Brasil
Amazônia perdeu 3,6% de água nos rios em 2024, registra o MapBiomas
O Brasil detém 12% da água potável do planeta, mas tem uma distribuição desigual. Mais da metade das fontes de água do país (61%) está na Amazônia onde vivem 4,2 milhões de brasileiros

Orla do São Raimundo em Manaus na seca em outubro de 2024: perda significa de água no Rio Negro. Foto: internet
Com MapBiomas
A Amazônia está perdendo água. A redução nas bacias hidrográficas foi de 3,6% em 2024, o equivalente a 4,5 milhões de hectares afetados, segundo estudo do MapBiomas, grupo científico formado por pesquisadores de universidades, ONGs e empresas.
“Foram dois anos consecutivos de seca extrema na Amazônia, sendo que, em 2024, a seca chegou mais cedo e afetou bacias que não foram fortemente atingidas em 2023 com a do Tapajós”, diz Carlos Souza, pesquisador do MapBiomas.
Das 47 sub-bacias, que inclui o Tapajós, Madeira, Negro, Solimões e Javari, 63% registraram perda de água em relação à média histórica. Os casos mais graves ocorreram nas sub-bacias do Rio Negro, que apresentaram uma redução de mais de 50 mil hectares em comparação à média histórica.
Em 2024, vários rios da região alcançaram cotas mínimas, segundo o SGB (Serviço Geológico do Brasil). E a falta de água afetou a navegação, o abastecimento de produtos em várias cidades do Estado e o modo de vida de inúmeras comunidades ribeirinhas e indígenas.
O impacto ambiental também é preocupante, porque o baixo fluxo de água intensifica a degradação dos habitats aquáticos e pode provocar grande mortandade de peixes.
“A dinâmica de ocupação e uso da terra no Brasil, junto com eventos climáticos extremos causados pelo aquecimento global, está deixando o Brasil mais seco. Esses dados servem como um alerta sobre a necessidade de estratégias adaptativas de gestão hídrica e políticas públicas que revertam essa tendência”, diz Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água.
Segundo o MapBiomas, o Brasil detém 12% da água potável do planeta, mas tem uma distribuição desigual. Mais da metade das fontes de água do país (61%) está na Amazônia onde vivem 4,2 milhões de brasileiros. A Caatinga, que abriga 32 milhões de habitantes, tem menos de 1 milhão de hectares de superfície de água (981 mil, ou 5% do total).
Com 2,2 milhões de hectares, a Mata Atlântica tem 13% das fontes de água no Brasil, seguida pelo Pampa (1,8 milhão de hectares, ou 10% do total) e Cerrado (1,6 milhão de hectares, ou 9% do total). Em 2024, o Pantanal era o bioma com menor superfície de água no país com 366 mil hectares ou 2% do total, de acordo com o MapBiomas.
Queimadas
Ainda segundo o MapBiomas, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano as queimadas se concentraram no estado de Roraima, nos municípios de Normandia, com 21,9 mil hectares queimados, o que equivale a 22 mil campos de futebol. Pacaraima registrou 17,7 mil hectares e Boa Vista 10,3 mil, o que contribuiu para que a Amazônia seja o bioma mais afetado pelo fogo, com 89,1 mil hectares queimados.
O aspecto positivo, segundo o levantamento, está na comparação com o mesmo mês do ano passado quando 1,2 milhão de hectares foi queimado na Amazônia, uma diminuição de 92% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O segundo bioma mais afetado neste início de ano é o Cerrado (22,3 mil hectares) e o terceiro a Mata Atlântica (3,9 mil hectares), segundo o estudo. Entre os estados mais afetados, Roraima (73,2 mil hectares) é o primeiro, Mato Grosso do Sul (10,2 mil) é o segundo e o terceiro é o Pará (8,4 mil).
Em fevereiro, as formações campestres presentes no Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal foram as mais queimadas, com 43,5% afetadas. Em seguida, a formação florestal com 16,4% e em terceiro a pastagem 15,8%.
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Brasil
Brasil encara impasse em tarifaço, enquanto países avançam em acordos

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Brasil encara um impasse no tarifaço de 50% americano a produtos nacionais, enquanto outros países avançam em negociações e fecham acordos com os Estados Unidos, a menos de nove dias para o início da sobretaxação.
O governo brasileiro tem apostado nas conversas de bastidores e na relação com o setor privado para contornar a situação.
A ideia é que esses canais podem ser mais efetivos do que insistir em encontros diplomáticos formais com o governo de Donald Trump — até mesmo porque as investidas do Brasil seguem sem um retorno positivo oficial.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, orientou nesta quarta-feira (23) o grupo de oito senadores que vão aos Estados Unidos na semana que vem. Eles não podem negociar as tarifas em si, mas buscam abrir um caminho de diálogo.
Os parlamentares estão afinando o discurso a ser usado. Por exemplo, mostrar o potencial de danos à própria economia americana numa espécie de pressão interna.
Também pretendem falar que, se os Estados Unidos se fecharem às exportações brasileiras, os americanos vão jogar o Brasil no colo da China.
Os senadores tentam agendas com congressistas ligados a Trump e a estados mais afetados, como da Florida, além de reuniões com empresários americanos prejudicados. Não há nenhum encontro certo ainda.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já ouviu quase 100 representantes do setor privado sobre o tarifaço. O Ministério da Fazenda também atua para amenizar a situação.
“Estamos fazendo tentativas de contato reiteradas, mas há uma concentração de informações na Casa Branca. Alckmin está tendo contato com secretários. No nosso caso da Fazenda, temos contato com a equipe técnica do Tesouro americano, mas não com o secretário”, disse Fernando Haddad.
O governo continua apostando nas negociações, embora lembre ter outras ferramentas sob a mesa, como recorrer à Lei da Reciprocidade – vista com preocupação por empresários devido ao possível efeito inflacionário – ou à OMC (Organização Mundial do Comércio).
Na quarta (23), o Brasil criticou na OMC o uso de tarifas para interferências em assuntos internos de outros países.
Ainda assim, apesar do recado, o Brasil evita criticar os Estados Unidos porque avalia que as consequências podem ser ainda piores.
Neste momento, o adiamento da entrada em vigor do tarifaço já seria considerado um alívio.
Enquanto o Brasil investe em alternativas e patina para conseguir algum retorno positivo da Casa Branca, outros países avançam nas negociações.
Estados Unidos e Japão fecharam acordo comercial que diminui de 25% para 15% as tarifas ao país asiático sobre uma série de produtos, como automóveis.
O acordo ainda inclui investimentos de 550 bilhões de dólares dos japoneses nos Estados Unidos.
Diplomatas europeus disseram nesta quarta que os Estados Unidos e a União Europeia caminham para um acordo comercial que resultaria em uma tarifa de 15% sobre os produtos do bloco, de 27 países, evitando uma taxa maior de 30%, a partir de 1º de agosto.
Os chineses também devem ter um certo alívio. Segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, a alta nas taxas para a China pode ser adiada em mais 90 dias.
Trump já havia reconhecido que um encontro com o presidente chinês Xi Jinping para tratar sobre o tema deve acontecer, nas palavras dele, “em um futuro não muito distante”.
Sem citar o Brasil, o presidente americano ainda disse nesta quarta que a tarifa de 50% é para países com quem os EUA “não têm se dado bem”.
Fonte: CNN
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Brasil
Receita Federal libera consulta ao terceiro lote de restituição do Imposto de Renda

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
A partir das 10h desta quinta-feira (24), cerca de 7,2 milhões de contribuintes que entregaram a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física deste ano acertarão as contas com o Leão. Nesse horário, a Receita Federal liberará a consulta ao terceiro dos cinco lotes de restituição de 2025, o maior da história em número de contribuintes e o segundo maior em valor. O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores.
Ao todo, 7.219.048 contribuintes receberão um montante total de R$ 10 bilhões. A maior parte do valor, informou o Fisco, irá para contribuintes com prioridade no reembolso.
As restituições estão distribuídas da seguinte forma:
- 6.316.894 contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e/ou optaram simultaneamente por receber a restituição via Pix;
- 755.978 contribuintes sem prioridade;
- 83.575 contribuintes de 60 a 79 anos;
- 35.315 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério;
- 15.988 contribuintes acima de 80 anos;
- 11.298 contribuintes com deficiência física ou mental, ou doença grave.
Embora não tenham prioridade por lei, os contribuintes que usaram dois procedimentos em conjunto, pré-preenchida e Pix, passaram a ter prioridade no recebimento da restituição neste ano.
A consulta poderá ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no botão “Consultar a Restituição”. Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones.
O pagamento será feito em 31 de julho, na conta ou na chave Pix do tipo CPF informada na declaração do Imposto de Renda. Caso o contribuinte não esteja na lista, deverá entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina.
Se, por algum motivo, a restituição não for depositada na conta informada na declaração, como no caso de conta desativada, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Nesse caso, o cidadão poderá agendar o crédito em qualquer conta bancária em seu nome, por meio do Portal BB ou ligando para a Central de Relacionamento do banco, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para pessoas com deficiência auditiva).
Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição depois de um ano, deverá requerer o valor no Portal e-CAC. Ao entrar na página, o cidadão deve acessando o menu “Declarações e Demonstrativos”, clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no campo “Solicitar restituição não resgatada na rede bancária”.
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Brasil
Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 36 milhões

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
As seis dezenas do concurso 2.892 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.
O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 36 milhões.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 6.
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