Com jornais do acre
Seis mandados judiciais foram cumpridos pela operação, sendo dois de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. A Operação Cata-Vento, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no município de Cruzeiro do Sul, resultou na prisão da advogada Josimeire Teixeira Pereira, na última quarta-feira (23).
Seis mandados judiciais foram cumpridos pela operação, sendo dois de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão foi encontrada uma pequena quantidade de drogas prontas para a comercialização. Já dos quatro mandados de prisão, a polícia conseguiu cumprir três, um dos investigados está foragido.
De acordo com as investigações da PF, Josimeire era advogada de uma facção criminosa que atua no município e durante a prestação dos serviços legais, se envolveu nas atividades administrativas do grupo criminoso, como cobrança de dívidas. Há indícios de que a advogada teria intermediado a entrega de uma arma de fogo entre os membros da organização criminosa, quando teria levado bilhetes com o pedido dos presos para a pessoa que guardava as armas.
De acordo com a nota sobre a operação, emitida pela PF, “o nome é relativo ao fio condutor da operação: encontrar o rastro do dinheiro da organização criminosa. A expressão “vento” significa dinheiro no jargão utilizado comumente no meio do crime. Cata-Vento também faz referência a sigla pela qual a organização se intitula”.
A presidente da sub-sessão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AC) no Juruá, Núbia Sales de Melo, informou que acompanhou tanto execução da prisão como o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa da advogada. Segundo ela, a OAB ainda não teve acesso ao teor da denúncia contra Josimeire.
“Como não tivemos acesso ao processo, por ter sigilo, estou oficiando, tanto à Polícia Federal quanto o Tribunal de Justiça, na Vara que corre o processo, para solicitar cópias. Ela não foi para o presídio, porque não tinha local adequado conforme os requisitos para ela ficar. Mas, não queremos divulgar o local que ela foi levada por questão de segurança mesmo”, disse Núbia.
O presidente da OAB, Érick Venâncio, afirmou que, caso haja elementos, um processo disciplinar contra a advogada deve ser aberto.
“A única manifestação que podemos fazer é que a sub-sessão do Juruá acompanhou todos os procedimentos. Estamos hoje pedindo acesso aos autos para verificar se há elementos para instauração de processo disciplinar e, se for o caso, até para suspensão preventiva. Mas, nós não temos ainda esses elementos”, concluiu.