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Após prisão de presidente de associação, produtores rurais protestam contra operação do MP e Polícia Civil no interior do AC

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Jose Teles de Oliveira Filho foi preso na Operação Gregório com outros produtores rurais na última terça-feira (1). Associação dos Produtores e Sindicato Rural de Tarauacá divulgou nota classificando como arbitrárias as prisões dos três suspeitos.

Zé Filho foi preso com outros dois produtores rurais em operação contra crimes ambientais — Foto: Reprodução

O presidente da Associação dos Produtores e Sindicato Rural de Tarauacá, Jose Teles de Oliveira Filho, conhecido como Zé Filho, foi um dos presos na Operação Gregório, deflagrada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e Polícia Civil na última terça-feira (1) em Tarauacá, no interior do estado. Além dele, também foram presos os produtores rurais Marcilio Paixão e Samuel Moreira.

As prisões ocorreram por suspeita de crimes ambientais na floresta estadual do Rio Gregório. Nesta quinta-feira (3), durante a audiência de custódia dos suspeitos, produtores rurais protestaram em frente ao Fórum de Tarauacá. Os três continuam presos.

A Associação dos Produtores e Sindicato Rural de Tarauacá divulgou nota classificando como arbitrárias as prisões dos três suspeitos. Ainda conforme a publicação, a associação vê as prisões como tentativa de intimidação.

“Esta prisão, que consideramos injusta e sem fundamentos, visa intimidar aqueles que lutam por causas sociais legítimas, como a ocupação da reserva pública estadual de forma pacífica, com o objetivo de proporcionar melhores condições de vida às pessoas e promover o desenvolvimento da agricultura familiar. Nosso trabalho é honrar e representar os nossos produtores, buscando justiça social em meio a um cenário marcado pela exploração desenfreada e desigualdades gritantes”, afirma trecho da nota. (Confira a íntegra da publicação após o texto)

Por meio de nota, o escritório Aguiar & Feltrini, responsável pela defesa dos três suspeitos afirma que eles são inocentes, e que não condiz com a realidade atribuir crimes ambientais a eles, e que um dossiê da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi) já havia constatado invasões na reserva estadual desde 2009.

“Desta forma, estamos tomando as medidas legais necessárias para buscar a liberdade dos acusados”, afirma. (Confira a íntegra da nota após o texto)

Produtores rurais protestaram em frente ao Fórum de Tarauacá — Foto: Divulgação

Produtores rurais protestaram em frente ao Fórum de Tarauacá — Foto: Divulgação

Operação Gregório

 

A operação, deflagrada na última terça, cumpriu três mandados de prisão preventiva, e a mesma quantidade de mandados de busca e apreensão. Investigações do MP e Polícia Civil indicam que os suspeitos praticaram associação criminosa, invasão, desmatamento e exploração de terras públicas na região.

Operação foi deflagrada nesta terça-feira (1) em Tarauacá, no interior do Acre — Foto: Asscom Ministério Público

Operação foi deflagrada nesta terça-feira (1) em Tarauacá, no interior do Acre — Foto: Asscom Ministério Público

O promotor de Justiça Júlio César de Medeiros ressaltou o trabalho integrado entre diversos órgãos na operação. Ainda de acordo com o promotor, os suspeitos já foram denunciados.

“A Operação Gregório é uma resposta da Justiça à prática de crimes ambientais na região, visando conter os crescentes desmatamentos, e é resultado de um trabalho intenso entre MPAC, Polícia Civil, Ibama, Batalhão Ambiental e Semapi”, destaca.

NOTA DE REPÚDIO

 

Os Sindicato Rurais de Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Feijó e Associação dos Produtores e Sindicato Rural de Tarauacá, manifestam veementemente seu repúdio à prisão arbitrária do Presidente da Associação dos Produtores e Sindicato Rural de Tarauacá, Zé Filho, e de 2 produtores rurais de Tarauacá.

Esta prisão, que consideramos injusta e sem fundamentos, visa intimidar aqueles que lutam por causas sociais legítimas, como a ocupação da reserva pública estadual de forma pacífica, com o objetivo de proporcionar melhores condições de vida às pessoas e promover o desenvolvimento da agricultura familiar. Nosso trabalho é honrar e representar os nossos produtores, buscando justiça social em meio a um cenário marcado pela exploração desenfreada e desigualdades gritantes.

Enquanto representantes legítimos dos produtores rurais, reafirmamos nosso compromisso em defender o direito à propriedade e lutar por um futuro mais próspero e sustentável para todos. Jamais seremos coniventes com aqueles que buscam impor um falso ambientalismo em benefício de alguns poucos privilegiados, ignorando as verdadeiras necessidades e anseios da população.

Repudiamos veementemente a criminalização das lutas sociais e denunciamos a motivação política por trás da prisão do Presidente Zé Filho, cujo trabalho incansável tem incomodado políticos interessados em perpetuar a miséria e a exploração dos produtores rurais para obter vantagens eleitorais.

É com indignação que testemunhamos o resultado desastroso dessa política ambiental equivocada, que tem contribuído para o agravamento da situação socioeconômica de Tarauacá, com altos índices de violência, desemprego, tráfico de drogas e alcoolismo. A falta de oportunidades e a dependência de auxílios revelam o descaso das autoridades com as necessidades do município e a ausência de um projeto de desenvolvimento sustentável.

Reiteramos nosso compromisso em lutar por um futuro melhor, onde a produção rural seja valorizada e respeitada, e onde a população tenha condições dignas de vida. Exigimos o respeito aos direitos dos produtores rurais e conclamamos a sociedade a compreender o real motivo de nossa indignação.

Esta nota é um manifesto contra a opressão, a injustiça e a falta de oportunidades, e um apelo pela verdadeira justiça social e ambiental em nosso município.

Nota oficial da defesa

 

Quanto a prisão dos senhores Jose Teles, Samuel Moreira e Marcílio Martins entendemos que são inocentes, bem como preenchem os requisitos legais para responderem o processo em liberdade, uma vez que são primários, bons antecedentes, residência fixa há décadas, com filhos menores que dependem do seu trabalho para sobreviver e ocupação lícita.

Ainda, segundo o Dossiê da Secretaria do Meio ambiente estadual do ano 2020, na qual ficou constatado a invasão na Área de reserva estadual do Gregório desde 2009, demonstrando que o poder público já tinha conhecimento de mais de 500 ocupantes.

Assim, querer atribuir responsabilidades aos envolvidos pelos crimes ambientais imputados na denúncia, principalmente ao Senhor Zé filho que assumiu a presidência da associação dos produtores rurais de Tarauacá em setembro de 2022, não condiz com a realidade.

Desta forma, estamos tomando as medidas legais necessárias para buscar a liberdade dos acusados.

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Rio Acre ultrapassa cota de transbordo e mantém Rio Branco em alerta máximo

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Defesa Civil registra 15,36 metros no nível do rio; aumento contínuo preocupa autoridades e moradores ribeirinhos

O Rio Acre segue em uma subida constante e preocupante em Rio Branco. Segundo medição da Defesa Civil Municipal realizada às 9h desta segunda-feira (29), o rio atingiu 15,36 metros, ultrapassando a cota de transbordo, que é de 14 metros, por mais de um metro e meio.

Nas últimas horas, o nível apresentou aumento de quatro centímetros em relação à medição anterior, realizada às 5h21, quando marcava 15,32 metros.

Apesar da ausência de chuvas na capital nas últimas 24 horas, o rio continua subindo devido ao grande volume de água acumulado nas cabeceiras, mantendo o alerta máximo para autoridades e população ribeirinha.

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Rio Tarauacá ultrapassa cota de transbordamento e mantém município em alerta

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Nível do rio atinge 10,05 metros e Defesa Civil intensifica monitoramento, apesar de não haver desabrigados

A cheia do Rio Tarauacá já ultrapassou a cota de transbordamento e mantém as autoridades em estado de atenção no município de Tarauacá, no interior do Acre. De acordo com o Informativo Hídrico divulgado pela Defesa Civil Municipal na manhã desta segunda-feira (29), o nível do rio atingiu 10,05 metros às 9h, registrando elevação em relação à medição das 6h, quando marcava 10,03 metros.

Os dados confirmam que o manancial permanece acima da cota de transbordamento, fixada em 9,50 metros, e bem acima da cota de alerta, estabelecida em 8,50 metros. Em apenas três horas, o aumento foi de dois centímetros, o que reforça a preocupação das equipes de monitoramento quanto à possibilidade de novos alagamentos em áreas ribeirinhas da cidade.

Apesar da elevação do nível do rio, a Defesa Civil Municipal informou que, até o momento, não há registro de pessoas desabrigadas em Tarauacá. As equipes seguem acompanhando a situação de forma contínua, realizando vistorias preventivas nas áreas mais vulneráveis, especialmente diante do histórico de grandes cheias no município.

O nível máximo já registrado no Rio Tarauacá foi de 11,15 metros, em 19 de fevereiro de 2021, referência que mantém as autoridades em vigilância permanente durante o atual período chuvoso.

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Homem é preso suspeito de matar a esposa e tentar simular suicídio em Porto Velho

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Pesquisas no celular e laudo do IML reforçam investigação por feminicídio ocorrido durante o Natal

Magno dos Santos Batista foi preso em Porto Velho suspeito de matar a esposa, Luciana, e tentar simular um suicídio durante o período de Natal. Segundo a Polícia Civil, além das contradições apresentadas em depoimento, análises realizadas no celular do investigado apontaram pesquisas na internet consideradas suspeitas, que reforçam a hipótese de feminicídio.

O crime ocorreu no dia 18 de dezembro, e a prisão preventiva foi cumprida no dia de Natal. Com autorização do próprio suspeito, os policiais acessaram o aparelho celular, onde encontraram buscas como “Como proceder após suicídio da esposa?”, “Se mexer no cadáver ele pode fazer barulho?” e “Quando a pessoa morre se vira o olho?”. Uma das pesquisas, realizada no dia anterior à morte, fazia referência ao que a Bíblia diz sobre pessoas que cometem suicídio.

Em depoimento, Magno afirmou que teve uma discussão com a esposa, que teria ficado “alterada”, e que foi dormir. Ao acordar, segundo ele, encontrou a companheira morta. No entanto, a investigação aponta que mensagens foram enviadas a partir do celular do suspeito no mesmo período em que ele alegou estar dormindo, o que levantou suspeitas sobre sua versão dos fatos.

Magno chegou a ser detido no dia do ocorrido, mas foi liberado inicialmente por falta de provas técnicas. A Polícia Civil, então, instaurou inquérito para apurar se a morte havia sido causada por suicídio ou homicídio.

Dias depois, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Luciana não morreu por enforcamento, mas por asfixia decorrente de estrangulamento. O exame também identificou outras lesões no corpo da vítima, reforçando a suspeita de violência.

Com base nas conclusões do laudo pericial, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) solicitou a prisão preventiva do suspeito, pedido que foi acatado pela Justiça. Após a decisão judicial, a Polícia Civil localizou Magno dos Santos Batista e cumpriu o mandado de prisão.

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