Acre
Após transplante de córnea feito no Acre, mãe volta a enxergar e realiza sonho de conhecer o rosto da filha
Conhecer o rosto de um filho é um dos maiores sonhos de uma mãe durante a gestação. Averiguar com atenção cada detalhe como os olhos, o nariz, os lábios, as bochechas e as orelhas faz parte do processo de recepção do novo membro da família. Mas para a jovem Maria Rayssa Sabóia, de 28 anos, o sonho de conhecer o rosto de sua filha, Maria Heloísa, hoje com 4 anos, só se realizou há poucos dias, após ela passar por um transplante de córnea no dia 11 de maio, na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre).

É que quando Maria Heloísa nasceu, a mãe já possuía baixa visão devido a uma condição rara: o ceratocone. A doença é caracterizada pela deformação progressiva da curvatura da córnea, estrutura transparente que reveste a parte da frente do olho, provocando um afinamento em forma de cone. Por isso, ela perdeu a visão gradativamente ao longo dos anos.
Nesta segunda-feira, 20, Maria Rayssa recebeu a equipe do Serviço de Transplantes da Fundhacre, por meio da coordenadora Valéria Monteiro e, ainda, a presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza. Empolgada, Maria Rayssa admirava com atenção os quadros pintados pela filha expostos na parede da sala. “Eu já consigo ver bem as cores. Aqui tem o vermelho, o amarelo, azul, o branco….”, disse ela sorridente.
A empolgação impossível de conter é pela realização de um sonho de anos. “Quando ela [Maria Heloisa] nasceu eu já tinha dificuldade pra enxergar. Pra cuidar dela, a minha mãe me ajudou, meu esposo também. E eu comecei a perceber que tava se agravando. Aí procurei a Fundação. Tive o encaminhamento, e foi quando me informaram que a doutora Natalia [Moreno – Oftalmologista] poderia fazer essa cirurgia. Marquei consulta com ela, que me explicou tudo e, graças a Deus, deu tudo certo. Vai melhorar muito a minha vista, o meu ambiente em casa e principalmente a [minha relação com a] minha filha pra eu ajudar ela”, conta Maria Rayssa.

O sofrimento da filha é testemunhado de perto pela mãe de Rayssa, Maria de Fátima Sabóia. “Quando ela foi ganhar neném eu dizia: ‘filha, olha aqui a sua filha’ e ela dizia ‘mãe, eu não consigo ver a minha filha’. E, como mãe, aquilo me partia o coração, porque como é que pode a mãe não poder ver a própria filha? E eu cuidei da minha neta e ela [Maria Rayssa] nem podia ver direito, mas hoje pra mim é uma felicidade muito grande. Pra mim é uma bênção, um milagre que eu vou contar na igreja e eu orei muito e dizia [pra Deus]: Senhor, dá ao menos um lado [da visão] pra minha filha ver”, relatou Maria de Fátima.
A presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza, reforça a importância da liderança do Acre na região no que diz respeito à realização dos transplantes. “Para o governo do Acre, é muito importante trazer essas políticas públicas ao estado, diminuindo o desgaste para o paciente, que não precisa se deslocar para longe e pode fazer todo o processo perto de casa, perto da sua família. E Rayssa, você tá vendo as cores, vendo sua filha. É muito gratificante pra mim e para todos nós da Saúde do Acre que você esteja bem. Dentro de poucos dias você ainda vai evoluir e recuperar a visão totalmente, e isso é muito gratificante. É o que nos move e nos faz trabalhar ainda mais”, destacou a presidente à paciente.

A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre reforçou: “É um processo. Em breve a visão da Rayssa vai voltar totalmente, garantindo a ela mais independência. Ela operou do olho esquerdo, mas vai continuar sendo acompanhada para que, no futuro, ela receba uma nova córnea também no olho direito, pois ela continua perdendo a visão desse olho devido ao ceratocone, que é bilateral, e nós vamos seguir acompanhando de perto para que, em breve, ela tenha a visão recuperada em ambos os olhos”, ponderou Valéria Monteiro.
Durante o encontro com a equipe da Fundhacre, a paciente e sua mãe aproveitaram para agradecer ao governo do Estado pelo programa de transplantes que proporcionou a melhoria na qualidade de vida da jovem.
“Eu tenho muito a agradecer ao governo, à Fundação, que foi muito hospitaleira e conseguiu fazer esse transplante, porque a gente precisa muito, e só tenho a agradecer a todos que me ajudaram e estão comigo até hoje”, disse Maria Rayssa.

Já sua mãe, Maria de Fátima, também ponderou: “Eu quero agradecer a Deus, em primeiro lugar, e ao nosso governo, por ter trazido esse projeto pra cá, porque só fazia esse tratamento fora, e hoje nós estamos fazendo aqui no estado do Acre, e a coisa melhor que tem é a gente ficar no nosso lar, não ter que sair daqui [do nosso estado] pra ir pra outro canto. Eu só tenho a agradecer. Hoje a minha filha tá aqui e é a prova de que deu certo. Vai dar tudo certo não só pra ela, como para aqueles que estão na espera por transplantes, que venham a conseguir”, finalizou.
Além dos transplantes de córneas, a Fundhacre realiza transplantes de fígado e deve ser habilitado nos próximos dias pelo Ministério da Saúde o transplante de rim. Até o momento já foram realizados 96 transplantes renais (a Fundhacre possuía habilitação para tal entre 2005 e 2019), 327 transplantes de córnea e 86 transplantes hepáticos, totalizando 509 procedimentos.
Fonte: Governo AC
Comentários
Acre
Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
Comentários
Acre
Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
-
2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
-
2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
-
Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
-
Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
-
Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
-
Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
-
Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
-
Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
-
Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
-
Financiamento de obras e infraestrutura
-
Execução de programas governamentais
-
Pagamento de servidores públicos
-
Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
Comentários
Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.





Você precisa fazer login para comentar.