldo Crus (Fiocruz), que apontaram que 62% dos brasileiros deixaram de fazer qualquer tipo de exercício desde o início da pandemia da covid-19.
Para combater a inatividade e o sedentarismo, o Confef decidiu voltar a falar da importância da atividade física, orientando as pessoas a procurar um profissional regularizado para que a prática se torne contínua na vida do cidadão. “Muitas vezes, a pessoa não consegue dar sequência à sua atividade física por não ser orientada adequadamente, por não saber que pode praticar diversos tipos de exercício, seja em ambiente fechado ou aberto, e que a expectativa dela para o exercício e o que ela mais considera adequado têm que ser levados em consideração pelo programa de treinos que ela vai realizar, para que ela torne aquilo um prazer na sua vida.”
Pimentel lembrou que a OMS recomenda que crianças e adolescentes façam, no mínimo, 60 minutos por dia de atividade física, e que adultos cheguem a fazer, pelo menos, 150 a 300 minutos de atividade semanal. “Tem que ser uma prática regular para que os benefícios sejam atingidos, para que o nível de endorfina e outros hormônios que são ativados com o exercício físico possam tornar aquela atividade prazerosa”.
O Confef está trabalhando com os conselhos regionais de Educação Física (Crefs) para que sejam feitas várias atividades voltadas à população. Willian Pimentel destacou que o principal, neste primeiro momento, é que a população entenda que a atividade física é importante, que o sedentarismo pode causar vários males, dando esse start inicial para que as pessoas se movimentem e marchem nessa campanha, afim de tornar a atividade física sequencial e duradoura nos próximos anos, com mais atividades práticas sendo realizadas. A campanha tem como mascote o bicho preguiça, para dar o recado: “Até o bicho preguiça vai se exercitar. E você? ”.
De acordo com a OMS, entre quatro milhões a cinco milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população fosse mais fisicamente ativa, Na população global, 27,5% dos adultos são sedentários. Entre os jovens, a situação é mais grave, uma vez que 81% dos adolescentes não atendem às recomendações para atividade física.
Academia Carioca
No Dia Mundial da Atividade Física, o Programa Academia Carioca, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), promove, em oito pontos da cidade, uma série de atividades, visando chamar a atenção da população sobre a importância dos exercícios físicos regulares, além de fortalecer o retorno das aulas presenciais. As pessoas participam de atividades como circuito, dança, corrida e caminhada, esportes, jogos, educação em saúde, entre outras.
As ações ocorrem no Grêmio Recreativo e Esportivo dos Industriários da Penha (Greip), na Penha; Parque Madureira; Vila Olímpica Professor Manoel José Gomes Tubino, em Campinho; Vila Olímpica Mestre André, em Padre Miguel; Aterro do Flamengo, em frente ao Palácio do Catete/Posto 1; Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande; Vila Olímpica Oscar Schmidt, em Santa Cruz; Vila Olímpica do Encantado, em Encantado.
A coordenadora do Programa Academia Carioca, Junia Cardoso, disse que são “atividades físicas e educativas para fortalecer a prática e o conhecimento dos benefícios de uma vida mais ativa, reforçando compromissos estratégicos de enfrentamento, prevenção de doenças e adesão a boas práticas em saúde”.
Atenção primária
Desde 2009, o Programa Academia Carioca atua no serviço da Atenção Primária à Saúde. O objetivo é garantir o acesso da população a práticas que visam promover o bem-estar físico, mental e social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais ativa e com estilo de vida mais saudável. O programa está presente em 202 unidades de Atenção Primária, entre centros municipais de saúde e clínicas da família, nas dez grandes regiões da cidade, e beneficia cerca de 186 mil pessoas.
Dentre os beneficiados pelo serviço, 81% apresentam doenças crônicas, 69% são hipertensos, 19% diabéticos e 78% têm excesso de peso. Segundo o Ministério da Saúde, 44,8% dos adultos praticam exercícios físicos de forma insuficiente e 15,5% não praticam no município do Rio. Os dados salientam a importância do Programa Academia Carioca para a saúde da população, indicou Junia Cardoso.
O Programa Academia Carioca é direcionado para todas as pessoas cadastradas nas unidades de saúde e os resultados das atividades incluem a diminuição do risco cardiovascular, principal fator de internação hospitalar e mortalidade da população, e a redução de medicamentos por meio de prescrição médica, que possibilita tratamentos com menos exposição aos efeitos colaterais e melhora na qualidade de vida.
Comentários
Brasil
Suspeito preso por levar 11 fuzis para a Penha foi liberado da prisão pela Justiça 12 dias antes
Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, tinha sido preso pela Polícia Rodoviária Federal no dia 15 de janeiro com 30 kg de drogas, mas foi solto na audiência de custódia no dia 18.
Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, foi preso pela Polícia Federal, na madrugada desta quinta-feira (30), dirigindo um carro que levava 11 fuzis, de calibres 5,56 e 7,62, para o Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
A prisão de Leandro aconteceu 12 dias depois dele ser liberado em uma audiência de custódia, em Campos dos Goitacazes, no Norte Fluminense. Ele havia sido preso por tráfico de drogas.
Morador da Zona Oeste do Rio, com ensino médio completo e se apresentando como motorista de aplicativo, Leandro foi preso no dia 15 de janeiro por policiais rodoviários federais, quando dirigia um Ford Fiesta, no quilômetro 203, da BR-101, em Casimiro de Abreu, no Norte Fluminense.
No veículo, os policiais rodoviários encontraram:
- 31,5 kg de maconha distribuídos em 41 tabletes em um saco preto;
- 1.439 frascos de líquido de cheirinho de loló;
- Dois galões de líquido semelhante a cheirinho de loló;
- 2 pacotes com pinos transparentes vazios;
- R$ 1.874 em dinheiro.
Levado para a 121ª DP (Casimiro de Abreu), Leandro mudou a versão de que tinha pegado a droga em Casimiro de Abreu. Ele contou que o carro foi abastecido na Linha Vermelha e seguia para Macaé. Em nenhum momento, segundo o Ministério Público, alegou estar fazendo uma corrida de aplicativo ou falou em entregador ou destinatário.
Leandro ficou preso por dois dias e, às 10h09 do dia 18 de janeiro, foi levado para a audiência de custódia. Na ocasião, o juiz Iago Saúde Izoton decidiu pela soltura de Leandro contrariando o MP, que pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva.
Em suas alegações, o magistrado informou que “a prisão preventiva se revela excepcional”:
A partir daí, o magistrado determinou que Leandro se apresentasse diante do juiz todo dia 10 de cada mês. Após a decisão do juiz, a promotora Luíza Klöppel, do Ministério Público estadual recorreu.
O MP apontou a gravidade do caso envolvendo o transporte da droga e o risco de que Leandro voltasse a delinquir.
12 dias depois da liberdade, os fuzis
Na noite de quarta-feira (29), os policiais federais da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) iniciaram uma vigilância na serra, na altura do município de Paulo de Frontin em busca de uma moto que transportava material ilícito.
Ao encontrarem a BMW, presenciaram o momento em que o ocupante repassou duas malas ao motorista de um Nissan preto. O veículo foi seguido pelos policiais até um posto de gasolina onde foi feita a abordagem.
O motorista do carro era Leandro Rodrigues da Silva. O da moto, Gutenberg Samuel de Oliveira. Ambos foram presos e os veículos apreendidos.
O carregamento tinha 8 fuzis, de calibre 5.56 e 3 fuzis calibre 7.62, além dos veículos utilizados no transporte das armas. Todas as armas com a marca de uma caveira semelhante ao personagem Justiceiro, da Marvel.
De acordo com as investigações preliminares, o arsenal teria como destino os complexos da Penha e do Alemão, onde está baseada a chefia da facção Comando Vermelho.
Comentários
Brasil
Argentina corta taxas e Brasil volta a ter maior juro real do mundo
País comandado por Javier Milei caiu da primeira para a terceira posição, após seu Banco Central reduzir suas taxas de juros em 3 pontos percentuais. Topo agora está com Brasil e Rússia.
O Brasil passou a ter o maior juro real do mundo. Na noite de quinta-feira (30), o Banco Central da Argentina, antiga líder do ranking, promoveu um novo corte em sua taxa básica de juros e tirou o país da primeira posição.
A autoridade monetária reduziu suas taxas de 32% para 29% ao ano. Segundo a instituição, essa redução é consequência da “consolidação observada nas expectativas de menor inflação.”
A Argentina encerrou 2024 com uma inflação anual de 117,8%. Apesar de ainda estar bastante alta, houve uma forte desaceleração em relação aos 211,4% registrados em 2023.
Com a taxa de juro real é calculada, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses, o juro real argentino caiu para 6,14%. O país passou, então, para a terceira colocação no ranking.
Quem assume a ponta é antigo vice-líder, o Brasil. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar mais uma vez a Selic em 1 ponto percentual, levando o juro nominal a 13,25% ao ano, e o juro real a 9,18%.
Na segunda posição vem a Rússia, com uma taxa de juros real de 8,91%.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Ranking de juros reais
Taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses
Alta da Selic
Na última quarta-feira (29), o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para a casa de 13,25% ao ano.
Na decisão anterior, em dezembro, a autoridade monetária já havia elevado a taxa básica em 1 ponto percentual, para a casa de 12,25% ao ano. A decisão marca a quarta alta seguida da Selic.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira permaneceu na 4ª posição.
Veja abaixo:
- Turquia: 45,00%
- Argentina: 29,00%
- Rússia: 21,00%
- Brasil: 13,25%
- México: 10,00%
- Colômbia: 9,50%
- África do Sul: 7,75%
- Hungria: 6,50%
- Índia: 6,50%
- Filipinas: 5,75%
- Indonésia: 5,75%
- Polônia: 5,75%
- Chile: 5,00%
- Hong Kong: 4,75%
- Reino Unido: 4,75%
- Estados Unidos: 4,50%
- Israel: 4,50%
- Austrália: 4,35%
- Nova Zelândia: 4,25%
- República Checa: 4,00%
- Canadá: 3,25%
- Alemanha: 3,15%
- Áustria: 3,15%
- Espanha: 3,15%
- Grécia: 3,15%
- Holanda: 3,15%
- Portugal: 3,15%
- Bélgica: 3,15%
- França: 3,15%
- Itália: 3,15%
- China: 3,10%
- Coreia do Sul: 3,00%
- Malásia: 3,00%
- Cingapura: 2,98%
- Dinamarca: 2,60%
- Suécia: 2,50%
- Tailândia: 2,25%
- Taiwan: 2,00%
- Suíça: 0,50%
- Japão: 0,50%
Comentários
Brasil
De volta à planície: ex-presidentes da Câmara contam como é deixar o poder e analisam desafios do novo comando
Deputados que já comandaram a Casa analisam desafios do próximo presidente. Próxima eleição da cúpula da Câmara está marcada para 1º de fevereiro.
No dia 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados elegerá um novo presidente para comandar o colegiado pelos próximos dois anos.
Com isso, Arthur Lira (PP-AL) retornará à planície, termo comumente utilizado no Congresso para se referir aos deputados sem acesso aos cargos da mesa diretora, instalada no centro do plenário. Quem se senta à mesa, tem visão completa dos deputados que estão no plenário, abaixo, por isso o termo “planície”.
A reportagem ouviu cinco ex-presidentes da Câmara que responderam às mesmas perguntas sobre o que a saída desse cargo representou em suas trajetórias. João Paulo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Maia não deram entrevistas.
Estranhamento
A experiência da maioria mostra que o dia seguinte após deixar o cargo pode ser seguido de estranhamento pelo poder perdido.
“Claro que a mudança é brusca e que você tem que passar por um período de adaptação, porque você não pode criar ilusão que o poder é seu”, diz Aldo Rebelo, que ocupou o posto entre 2005 e 2007 pelo PCdoB.
Uma saída é recorrer às antigas amizades, conta Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara pelo PT entre 2007 e 2009.
Entre os políticos, há desconforto em retornar para os trabalhos da Casa sem ocupar um cargo decisório.
“Eu reconheço que, toda vez que um presidente sai e precisa voltar para o plenário, fica uma situação talvez um pouco desconfortável”, afirma Michel Temer, presidente da Casa em três ocasiões.
Segundo ele, seu processo foi mais simples por ter deixado o comando da Câmara pela primeira vez, em 2001, para assumir a presidência do MDB, e na segunda vez, em 2010, ser vice-presidente da República, na chapa de Dilma Rousseff.
Uma saída, segundo Marco Maia, presidente da Câmara pelo PT entre 2011 e 2013, é não entrar no cargo com expectativa de prolongação de poder.
A dificuldade de reposicionamento depois da saída do comando da Casa também aflige Arthur Lira. Ele é cotado para assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios do presidente Lula, mas há impasse sobre sua adesão completa ao governo.
Papel como ex-presidente
O grupo é uníssono sobre a relevância de um ex-presidente da Câmara. Para Aécio Neves, presidente da Casa de 2001 a 2002 pelo PSDB, a experiência é útil para os sucessores.
Para ele, não estar à frente das decisões demanda, muitas vezes, maturidade. “[É importante] encontrar o seu espaço e não ficar disputando permanente holofotes. É um exercício de maturidade que todos os homens públicos devem buscar em determinado momento da sua trajetória.”
Chinaglia afirma que a forma como o presidente atua impacta no tamanho da influência após a saída do cargo. “Depende de como você chegou, de como você se elegeu e de como você saiu. Se o cara for respeitado pelo que ele pensa, se cumpre com a palavra, ele se mantém influente”, afirma.
Desafios
Os ex-presidentes da Casa destacam o novo protagonismo da Câmara em relação ao Orçamento, com influência cada vez maior do Poder Legislativo em detrimento do Executivo.
Para alguns, há excessos na nova atuação. “Eu acho que há um certo, digamos, exagero na volúpia do Congresso sobre nacos do Orçamento”, afirma Aécio.
Marco Maia afirma que a discussão sobre o orçamento tem tamanho maior que as outras pautas da Casa, e que por isso os deputados buscam atuar mais como “executores do que legisladores”.
O desgaste pelas quedas de braço do Legislativo com o Executivo e com o Judiciário é apontado pelos ex-presidentes como um desafio importante para o próximo ciclo da Câmara.
“Restabelecer os limites das atribuições de cada um dos poderes é o maior desafio do próximo presidente da Câmara. Sobretudo, garantir uma relação harmoniosa entre os poderes, definindo limites”, diz Aécio.
Para Chinaglia, o desafio do momento é defender a democracia, impondo respeito à Casa, mas viabilizando a construção de acordos. Já Temer destaca a importância da regulamentação total da reforma tributária, iniciada no ano passado.
Você precisa fazer login para comentar.