Após 13 dias preso, suspeito de matar indígena afogada no Acre ainda não foi ouvido pela polícia

Por Iryá Rodrigues

O homem de 34 anos que foi preso suspeito de matar a indígena Vita Kulina, de 21 anos, encontrada às margens do rio de Santa Rosa do Purus no dia 27 de outubro, ainda não foi ouvido pela Polícia Civil.

Ele foi achado com marcas de espancamento a 50 metros do corpo da indígena e foi transferido para o pronto-socorro de Rio Branco. Em seguida, foi levado para o Complexo Penitenciário da capital, onde cumpre prisão temporária de 30 dias.

Inicialmente o caso estava sob responsabilidade do delegado Marcos Frank, que ficou respondendo pela região enquanto o delegado Rodrigo Noll estava de férias. Na época da prisão, o delegado afirmou que tinha ouvido duas testemunhas e que ainda faria a oitiva do suspeito.

As investigações apontam que a causa da morte da jovem foi afogamento. A Polícia Civil chegou a informar que a indígena passou por um exame que deve confirmar se ela também foi vítima de estupro.

O delegado Rodrigo Noll voltou a responder pela cidade e disse que ainda não tem novidades sobre as investigações desse caso. Segundo ele, o suspeito ainda deve ser ouvido por carta precatória por estar em Rio Branco, mas ele não soube dizer a data do interrogatório.

Ainda segundo o delegado, o resultado do laudo que deve confirmar o estupro ainda não foi concluído e nem o da causa da morte da vítima.

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O homem teria sido espancado por outros indígenas após verem a situação da jovem às margens do rio. O delegado Marcus Frank chegou a dizer que não sabia se os indígenas viram o momento em que a jovem foi agredida ou se já a encontraram sem vida. O suspeito já teria histórico de violência contra mulher.

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O Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus informou que está acompanhado o caso juntamente com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Vítima de estupro coletivo

A indígena Vita Kulina já tinha sido vítima de estupro coletivo no ano de 2015 na cidade de Santa Rosa do Purus, segundo informou o delegado Marcus Frank.

Na época, quatro homens foram presos e dois adolescentes, de 14 e 16 anos, foram apreendidos suspeitos de estuprar a jovem após uma bebedeira. Ela tinha apenas 16 anos.

À polícia, todos confessaram o crime. Em seguida, os quatro maiores de idade foram levados para a penitenciária de Rio Branco e os adolescentes para o centro socioeducativo do município de Sena Madureira.

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Marcus José